95 resultados para África Relações exteriores


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Em Vinte e zinco, o escritor moambicano Mia Couto, recorrendo ao universo telrico de seu pas, tenta recuperar, ficcionalmente, um perodo cronolgico que perpassa dias imediatamente anteriores e posteriores Revoluo dos Cravos em Portugal, quando se deu a queda do regime salazarista, no 25 de Abril de 1974, iniciando a narrativa em 19 de Abril e concluindo-a no dia 30. O escritor vale-se de recursos ldicos inerentes produo ficcional, somados s possibilidades estticas oferecidas ao longo do processo de resgate sociocultural dos valores da terra. Assim, conta uma histria em que elementos do maravilhoso so legveis como comuns realidade quotidiana. A narrativa apresenta a funo da Casa dos Castro os integrantes da famlia e suas relações com África e das demais personagens que transitam ao seu redor seja na figura de negros, seja na de alguns brancos, estes, assimilados ao avesso ou no. Essas personagens juntas mesmo que estejam, em determinados momentos, em lados opostos caminham, como representao da dualidade colonial, em direo apotetica cena inslita em que se do a ascenso do Napolo e a tempestade que cai ao final, manchando a terra s vsperas do 25 de Abril. Mia Couto, em um universo cercado de mitos, crenas e tradies, torna visvel o invisvel, espelhando, no plano da diegese, a realidade desse cenrio, e recupera, pela via das trocas culturais ao longo dos sculos, estratgias de construo narrativa ficcional desenvolvidas nas literaturas latino-americanas a fim de representar Moambique em sua obra. Assim, apropria-se dos preceitos do Real Maravilhoso, em sua vertente africana aqui chamada de Real Animismo miacoutiano para apresentar essa mestiagem cultural com imagens plurivalentes do real

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Esta dissertao, a partir das lentes terico-metodolgicas de Michel Foucault, lana um olhar sobre aspectos da cultura escolar, suas regras, modos de organizao, currculo, avaliaes que movimentam o processo de escolarizao, problematizando as relações de poder envolvidas na produo de subjetividades dos diferentes sujeitos e permeadas por diferentes verdades sobre esses sujeitos. Nessa perspectiva relacional, o poder entendido como dinmico, flexvel, estratgico, difcil de ser capturado: o sujeito e suas aes so seus efeitos e agentes. Pretendo entender como algumas foras provenientes de diferentes direes vo construindo os cenrios nos quais os sujeitos do cotidiano escolar atuam, produzindo relações de poder muito complexas. Nesse exerccio, no cabe descrever os efeitos do poder em termos negativos. O poder produz realidades e rituais de verdade. Assim, busco, neste estudo, olhar para essa articulao de foras, de estratgias, de movimentos que, atravessando as relações de poder, produzem o currculo e as subjetividades num determinado espao educativo. Esses saberes/verdades, extrados das prticas de objetivao, possibilitam o investimento em aes e intervenes. nesse sentido que busco olhar as prticas escolares como espaos de objetivao/subjetivao. Ao analisar essas prticas, destaco que os efeitos, no que diz respeito produo de subjetividades, no se encontram em uma ou outra forma de agir. Percebi que as prticas escolares articulam-se numa rede disciplinar formada por diferentes dispositivos que se relacionam na produo de sujeitos, agindo sobre seus corpos. Relatrios, registros, observaes, classificaes, controle das atividades, organizao do tempo e do espao formam uma rede de significaes e de normalizao dos sujeitos no espao escolar. E aqueles/as que no se enquadram, que se desviam do caminho, so apanhados mais facilmente pelas redes do poder e objetivados so produzidos em sua subjetividade que tenta fazer com que ele/a se perceba e se compreenda de certo jeito para se autogovernar, para melhor aprender e normalizar-se. Nesse processo de normalizao dos sujeitos, no descarto a necessidade de se ter determinadas regras de convivncia, de se ter a preocupao com que as crianas aprendam os conhecimentos escolares. O que ressalto que se reflita sobre que tipo de normas estabelece o que normal e anormal, que tipo de saberes valorizado, com que propsito se investe sobre os corpos das crianas, que subjetividades esto sendo produzidas no espao da escola.

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Aprovada em janeiro de 2003, a A Lei 10.639 tornou obrigatrio o ensino da Histria e cultura da África em todos os estabelecimentos de ensino, pblicos e privados, no Brasil. O MEC sugere que a Lei seja trabalhada atravs de projetos. Supe-se que, desta forma, a escola pode se situar numa perspectiva de compromisso e de implicao das suas prticas de mudana individuais e/ou coletivas. Temos a convico de que esta lei no surgiu ao acaso tampouco por benevolncia poltica de nenhum governante ou partido poltico. Ela se apresenta como resultado das reivindicaes dos movimentos negros brasileiros, que sempre tiveram como bandeira, a defesa pelos direitos educao como um dos meios fundamentais para a conquista de uma sociedade onde a igualdade e a justia para a maioria seja realizada. No se trata de uma legislao qualquer, mas especificamente de uma que aborda temtica altamente controversa, qual seja, a questo das relações tnicoraciais no Brasil. Se no conjunto mais amplo da sociedade tal questo polmica, no campo da educao ela vem particularmente estimulando enormes empenhos para desconstruir concepes apreendidas durante anos de formao dos professores e professoras, formados e formadas numa sociedade com srias desigualdades sociais e impregnada pelo racismo estrutural. O objetivo dessa dissertao foi acompanhar um projeto que, desde 2008, busca a implementao da lei. Trata-se do Projeto Malungo, realizado na e pela Escola Tcnica Estadual Oscar Tenrio. Ao nos aproximarmos desse projeto buscaremos refletir sobre algumas questes: quais as dificuldades encontradas por professores e professoras para a implementao dessa proposta? Ela tem auxiliado naquilo que anteriormente mencionamos como desconstruo de uma formao tecida em alicerces de uma sociedade desigual e racista? Iniciativas assim facilitam a implementao da Lei 10639?

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O objetivo desta tese investigar a forma como crimes femininos em contexto de relações amorosas eram pensados entre 1890 a 1940 no Rio de Janeiro. Para tanto, foram pesquisados processos criminais abertos para apurar delitos femininos contra companheiros amorosos ou contra rivais. Alm destes documentos, foi investigada a produo cientfica sobre crime feminino, realizada por psiquiatras, neurologistas, mdico-legistas e juristas, profissionais que publicavam em revistas vinculadas aos campos jurdico e mdico-legal. Esse percurso foi feito a fim de apreender como, nas produes eruditas, profissionais ligados aos campos jurdico e mdico-legal conectavam o debate sobre crime e sobre o feminino. Atravs da pesquisa documental chegou-se a concluso que esses criminologistas sexualizavam os crimes, procurando construir suportes cientficos capazes de atestar a hiptese de que homens e mulheres, por serem diferentes, produziriam delitos distintos. Por meio das pesquisas em processos criminais, foi apreendido que o universo jurdico, no perodo pesquisado, tendia a absolver os crimes femininos em contextos de relações amorosas, considerando-os modalidades de delitos pouco danosos sociedade.

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O trabalho em um submarino submete os profissionais a diversas situaes geradoras de estresse. necessrio, portanto, que o militar seja capaz de lidar com os estressores presentes de forma a no comprometer seu desempenho profissional, sua sade e bem-estar. Diversas pesquisas sugerem que as deficincias em habilidades sociais tambm podem contribuir para o desenvolvimento do estresse. Este estudo buscou identificar as possveis relações entre habilidades sociais e estresse em submarinistas na Marinha do Brasil. A amostra constituiu-se de 106 militares do sexo masculino, trabalhando em submarinos. Os seguintes instrumentos foram utilizados: (1) Ficha para obteno de dados demogrficos; (2) Inventrio de Habilidades Sociais (IHS); (3) Inventrio de Empatia (I.E.); e (4) Inventrio de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL). Os dados foram analisados utilizando o Teste-t de Student, o Qui-quadrado e a Correlao de Pearson. Os resultados indicam que os submarinistas apresentaram repertrio elaborado de habilidades sociais (assertividade e empatia), alm de incidncia de estresse compatvel com a populao em geral. Verificou-se tambm que no foram identificadas diferenas importantes em habilidades sociais (assertivas e empticas) nos indivduos com e sem estresse. Por outro lado, o fato de apresentar deficincias em habilidades sociais (assertivas e empticas) parece no estar relacionado a maiores nveis de estresse, assim como um bom repertrio de habilidades sociais parece no estar relacionado a menores nveis de estresse. Conclui-se, portanto, que as habilidades sociais (assertividade e empatia) parecem no apresentar um papel relevante para o desencadeamento do estresse nos submarinistas. Os resultados aqui obtidos, embora contrariem a literatura, so de grande utilidade na medida em que instigam a realizao de novas pesquisas, visando obter melhor compreenso acerca das relações entre estresse e habilidades sociais, especialmente em contextos de trabalho extremos, como o de um submarino.

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Este estudo prope uma anlise das relações de poder que circulam nas prticas da Inspeo Escolar da Secretaria de Estado de Educao do Rio de Janeiro, tendo como cenrio principal as condies que permitiram a realizao do concurso para o cargo Professor Inspetor Escolar em 2007. Para o desenvolvimento do trabalho foram utilizadas as contribuies de Michel Foucault e da Anlise Institucional. O primeiro captulo, A produo da Inspeo Escolar, faz uma reviso das condies que produziram a necessidade da atuao da Inspeo Escolar no Brasil e as condies que contriburam para a realizao do concurso para o cargo Professor Inspetor Escolar em 2007. O segundo captulo, A fiscalizao permanente, discute as prticas desenvolvidas pela Inspeo Escolar que evidenciam o uso de tcnicas disciplinares, que contriburam para o fortalecimento do neoliberalismo. O terceiro captulo, Anlise de Implicao, traz reflexes sobre as questes que se evidenciam nas prticas atuais do grupo de Inspeo Escolar da Secretaria de Estado de Educao do Rio de Janeiro, a partir dos conceitos da Anlise Institucional

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Essa dissertao um estudo de antropologia urbana sobre as relações entre moradores e entre moradores e empregados em dois edifcios residenciais nos bairros do Maracan e Graja. O objetivo foi demonstrar os sentidos subjacentes ao uso das noes de indivduo e de pessoa, de individualismo e de hierarquia, em cada um desses contextos de relacionamento. Foram realizadas sete entrevistas semi-estruturadas com homens e mulheres de camadas mdias urbanas. Os sentidos sugeridos pelos moradores apontaram para a existncia de uma tenso entre as noes de pblico e privado, cordialidade e impessoalidade nos modos de classificar a si mesmo e aos outros nas interaes sob diferentes circunstncias dentro do edifcio. Os depoimentos dos entrevistados concederam maior destaque s relações que mantinham com suas empregadas domsticas do que com as empregadas de outros condminos. Nesse caso concedeu-se destaque para a operao de classificaes em que pravaleciam a hierarquizao e a subordinao, da parte dos moradores, e expedientes de agenciamento, por parte dos empregados.

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O trabalho investiga como as diversas estruturas federais resolvem os problemas de ao coletiva inerentes aos processos de negociao para a produo de polticas pblicas intertemporais. Com tal propsito, tomam-se as relações intergovernamentais como objeto de anlise. As hipteses centrais da tese defendem que os nveis de conflitividade latente na Plis esto relacionados com: 1) os graus de insulamento burocrtico no processo de construo da Plis Nacional; 2) as caractersticas de seu federalismo fiscal e; 3) a estrutura de seu sistema partidrio. A racionalizao do sistema federativo ser maior quando o sistema partidrio, horizontalmente, for capaz de solucionar os problemas de ao coletiva que surgem ao longo do tempo. As hipteses so comprovadas atravs do estudo de caso do Brasil e da Argentina. Especificamente, apoia-se na narrativa histrica dos processos de formao de ambos os federalismos e na anlise de dados empricos dos processos de discusso e implementao da Lei de Responsabilidade Fiscal no ano 2000, no Brasil, e dos Pactos Fiscais nos anos de 1992 e 1993, na Argentina

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O Ministrio Pblico do Trabalho (MPT), como parte do sistema judicial brasileiro e integrante do Ministrio Pblico Federal (MPF) uma organizao que se renovou ao longo de sua trajetria cujas bases remontam ao perodo Vargas. Contrariando a ideia de que a expanso do sistema judicial a partir dos anos oitenta do sculo XX exprime a continuao da tradio poltica autoritria brasileira, sob novo registro, a tese aqui desenvolvida demonstra que a nova ordem jurdica inaugurada com a constituio democrtica de 1988 renovou tanto as bases de justificao do direito como a estrutura das instituies judiciais. O MPT um caso singular de apropriao desta nova ordem para detonar o processo de profissionalizao de seus membros e converter sua atuao aos novos tempos da democracia poltica, abandonando a tradio de alinhamento s eventuais ideologias de governo. Isto se explica com a ascenso do profissionalismo nos anos oitenta que permitiu a renovao dos seus meios de ao e a apropriao de um novo equipamento terico por parte do grupo. O processo de judicializao das relações de trabalho, elemento constitutivo deste prprio campo no Brasil, desde a Era Vargas, democratizado sob a nova ordem democrtica inaugurada em 1988.

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No Brasil, o s casos de AIDS entre homens que fazem sexo com homens (HSH) predominaram durante um longo perodo. A partir da dcada de 90, observa-se um declnio nesta categoria com o aumento de casos entre heterossexuais. Na regio Nordeste, entretanto, os casos de AIDS entre HSH representam, ainda, cerca de 50% do total dos casos registrados em anos recentes. Nosso objetivo foi estudar o comportamento sexual e o padro de consumo de drogas e lcool entre HSH no Cear, enfatizando as tendncias recentes e suas relações com prticas sexuais de risco para DTS/AIDS. Foram realizados quatro estudos seccionais em 1995, 1998, 2002 e 2005 no Cear, nordeste do Brasil. A populao do estudo foi composta por homens que fazem sexo com homens (HSH), com 14 anos ou mais , que referiram prtica sexual anal ou oral com homens nos ltimos 12 meses. A seleo dos participantes utilizou tcnicas do tipo Snow Ball (1995, 1998, 2002); Time Space Sampling (2002) e Respondent Driven Sampling (2005). O primeiro artigo enfoca as tendncias do comportamento sexual em Fortaleza ao longo destes quatro perodos e o segundo os preditores do consumo de lcool e drogas nos municpios de Fortaleza (n=401), Sobral (n=100) e a regio do Cariri (n=100) em 2002. Anlise se basearam nas comparaes entre propores, utilizando o teste do de Pearson e intervalos de 95% de confiana (IC95%) e anlise de regresso logstica multivariada para avaliao dos fatores associados ao consumo de lcool e drogas, utilizando-se como medida de associao a razo de chances (odds ratio OR) e seus respectivos intervalos de 95% de confiana. Resultados Prticas sexuais: Elevado percentual da populao estudada referiu prticas sexuais de risco em 1995 (49,9%), decrescendo significativamente em 1998 (32,6%), tornando a crescer em 2002 (54,6%) e apresentando os menores percentuais em 2005 (31,4%). Este padro no apresentou grandes variaes por idade, mas em relao escolaridade observou-se que os indivduos com escolaridade mais elevada aumentaram as prticas de risco entre 1998 (28,6%) e 2002 (46,5%) decrescendo no ltimo perodo (21,0%) enquanto aqueles com baixa ou mdia escolaridade s mostraram uma queda significativa no comportamento de risco entre 2002 (82,1% - baixa; 67,7% - mdia) e 2005 (29,1% - baixa; 34,3 mdia). A prtica sexual anal com preservativo cresceu no decorrer dos anos variando de 43,3% a 53,7% entre a primeira e a ltima onda ( de tendncia p<0.001). A relao anal sem preservativo foi uma prtica com alto percentual na maioria dos anos. De 2002 a 2005, houve uma diminuio significativa (de alto percentual na maioria dos anos. De 2002 a 2005, houve uma diminuio significativa (de 57,7% para 26,3%) das relações fixas monogmicas. Consumo de lcool e drogas: No estudo, 63% dos HSH participantes foram classificados como bebedores que se embriagam. Observou-se que o consumo crescente de lcool leva a um aumento do uso concomitante de outras drogas, sejam lcitas ou ilcitas. Foram variveis preditoras de beber se embriagando: ter de 21 a 30 anos (OR: 1,5; IC 95%: 1,1-2,9); ter mais que 30 anos (OR: 1,6: IC95%: 1,2-2,3); ser solteiro/separado/divorciado (OR:3,0%; IC95%: 1,7-5,3); ser da raa negra (OR: 2,0 IC95%: 1,7-2,01); ser da raa parda (OR: 1,8 IC95%: 1,3-2,6); receber dinheiro por sexo (OR:2,0 IC95%: 1,8-2,9). As prticas sexuais dos SHS em Fortaleza apresentaram variaes significativas ao longo doa anos estudados, semelhantemente a outros estudos internacionais. Vrios fatores poderiam ser responsveis por explicar o comportamento da curva observada em Fortaleza, seja no mbito local, nacional ou internacional. Entre os fatores que podem explicar alteraes observadas estariam: 1) reduo nos recursos destinados preveno da AIDS no pas devido a retirada de alguns organismos de cooperao internacional que se voltaram para outros pases, como na África Leste Europeu, levando o Brasil a priorizar segmentos populacionais com maior vulnerabilidade; 2) grande impacto na preveno das DST /AIDS na comunidade de homo/bissexuais masculinos, especialmente nos anos de 1998 a 2002; 3) o avano no tratamento, surgimento de novas drogas, melhora da qualidade de vida e aumento da sobrevida, contribuindo para a construo da falsa ideia de segurana na populao. Neste estudo a escolaridade mostrou-se um fator importante associado ao envolvimento em prticas sexuais no seguras. Os indivduos com mais baixa escolaridade, no perodo de 1995 a 2002, se envolveram em maior risco, aparentando no terem sido atingidos pelas campanhas que possam ter ocorrido, principalmente no perodo de 1995 a 1998. A maior escolaridade apresenta-se como fator de proteo em todo o perodo estudado, provavelmente pelo maior acesso informao. Finalmente, pode-se observar no ano de 2002 um elevado percentual de homens que consomem cinco ou mais doses em um dia tpico e associam outras drogas ao consumo do lcool. Tal comportamento, dentro da populao HSH, embora no seja caracterizado como dependncia qumica, alterado de maneira significativa pelo efeito etlico, levando outras prticas de risco. Tambm se observou em nosso estudo que o consumo crescente de lcool leva a um aumento do uso de outras drogas, atuando para a adoo de comportamentos de risco. Existem evidncias que suportam relao entre uso de outras drogas e a prtica sexual de risco. Os indivduos que referiram receber dinheiro em troca de sexo foram mais frequentemente classificados como bebedores que se embriagam. Os achados deste estudo mostram a importncia da realizao de uma vigilncia comportamental contnua em relao ao HIV favorecendo o entendimento da dinmica da epidemia junto das DST/AIDS nesta populao vulnervel, assim como a importncia que o lcool assume como problema de sade pblica neta populao especfica e a necessidade de se direcionar medidas voltadas para a sua preveno.

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O estudo objetivou compreender como se processa o respeito aos direitos da criana hospitalizada e sua famlia, pelo hospital e pelos profissionais de sade. Procurou-se analisar as relações existentes entre os profissionais de sade, a criana e sua famlia, no interior do hospital; como os profissionais percebem os direitos dessas crianas e de sua famlia, e como a prpria famlia compreende os direitos dos seus filhos. Para isso, utilizou-se pesquisa qualitativa com enfoque etnogrfico, tendo como tcnicas a observao participante e entrevistas semiestruturadas Foram realizadas sete entrevistas com acompanhantes e onze com os profissionais de sade, de um hospital peditrico da cidade de Fortaleza CE, no ano de 2005 e 2006. A anlise dos dados aconteceu aps um processo de mltiplas leituras e estes foram interpretados com o referencial relativo aos temas elaborados. Surgiram quatro temticas a partir da anlise do material: a descoberta da doena na criana; a trajetria da criana hospitalizada; o conhecimento dos profissionais de sade sobre os direitos da criana hospitalizada e as condies materiais de trabalho do profissional como um obstculo na consecuo desses direitos. Nas diversas concluses, destacam-se: os mltiplos projetos de humanizao existentes no hospital; a preocupao em manter um espao destinado para a criana brincar; a criao de um espao de higiene e alimentao para o acompanhante; o ambulatrio da Cirurgia sem Medo, preparando a criana e famlia para a cirurgia, bem como a criao da fila nica; a ampliao do horrio de visita; a comunicao, muitas vezes deficiente, entre profissionais e acompanhantes; a pouca ou nenhuma orientao sobre normas e rotinas do hospital e sobre os direitos da criana e famlia no meio hospitalar; o limitado conhecimento sobre os direitos da criana hospitalizada, por alguns profissionais, desconhecendo os documentos importantes na rea; e, finalmente, a falta de materiais de trabalho essenciais para a recuperao e bem-estar da criana hospitalizada como empecilhos a um cuidado pleno e de boa qualidade.

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O trabalho aborda as relações entre o federalismo fiscal e o financiamento do Sistema nico de Sade (SUS) no perodo de 1990 a 2002. Parte-se do pressuposto que decises crticas dos atores federativos subnacionais esto submetidas aos critrios e condicionantes que regem a distribuio, apropriao e uso de recursos setoriais e de receitas prprias vinculadas sade pelos dispositivos da Emenda Constitucional n.29 de 2000. Na pesquisa, os resultados das regras que definem o financiamento descentralizado do SUS so analisados, comparando-se e correlacionando-se os valores das receitas pblicas informadas pelos municpios e estados atravs do Sistema de Informaes de Oramentos Pblicos em Sade no ano 2002. Verifica-se que os municpios do Norte, Nordeste e aqueles com populao de 20 mil a 100 mil habitantes, se comparados a outros grupos: 1) possuem menores chances de ampliao de recursos prprios para a sade como efeito da vinculao estabelecida pela Emenda Constitucional, j que a disponibilidade dessas fontes relativamente mais baixa; 2) precisam empreender maior esforo fiscal e comprometer uma parcela mais elevada de seus oramentos para garantirem a adequao dos recursos s suas necessidades de gasto em sade; e 3) so os que mais dependem das transferncias federais da sade para ampliar suas receitas destinadas ao SUS e, por isso, esto mais sujeitos aos mecanismos de induo e controle do Ministrio da Sade. No mbito estadual, percebem-se importantes diferenas entre as regies, sendo particularmente crtica a situao financeira dos estados do Nordeste. Ainda que o grau de vinculao de recursos sade no Brasil seja comparvel ao de outros pases, observa-se a heterogeneidade nas condies de financiamento, acompanhada pela fragmentao dos dispositivos de transferncia e forte determinao no uso dos recursos. Em que pese a importncia das transferncias regulares de recursos federais do SUS nos oramentos subnacionais, ressalta-se a fragilidade dos mecanismos de descentralizao implantados. A sade sustentada por uma grande variedade de recursos prprios e setoriais que remetem a uma teia de relações e interdependncia fiscal e oramentria envolvendo os trs nveis de governo. Entretanto, os entraves para a redistribuio fiscal e para expanso efetiva dessas receitas permanecem no incio dos anos 2000. No balano oramentrio final das esferas subnacionais, verifica-se que as diferenas nas receitas totais vinculadas sade so expressivas entre os municpios agrupados por regio, estados, porte populacional e capitais, entre os estados e o Distrito Federal. Os achados indicam os problemas do sistema tributrio brasileiro, incapaz de compensar desequilbrios fiscais e oramentrios mais permanentes e estruturais dos diferentes nveis de governo. Tambm sugerem efeitos contraditrios de um financiamento pblico da sade que reagiu e se institucionalizou numa federao marcada por profundas desigualdades e em uma conjuntura poltica e econmica adversa expanso do papel do Estado.

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Este estudo focaliza a construo do Sistema Nacional de Vigilncia Sanitria (SNVS) e a analisa do ponto de vista das relações intergovernamentais. Nessa construo, ressalta-se que o modelo de descentralizao, adotado pela esfera federal at 2003, seguiu um caminho diferente das aes assistenciais, centrado no reforo esfera estadual. E um caminho diferenciado em relao partilha federativa que beneficiou a esfera municipal, e nesta, os pequenos municpios. Dos quatro princpios bsicos do federalismo, enfatizam-se a cooperao e a coordenao. A cooperao se relaciona com a autonomia dos entes federados e com o grau de descentralizao vigente. A coordenao vista como necessria para se obter a cooperao. O pano de fundo a heterogeneidade estrutural dos municpios brasileiros. Examinam-se: a evoluo do regime federativo nas constituies republicanas e as relações intergovernamentais que se estabelecem; a trajetria histricas da vigilncia sanitria e epidemiolgica; o processo de descentralizao da vigilncia sanitria no Estado do Rio de Janeiro. Aponta-se que a estratgia adotada no mbito do SUS, de municipalizao das aes de sade, tendo proporcionado ganhos na cobertura assistencial e fragmentao da rede de servios, merece maior reflexo na sua transposio para a vigilncia sanitria. A natureza de sua funo de Estado, o grau potencialmente alto de externalidade negativa e a heterogeneidade estrutural municipal colocam: a imprescindibilidade da coordenao efetiva pela Unio; a necessidade de reforo ao papel da esfera estadual no contexto da necessidade de cooperao regional e local; a urgncia na reformulao dos critrios para descentralizao e financiamento das aes de vigilncia sanitria. Sem pretender esgotar a questo federativa da vigilncia sanitria, apresentam-se algumas propostas para discusso visando superar alguns dos problemas detectados.

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O objetivo do presente estudo analisar o impacto da terapia Reiki no bem estar subjetivo e suas representaes sociais em uma universidade pblica do Rio de Janeiro. Trata-se de uma pesquisa quanti-qualitativa, com abordagem experimental, apoiado na Teoria de Representaes Sociais. O grupo estudado foi composto de 60 sujeitos que no tiverem acesso terapia anteriormente entrevistados antes e depois de trs sesses de Reiki. Os dados foram coletados atravs de quatro instrumentos: questionrio de identificao dos sujeitos, questionrio de representao social do Reiki, questionrio de evocao livre e escala de Bem estar Subjetivo. A anlise dos dados foi realizada com estatstica descritiva e inferencial com o software SPSS 19, anlise estrutural e anlise de contedo das representaes sociais, a partir do software EVOC. Os sujeitos participantes so do sexo feminino (88,33%); nvel superior (76,66%); discentes de ensino superior e mdio e enfermeiros (48,34%); est empregado (56,67%); renda pessoal inferior a R$ 1.000,00 (41,67%); solteiro (61,67%); vive sozinho (68,33%); tem companheiro fixo (68,33%); sem doena (58,33%); uso de terapia no convencional (63,33%); tem religio (88,33%) e religio catlica (33,33%) e evanglica (21,67%). Quanto s representaes sociais, a busca do Reiki antes e depois do experimento revelou duas categorias com maior frequncia, que so: equilbrio da sade mental, antes (35,44%) e depois (50,65%) e equilbrio da sade fsica, antes (16,46%) e depois (27,27%). Quanto estrutura representacional do Reiki, o possvel ncleo central dos dois grupos analisados foi composto pelas palavras energia, relaxamento e tranquilidade, configurando-se como uma dimenso funcional e positiva do Reiki e no apresentando variao da representao antes e depois da realizao da terapia. O estudo experimental apresentou como resultados: No experimento I: diferena estatisticamente significante na dimenso afeto positivo, com escore maior no grupo de sujeitos que recebeu a terapia Reiki comparado aos que no receberam. No experimento II: diferena estatisticamente significante na dimenso afeto negativo, com escore maior no grupo de sujeitos que recebeu informao do Reiki associado religiosidade comparado queles que receberam outros tipos de informao. E no experimento III: na dimenso afeto positivo, observou-se que todos os escores se elevaram, apontando para um efeito generalizado e inespecfico da realizao do Reiki e da informao sobre o afeto positivo, exceto no que se refere informao de espiritualidade que apresentou inverso das mdias. No afeto negativo observou-se que todos os escores diminuram, apontando para um efeito generalizado e inespecfico da realizao do Reiki.Na dimenso cognitiva as mdias dos escores antes e depois das manipulaes experimentais praticamente no se alteraram. Conclui-se que a terapia Reiki favoreceu na manuteno do equilbrio energtico dos usurios, atravs de relaxamento, tranquilidade e sentimentos positivos, proporcionando, assim, efeitos psicolgicos saudveis, nutrindo e fortificando o campo energtico dos usurios que participaram do estudo.

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A tese pretende fazer uma abordagem histrica das relações desenvolvidas entre o pensamento psiquitrico e psicanaltico, com o intuito de responder por que a demanda pela clnica psicanaltica no Rio de Janeiro entrou em declnio. Responderemos a essa questo pela via do debate das tentativas de fundamentao da etiologia do sofrimento mental atravs da perspectiva psicolgica e biolgica. Para podermos pensar em que contexto histrico alguns modelos e demandas podem ter contribudo para explicar a diminuio da procura pela tcnica psicanaltica na atualidade, o trabalho foi dividido em quatro captulos. Desde o incio da psiquiatria, com Pinel, at a atualidade, os captulos enfocam um perodo histrico e a ordem discursiva predominante. Acompanhando historicamente essas ordens discursivas (biolgica e psicolgica), acabamos demonstrando, com esta tese, as mudanas sofridas na leitura das causas do sofrimento psquico desde o sculo XIX at os dias de hoje.