912 resultados para Acordos internacionais
Resumo:
Com a presente tese, buscou-se investigar as desigualdades educacionais que permeiam o ensino mdio, principal gargalo do sistema educacional brasileiro. Inicialmente, questionou-se o papel central da educao como legitimadora das desigualdades sociais nas sociedades democrticas. Apresentaram-se os estudos pioneiros da Sociologia da Educao que procuraram explicar as desigualdades educacionais para, ento, abordar as hipteses tericas elaboradas sobre as tendncias da desigualdade de oportunidades educacionais (DOE) ao longo do tempo. Em seguida, testaram-se empiricamente essas hipteses a partir de modelos de regresso logstica sequenciais que permitiram estimar a evoluo do efeito das caractersticas da famlia de origem nas chances condicionais de entrada e concluso do ensino mdio durante um perodo de mais de vinte anos. Observou-se de forma indita, de 1986 a 2009, que a DOE relativa ao ingresso e concluso desse nvel de ensino se manteve significativa e relativamente constante, mesmo no perodo mais recente no qual as taxas de transio no ensino mdio vivenciaram seu maior crescimento. Esses resultados corroboram aqueles previstos pela hiptese da Desigualdade Maximamente Mantida (MMI) e aqueles encontrados por estudos anteriores. Incluiu-se tambm uma anlise das mudanas qualitativas da DOE, evidenciando-se um significativo crescimento, entre o ano de 1982 e a dcada de 2000, no impacto das variveis que medem o capital cultural e econmico dos estudantes nas chances destes frequentarem a rede de ensino mdio particular. Logo, a estratificao entre a rede pblica e particular no ensino mdio est cada vez mais marcada pela desigualdade na seleo dos seus respectivos alunos, reforando a dualidade de desempenho que caracteriza essas duas redes de ensino, conforme previsto pela hiptese da Desigualdade Efetivamente Mantida (EMI). Alm dessas anlises da evoluo quantitativa e qualitativa da DOE no ensino mdio, investigou-se o quadro geral de desigualdades que incidem sobre o ensino mdio tcnico luz das experincias internacionais, tendo em vista que essa uma modalidade ainda incipiente no Brasil, mas cuja rede est em rpida expanso. Diferentemente do que ocorre na maioria dos pases, os jovens de origem menos privilegiada no so os maiores beneficirios dessa modalidade. Apesar de a mesma ser propagada como principal soluo para a falta de qualificao juvenil, a ampliao desse tipo de ensino deve ser avaliada com cautela, tendo em vista o pblico que est sendo efetivamente atingido e o potencial impacto negativo em termos de estratificao educacional observado nos pases que seguiram esse caminho.
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A independncia do Brasil, bem como de parte significativa da Amrica Latina, ocorreu concomitantemente ao reestabelecimento da realidade poltica europeia aps a Revoluo Francesa. A Constituio brasileira de 1824, apesar de aparentar similaridades com o liberalismo francs, foi feita de forma a transformar o Brasil no modelo mais bem acabado de realidade poltica do Antigo Regime europeu. O engessamento da estrutura poltica decorria da existncia de uma elite coesa, situao que punha prova um modelo que teoricamente oferecia ao monarca o poder mximo, dada sua atribuio de alternar o grupo que estava no comando do pas. Esse processo resultou quase que na transformao do imperador em um chanceler das decises tomadas pelos membros da elite homognea. Essa dinmica poltica ocorre pari passu s tenses de modernizao que permeiam a realidade europeia do sculo XIX e que refletem o aprofundamento do capitalismo da Segunda Revoluo Industrial. O Brasil, pensado a partir do modelo do Antigo Regime europeu, encontrou no segundo reinado o ponto de inflexo a partir de iniciativas de modernizao defendidas por D. Pedro II. Esse conflito intraelite a tnica da anlise feita a partir da hiptese de que o Brasil era um membro efetivo da Sociedade de Estados europeia, percepo decorrente do compartilhamento de valores havido com os pases da Europa. Nesse espectro, constri-se uma narrativa histrica na qual a Histria da Poltica Externa Brasileira e a Histria das Relaes Internacionais so desenvolvidas conjuntamente. Essa narrativa visa superar as limitaes impostas por uma noo de Histria restrita s questes de poder e disputas fronteirias. Para a consecuo desse objetivo recorreu-se a uma anlise mais detalhada das atribuies do Conselho de Estado rgo representativo da elite imperial e das atas das reunies havidas na seo de Justia e Negcios Estrangeiros. A essa anlise contraps-se aquela feita dos dirios de D. Pedro II escritos durante suas trs viagens ao Exterior (1871-1873 / 1876-1877 / 1887-1888). pela contraposio dessas duas fontes primrias que se conclui que havia projetos diferentes para o pas decorrentes de percepes diferentes sobre a realidade da Europa: se de um lado a Europa vista pela elite brasileira era aquela do Antigo Regime, D. Pedro II reconhecia os impulsos modernizantes das duas ltimas dcadas do sculo. Alguns dos quais ele tentou implementar no pas.
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O objetivo deste trabalho estudar de maneira comparada o impacto da poltica internacional de drogas no Brasil e na Colmbia, analisando a maneira como estes pases tm adotado as diretrizes internacionais estabelecidas, adaptando-as de maneira distorcida a sua prpria realidade. De igual maneira se analisa como dita poltica internacional, contrariando seus objetivos, tem estimulado o desenvolvimento de um mercado ilegal de drogas ilcitas na regio, com o qual tem aumentado a violncia e os problemas causados pela dependncia a estas substncias. Para alcanar os objetivos propostos, antes, faze-se, de maneira especfica, uma breve anlise da evoluo da poltica internacional sobre drogas e, em termos gerais, da poltica criminal, para o qual se distingue os discursos que a compem e o contexto social em que estes se reproduzem; em outras palavras, distinguindo a ideologia da realidade que aquela modifica. Portanto, resulta imprescindvel comear qualquer estudo de poltica criminal sem passar por sua fonte que o Estado. Nesse sentido, a tese central deste estudo que de maneira similar como acontece com o Estado, a poltica criminal de drogas se constitui numa ideologia que cria a realidade que a sustenta, ocultando as relaes de poder que h por detrs da poltica internacional de drogas; em outras palavras, a poltica internacional de drogas adotada pelo Brasil e pela Colmbia produz os males que ela pretende combater. Por ltimo, este trabalho pretende mostrar que o debate sobre as drogas ilcitas v alm duma simples questo da cincia criminal ou o direito penal. Um debate, que parta da realidade da poltica criminal de drogas e de sua ideologia, leva a romper com o pensamento tradicional sustentado no saber-poder que a sustenta, e que h permitido sua acolhida no contexto tanto brasileiro como colombiano, apesar de tratar-se de realidades diferentes em quanto ao trfico e o consumo das drogas ilcitas.
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A distribuio geogrfica de mdicos um problema com que se defrontam os sistemas nacionais de sade e, no Brasil, tem se tornado um dos desafios para a consolidao do Sistema nico de Sade (SUS). A anlise dos determinantes dessa distribuio est fundamentado em abordagens sobre o mercado de trabalho em sade e no mdico sua formao ou oferta inserido no contexto histrico, poltico, social e institucional em que so construdos. O referencial de anlise proposto neste estudo tem como objetivo evidenciar os fatores e condicionantes que interferem na distribuio e fixao de mdicos identificar possveis estratgias de interveno que podem ser aplicadas realidade brasileira, no contexto das polticas pblicas. O mote para essa discusso a compreenso de que a forte concentrao geogrfica dos profissionais e dos servios impede a concretizao dos princpios que regem o Sistema nico de Sade, particularmente no que se refere universalizao, integralidade e prpria descentralizao. As estratgias tentadas pelo governo brasileiro tambm so abordadas, mais especificamente, o Projeto Rondon, o Programa de Interiorizao das Aes de Sade e Saneamento (PIASS) e o Programa de Interiorizao do SUS (PISUS). Essa anlise complementada com um estudo de caso sobre a experincia recente no campo da poltica pblica em sade destinada a minimizar a m distribuio de mdicos no territrio nacional: o Programa de Interiorizao do Trabalho em Sade (PITS), implementado pelo Ministrio da Sade em 2001. Sua condio de estratgia indita na poltica de recursos humanos em sade em nosso pas permitiu identificar aspectos relevantes para qualquer iniciativa que pretenda fortalecer a distribuio de profissionais de sade, para alm dos grandes centros urbanos. Por fim, o estudo oferece um referencial de anlise para a distribuio e a fixao de mdicos, construdo a partir dos elementos contemplados na reviso da literatura, na discusso terica, no aporte das experincias nacionais e internacionais e nos resultados obtidos no estudo de caso.
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Por envolver nmero crescente de atores domsticos, a participao do Brasil na Cooperao Tcnica entre Pases em Desenvolvimento (CTPD) representa domnio privilegiado para se compreenderem oportunidades e desafios institucionalizao da Cooperao Sul-Sul nas relaes exteriores do pas. Alm de contarem com competncia setorial, instituies implementadoras da CTPD brasileira passaram a reunir conhecimentos sobre pases com os quais o Brasil no mantinha ligaes histricas estreitas e contnuas, aumentando seu potencial de influncia sobre as diretrizes da poltica externa. Ao mesmo tempo, boa parte dessas instituies possui estrutura voltada para o desenvolvimento domstico, conflitando com a alocao crescente de seus recursos para a promoo do desenvolvimento internacional. Por um lado, embora a busca pelo desenvolvimento nacional seja baluarte da diplomacia brasileira, os benefcios da CTPD para o mesmo aparecem de forma difusa no discurso diplomtico. Por outro lado, agncias implementadoras passaram a desenhar estratgias para triar ou induzir demandas, alimentando divergncias com instituies decisrias e implementadoras que sustentavam vises distintas sobre o desenvolvimento e a insero internacional do Brasil. O objetivo geral desta tese entender os determinantes do envolvimento do Brasil na CTPD e os impactos da alocao crescente de recursos oficiais brasileiros para a promoo do desenvolvimento internacional sobre a formulao da poltica externa brasileira. A anlise ser aprofundada por meio de estudo dos casos de duas agncias protagonistas na CTPD brasileira: a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria (EMBRAPA) e o Servio Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Seu envolvimento na CTPD apresenta trajetria semelhante na medida em que induzido, inicialmente, por doadores tradicionais e, posteriormente, como maior nfase, pela diplomacia brasileira. Durante o Governo Lula, diante do volume crescente de demandas, EMBRAPA e SENAI, identificados tradicionalmente com modelos de desenvolvimento focados no crescimento econmico e no avano cientfico-tecnolgico, fortaleceram suas divises de Relaes Internacionais e buscaram influenciar o processo decisrio da CTPD considerando lies aprendidas em campo e elementos de seus respectivos planejamentos estratgicos. No obstante, com a entrada do Governo Dilma e as novas prioridades do desenvolvimento e da poltica externa, essas instituies divergiram na avaliao da instrumentalidade da CTPD. A vertente Sul-Sul se desmobilizou no SENAI, mas continuou relevante na EMBRAPA, o que pode guardar relao com a maior competitividade do setor agrcola brasileiro e com a capacidade da EMBRAPA de mobilizar fontes alternativas de recursos humanos e financeiros para implementar aes. Porm, a polarizao entre agronegcio e agricultura familiar dentro da empresa, alimentada pela sua polarizao na sociedade brasileira e fora do pas, comprometeu o alinhamento institucional em torno do carter estratgico de sua atuao na CTPD.
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A presente dissertao tem por escopo analisar a eficcia no tratamento que o ordenamento jurdico brasileiro tem dado s prticas de Grande Corrupo, fenmeno onde chefes de Estado, ministros e altos funcionrios, se valem de suas funes, no contexto de atividades comerciais, para a obteno de benefcios privados. Por essa razo, o ensaio analisa a teoria estadunidense, sob a qual se cunhou a referida construo. Contudo, em que pese o fato de a perspectiva se tratar, a priori, de iniciativa no mbito da Economia, o trabalho, aps as consideraes dos mecanismos internacionais de combate corrupo, explicitar, atravs dos estudos das Cincias Penais os fatores que mobilizam o delinquente potencial s prticas dos delitos, os interesses tutelados pelos mecanismos de combate ao fenmeno e suas peculiaridades, para, ao depois, diferenciar a Pequena e Grande Corrupo.
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Consensos doutrinrios acerca da novidade da proteo do ser humano por declaraes de direito internas e internacionais e por constituies especificamente pela constituio Brasileira de 1988 - conformaram o ponto de partida desta pesquisa. Estabeleceu-se, inicialmente, um problema terico que buscava sistematizar no direito internacional privado o impacto da suposta revoluo terica vivenciada pelo direito nos ltimos sculos entendendo-se que a doutrina conflitual brasileira no havia desenvolvido parmetros claros aos contornos da proteo do homem em sua esfera. Cumpridos os requisitos metodolgicos relacionados apresentao de hiptese a problema especfico, o aprofundamento das pesquisas mostrou-se surpreendente: a hiptese mostrava-se inconsistente. Adotou-se, assim, o prisma de sua negao. Percebeu-se que, de fato, o ser humano se encontra hoje no centro do direito, mas que no direito internacional privado a novidade anunciada no se mostrava recente e que o deslumbramento com a dignidade humana falseava na tcnica conflitual sua razo de ser originria. O trabalho foi realizado levando-se em conta o mtodo dedutivo-indutivo de pesquisa a partir da utilizao das doutrinas do direito internacional privado, do discurso da proteo do homem e das teorias constitucionais como instrumento de verificao da hiptese proposta ao problema inicialmente apresentado. A inovao do estudo realizado no se encontra, assim, necessariamente em seu contedo, mas na sistematizao terica da relao existente entre a doutrina da proteo do indivduo, incorporada definitivamente ao direito constitucional brasileiro atual, e o direito internacional privado. Buscou-se demonstrar que o impacto da proteo do homem na disciplina deve ser entendido como um dilogo e que a tcnica conflitual no seria meramente induzida pelos direitos humanos fundamentais, mas tambm indutora de seu reconhecimento e consagrao. O trabalho foi dividido em trs partes distintas, mas interdependentes. Na primeira delas, apresentaram-se as bases tericas da pesquisa. Foram organizadas, nesse ponto, as premissas consideradas essenciais ao avano da investigao. A segunda seo adota a classificao predominante na doutrina brasileira para o objeto do direito internacional privado para sistematizar a anlise do tema em seu vis prtico. Na terceira seo, demonstra-se de que forma os resultados parciais obtidos acabaram por negar paulatinamente a hiptese inicial fixada. Observou-se que, caso se admitisse que o discurso dos direitos humanos se estabeleceu como axioma informador do direito como um todo h poucas centenas de anos e que a ordem jurdica brasileira apenas protegeu o indivduo a partir de 1988, o direito internacional privado deveria ser entendido como predecessor, como tcnica que antecipou toda essa dinmica. Mais que isso, concluiu-se que o sobredireito internacional tem sua origem e finalidade maior na proteo dos seres humanos e que no foi apenas induzido pelo discurso da defesa do homem. Conclui-se, por fim, que tratar a proteo do ser humano pelo direito internacional privado como dado contemporneo ou moderno constituiria, de todo o investigado, grave equvoco que desconsideraria as origens, os fundamentos e as funes da tcnica conflitual.
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Representados aualmente por apenas duas espcies: Latimeria chalumnae e L. menadoensis, os celacantos (Infraordem Actinistia) j foi muito mais numeroso, prolfico desde os tempos de seu surgimento no Devoniano Inferior. Dentro de Actinistia a famlia Mawsoniidae se destaca por abranger as maiores espcies do grupo, algumas atingindo at trs metros de comprimento. A entrada de Mawsoniidae no continente Gondwana se deu durante o Jurssico superior, perodo o qual atribudo a espcie Parnaibaia maranhoensis da bacia do Parnaba (Maranho). No cretceo a famlia se ramificou em dois outros gneros Mawsonia (com conhecidas ocorrncias brasileiras e africanas) e Axelrodichthys (gnero brasileiro com alguns indcios de presena na frica). Este trabalho teve por objetivo realizar uma redescrio e comparao de seis espcies do ramo gondwnico da famlia Mawsoniidae: Parnaibaia maranhoensis, Axelrodichthys araripensis, Mawsonia gigas, M. minor, M. lavocati e M. brasiliensis. Os espcimes esto depositados em oito instituies: trs nacionais e cinco internacionais. Aps uma criteriosa descrio anatmica dos exemplares caracteres foram selecionados para a realizao de uma anlise filogentica restrita ao grupo. Os resultados das observaes anatmicas revelaram diversas estruturas ainda no descritas na literatura, incluindo o primeiro elemento medial do esqueleto apendicular de Mawsoniidae a ser observado, alm de diversas diferenas e afinidades entre as seis espcies. P. maranhoensis apresentou um conjunto de caracteres plesiomrfico que foram interpretados como sendo o resultado de um evento de neotenia, algo indito na literatura de celacantos. Todas as espcies do gnero Mawsonia apresentaram caractersticas diagnsticas que validam sua separao em espcies distintas. A anlise filogentica resultou em duas rvores igualmente parcimoniosas. Ambas concordam com a posio de Parnaibaia na base do grupo. Mas diferem com relao posio de A. araripensis e as espcies do gnero Mawsonia. Conclui-se que Parnaibaia o gnero mais plesiomrfico do grupo, estando na base do ramo gondwnico da famlia. Axelrodichthys representa a ligao deste com as demais espcies do gnero.
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Esta dissertao trata das relaes bilaterais sino-russa e sino-brasileira a partir do conceito de parceria estratgica, tal como este aparece na formulao terica dos chineses. Neste sentido, a anlise recai sobre o pensamento poltico chins e como este articula uma concepo prpria sobre as relaes internacionais, na qual dada uma nfase s relaes bilaterais da China com pases aos quais confere peso estratgico no rol de suas relaes bilaterais. O conceito de parceria estratgica, neste trabalho, refere-se a relaes bilaterais constitudas com um grau de institucionalizao de meios de consulta e organismos permanentes entre os Estados, sem com isso em traduzir-se em alianas entre os dois pases ou voltadas contra um terceiro Estado. Oficialmente, o termo parceria estratgica aparece na diplomacia chinesa para caracterizar as relaes bilaterais da China com o Brasil e a Rssia, por exemplo, entendidas como o tipo de relacionamento mais harmonioso do pas asitico com outros Estados, uma vez que a Repblica Popular no constitui mais alianas ou relaes de muita proximidade com qualquer membro do sistema internacional. Levando em conta a validade deste conceito de parceria estratgica, so analisadas as relaes bilaterais sino-russa e sino-brasileira, para compreender at que ponto vlido o conceito como ferramenta explicativa.
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O papel dos polimorfismos genticos da ECA (PGECA) na insuficincia cardaca (IC) como preditor de desfechos clnicos e ecocardiogrficos ainda no est estabelecido. necessrio identificar o perfil genotpico local para se observar se o impacto clnico desses gentipos igual entre populaes estrangeiras e a brasileira. O objetivo deste trabalho foi determinar a frequncia das variantes do PGECA e sua relao com a evoluo clnica de pacientes com IC de etiologia no isqumica de uma populao do Rio de Janeiro, utilizando desfechos clnicos, ecocardiogrficos e do Seattle Heart Failure Model (SHFM).Para isso, realizou-se anlise secundria de pronturios de 111 pacientes, acompanhados de forma prospectiva e retrospectiva, alm da anlise gentica com identificao da variante do PGECA e sua classificao. Os pacientes foram acompanhados em mdia por 64,93,9 meses, tinham 59,51,3 (26-89) anos, predomnio do sexo masculino (60,4%) e da cor da pele branca (51,4 %), mas com alta prevalncia de pretos (36 %). A distribuio do PGECA observada foi: 51,4 % DD, 44,1 % DI e apenas 4,5 % II. Hipertenso arterial foi a comorbidade mais frequentemente observada (70,3 %). O tratamento farmacolgico estava bastante otimizado: 98,2 % em uso de betabloqueadores e 89,2 % em uso de inibidores da ECA ou losartana. Nenhuma das caractersticas clnicas ou do tratamento medicamentoso variou entre os grupos. Cerca de metade da coorte (49,5 %) apresentou frao de ejeo de VE (FEVE) ≤35 %. O dimetro sistlico do VE (DSVE) final foi a nica varivel ecocardiogrfica isolada significativamente diferente entre os PGECA: 59,21,8 DD x 52,31,9 DI x 59,25,2 (p=0,029). Quando analisadas de maneira evolutiva, todas as variveis (FEVE, DSVE e DDVE) diferiram de maneira significativa entre os gentipos: p=0,024 para ∆FE, p=0,002 para ∆DSVE e p=0,021 para ∆DDVE. O gentipo DI se associou ao melhor parmetro ecocardiogrfico (aumento de FEVE e diminuio de dimetros de VE), enquanto que o DD e II apresentaram padro inverso. Os valores derivados do SHFM (expectativa de vida, mortalidade em um ano e mortalidade em cinco anos) no variaram de forma significativa entre os gentipos, mas notou-se um padro com o DD associado a piores estimativas, DI a estimativas intermedirias e II a valores mais benignos. No houve diferena significativa entre desfechos clnicos isolados (bitos: p=0,552; internao por IC: p=0,602 e PS por IC: p=0,119) ou combinados (bitos + internao por IC: p=0,559). Na anlise multivariada, o peso alelo D foi preditor independente da variao do DSVE (p=0,023). Em relao aos preditores independentes de bito + internao por IC, foram identificados classe funcional NYHA final (p=0,018), frequncia cardaca final (p=0,026) e uso de furosemida (p=0,041). Em suma, a frequncia allia e das variantes do PGECA foram diferentes da maioria do estudos internacionais. O alelo D foi associado de forma independente pior evoluo ecocardiogrfica. No houve diferenas significativas em relao aos parmetros derivados do SHFM, embora o gentipo II parea estar associado com o melhor perfil clnico. Por ltimo, no houve diferenas em relao aos desfechos clnicos entre os PGECA.
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Este trabalho tem o objetivo de discutir o surgimento e desenvolvimento da noo de qualidade de vida como uma estratgia de avaliao em sade, a partir da trajetria do instrumento de qualidade de vida da Organizao Mundial de Sade, WHOQOL. Atravs de uma perspectiva construcionista foi realizada uma pesquisa bibliogrfica e documental identificando os usos da noo de qualidade de vida nas polticas de sade internacionais e na literatura mdica. A discusso proposta pelo trabalho aponta para as relaes entre os processos de globalizao e o campo da sade como a matriz poltica e cognitiva para o surgimento dos instrumentos de avaliao de qualidade de vida, principalmente a partir de sua perspectiva transcultural. A criao e uso do WHOQOL em seus diversos centros de pesquisa distribudos em 40 pases visam produzir consensos tcnicos e polticos para a construo de sistemas de informao em sade baseada em critrios universais, possibilitando s agncias internacionais, como a OMS, influir globalmente sobre as polticas nacionais de sade.
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Esta pesquisa busca contribuir para a compreenso e as investigaes das polticas curriculares de formao de professores como cincia social, apropriando-se das teorias ps-estruturalistas. Repensa algumas temticas como a hegemonia, o poder, a constituio das identidades docentes nas polticas curriculares, a produo do discurso pedaggico e do discurso curricular na formao de professores. Nas pesquisas sobre polticas de currculo, percebe-se que o foco na formao de professores marca o protagonismo docente, na medida em que esse agente significado como a pea-chave nas mudanas polticas curriculares. O professor identificado como quem ressignifica o conhecimento, dissemina e transforma o discurso poltico-pedaggico nas vrias instncias educacionais. Esse espao ora significado pela omisso de sua atuao ou formao, remetendo a um discurso de culpabilizao docente, ora marcado por um espao de endeusamento e que significa o professor como parceiro nas mudanas e projetos curriculares propostos pelos rgos nacionais e internacionais. Esse movimento de contnua produo de significados um movimento de endereamento de sentidos. Os discursos produzidos nos contextos FHC e Lula convivem com diferentes discursos sociais e culturais que so reinterpretados ao mesmo tempo em que recriam novos discursos. Nessa contnua produo de sentidos, a formao de professores marcada por uma tendncia a naturalizar certos sentidos para o currculo estabelecendo uma interface entre discurso pedaggico e discurso de poltica curricular de formao de professores. A pesquisa apresenta um estudo na temtica da identidade docente, no campo das polticas curriculares, no perodo dos governos Fernando Henrique Cardoso (FHC) e Lula da Silva (Lula), a partir da discusso sobre a formao docente como projeto curricular que busca enderear uma dada identidade, relacionando discurso pedaggico e discurso curricular. A anlise dos documentos feita por meio da ferramenta tecnolgica do programa WordSmith Tools, verso 5, investigando os endereamentos de sentidos para a constituio da identidade docente, bem como o/s sentido/s defendido/s em cada contexto para a formao de professores. A fundamentao terica tem por base o Ciclo de Polticas de Stephen Ball, processos de hibridizao e identidade com Stuart Hall, S. Ball e Rita Frangella, Poltica Curricular com Alice C. Lopes, Elizabeth Macedo, Teoria do Discurso com Ernesto Laclau e Chantal Mouffe e formao de professores com Helena de Freitas, Carlinda Leite e Rosanne Dias. Defende-se que o endereamento de sentidos e a busca por hegemonizar determinados discursos fazem parte de uma luta de poder, de articulaes que constituem sujeitos e contextos e, por isso, produzem processos provisrios e contingentes de constituio de identidades docentes. Entende-se, nessa perspectiva, que no existe uma identidade fixa e universal que possa dar conta de representar o social. A tese apresentada de antagonismo entre os projetos polticos, aqui denominados como FHC e Lula, pois engendram discursos de formao de identidade docente que defendem, ao mesmo tempo em que justificam, a necessidade de mudanas nas polticas curriculares de formao de professores e na significao do discurso pedaggico mais adequado para cada contexto. Contudo, apesar de defenderem diferentes discursos e concepes de identidade docente, acabam por assemelharem-se nas propostas finais por meio dos mecanismos de aferio da qualidade docente pautados em ndices nacionais e internacionais atravs de avaliaes, minimizando dessa forma o antagonismo entre as duas propostas. Conclui-se que h antagonismo entre as duas cadeias discursivas e, ainda que em alguns momentos enfraquecidos por fora de demandas margem do projeto poltico social mais amplo, permanecem antagnicas mesmo que por sutis diferenas
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A energia solar fotovoltaica uma alternativa de energia limpa que est se tornando uma importante opo para se utilizar eletricidade em regies desprovidas de energia eltrica. Um estudo das condies energticas da regio atravs de consulta s concessionrias de energia eltrica (Eletricidade de Moambique - EDM no caso de Moambique) e do Ministrio de Energia do Governo, so fontes importantes de dados para se conhecer o cenrio energtico de cada regio. Outra fonte de dados importante para se estimar o potencial de gerao de energia solar fotovoltaico soos indices de irradiao da regio. Estes podemser obtidos atravs do rgo meteorolgico da regio (INAM no caso de Moambique) que forneceesses dados para as principais cidades atravs de suas estaes meteorolgicas espalhadas na regio. Laboratrios de pesquisa internacionais sooutra importante fonte de dados solarimtricos, pois utilizam satlites capazes de cobrir todo globo terrestre e os dados obtidos so publicados e permitem, a partir das coordenadas do local, identificar a irradiao solar em diversos locais do mundo. Os dados desses laboratrios podem ser comparados com dados de rgos oficiais da regio. Utilizando o banco de dados solarimtricospode-se calcular o potencial fotovoltaico de gerao de energia de cada localizao e tambm definir qual regio seria mais propcia a utilizao de energiasolar fotovoltaica conectada rede.
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Reclamaes contra a sinalizao viria existente no Rio de Janeiro so comuns. A cidade ainda a porta de entrada do Brasil e o destino preferido dos visitantes. Dentro de pouco tempo, o Rio ser palco de importantes eventos esportivos internacionais e h preocupao em como poder a cidade oferecer orientao para os turistas que nela venham a transitar. Este estudo procura saber quais so, de fato, os motivos que justificam as incessantes queixas contra a sinalizao instalada e procura extrair da diretrizes que possam ser aplicadas aos projetos de sistemas de sinalizao que efetivamente resolvam os problemas de orientao dos usurios. Para isso, procurou-se primeiro mapear o contexto histrico em que vem evoluindo a sinalizao de trnsito; em seguida, examinou-se em que implica o desenvolvimento de projetos de sinalizao em geral; para no prximo passo se focar questes da sinalizao de trnsito. Foram feitos dois levantamentos: o primeiro, de entrevistas estruturadas individualizadas com taxistas, que so usurios intensos das vias e da sinalizao. A amostra escolhida foi de 19 taxistas frequentadores da Praa Santos Dumont, localizada na Zona Sul da cidade, e um importante entroncamento de trfego. O segundo envolveu cinco profissionais designers com o perfil de experincia prvia no desenvolvimento de projetos de sistemas de sinalizao. Com esse grupo, a tcnica utilizada foi a de Think Aloud Protocol, atravs da qual cada um desses indivduos foi acompanhado e documentado enquanto dirigia e se orientava pela sinalizao num trajeto que vai desde a citada Praa Santos Dumont at o Estdio do Maracan, situado na Zona Norte da cidade, e que costuma ser um destino preferencial em eventos esportivos. Os resultados das duas pesquisas foram analisados e deles extradas diretrizes que so apresentadas nas Concluses e que objetivam a eficcia do sistema atravs de mensagens claras, textos legveis, posicionamento oportuno e estabilidade formal visando o reconhecimento e o entendimento por parte do usurio.
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Em anos recentes, a temtica energtica vem sendo objeto de barganhas polticas e econmicas na Amrica do Sul. O presente trabalho visou a trazer tal temtica para as Relaes Internacionais, no mbito da Integrao Regional, com nfase no papel do Brasil em suas relaes internacionais com os vizinhos sul-americanos, no recorte temporal 2000-2010. Argumentou-se que o Brasil vem buscando a integrao energtica relacionada infraestrutura na Amrica do Sul com vistas promoo do seu desenvolvimento. O desenvolvimento regional est conectado com o nacional. O Brasil tambm teve como objetivo garantir a estabilidade regional. Trabalhou-se com o conceito de integrao energtica definido como a constituio de ativos comuns permanentes entre os pases. Ademais, as iniciativas dos processos integracionistas em energia foram analisadas com foco na IIRSA, iniciativa at ento indita. Posteriormente, a IIRSA foi reestruturada e incorporada UNASUL e um novo e exclusivo Conselho para assuntos energticos foi criado. A OLADE e o MERCOSUL tambm entraram no debate, de forma breve, a fim de contextualizar a energia como fator vital para o desenvolvimento regional antes dos anos 2000. Os setores potenciais para a integrao energtica sul-americana foram os de gs natural e hidroeletricidade com base na definio proposta na presente pesquisa.