Impacto dos polimorfismos genéticos da enzima conversora de angiotensina sobre desfechos clínicos e ecocardiográficos em pacientes com insuficiência cardíaca não isquêmica
Contribuinte(s) |
Andréa Araujo Brandão Ricardo Mourilhe Rocha Maria Eliane Campos Magalhães Dayse Aparecida da Silva Fernando Bacal |
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Data(s) |
04/06/2013
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Resumo |
O papel dos polimorfismos genéticos da ECA (PGECA) na insuficiência cardíaca (IC) como preditor de desfechos clínicos e ecocardiográficos ainda não está estabelecido. É necessário identificar o perfil genotípico local para se observar se o impacto clínico desses genótipos é igual entre populações estrangeiras e a brasileira. O objetivo deste trabalho foi determinar a frequência das variantes do PGECA e sua relação com a evolução clínica de pacientes com IC de etiologia não isquêmica de uma população do Rio de Janeiro, utilizando desfechos clínicos, ecocardiográficos e do Seattle Heart Failure Model (SHFM).Para isso, realizou-se análise secundária de prontuários de 111 pacientes, acompanhados de forma prospectiva e retrospectiva, além da análise genética com identificação da variante do PGECA e sua classificação. Os pacientes foram acompanhados em média por 64,93,9 meses, tinham 59,51,3 (26-89) anos, predomínio do sexo masculino (60,4%) e da cor da pele branca (51,4 %), mas com alta prevalência de pretos (36 %). A distribuição do PGECA observada foi: 51,4 % DD, 44,1 % DI e apenas 4,5 % II. Hipertensão arterial foi a comorbidade mais frequentemente observada (70,3 %). O tratamento farmacológico estava bastante otimizado: 98,2 % em uso de betabloqueadores e 89,2 % em uso de inibidores da ECA ou losartana. Nenhuma das características clínicas ou do tratamento medicamentoso variou entre os grupos. Cerca de metade da coorte (49,5 %) apresentou fração de ejeção de VE (FEVE) ≤35 %. O diâmetro sistólico do VE (DSVE) final foi a única variável ecocardiográfica isolada significativamente diferente entre os PGECA: 59,21,8 DD x 52,31,9 DI x 59,25,2 (p=0,029). Quando analisadas de maneira evolutiva, todas as variáveis (FEVE, DSVE e DDVE) diferiram de maneira significativa entre os genótipos: p=0,024 para ∆FE, p=0,002 para ∆DSVE e p=0,021 para ∆DDVE. O genótipo DI se associou ao melhor parâmetro ecocardiográfico (aumento de FEVE e diminuição de diâmetros de VE), enquanto que o DD e II apresentaram padrão inverso. Os valores derivados do SHFM (expectativa de vida, mortalidade em um ano e mortalidade em cinco anos) não variaram de forma significativa entre os genótipos, mas notou-se um padrão com o DD associado a piores estimativas, DI a estimativas intermediárias e II a valores mais benignos. Não houve diferença significativa entre desfechos clínicos isolados (óbitos: p=0,552; internação por IC: p=0,602 e PS por IC: p=0,119) ou combinados (óbitos + internação por IC: p=0,559). Na análise multivariada, o peso alelo D foi preditor independente da variação do DSVE (p=0,023). Em relação aos preditores independentes de óbito + internação por IC, foram identificados classe funcional NYHA final (p=0,018), frequência cardíaca final (p=0,026) e uso de furosemida (p=0,041). Em suma, a frequência alélia e das variantes do PGECA foram diferentes da maioria do estudos internacionais. O alelo D foi associado de forma independente à pior evolução ecocardiográfica. Não houve diferenças significativas em relação aos parâmetros derivados do SHFM, embora o genótipo II pareça estar associado com o melhor perfil clínico. Por último, não houve diferenças em relação aos desfechos clínicos entre os PGECA. The role of angiotensin-converting enzyme polymorphisms (ACEGP) has not yet been established as predictors of clinical outcomes in Heart Failure (HF). The local genotype profile must be identified in order to discover whether the clinical impact of these genotypes is the same in the Brazilian and foreign populations. The objective was to define the frequency of ACEGP variants and its relationship with the clinical progress of HF patients with non-ischemic etiology for a population in Rio de Janeiro, using clinical outcomes, echocardiogram parameters and the Seattle Heart Failure Model (SHFM). The medical records of 111 patients monitored prospectively and retrospectively were studied through a secondary data analysis, in addition to a genetic analysis with identification of the ACEGP variant and its classification. Aged 59.51.3 (26-89) years old, the patients were followed for an average of 64.93.9 months, mainly men (60.4%) and white (51.4%), but with a high prevalence of black (36 %). The observed ACEGP distribution was: 51.4% DD, 44.1% DI and only 4.5% II. High blood Arterial Hypertension was the co- morbidity most frequently observed (70.3%). Pharmacological treatment was highly optimized: 98.2% were taking beta blockers and 89.2% were taking ACE inhibitors or losartan. There was no significant difference in clinical characteristics or medical treatment among the groups. Almost half the cohort (49.5%) presented a left ventricular ejection fraction (LVEF) of ≤35%. The final left ventricular systolic diameter (LVSD) was the only isolated echo-cardiographic variable that differed significantly among the ACEGP: 59.21.8 DD x 52.31.9 DI x 59.25.2 (p=0.029). When final and initial echocardiograms were compared, the variation of these variables (LVEF, LVSD and LVDD) differed significantly among the genotypes: p=0.024 for ∆EF, p=0.002 for ∆LVSD and p=0.021 for ∆LVDD. The DI genotype was associated with the best echocardiographic pattern (increased LVEF and smaller LV diameters), while DD and II presented an inverse pattern. The values derived from the SHFM (life expectancy, one-year mortality and five-years mortality) did not vary significantly among the genotypes, although a pattern was noted for DD associated with poorer estimates, intermediate DI estimates and II with the most benign values. There were no significant differences among clinical outcomes separately (deaths: p=0.552; hospitalization for HF: p=0.602 and emergency room visits for HF: p=0.119) or combined (deaths + hospitalization for HF: p=0.559). In the multivariate analysis, each copy of the D allele, was a predictor for LVSD change (p=0.023). In terms of independent predictors of death and hospitalization for HF, the following were identified: final functional class NYHA (p=0.018), final heart rate (p=0.026) and use of furosemide (p=0.041). Hence, the allele and ACEGP frequency differed from most of the international studies. The D allele was associated independently with the worst evolutive echocardiogram pattern. There were no statistically significant differences in terms of SHFM-based parameters, although genotype II seems to be associated with the best clinical profile. Finally, there were no differences in terms of the clinical outcomes among the ACEGP. |
Formato |
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Identificador |
http://www.bdtd.uerj.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=7514 |
Idioma(s) |
pt |
Publicador |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ |
Direitos |
Liberar o conteúdo dos arquivos para acesso público |
Palavras-Chave | #Insuficiência cardíaca #Polimorfismo genético #Enzima conversora da angiotensina #Heart failure. Genetic polymorphism. Angiotensin-converting enzyme #GENETICA HUMANA E MEDICA #Insuficiência cardíaca Teses #Polimorfismo (Genética) Teses #Enzima conversora da angiotensina Teses |
Tipo |
Eletronic Thesis or Dissertation Tese ou Dissertação Eletrônica |