813 resultados para Religiões - Historiografia
Resumo:
A argumentação centra-se na história da produção cenográfica da segunda metade do século XIX em Portugal, propondo um tratamento teórico mais abrangente, que desloque o enfoque analítico da peça de arte em si ou do carácter efémero e global da espectacularidade que tem merecido alguma atenção da historiografia contemporânea, para uma escala de cultura visual ou mesmo de visualidade, no sentido mais dilatado destas expressões. Discutindo essencialmente a problemática em torno da imagem teatral como produto do mundo oitocentista analisa-se o potencial cognitivo da série cenográfica na sua capacidade de representação e apropriações ideológicas. Para esta dialéctica concorrem as repercussões epocais do espectáculo, designadamente na regulação da vida social, na mediação de processos económicos, no combate político, e sobretudo, em modelos de percepção artística fundados nos convencionalismos cenográficos como acontece, por exemplo, na produção decorativa e arquitectónica integradas num particular campo visual ou na teatralidade actuante dos edifícios, cuja essência, em todos os casos, é devedora de uma cultura paradoxalmente centrada nos limites da caixa cénica e na infinitude emotiva do espectacular.
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Walter Benjamin é uma referência com a qual se esbarra em inúmeros textos sobre modernidade e arte contemporânea. Os autores norte-americanos da escola de Nova Iorque consolidaram-se como uma das mais influentes fontes para a sua divulgação, propagando a utilização dos seus conceitos nas universidades e no espaço crítico. Os fundadores e discípulos da revista October (MIT Press, criada em 1976 por Rosalind Krauss e Annette Michelson) tiveram um papel fundamental na mudança do discurso da história da arte contemporânea mais recente, obrigando a repensar uma série de propostas artísticas (quase sempre ocidentais) desde o início do século xx à luz de novas concepções de história e do objecto da história da arte, e marcadas pelo estruturalismo e pós-estruturalismo francês. Mas também marcadas por Walter Benjamin. Procurar-se-á neste artigo analisar como a instauração de um «paradigma da cópia» para entender a arte do século XX, por reacção ao modernismo de Clement Greenberg, contribuiu para a disseminação de conceitos de Walter Benjamin no discurso historiográfico. A autora em foco será Rosalind Krauss, pilar da reformulação da historiografia da arte de uma forma que muito tem influenciado as abordagens internacionais, teóricas, críticas e históricas, da arte do século XX.
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A presente perspetiva propõe-se oferecer uma visão do academismo português e da teoria e prática escultórica de Oitocentos – em particular das referências internacionais que concorreram para a sua definição – a partir da revisão do papel central de Francisco de Assis Rodrigues (1801-1887). Primeiro professor de escultura da Academia de Belas Artes de Lisboa e mais tarde Diretor Geral da Instituição, este escultor foi considerado pela historiografia um artista desatento à realidade do seu tempo e totalmente desatualizado. Da reconfiguração da sua posição no contexto cultural e artístico português de Oitocentos, resulta, no entanto, o reconhecimento do carácter moderno do seu pensamento e da sua atenção às discussões que decorriam nos meios artísticos internacionais. Esta abordagem permite questionar a desvalorização que historiograficamente tem sido aceite dos ecos internacionais na arte portuguesa de Oitocentos (habitualmente considerados tardios e mal compreendidos) e suscitar novas discussões em torno da presença e do significado dessas referências.
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Nas últimas décadas, as ciências sociais e humanas têm despertado para a acção modeladora das estruturas sobre a percepção humana. O debate académico sobre o relativismo cultural dos modelos de percepção tem levado investigadores das várias áreas a debruçarem-se sobre o estudo dos sentidos. Correntes disciplinares como a antropologia ou história dos sentidos vêm sintetizando a dimensão estrutural e fenomenológica, a partir da compreensão do carácter biológico e cultural da experiência sensorial. Nesse sentido, tem emergido uma nova história da arte que contraria as últimas décadas de predomínio da linguística e semiótica, em função da compreensão da performance das imagens ligada à percepção sensorial. Questiona-se o totalitarismo que o método iconográfico/iconológico de Panofsky tem encontrado na historiografia da arte, a partir da ideia de que as imagens antes de um significado são uma acção, antes de uma função são um uso.
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Com esta investigação pretende-se caracterizar a relação indissociável entre História e Fotografia, reconhecendo as múltiplas formas de manipulação e respectivos mecanismos de hierarquização de poder, que não apenas determinam o desenvolvimento da sua produção, arquivo e recepção, como desvendam uma constelação de ligações disciplinares, técnicas e políticas que potenciam e moldam o seu sentido. Esta problemática é analisada no contexto português, a partir das práticas de exposição, publicação e colecção fotográfica e consequente ajuste do discurso teórico e crítico nas décadas de 1980 e 1990, adoptando como eixo de pesquisa o trabalho de investigação e historiografia desenvolvido entre 1973 e 1998 por António Sena e, especificamente, o modo como aplica a História (de um meio) como hiperdocumento. O filme Olho de Vidro, uma História da Fotografia (1982), realizado por António Sena e Margarida Gil, as iniciativas fotográficas desenvolvidas pela associação ether/vale tudo menos tirar olhos entre 1982 e 1994, a criação da base de dados Luzitânia/ ether pix database e as publicações Uma História de Fotografia (1991) e História da Imagem Fotográfica em Portugal, 1839-1997 (1998) da autoria de António Sena, formam o corpus do nosso estudo de caso.
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Esta comunicação enquadra-se num estudo em curso no âmbito de uma rede nacional em que participam o Alto Comissariado para as Migrações (ACM) e várias Instituições de Ensino Superior (IES) portuguesas, designada Rede de Ensino Superior em Mediação Intercultural (RESMI). Esta rede surge da constatação da importância da prossecução de políticas de apoio ao acolhimento e integração de migrantes, da promoção do diálogo entre diversas culturas, etnias e religiões e da necessidade de formação e investigação no âmbito da Mediação Intercultural.
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Dissertação de mestrado em Arqueologia
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Dissertação de mestrado em Sociologia (área de especialização em Organizações e Trabalho)
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A divulgação da espiritualidade através dos movimentos sociais da Nova Era está a desencadear a transformação dialética do indivíduo num sentido profundo de união com o cosmos. Com o desenvolvimento tecnológico, a internet revolucionou o modo de disseminação da informação ao facultar livremente o acesso a conteúdos sobre a filosofia oriental na base destes movimentos. No contexto de rutura com o modelo cultural judaico-cristão, os indivíduos reconheceram nestas filosofias os modos de sentir para os quais, até então, não tinham obtido qualquer esclarecimento. Paralelamente, assiste-se à modificação do paradigma cultural regido pelas religiões tradicionais para a emergência do paradigma ecológico centrado na ética e na espiritualidade. Atualmente, em Portugal, o fenómeno social tem evidenciado ruturas nas práticas culturais dos indivíduos. A cultura da Nova Era exalta o rompimento com os modelos tradicionais e exalta a luz como signo e símbolo de uma nova era cultural. O clima ideológico criado pelos iluministas e potenciado pela Revolução Francesa parece estar a (re)emergir na cultura ocidental, em plena pós-modernidade, à luz de ideais reconfiguradas na espiritualidade, na noção de unidade, de religação com o cosmos, dos quais falam diversos autores como Boff, Giddens entre outros. A ideia da espiritualidade, da transcendência humana, do domínio interestelar do qual falam os movimentos espirituais da Nova Era está presente em diversos domínios da cultura pós-moderna. A ideia de luz surge como signo, sentido e simbologia principal, é a palavra mais amplamente difundida na cultura New Age. É deste modo que, por exemplo, a cocriação preenche o signo da luz repleto de sentidos, como ideia de exaltação da busca por uma espiritualidade simbolicamente individual e que se (re)cocria socialmente sob o signo principal da luz. O significado de luz e de espiritualidade do qual falam os movimentos espiritualistas tem merecido amplo destaque na publicidade, reproduzindo os sentidos de luminosidade que difundem os movimentos da Nova Era. Frequentemente, encontram-se inúmeras destas referências simbólicas em produtos e subprodutos culturais que nos circundam. Em certa medida, o individualismo reinventa-se através da espiritualidade dos tempos deste novo século. Ou seja, revela-se na espiritualidade voltada para si próprio, na busca do seu “eu” interno, na procura da essência de si mesmo.
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El treball analitza la historiografia existent sobre les institucions hospitalàries com a espai de medicalització des de la segona meitat del s. XX. La finalitat és estudiar de quina manera diverses tendències historiogràfiques han percebut l’hospital com a espai de creació i difusió de coneixement científic. S'ha atorgat particular interès a les visions sobre el seu rol en la transformació de la medicina occidental i també als factors aliens a la medicina que, segons alguns historiadors, han, valgui la paradoxa, contribuït a transformar l’hospital en una institució mèdica.
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El treball analitza la tradició del gènere biogràfic dins la historiografia mèdica, iniciada amb el model biobibliogràfic i continuada amb les grans figures de la medicina, que entrà en crisi amb la història social de la medicina. Es plantegen les utilitats actuals del gènere biogràfic i si és possible escriure biografies mèdiques no desconnectades dels nous corrents historiogràfics.
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Text introductori de la ponència titulada "Tendències historiogràfiques de la medicina a les portes del segle XXI” presentada en el marc del XIII Congrés d’Història de la Medicina Catalana (La Canonja, 2004). S’introdueixen les sis contribucions que integraren la ponència i s’exposen algunes reflexions de caire general sobre la situació actual dins la tradició historiogràfica de la ciència i de la medicina.
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El recurs als professionals sanitaris es sols una part de totes aquelles iniciatives, actuacions o creences que els nostres avantpassats van desenvolupar per conservar o millorar la salut, prevenir la malaltia o recuperar la salut. El recurs a altres tipus d'instàncies assistencials o terapèutiques, que es coneix com "pluralisme assistencial", sol ser la norma més que l'excepció. Per a enfocar adequadament aquest problema, cal centrar la indagació històrica sobre aquells -les persones malaltes o sanes- que volien i buscaven la salut. Aquests tipus d'acostaments pretenen tenir en compte totes les possibilitats a les quals es va recórrer en el passat per tal d'afrontar els problemes de salut.
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Hacia fines del siglo XX, en Latinoamérica se publica una gran producción de novelas calificadas como históricas, notable cuantitativa y cualitativamente. Sus novedosas propuestas y las diferencias que guarda respecto a las características tradicionales del género, provocan un cuestionamiento crítico respecto a la categoría de novela histórica. En general, las producciones recientes problematizan las posibilidades del conocimiento histórico, como también las posibilidades del lenguaje para expresar ese conocimiento. Además, contienen una fuerte crítica hacia el discurso historiográfico oficial y recurren a la historia, no como producto acabado o dato, sino como procedimiento narrativo y cognoscitivo. Esto les permite trascender la referencia histórica local –sin excluirla – para remitir de manera más amplia a la historiografía y a la historia como portadores de la verdad sobre el pasado. La investigación analiza un corpus de novelas argentinas de finales del siglo pasado indagando los conceptos de historia y ficción propuestos por los textos.
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Aquest treball de recerca del doctorand Bartomeu Martínez Oliver titulat Art i Església a la Mallorca del segle XVI a través de les visites pastorals del bisbe Joan Vic i Manrique (1573-1604) és innovador pel tema, però també per l’enfocament metodològic, ja que obre noves vies per conèixer millor l’art eclesiàstic, en el seu cas de Mallorca al tombant del segle XVII, mitjançant l’anàlisi rigorós de les visites pastorals del bisbe Joan Vic i Manrique conservades a l’arxiu diocesà de Mallorca. Bartomeu Martínez Oliver centra l’interés en la personalitat d’un prelat extraordinari que governà la diòcesi de mallorquina durant més de trenta anys. A més de l’enèrgica aplicació dels principis reformadors del Concili de Trento (1545-1563), aquest bisbe valencià (que gaudia d’una conspícua cultura, no debades era nét de Jeroni Vich i Vallterra, ambaixador de Ferran el Catòlic a Roma i important col•leccionista de pintura renaixentista) va ser l’introductor de noves devocions a l’illa, per exemple la Immaculada Concepció, i va afavorir els intercanvis artístics entre Mallorca i València. Finalment, dins la novetat del tema a Mallorca, cal dir que la investigació de Bartomeu Martínez connecta amb les investigacions sobre el pontificat immediatament anterior del bisbe Diego de Arnedo (1562-1572) i també, amb els treballs que s’han fet en altres diòcesis de l’Estat espanyol, i específicament a Catalunya. En aquest sentit, aquell treball de recerca ampliarà el coneixement real de l’aplicació conciliar que ha suscitat molts de tòpics dins la historiografia