958 resultados para População em Situação de Rua
Resumo:
Com uma notificao de 71 mil casos e 4.800 bitos no Brasil, em 2010, a tuberculose foi a terceira causa de mortalidade dentre as doenas infecciosas. Objetivando avaliar a situação da tuberculose no Estado de Mato Grosso do Sul, foi elaborada a presente pesquisa. Realizou-se um estudo ecolgico, a partir do Sistema de Informao de Agravos de Notificao (Sinan), tendo sido calculadas taxas de incidncia de tuberculose pulmonar, para variveis scio-demogrficas e propores para outras variveis selecionadas. A fonte de informao sobre a População Privada de Liberdade (PPL) foi o Ministrio da Justia. Comparaes internas foram realizadas no primeiro artigo; comparaes dos resultados obtidos para PPL com a população geral do estado, no segundo artigo; e, resultados obtido para a população das reas de fronteira foram comparados com as populaes residentes em outras reas do estado, no terceiro artigo. Observou-se uma taxa de incidncia anual mdia de 39 casos na população geral do Estado de Mato Grosso do Sul, e, entre os PPL, uma taxa de 978 casos de tuberculose pulmonar por 100.000 habitantes-ano, 25,4 (IC 95%: 22,5-28,1) vezes a taxa para a população geral. Observou-se, ainda, entre a população indgena do estado, um taxa de 244 casos, com um risco relativo de 7,32 (IC 95%: 6,1-8,8) na comparao com a população geral do estado. Na rea de fronteira com o Paraguai, pde ser observada uma taxa de 50 casos, e, na fronteira com a Bolvia, uma taxa de 84 casos por 100.000 habitantes-ano, correspondentes a riscos relativos de 2,16 (IC 95%: 2,01-2,33) e 1,28 (1,19-1,37), para as reas de fronteira com o Paraguai e a Bolvia, respectivamente, ao se comparar com a população global do Estado de Mato Grosso do Sul. Conclui-se que o Programa de Controle de Tuberculose no Estado de Mato Grosso do Sul precisa de reformulao e novas estratgias, incluindo inquritos para deteco precoce em população privada de liberdade e um observatrio de sade para as reas de fronteira do estado, alm de outras medidas de controle, ainda a serem discutidas, definidas, e implantadas para um maior controle da endemia em nosso meio.
Resumo:
Esta tese pretende contribuir para o desenvolvimento de respostas pblicas rumo diminuio do impacto do HIV/Aids nos campos, econmico, poltico e social tanto no nvel coletivo quanto no individual. Discute aspectos torico-conceituais das noes de risco e vulnerabilidade, mostrando que a atual aplicao e apropriao dessas noes na resposta essa epidemia dificulta o reconhecimento dos problemas adicionais enfrentados aps o diagnstico. Apresenta as diversas formas de pobreza, desigualdade e excluso a partir dos indicadores sociais comumente usados e respectivas lgicas construtivas. Questiona as afirmaes recentes sobre a queda da desigualdade, da pobreza e da indigncia no pas; e considera que a desigualdade e a excluso que afetam a população em geral a mesma a afetar pessoas que vivem com HIV/Aids. Porm, aponta a existncia de vulnerabilidade potencial, conceito desenvolvido nesta tese, na ausncia de rede de suporte social. Para identificar e inferir sobre o que ocorre nas vidas das pessoas que vivem em situação de desigualdade ou excluso aps a infeco pelo HIV utiliza dados coletados em pesquisa de survey, discursos, estrias e memrias de casos reais da prtica profissional desta autora. O objetivo desta tese demonstrar que o conceito de vulnerabilidade aplicado aps o diagnstico importante ferramenta para reconhecer e intervir sobre as dificuldades e problemas adicionais enfrentados. Ressalta a evoluo da resposta brasileira essa epidemia e demonstra as lacunas existentes como desafios a seu aperfeioamento. Conclui que o reconhecimento dos problemas adicionais aps o diagnstico e o uso do conceito de vulnerabilidade potencial abre novas possibilidades de enfrentamento do HIV/Aids e exige respostas pblicas interligadas e intersetoriais.
Resumo:
O envelhecimento populacional um fenmeno mundial, assim como o predomnio de mortes por doenas cardiovasculares. Estudos demonstram que o envelhecimento acarreta aumento da rigidez vascular e perturbaes na reatividade macrovascular. O presente estudo comparou a microcirculao deste processo com adultos jovens atravs da pletismografia de ocluso venosa (POV) e da videocapilaroscopia do leito periungueal (VC). Para isto, desenvolveu-se um estudo transversal com dois grupos: idade entre 18 e 30 anos (n=16) e outro grupo com idade igual ou superior a 60 anos (n=21), alm da subdiviso deste grupo em trs subgrupos: idosas saudveis (n=8), idosas em tratamento de hipertenso arterial (IDHAS,n=6) e idosas em tratamento de dislipidemia (IDDIS,n=6). Foram realizadas avaliaes clnica, antropomtrica, bioqumica e microcirculatria. Como resultados, a VC mostrou aumento dos dimetros capilares aferente, apical e eferente e reduo da relao velocidade mxima/ velocidade basal de deslocamento de hemcias para grupo de idosas e todos os subgrupos. A POV revelou diminuio da vasodilatao endotlio-dependente em todos os grupos estudados e a vasodilatao endotlio-independente alterou-se apenas em IDHAS e IDDIS. Como concluses houve, no envelhecimento, alteraes estruturais e funcionais da microcirculao assim como reduo da vasodilatao endotlio-dependente. A vasodilatao endotlio-independente manteve-se inalterada, indicando que a clula muscular lisa da parede vascular permanece preservada, porm sofre alteraes nos grupos IDHAS e IDDIS.
Resumo:
Esta dissertao pretende estimar a prevalncia de sintomas depressivos em idosos segundo trs nveis de complexidade de ateno sade e estudar a co-ocorrncia de sintomas depressivos e incapacidade funcional. No Brasil, a transio demogrfica ocorreu de forma rpida e explosiva. medida que o nmero de idosos cresce ocorre o aumento da prevalncia de doenas crnicas e suas complicaes. A habilidade funcional pode ser vista como uma medida de resumo do impacto geral das condies mdicas no contexto do ambiente e do sistema de apoio social do indivduo, e deve ser uma considerao importante em qualquer planejamento de sade. Uma enfermidade associada a elevado grau de incapacidade funcional a depresso. Entre os agravos de sade mental, a depresso um dos mais comuns e importantes problemas psiquitricos entre indivduos idosos. Trata-se de estudo transversal com tamanho amostral de 643 idosos com idade de 65 ou mais anos selecionados aleatoriamente e usurios de trs servios pblicos de sade com nveis crescentes de complexidade (primrio, secundrio e tercirio). A prevalncia de sintomas depressivos foi estimada a partir da EDG-15, j traduzida e validada para uso no Brasil. O nvel de estado funcional foi definido conforme os escores dos instrumentos SF-36 e HAQ. A prevalncia de sintomas depressivos na amostra total foi de 45,2% (IC=41,1 49,3). Estratificando por unidade, a prevalncia foi de 35,3% no nvel primrio, 47,6% no nvel secundrio e 51,7% no nvel tercirio (p=0,004). As prevalncias encontradas foram altas nos trs nveis de complexidade de atendimento, inclusive na população de idosos da unidade bsica de sade, apesar de serem idosos mais independentes e mais saudveis. A prevalncia geral de sintomas depressivos aumentou medida que o grau de incapacidade funcional tambm aumentou. A busca ativa por idosos com sintomas depressivos importante em todos os nveis de complexidade de atendimento do sistema de sade.
Resumo:
Em 2008, a partir da Portaria 1707 do Ministrio da Sade, foi institudo no mbito do Sistema nico de Sade o Processo Transexualizador que estabeleceu as bases para a regulao do acesso de transexuais aos programas para realizar os procedimentos de transgenitalizao. Esta Portaria, que tem como base o reconhecimento de que a orientao sexual e a identidade de gnero so determinantes da situação de sade e que o mal-estar e sentimento de inadaptao por referncia ao sexo anatmico do transexual devem ser abordados dentro da integralidade da ateno preconizada pelo SUS, significou avanos expressivos na legitimao da demanda de transexuais por redesignao sexual e facilitou o acesso dessa população assistncia de sade. Embora a proposta da ateno a transexuais instituda no Brasil seja a de uma poltica de sade integral que ultrapassa a questo cirrgica e considera fatores psicossociais desta experincia, possvel observar que a mesma est baseada em um modelo biomdico que considera a transexualidade um transtorno mental cujo diagnstico condio de acesso ao cuidado e o tratamento est orientado para a realizao da cirurgia de redesignao sexual. Nesse sentido, apenas os sujeitos que se enquadram na categoria nosolgica de Transtorno de Identidade de Gnero e, consequentemente, expressam o desejo de adequar seu corpo ao gnero com o qual se identificam por meio de modificaes corporais tm seu direito assistncia mdica garantido. Diante disso, considerando que no Brasil a ateno a transexuais est absolutamente condicionada a um diagnstico psiquitrico que, ao mesmo tempo em que legitima a demanda por redesignao sexual e viabiliza o acesso a cuidados de sade um vetor de patologizao e de estigma que restringe o direito ateno mdica e limita a autonomia, o presente estudo pretende discutir os desafios da despatologizao da transexualidade para a gesto de polticas pblicas para a população transexual no pas. A partir de uma pesquisa sobre as questes histricas, polticas e sociais que definiram a transexualidade como um transtorno mental e dos processos que associaram a regulamentao do acesso aos servios de sade ao diagnstico de transexualismo, espera-se problematizar o atual modelo de assistncia a pessoas trans e construir novas perspectivas para a construo de polticas inclusivas e abrangentes que garantam o direito a sade e o exerccio da autonomia para pessoas trans.
Resumo:
A epidemia de HIV/AIDS, pelo seu histrico, de natureza mutvel em vrios contextos sociais em todo o mundo. Desde a notificao dos primeiros casos at hoje, observa-se um curso diferenciado no decorrer do tempo, tanto no campo social como na biomedicina, o que a torna um problema passvel de controle a longo prazo. Essas mudanas, entretanto, no so percebidas de igual maneira em todos os pases ou regies. Devido a vrios fatores, a epidemia persiste como uma das dez primeiras causas de morte no mundo, sendo a primeira delas na frica. No Brasil, o perfil da epidemia assemelha-se ao global, tendendo a diminuir/estabilizar a velocidade do surgimento de novos casos. Essa conteno deve-se ao impacto de aes preventivas desenvolvidas por iniciativas governamentais e no governamentais no sentido de promover prticas sexuais mais seguras. Neste mesmo contexto, algumas anlises espaciais revelam transies demogrficas da epidemia de HIV/AIDS nos anos mais recentes. H mudanas e desigualdades na razo de sexo em diferentes condies sociodemogrficas e do ponto de vista geracional. Em razo disso, este trabalho justifica-se pela necessidade de analisar as mudanas na razo de sexo, fornecendo informaes importantes para o planejamento e poltica de preveno no tratamento da AIDS, tendo em vista a vulnerabilidade da população feminina. O objetivo principal desta pesquisa analisar diferenas histricas, espaciais e sociais da razo de sexo e idade na população internada pelo SUS em consequncia da infeco pelo HIV no perodo de 1998 a 2009. Trata-se de um estudo descritivo e ecolgico das diferenas histricas, espaciais e por grupos de idade na Razo de Sexo abrangendo tambm uma anlise da Regresso Linear Mltipla das variveis. Foram utilizados os dados do Sistema de Informaes Hospitalares do SUS-SIH/SUS - DATASUS/MS, como fonte de informao para os casos de AIDS internados no perodo de 1998 a 2009. Foram considerados casos com idade compreendida entre 15 e 49 anos, bem como estratificados e analisados dados gerados nas microrregies, a fim de homogeneizar as informaes dentro de cada estrato com dados do censo de 2000. As variveis independentes foram representadas pelos seguintes indicadores (fatores de vulnerabilidade): a) percentagem da população rural residente na regio; b) tamanho da população da microrregio, para testar se o tamanho da população est associado razo de sexo por HIV e c) percentagem da população de 15 a 49 anos de idade no alfabetizada. Nos resultados possvel notar que em quase todas as regies h um aumento considervel do nmero de mulheres infectadas pelo HIV, o que leva deduo da presena de um processo de feminizao, atrelado heterossexualizao da epidemia. Os resultados do estudo apontam que a epidemia de HIV/AIDS tende a atingir indiscriminadamente as regies Nordeste, Sul e Sudeste, especialmente as duas ltimas. Esta constatao de que, em anos recentes, as mulheres vm sendo infectadas em propores maiores que os homens, corrobora o processo de feminizao da AIDS, j anunciado por alguns autores.
Resumo:
Trata-se de uma de pesquisa de carter qualitativo, descritivo e exploratrio, com abordagem fenomenolgica, proposta por Paterson e Zderad. Esta pesquisa tem como objetivo geral: compreender a dimenso existencial do idoso em situação de hospitalizao. E como objetivos especficos: descrever a percepo do idoso acerca do ambiente que o cerca. Entender a partir da tica do idoso, quais so as melhores ferramentas para o estabelecimento de inter-relaes com a equipe de enfermagem. E analisar o processo de cuidar a partir da perspectiva de Paterson e Zderad. Os sujeitos da pesquisa foram quinze idosos hospitalizados nos setores de clnica mdica e cirrgica e a unidade intermediria. O cenrio foi um hospital pblico do interior do Estado do Rio de Janeiro. A coleta de dados aconteceu durante o ano de 2011, em um municpio que integra a Regio dos Lagos. A tcnica utilizada para a coleta de dados foi a entrevista no dirigida. Emergiram deste estudo oito categorias: ambiente hospitalar; enfermagem; acompanhantes; o que incomoda; agradecimentos; aprendizado e troca; religiosidade/espiritualidade; conselhos dos idosos para a equipe de enfermagem e imagem corporal. Espera-se que o presente estudo seja uma ferramenta para a melhoria da assistncia de enfermagem aos idosos que vivenciam o processo de internao hospitalar, j que esta população possui caractersticas, especificidades e necessidades prprias, sendo seres singulares, com potencial de vir-a-ser, e necessitando do outro para a sua auto-realizao.
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O objetivo principal desta Dissertao foi avaliar as relaes entre a Violncia Fsica entre Parceiros ntimos (VFPI) nos primeiros seis meses aps o parto e a utilizao de servios de sade entre crianas menores de seis meses de idade. Para estudar o construto utilizao de servios de sade utilizou-se o momento de incio do acompanhamento e o nmero de consultas da criana em Unidades Bsicas de Sade (UBS). Adicionalmente, estimou-se a prevalncia de VFPI nos primeiros seis meses aps o parto entre mes de crianas desta faixa etria assistidas nas UBS do Rio de Janeiro. As informaes que subjazem a pesquisa originaram-se de um estudo transversal realizado em 27 UBS do Municpio do Rio de Janeiro, entre junho e setembro de 2007. A população de estudo foi selecionada por meio de amostragem por conglomerado em dois estgios. As UBS unidades primrias de amostragem foram amostradas com probabilidade de seleo proporcional ao volume de consultas peditricas realizadas conduzindo a uma amostra geograficamente representativa do municpio. As crianas unidades secundrias de amostragem foram selecionadas de forma sistemtica, obedecendo ordem de sada das consultas. A amostra incluiu 927 crianas nos primeiros seis meses de vida cujas mes relataram ter companheiro na ocasio da entrevista dentre aquelas que buscaram consulta peditrica ou de puericultura. As informaes foram obtidas por meio de entrevista com a me da criana utilizando-se um questionrio estruturado, contendo escalas previamente validadas, como a Revised Conflict Tatics Scales (CTS2) para a mensurao da VFPI. O artigo inicial apresenta a prevalncia de VFPI nos primeiros seis meses aps o parto na população estudada e em certos subgrupos de acordo com caractersticas sociodemogrficas e de sade de mes e bebs. Elevadas frequncias de violncia conjugal foram evidenciadas, em especial entre mes em situação socioeconmica desfavorvel e que apresentavam falhas no cuidado pr-natal, na amamentao e na utilizao do servio de sade. Os outros dois artigos apontam que a VFPI aps o parto apresenta um srio risco ao acompanhamento regular da criana nos servios de sade. O segundo artigo revelou que a VFPI um fator de risco independente para o incio tardio do acompanhamento da criana em UBS em mulheres que possuam emprego informal ou no trabalhavam e entre aquelas que no haviam realizado um adequado acompanhamento pr-natal. J o terceiro artigo mostrou que a VFPI aumenta o risco de crianas filhas de mes que no exerciam trabalho remunerado aps o parto terem um nmero de consultas aqum do esperado para a idade nos seus primeiros seis meses de vida. Espera-se que a divulgao dos resultados desta Dissertao possa contribuir para aumentar a sensibilizao de profissionais de sade e dos planejadores de polticas pblicas do Setor Sade para a importncia de aes de combate violncia e, assim, colaborar para a promoo da sade no seu sentido mais amplo.
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O presente trabalho teve como objetivos verificar a possvel associao entre violncia intrafamiliar sofrida por adolescentes e estado nutricional. Foram investigadas as prevalncias de agresso verbal, violncias fsica, abuso psicolgico e de estado nutricional inadequado dos adolescentes. Para tanto, foi realizado um estudo observacional de corte transversal numa amostra de 201 adolescentes de 10 a 19 anos cadastrados no Programa Bolsa Famlia e monitorados pelo Servio de Nutrio de uma unidade de sade do municpio do Rio de Janeiro. Junto aos adolescentes foi realizada avaliao antropomtrica, e para a determinao do estado nutricional foi analisado o ndice de Massa Corporal (IMC) pelo parmetro adotado pela OMS a partir de 2007. A violncia familiar foi investigada por meio de dois instrumentos. O Conflict Tactics Scales Form R (CTS1) foi utilizado para avaliar os conflitos intrafamiliares no relacionamento entre pais e filhos e a escala de violncia psicolgica contra adolescentes para identificar a presena de violncia psicolgica contra os adolescentes. Alm disso, foram avaliadas outras co-variveis que pudessem influenciar a associao entre violncia e situação nutricional da população estudada como informaes sobre maturao sexual, scio-demogrficas e percepo corporal. No que diz respeito ao IMC, foram identificados 4,5% de baixo peso, 13,4% de sobrepeso e 5% de obesidade. No que se refere violncia familiar, foram observados 83,1% de agresso verbal, 50,2% de violncia psicolgica, 32,8% de agresso fsica grave e 48,3% de abuso fsico menor. Atravs da regresso linear mltipla foi observada um associao entre violncia familiar e o IMC em adolescentes do sexo feminino. A presena de agresso verbal perpetrada tanto pelo pai como pela me est relacionado ao IMC de forma estatisticamente significativa para as meninas. J para os adolescentes masculinos no foi encontrada nenhuma associao significativa entre os diferentes tipos de violncia familiar e o IMC, mas aponta para a reduo do IMC. Outras estratgias de pesquisa de natureza qualitativa devem ser realizadas para esclarecer sobre os efeitos desfavorveis do abuso verbal sobre o IMC junto aos pais e a sociedade j que a agresso verbal um tipo de abuso normalmente utilizado no ambiente familiar e considerado como algo natural e aceitvel
Resumo:
A doena de Parkinson (DP) a segunda doena neurodegenerativa mais frequente, depois da doena de Alzheimer, com uma incidncia de aproximadamente 3,3% na população brasileira acima dos 60 anos. Ela caracterizada por uma perda dos neurnios dopaminrgicos da parte compacta da substncia negra e pela presena de incluses proticas intracelulares denominadas corpsculos de Lewy nos neurnios sobreviventes. A DP tem uma etiologia complexa que envolve interaes genes-ambiente e mltiplos genes de susceptibilidade. Nesse contexto, mutaes de perda de funo no gene da glicocerebrosidase (GBA) tm sido bem validadas como importantes fatores de risco para a DP. Esse gene est localizado na regio 1q21 e compreende 11 exons que codificam a enzima lisossmica glicocerebrosidase. O principal objetivo deste estudo foi investigar se alteraes no gene GBA constituem um fator de predisposio para o desenvolvimento da DP na população brasileira. Para isso, um grupo de 126 pacientes brasileiros, no-aparentados, com DP (24 casos familiares e 102 isolados; idade mdia 66,4 11,4) foram analisados para mutaes no GBA atravs do seqenciamento completo de todos os exons e alguns ntrons. Sete alteraes e um alelo recombinante, anteriormente encontrados em pacientes com a DP analisados em outros estudos, foram detectados (K(-)27R, IVS2+1G>A, N370S, L444P, T369M, A456P, E326K e RecNciI), assim como, uma variante nunca antes identificada associada DP (G325G) e uma nova mutao (W378C), num total de 18 pacientes (14,3%). Alm disso, foram encontradas trs alteraes intrnicas (c.454+47G>A, c.589-86A>G e c.1225-34C>A), que constam do banco de SNPs, entretanto, no foram associadas a nenhuma doena. Dentre todas as variantes identificadas, trs so comprovadamente patognicas (IVS2+1G>A, L444P e N370S) e foram encontradas em 5,5% da amostra, no sendo detectadas na amostra controle, indicando uma freqncia significativamente alta dessas mutaes em pacientes com DP quando comparadas aos controles (P=0,0033). Esses resultados reforam a associao entre o gene GBA e a DP na população brasileira, alm de apoiar a hiptese de que alteraes nesse gene representam um importante fator de susceptibilidade ao desenvolvimento da DP
Resumo:
A alimentao fora do domiclio tem aumentado em muitos pases, inclusive no Brasil, e esse hbito tem sido associado com o aumento da obesidade em pases desenvolvidos. O objetivo desse trabalho caracterizar a alimentao fora do domiclio na população brasileira e avaliar sua associao com a obesidade. Utilizou-se os dados da Pesquisa de Oramentos Familiares (POF) 2002-2003 realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica. Foram includos na anlise todos os indivduos acima de 10 anos (N=146.525). Estimou-se as frequncias de consumo de alimentos fora do domiclio segundo idade, gnero, nvel de escolaridade, renda mensal familiar per capita, situação do domiclio (urbana/rural) e localizao do domiclio (municpio da capital do estado ou outro). O consumo de alimentos fora do domiclio foi definido como a aquisio de, pelo menos, um tipo de alimento para consumo fora de casa no perodo de sete dias. Foram tambm estimadas as frequncias do consumo de nove grupos de alimentos (bebidas alcolicas, refrigerantes, biscoitos, frutas, doces, leite e derivados, refeies, fast foods e salgadinhos), segundo idade, gnero, renda mensal familiar per capita e situação do domiclio. Uma segunda anlise avaliou a associao entre consumo fora de casa e obrepeso/obesidade dos indivduos entre 25 e 65 anos de idade residentes em domiclios situados na rea urbana (N=56.178). A prevalncia de consumo fora do domiclio foi de 35%, sendo maior para os adultos jovens, do gnero masculino, com maior nvel de escolaridade e de renda mensal familiar per capita, residentes em domiclios situados na rea urbana e no municpio da capital. O grupo dos refrigerantes entre os demais itens alimentares foi o que apresentou maior frequncia de consumo fora de casa no Brasil. O consumo de alimentos fora de casa foi positivamente associado com sobrepeso e obesidade somente em homens. O consumo de refeies e de refrigerantes fora do domiclio apresentou maior associao com sobrepeso e obesidade entre os homens, no entanto apresentou associao negativa entre as mulheres. Os gastos com refeies consumidas fora do domiclio foram em mdia quase trs vezes maiores do que os gastos com o consumo de fast-foods. Em concluso, a idade, o gnero, a escolaridade, a renda e o local de moradia influenciam o consumo de alimentos fora do domiclio, fatores a serem incorporados nas polticas pblicas de alimentao saudvel. Particularmente os homens parecem fazer escolhas alimentares menos saudveis quando se alimentam fora do domiclio.
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Os Transtornos Mentais Comuns (TMC), especialmente ansiedade e depresso, so altamente prevalentes, independentemente das dificuldades com a sua classificao. Na Ateno Primria Sade (APS), representada no Brasil pela Estratgia de Sade da Famlia (ESF), essas condies so pouco detectadas e tratadas, o que resulta em sobrecarga para pacientes, famlias e comunidades, alm de prejuzos sociais e econmicos. Tal situação pode ser atenuada integrando-se cuidados de sade mental ateno bsica. Nesse sentido, objetivou-se identificar e analisar as intervenes psicossociais voltadas para o cuidado do sofrimento psquico e dos TMC atualmente empregadas na APS, no Brasil e no exterior. Para isso, foi realizada uma reviso bibliogrfica da literatura nacional e internacional atravs das bases de dados MEDLINE/PubMed e LILACS/BVS. As intervenes identificadas foram reunidas em dois grupos. No primeiro, incluram-se as intervenes com formato tradicional em que um profissional graduado conduz o tratamento presencialmente, enquanto no segundo grupo foram alocados os arranjos diferenciados em que o contato com o profissional reduzido e seu papel mais o de facilitar do que de liderar o tratamento, tal como nas intervenes com o uso de mo de obra leiga em sade, suporte ao autocuidado, e sistemas automatizados ou pacotes de tratamento informatizados oferecidos via internet. Teoricamente, Terapia Interpessoal, Terapia Cognitivo-comportamental e Terapia de Soluo de Problemas embasaram as intervenes. Na APS internacional, as intervenes so breves e bastante estruturadas, incluindo um plano de ao definido em um manual de aplicao. Na Estratgia de Sade da Famlia destacaram-se as intervenes grupais e a Terapia Comunitria, modelo especialmente desenvolvido por brasileiros. Verificou-se que os TMC ganham visibilidade medida que a APS se consolida no territrio e prxima população. No exterior, a integrao da sade mental na APS um processo em consolidao e h crescente tecnificao das intervenes psicossociais, enquanto, no Brasil, a aproximao da APS com a ESF recente e no h um padro de atuao consolidado. Resultados insuficientes ou controversos impediram concluir quais so as melhores intervenes, porm a alta prevalncia dos TMC e o potencial de cuidado do setor da APS exigem que as pesquisas continuem.
Impacto do consumo de alimentos fora do domiclio na dieta e no peso corporal da população brasileira
Resumo:
Esta tese composta por quatro artigos que permitiram avaliar o impacto do consumo de alimentos fora do domiclio na dieta e no peso corporal da população brasileira. O primeiro artigo revisou de forma sistemtica as evidncias cientficas da associao entre alimentao fora do domiclio e peso corporal com abordagem crtica dos artigos publicados na literatura. Foram avaliados 28 artigos e os resultados sugeriram uma associao positiva entre o consumo de alimentos fora do domiclio e o ganho de peso. A reviso mostrou que uma das limitaes nessa rea a ausncia de padronizao nas definies e mtodos de avaliao do consumo de alimentos fora do domiclio. Para o desenvolvimento dos demais artigos, utilizou-se dados do Inqurito Nacional de Alimentao (INA) do Brasil, uma subamostra da Pesquisa de Oramentos Familiares (POF) 2008-2009, com o objetivo de caracterizar o consumo de alimentos fora do domiclio da população brasileira (artigo 2) e investigar a associao entre alimentao fora do domiclio e ingesto total de energia (artigo 3) e peso corporal (artigo 4). As anlises foram realizadas com os dados de consumo de alimentos coletados por meio de registro alimentar de 34.003 indivduos acima de 10 anos em dois dias no-consecutivos. Os registros incluram descrio detalhada dos alimentos e quantidade consumida, tipo de preparao, horrio e local de consumo (dentro ou fora do domiclio). Alimentao fora do domiclio foi definida como todo alimento adquirido e consumido fora de casa. O primeiro dia de registro foi utilizado nas anlises, considerando o peso amostral especfico do INA e o efeito do desenho amostral. O consumo de alimentos fora do domiclio no Brasil foi reportado por 40% dos entrevistados; diminuiu com a idade e aumentou com a renda em todas as regies brasileiras; foi maior entre os homens e na rea urbana. Os grupos de alimentos com maior percentual de consumo fora de casa foram bebidas alcolicas, salgadinhos fritos e assados, pizza, refrigerantes e sanduches. Entre indivduos residentes nas reas urbanas do Brasil (n=25.753), a mdia de energia proveniente dessa alimentao foi 337 kcal, representando 18% do consumo total de energia. Alimentao fora do domiclio foi positivamente associada ao consumo total de energia. Avaliando somente adultos entre 25 e 65 anos de idade das reas urbanas (n=13.736) no foi encontrada associao entre o consumo de alimentos fora do domiclio e ndice de Massa Corporal (IMC). Indivduos que consumiram alimentos fora do domiclio apresentaram menor ingesto de protena; maior ingesto de gordura total, gordura saturada e acar livre; menor consumo de arroz, feijo e leite e maior consumo de salgadinhos fritos e assados, doces e acar, refrigerantes e bebidas alcolicas do que no consumidores. Apesar da ausncia de associao entre alimentao fora de casa e excesso de peso, o consumo de alimentos fora do domiclio influencia a qualidade da dieta dos indivduos e em longo prazo pode ter um impacto no ganho de peso da população, portanto, deve ser considerado nas aes de sade pblica voltadas para a melhoria da alimentao dos brasileiros.
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Este trabalho teve como objetivos conhecer as demandas judiciais relacionadas obteno de medicamentos no municpio de Niteri no ano de 2010 e as estratgias desenvolvidas pela gesto municipal para lidar com este problema. Foi realizado estudo exploratrio-descritivo, de abordagem quali-quantitativa, que seguiu dois caminhos metodolgicos complementares: (1) levantamento e anlise das demandas judiciais para obteno de medicamentos registrados junto Superintendncia de Assessoria Jurdica da FMS, no perodo de janeiro a dezembro de 2010; e (2) entrevistas com 11 profissionais, gerentes e gestores envolvidos com os fluxos de atendimento das demandas judiciais no municpio em questo. Das 123 aes judiciais contra a FMS para obteno de produtos e procedimentos em sade em 2010, 98 (80,3%) visavam obteno de medicamentos, correspondendo a 342 medicamentos solicitados e 182 frmacos diferentes. destacaram-se, pela frequncia nas aes, os seguintes medicamentos: losartana potssica, sinvastatina, cido acetilsaliclico, furosemida e cloridrato de metformina, utilizados para problemas de sade de elevada prevalncia na população e frequentemente atendidos na ateno bsica. Cabe ser assinalado que 48,6% dos medicamentos solicitados faziam parte de algum tipo de lista oficial, indicando possveis problemas com a gesto da assistncia farmacutica no municpio. Os relatos dos entrevistados apontaram, entre outros: (a) dificuldades importantes presentes na gesto da Assistncia Farmacutica local, onde convivem o desabastecimento da rede e restries oramentrias e financeiras, como elementos que ajudam a agravar a situação estudada; (b) problemas no atendimento dos usurios pela via dos processos administrativos que, criados para facilitar o acesso do usurio aos medicamentos no disponveis na rede, acabam sendo fontes de aes judiciais; (c) necessidade de maior empenho dos gestores na busca de solues atravs de articulaes interinstitucionais. O acesso a medicamentos pela via judicial tem contribudo para o desvio de recursos da ateno bsica, assim como de outras contas municipais, atravs das multas e bloqueios determinados pelo Poder Judicirio, em decorrncia do no-cumprimento dos mandados judiciais em tempo oportuno. O fenmeno da judicializao de medicamentos um problema que dificilmente ser resolvido em curto espao de tempo e eventuais abusos que envolvem esse fenmeno devem ser identificados e combatidos de forma rigorosa. Entretanto, o Poder Pblico, por meio das diversas esferas governamentais, deve proporcionar população meios eficazes para acesso aos medicamentos necessrios e adequados aos pacientes. Apenas dessa maneira ser possvel reduzir a demanda judicial, sem comprometer o direito constitucional sade.
Resumo:
A Estratgia de Sade da Famlia um dos movimentos adotados pelo Brasil para o alcance da universalidade de acesso aos servios de sade em todos os nveis de assistncia, integralidade da ateno, preservao da autonomia, igualdade da assistncia, direito informao e participao da comunidade. Com a reorganizao da prtica assistencial, so esperados maior resolubilidade, vnculo, acesso e continuidade da ateno, atravs de equipe multidisciplinar. Diversos autores vm-se debruando na anlise da adequao desse modelo com o cuidado em sade e sua contribuio para o bom xito do atendimento aos indivduos, aliviando seus sofrimentos. O municpio de Pira adotou esse modelo para 100% de sua população, em 2002. Este estudo tem por objetivo analisar o cuidado oferecido no municpio, na perspectiva terica da integralidade, utilizando como condio traadora o diabetes mellitus, descrevendo o desenvolvimento do atendimento e analisando o processo de trabalho luz dos protocolos e normas recomendadas, assim como o cuidado na perspectiva do usurio. Foram realizadas entrevistas com profissionais que atuam h pelo menos trs anos na mesma unidade e com usurios cadastrados minimamente por um ano, excluindo-se aqueles com quadros mais graves. Foi utilizado instrumento padronizado e elaborado com inteno de promover relatos sobre acesso, acolhimento, vnculo-responsabilizao, coordenao de cuidado, uso de protocolos, resolubilidade, autonomia e percepo de cuidado pelo paciente em trs unidades da estratgia de Pira. A partir da anlise dos resultados, observamos que o acesso aos servios de sade qualifica a ateno, por meio do atendimento personalizado e acolhedor, percebido a partir de relatos sobre o agendamento de 1 consulta, consulta subsequente, atendimento de emergncia, acesso via telefone e priorizao da população que reside em locais mais distantes da unidade. Com relao ao vnculo, os usurios reconhecem as profissionais que trabalham nas unidades, o que aproxima a equipe dos usurios e contribui para o estabelecimento de relaes de longa durao e efetividade da ateno. Percebe-se a responsabilidade com a vida do paciente e o foco do trabalho no indivduo. Os usurios mantm uma relao de confiana. Buscar autonomia destes atravs da promoo de trabalhos em grupos e visitas domiciliares uma realidade, muito embora nos parea que existe uma dificuldade de superar a transmisso de informaes, pela troca de experincias, ou mesmo de entender a forma de pensar do paciente em relao a sua condio de sade, buscando habilidades para lidar com a situação. Isso faz com que o desenvolvimento de uma organizao rotineira de grupos seja algo em que a equipe encontra dificuldades. luz dos protocolos, so constatadas a busca ativa e a realizao adequada com relao ao nmero e aprazamento das consultas mdicas. No entanto, o registro no pronturio foi um problema detectado. O cuidado ao paciente, a partir dos registros, desenvolvido principalmente pelo profissional mdico. A avaliao por parte de outras categorias profissionais de nvel superior pouco expressa. Do ponto de vista biolgico, as metas estabelecidas em protocolo para os usurios so atingidas por um nmero restrito de usurios. Essas situaes demonstram a necessidade de investimentos que favoream a superao desses desafios.