1000 resultados para CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIA::GEOGRAFIA REGIONAL: ESTUDOS URBANOS E REGIONAIS
Resumo:
Estudos em ambiente laboral acerca do comportamento humano e da saúde no trabalho vêm ganhando maior número, devido à crescente busca por melhores resultados organizacionais, pois a incapacidade de controlar as próprias emoções e de se comunicar eficazmente leva a conflitos repetidos e ao decréscimo de produtividade (WEISINGER, 1997). A dimensão saúde no trabalho ganha relevância, porque saúde não é apenas ausência de doença, vai muito além trata-se de bem-estar físico, mental e social. Existem alguns insumos básicos que podem contribuir para a promoção de saúde, como a construção de relações de confiança, que permite ao grupo compartilhar conhecimento e responsabilidades, realizando trabalho em equipe e alcançando objetivos. Outra fonte de saúde é o estado de bem-estar no trabalho, composta por satisfação no trabalho, envolvimento com o trabalho e comprometimento organizacional afetivo: satisfação no trabalho tem sido apontada como um vínculo afetivo positivo com o trabalho e tem sido definida como aspectos específicos deste vínculo as satisfações que se obtém nos relacionamentos com as chefias e com os colegas de trabalho, as satisfações advindas do salário pago pela empresa, das oportunidades de promoção ofertadas pela política de gestão da empresa e finalmente, das satisfações com as tarefas realizadas. O envolvimento com o trabalho após quatro décadas de sua concepção original pode ser compreendido mais contemporaneamente como um estado de fluxo e o comprometimento organizacional afetivo representa a concepção de ligação positiva do empregado com um empregador, de elevada identificação com os objetivos da organização e de reconhecimento sobre o quanto estar ligado àquela organização pode repercutir positivamente na vida do indivíduo. Este estudo teve como objetivo geral verificar a interdependência entre inteligência emocional, confiança do empregado na organização e bem-estar no trabalho. A pesquisa foi realizada em uma importante empresa brasileira de engenharia de construção e montagem, com uma amostra constituída por 22 participantes (altos executivos), homens e mulheres, com faixa etária entre 33 e 64 anos. Foi utilizado para a coleta de dados um questionário composto por cinco escalas que mediram as três dimensões de bem-estar no trabalho, as habilidades da inteligência emocional e as cinco dimensões da confiança do empregado na organização. Os resultados do estudo revelaram que apenas a confiança do empregado na organização teve correlações significativas com as dimensões de bem-estar no trabalho. A correlação mais alta e significativa se deu entre padrões éticos e comprometimento organizacional afetivo. Não houve nenhuma correlação significativa entre inteligência emocional e bem-estar no trabalho.
Resumo:
Resiliência é definida como a capacidade das pessoas em enfrentar, vencer e serem fortalecidos ou transformados por experiências adversas. Estudos têm mostrado que pessoas resilientes adoecem menos e possuem melhor desempenho no trabalho, nas relações familiares e na vida, além da resiliência poder ser desenvolvida desde a infância até a velhice. Por sua vez, a meditação tem mostrado ser um recurso útil para a melhoria da saúde em geral, incluindo a qualidade de vida daqueles que a praticam por proporcionar maiores níveis de bem estar, melhoria nos relacionamentos interpessoais e redução de estresse. Parece que a meditação, assim como a resiliência, pode contribuir para melhores níveis de saúde da população. O objetivo deste estudo foi verificar os níveis de resiliência em idosos que meditam. Participaram 60 pessoas, sendo 78% mulheres, com idade média de 69 anos, 82% aposentados, 65% praticantes de meditação, 42% com baixa escolaridade e 60% católicos. O instrumento utilizado foi um questionário auto-aplicável, composto pela Escala de Avaliação de Resiliência (EAR) em sua forma reduzida e um questionário para coletar dados sociodemográficos dos participantes. Análise de variância revelou não haver diferença nos níveis de resiliência entre o grupo que medita uma vez ao dia e aquele que o faz mais do que uma vez ao dia. Médias fatoriais e desvios-padrão revelaram que os participantes possuem capacidade levemente acima da média de adaptarem-se positivamente diante das dificuldades da vida, persistindo para superar crises e adversidades, poucas vezes se resignando, embora algumas vezes não se julguem competentes para enfrentá-las. Para defrontarem as dificuldades da vida, contam com as crenças de que podem confiar no apoio de um ente ou algo superior e acreditam que podem aprender e melhorar com as adversidades.
Resumo:
Simon (1989) define adaptação como o conjunto de respostas de um organismo vivo, em vários momentos, a situações que o modificam, permitindo manutenção de sua organização compatível com a vida. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a eficácia adaptativa de adolescentes universitários; verificar possíveis diferenças na qualidade da adaptação entre adolescentes universitários trabalhadores e não trabalhadores; e identificar, por meio da EDAO, os fatores presentes e determinantes da qualidade da adaptação de um adolescente trabalhador e um não trabalhador. Para tanto, foi aplicado primeiramente o Questionário Diagnóstico Adaptativo Operacionalizado em 144 alunos ingressantes de uma universidade particular da região do grande ABC, de ambos os gêneros e períodos, sendo 115 do gênero feminino e 29 do masculino e 85 do período matutino e 59 do noturno, de 17 a 20 anos de idade, com 46 que trabalham e estudam e 98 que apenas estudam. Após a avaliação do questionário, foram escolhidas duas alunas para a aplicação da Escala Diagnóstica Adaptativa Operacionalizada. A primeira, com 19 anos, estudante do período matutino e não trabalhava, foi escolhida por apresentar as médias mais baixas do grupo, apresentando indícios de adaptação ineficaz, e a segunda por ser uma universitária trabalhadora, de 18 anos, com indicativo de adaptação eficaz. Os resultados mostraram que não existe diferença estatisticamente significante na qualidade da adaptação ao considerar-se as variáveis setor da adaptação, trabalho, idade, gênero e curso, com exceção da variável gênero no setor Sócio-Cultural, no qual foi evidenciado que as mulheres estão significativamente mais adequadas que os rapazes. Os dados revelaram que 100 participantes (69,4%) obtiveram 3 pontos, e tiveram como classificação diagnóstica Adaptação Ineficaz Moderada (Grupo 3), 27 (18,8%) obtiveram 4 pontos e foram classificados com Adaptação Ineficaz Leve (Grupo 2), 17 (11,8%) obtiveram 5 pontos e foram classificados com Adaptação Eficaz (Grupo 1) e nenhum participante foi classificado no Grupo 4 ou no Grupo 5. As duas aplicações da EDAO mostraram as mesmas adequações de respostas nos setores Afetivo-Relacional, Produtividade e Sócio-Cultural, assim como mas apresentou diferenças no setor Orgânico. Foi verificado que a rotina de trabalhar e estudar não é um fator que contribui para a ineficácia adaptativa, mas sim os sentimentos que envolvem estudos e atividade laboral. Ao revelar correlações significativas e positivas, esta pesquisa comprovou a afirmação de Simon (2005) de que os setores adaptativos interagem. Com base nos trabalhos de Simon (1989, 2005) e Gandini (1996), a presente pesquisa contribuiu com a aplicação da avaliação da eficácia adaptativa ao elaborar um método para avaliar a eficácia adaptativa de uma população maior em um único momento do tempo.
Resumo:
A influência de traços e sintomas ansiosos sobre o desempenho em tarefas atencionais de dificuldade crescente foi avaliada em 33 participantes de ambos os sexos (18 à 59 anos de idade). O experimento foi constituído de 3 blocos, em que a tarefa proposta consistia na identificação de grupos de uma, duas e três letras. Metade dos sujeitos realizou os testes na seqüência direta e os demais, na seqüência invertida. Os resultados dos três blocos foram correlacionados com os escores das escalas de ansiedade traço e estado de Spielberger. A análise dos dados baseou-se nos tempos médios de reação e no número de respostas válidas para uma, duas e três letras. Os resultados indicaram que os tempos de resposta foram maiores na medida em que a dificuldade da tarefa aumentava. Os resultados mostraram uma tendência à correlação negativa entre os escores das escalas de ansiedade e os tempos de reação em todos os tipos de tarefa. Estes resultados sugerem que a inclusão de avaliações de ansiedade em estudos psicofísicos que envolvam testes de atenção, pode ser útil no controle da variabilidade dos resultados.
Resumo:
Considerando a expansão do ensino superior e do aumento do número de estudantes universitários, aumentam-se as demandas e a necessidade de se promover um desenvolvimento integral para o estudante. Diante disso, esse estudo teve como objetivo avaliar a qualidade de vida e o bem-estar subjetivo de estudantes universitários. Trata-se de um estudo descritivo, quantitativo e de delineamento transversal, no qual foram utilizados o Instrumento de Avaliação de Qualidade de Vida (WHOQOL-Bref) da Organização Mundial da Saúde - OMS, a Escala de Bem-Estar Subjetivo - EBES e um Questionário de Caracterização Sociodemográfica. Participaram desse estudo 257 estudantes de ambos os gêneros e de seis cursos de graduação de uma universidade federal. A análise dos dados da qualidade de vida mostrou que o domínio com maior média (15,23) foi o de relações sociais e o pior (12,87) foi o de meio ambiente. Quando comparado a outros estudos, esses estudantes, em geral, apresentaram pior qualidade de vida. Quanto aos fatores da Escala de Bem-Estar Subjetivo foi encontrado maior média (3,80) na frequência de emoções negativas em comparação com as emoções positivas (3,27) e com a satisfação com a vida (3,57). A maioria dos estudantes, 185 (72%) apresentaram bem-estar subjetivo moderado. Através desses resultados, faz-se necessário pensar em ações de prevenção e promoção da saúde com o objetivo de amenizar ou eliminar os aspectos negativos encontrados e de fortalecer os positivos. Os resultados desse estudo apontam para a necessidade de uma ampliação das políticas de assistência ao estudante, com intervenções psicossociais que objetivem melhorar os índices de bem-estar subjetivo e de qualidade de vida.
Resumo:
O presente estudo teve por objetivos: a) Caracterizar uma amostra de adolescentes participantes de projetos sociais de uma Instituição de uma cidade do litoral paulista; b) Investigar aspectos da estrutura e dinâmica de adolescentes oriundos de famílias monoparentais, convencionais e de outras configurações familiares e, c) Compreender as relações estabelecidas com as figuras parentais por esses adolescentes pertencentes à essas diferentes organizações familiares.Para isso foi realizado inicialmente uma caracterização do perfil desses adolescentes e, posteriormente estudado seis casos de adolescentes de 12 a 18 anos participantes de Projetos Sociais do Terceiro Setor(Ong) pertencentes a diferentes formas de organizações familiares. Esses adolescentes freqüentavam a Instituição, local onde foram coletados os dados. Foram utilizados como instrumentos a entrevista semi-estruturada e o Teste de Apercepção Temática. De modo geral, os resultados mostraram que os adolescentes de famílias convencionais, ou seja, que possuem o pai e mãe no seio familiar conseguiram introjetar a imago paterna de forma mais integrada e, transitam pela adolescência de maneira mais estável. O esforço frente à elaboração dos lutos é vivenciado condizendo com a dita Síndrome da Adolescência Normal . Já os jovens pertencentes a famílias em que o pai não se faz presente no seio familiar, as defesas e as angustias apresentam-se condizentes aos estágios mais primitivos do desenvolvimento. Conclui-se que são necessários mais estudos frente a esta demanda para que o trabalho preventivo possa criar condições de um bom desenvolvimento psíquico para que este jovem passe pela adolescência e, chegue à vida adulta de maneira integrada.
Resumo:
O presente estudo teve por objetivos: a) Caracterizar uma amostra de adolescentes participantes de projetos sociais de uma Instituição de uma cidade do litoral paulista; b) Investigar aspectos da estrutura e dinâmica de adolescentes oriundos de famílias monoparentais, convencionais e de outras configurações familiares e, c) Compreender as relações estabelecidas com as figuras parentais por esses adolescentes pertencentes à essas diferentes organizações familiares.Para isso foi realizado inicialmente uma caracterização do perfil desses adolescentes e, posteriormente estudado seis casos de adolescentes de 12 a 18 anos participantes de Projetos Sociais do Terceiro Setor(Ong) pertencentes a diferentes formas de organizações familiares. Esses adolescentes freqüentavam a Instituição, local onde foram coletados os dados. Foram utilizados como instrumentos a entrevista semi-estruturada e o Teste de Apercepção Temática. De modo geral, os resultados mostraram que os adolescentes de famílias convencionais, ou seja, que possuem o pai e mãe no seio familiar conseguiram introjetar a imago paterna de forma mais integrada e, transitam pela adolescência de maneira mais estável. O esforço frente à elaboração dos lutos é vivenciado condizendo com a dita Síndrome da Adolescência Normal . Já os jovens pertencentes a famílias em que o pai não se faz presente no seio familiar, as defesas e as angustias apresentam-se condizentes aos estágios mais primitivos do desenvolvimento. Conclui-se que são necessários mais estudos frente a esta demanda para que o trabalho preventivo possa criar condições de um bom desenvolvimento psíquico para que este jovem passe pela adolescência e, chegue à vida adulta de maneira integrada.
Resumo:
Sabe-se que a violência é considerada um problema das sociedades atuais e a tendência é que aumente cada vez mais. Exigindo estudos e medidas multidisciplinares que possam dar outras respostas, para além do endurecimento das penas, como o reconhecimento de que o problema não está apenas com o ofensor. A Justiça restaurativa surge como uma nova maneira para enfrentar esse problema e uma de suas estratégias é o círculo restaurativo. Assim, objetivo desta pesquisa é descrever e analisar os elementos estruturais dos círculos restaurativos e os fenômenos do campo grupal. De uma amostra de dois processos restaurativos que envolveram pré-círculo, círculo e o pós-círculo mediados por um facilitador. Os dados foram analisados de forma qualitativa, considerando os elementos estruturais (setting) tais como cerimônias de abertura e fechamento, bastão de fala, processo decisório consensual e pelos fenômenos do campo grupal, resistência, actings (atuações) e insights (elaborações). Assim, este trabalho mostra que na realização dos círculos restaurativos que os aspectos psicológicos fazem parte do processo e demonstram grande importância para determinar seu fracasso ou êxito, ou seja, a elaboração de um Acordo e uma resolução consensual do conflito, promovendo a reparação e responsabilização das partes envolvidas em um conflito.
Resumo:
O objetivo desta pesquisa foi investigar a eficácia adaptativa e situações de crise de indivíduos portadores do vírus HIV do Programa Municipal DST/AIDS de Aparecida SP. O instrumento utilizado foi a Entrevista Clínica Preventiva - EDAO (Escala Diagnóstica Adaptativa Operacionalizada). Participaram do estudo 5 homens e 5 mulheres que freqüentavam o serviço de saúde. Os resultados do trabalho revelaram que ser portador de uma doença crônica carregada de estigmas como a AIDS é um fator desestruturante para o diagnóstico. Foi percebida na população estudada o comprometimento dos setores afetivo-relacional e produtividade, seguido do sóciocultural. Foram observados alguns aspectos importantes como: a crise do impacto diagnóstico como sendo algo marcante em todos os participantes, bem como o uso de drogas, comportamentos vulneráveis que possivelmente levaram à infecção pelo vírus HIV, dificuldades de resolução de conflitos e nas relações interpessoais, perdas vivenciadas durante toda a vida e também no decorrer da infecção e o fenômeno da feminização do vírus HIV através das mulheres entrevistadas, que foram infectadas por seus parceiros sexuais estáveis. No setor orgânico de funcionamento, a população estudada mostrou adesão ao tratamento A maioria da população estudada foi diagnosticada com adaptação ineficaz severa. Este estudo trouxe questionamentos importantes sobre a maneira com a qual o indivíduo portador do vírus HIV mantém seu equilíbrio psíquico e suas relações com o trabalho que executa, chamando atenção para a necessidade de outros estudos que contemplem diferentes instrumentos para a compreensão do tema.
Resumo:
A psicologia positiva focaliza o estudo das emoções positivas, traços de caráter positivo e se destina a complementar, e não se distanciar ou substituir, o que já se sabe sobre o sofrimento humano, a fraqueza e as debilidades. Recentemente, baseado nos estudos da psicologia positiva, foi desenvolvido o conceito de capital psicológico (psycap), um construto de nível superior o qual pode ser definido como um estado de desenvolvimento psicológico positivo, caracterizado por: (1) possuir confiança (autoeficácia) para realizar os esforços necessários para enfrentar tarefas desafiadoras; (2) realizar atribuições positivas (otimismo) acerca de como se comportar no momento atual e no futuro; (3) perseverança no direcionamento dos esforços para atingir seus objetivos (esperança); e, (4) quando confrontado com problemas e adversidades, resistir à pressão e superar os obstáculos (resiliência) para atingir os seus objetivos. A percepção de suporte social pode ser entendida como um conceito que se refere à crença do indivíduo de que possui acesso a recursos materiais e psicológicos através de suas redes sociais. O suporte social pode atuar de forma positiva na saúde, desde a proteção até sua recuperação. A adesão ao tratamento pode ser considerada como a extensão à qual o comportamento do paciente (em termos de tomar os medicamentos, seguir dietas ou alterar o estilo de vida) coincide com as orientações ou conselhos médicos. Este estudo teve como objetivo analisar as relações entre capital psicológico, percepção de suporte social e adesão ao tratamento. Dele fizeram parte, 102 participantes escolhidos por conveniência, que responderam a um questionário autoaplicável contendo as medidas das variáveis deste estudo. Os dados foram submetidos às análises descritivas e multivariadas utilizando o SPSS, versão 19.0. Dentre os resultados, pode-se salientar a comprovação do impacto de percepção de suporte social sobre a adesão ao tratamento e a impossibilidade de que capital psicológico exerça papel moderador sobre essa relação na amostra estudada. Conclui-se que foram atingidos os objetivos do estudo com destaque para a corroboração que os resultados do mesmo trouxeram para os achados já presentes na literatura acerca do impacto do suporte social na adesão ao tratamento.
Resumo:
A perspectiva atual da ciência psicológica, somada aos aspectos da psicologia positiva e da saúde, permite estudar o fenômeno da resiliência, transformando velhas questões em novas possibilidades de compreensão, permitindo um olhar positivo dos seres humanos, focando ao invés de aspectos negativos, os aspectos virtuosos, tais como: resiliência, felicidade, otimismo, altruísmo, esperança, como sendo recursos favoráveis para manutenção e promoção da saúde. A percepção do suporte social protege os indivíduos contra a desestabilização, e os valores humanos contribuem na tomada de decisão e nas escolhas para a resolução de conflitos. O objetivo deste estudo foi verificar se valores humanos e percepção de suporte social predizem resiliência em profissionais da saúde. Participaram 127 brasileiros, profissionais da saúde, sendo 76% do sexo feminino, com idade média de 38 anos, em sua maioria, casados. Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram um questionário de dados sociodemográficos, a Escala de Avaliação de Resiliência, o Questionário de Perfis de Valores QPV e Escala de Percepção de Suporte Social EPSS. Foram calculadas estatísticas descritivas, testes t e análises de regressão lineares múltiplas padrão. Os resultados revelaram que os participantes possuem bons níveis de resiliência, percebem que recebem mais suporte afetivo e movem e guiam suas ações e comportamentos pelo bem-estar dos outros. Resultados das análises de regressão revelaram que apenas valores humanos são preditores de resiliência. Estes achados contribuem para a compreensão do constructo de resiliência como um estado ou processo, portanto, como um fenômeno dinâmico que leva em consideração o contexto onde o ser humano está inserido, mas revela também a importância das características individuais na explicação deste fenômeno. Tendo em vista as limitações deste estudo e considerando que não foi encontrado nenhum estudo empírico acerca da influencia dos valores humanos sobre a resiliência, os resultados indicam a necessidade de desenvolvimentos de mais estudos para melhor compreensão dos preditores de resiliência e uma agenda de pesquisa é sugerida ao final das conclusões.
Resumo:
As questões do desenvolvimento humano desde tempos remotos são de interesse das diversas áreas do conhecimento. Tendo em vista o aumento da expectativa de vida, as questões relacionadas ao processo de envelhecimento ganharam importância, principalmente no que tange às políticas de saúde. A saúde é preocupação central no campo do envelhecimento, uma vez que problemas de saúde podem acarretar diversas dificuldades para os idosos e para suas famílias. Este estudo teve por objetivo buscar identificar as associações entre percepções de suporte social e autoeficácia em idosos. Suporte social e autoeficácia são variáveis estudadas em contextos diversos. Estudos revelam que ambas são capazes de colaborar para proteger e promover saúde. Suporte social diz respeito ao grupo de informações que leva o indivíduo a acreditar que é valorizado, amado e estimado e que o faz sentir-se pertencente a uma rede social de comunicação recíproca. Autoeficácia pode ser definida como o conjunto de crenças que o indivíduo tem sobre suas capacidades para organizar e executar ações para o cumprimento de tarefas específicas. Portanto, identificar a existência de associações entre as percepções de suporte social e autoeficácia pode contribuir para dar maior solidez aos conhecimentos já existentes sobre esses temas e sobre o processo de envelhecimento. Participaram do estudo 61 idosos de ambos os sexos, com idade média de 67 anos, com grau de escolaridade que variou entre ensino fundamental até pós-graduação e participantes em ações de promoção à saúde. Todos foram voluntários e autorizaram sua participação por meio da assinatura de termo de consentimento. A coleta de dados foi feita mediante a aplicação de questionário contendo escalas para avaliar os construtos, além de questões para caracterização dos participantes. Os dados foram analisados eletronicamente por meio do cálculo de frequências, percentuais, médias e desvios padrão. Para se testar a hipótese, foi calculada a correlação (r de Pearson) entre as variáveis do estudo. Entre os resultados obtidos, a percepção de suporte social, tanto na dimensão emocional quanto na dimensão prática, para os idosos participantes deste estudo, é de que muitas vezes são amados, cuidados, estimados, valorizados e, que pertencem a uma rede de comunicação e obrigações mútuas. Em se tratando da percepção da autoeficácia, constatou-se que esses participantes possuem crenças de que às vezes é verdade que são eficazes e que conseguem organizar e executar ações para o cumprimento de tarefas específicas. Aponta-se ainda que não existem correlações significativas entre percepção de suporte social e autoeficácia, ou seja, os níveis de percepção de suporte social não variam proporcionalmente à variação das crenças de autoeficácia em idosos. Isto significa dizer que para estes participantes, não seria eficaz investir em melhorias do suporte social, pois isto não teria impacto em suas crenças de autoeficácia. Indica-se a realização de novas pesquisas com idosos não participantes de ações de promoção à saúde, pois se pode pensar que idosos não engajados nestes tipos de ações poderiam necessitar de maior suporte social e assim, terem suas crenças de autoeficácia associadas à sua percepção de suporte social.
Resumo:
Estudos em ambiente laboral acerca do comportamento humano e saúde no trabalho, bem como a melhor forma de se aplicar as competências e habilidades do trabalhador, vêm ganhando maior corpo devido à crescente busca por melhores resultados organizacionais, ao aumento da competitividade no mercado e à necessidade empresarial de atingir melhor desempenho de suas equipes. Gestores procuram por recursos e inovações a fim de tornar possível o alcance das metas organizacionais. Empregados mais capacitados, satisfeitos e envolvidos com seu trabalho são também aqueles que têm maior comprometimento afetivo com a organização. Para a empresa, isto pode significar um aumento da produtividade, o rebaixamento do número de absenteísmo e turnover. A dimensão saúde no trabalho ganha relevância porque bem-estar no trabalho significa também empregado mais feliz, com menor probabilidade de adoecimento físico, psíquico ou moral, reduzindo custos relativos à restituição da saúde do trabalhador. Por outro lado, estudo realizado sobre a inteligência emocional em gestores sugere que pessoas com alto nível deste tipo de inteligência são capazes de ter relacionamentos mais profundos e constituir uma rede social mais segura, ajudar os outros de seu grupo, bem como desenvolver uma liderança onde se possa construir uma equipe coesa e uma comunicação mais efetiva com os outros e levar a cabo planos estratégicos empresariais com mais eficiência. Este estudo teve como objetivo geral analisar as relações entre as habilidades da inteligência emocional e as dimensões de bem-estar no trabalho. A pesquisa foi realizada em uma empresa do setor de plásticos e metalurgia, em uma amostra constituída por 386 participantes dos sexos masculino e feminino, com faixa etária entre 18 e 58 anos. Foi utilizado para a coleta de dados um questionário composto de quatro escalas que mediram os três componentes de bem-estar no trabalho e as habilidades da inteligência emocional. Os resultados do estudo revelaram que apenas três habilidades da inteligência emocional tiveram correlações significativas com as dimensões de bem-estar no trabalho: empatia, sociabilidade e automotivação. Foram observadas correlações mais significativas entre sociabilidade e bem-estar no trabalho. Portanto, o bem-estar no trabalho parece associar-se às habilidades intelectuais e emocionais dos trabalhadores de serem empáticos, manterem-se automotivados e, especialmente, de estabelecerem e conservarem suas amizades (sociabilidade)
Resumo:
Resiliência é um termo relativamente novo no campo da psicologia e nos debates acadêmicos e que tem suscitado muito interesse por parte dos pesquisadores, em especial os do campo da Psicologia da Saúde, pois se trata de um conceito que carrega grande potencial em termos de prevenção de doenças e promoção da saúde, seja focado no plano social, comunitário ou individual. Em resumo, resiliência consiste na capacidade dos seres humanos de superarem as adversidades da vida e, além disso, saírem fortalecidos após uma situação problema. Estudos têm mostrado que pessoas consideradas resilientes possuem atributos pessoais que as ajudam a obter êxito diante das adversidades. No entanto, as medidas do construto não representam essa abrangência. Por isso, o objetivo deste estudo foi construir e validar uma escala que avalie as características pessoais mais referenciadas na literatura. No total, foram identificados 15 atributos pessoais da resiliência mencionados por mais de cinco autores. Com base neles foi construída a Escala dos Pilares da Resiliência (EPR) com 150 itens. Participaram da coleta de dados 833 estudantes e trabalhadores do Estado de São Paulo e Santa Catarina, com idade média de 30,70 (DP= 10,58), sendo a maioria do gênero feminino (70,5%) e solteiros(as) (59,8%) com escolaridade de ensino fundamental até pós-graduação. Por meio de um questionário coletaram-se dados sociodemográficos dos participantes. Foram calculadas estatísticas descritivas, análise fatorial, correlação item-total e alfa de Cronbach. Os resultados revelaram um modelo de 11 fatores que reuniram 90 itens com boas cargas fatoriais. As correlações item-total tiveram valores considerados satisfatórios e os fatores apresentaram bons índices de precisão. A EPR reuniu o maior número de atributos pessoais da resiliência dentre os instrumentos encontrados na revisão deste trabalho. A escala pode ser utilizada em novos estudos e será normatizada em futuro próximo.
Resumo:
Resiliência remete à habilidade do ser humano de demonstrar êxito diante das adversidades da vida, superá-las e, inclusive, ser fortalecido ou transformado por elas. O construto tem sido estudado há cerca de quarenta anos na Psiquiatria com foco em crianças, mas sua investigação é bem mais recente com a população adulta. No mundo da competição esportiva, os estudos são escassos. O contexto esportivo apresenta altos desafios e adversidades constantes que os atletas precisam vencer para cumprir as metas profissionais; por isso, convivem, muito frequentemente, com seus limites físicos e psicológicos. Assim, a resiliência pode ser um importante aspecto em suas vidas profissionais. Este estudo objetiva descrever os níveis de resiliência dos atletas no Basquetebol e identificar possíveis relações entre resiliência e alguns indicadores de eficiência estatística. Participaram da pesquisa, voluntariamente, 71 atletas profissionais adultos e atuantes da modalidade. As variáveis foram avaliadas por meio da Escala de Avaliação de Resiliência EAR, de um questionário de dados sociodemográficos e de índices de eficiência registrados pela Federação Paulista de Basquetebol. Os resultados de análises estatísticas descritivas e de correlações bivariadas de Pearson permitiram observar que os atletas demonstraram um alto nível de resiliência com destaque para a persistência diante das dificuldades e a aceitação positiva de mudanças. Os fatores que compõem a resiliência não apresentaram correlação significativa no tocante ao coeficiente de eficiência dos atletas. Ao comparar as médias por meio da análise de variância percebeu-se que os atletas que possuíam entre cinco e dez anos de profissão apresentaram melhores médias de coeficiente de eficiência. Os resultados revelam, ainda, que os atletas que atuam menos de 8 minutos na partida, em média, produzem menores índices de eficiência estatística e que os atletas que pertencem às equipes de resultados medianos na tabela de classificação tendem a apresentar maior percepção de competência pessoal que os atletas que atuam nas equipes mais mal colocadas. Os fatores de resiliência não se diferenciam em função da experiência dos atletas, nem do tempo em média que permanecem em quadra. Esses resultados revelam a necessidade de questionar se os indicadores de eficiência estatística seriam os critérios mais adequados para verificar o papel da resiliência na vida de atletas de Basquetebol e apontam para a necessidade de aumentar o número de estudos sobre a influência de características individuais no mundo dos esportes profissionais.