A Escrita em Língua Francesa no 2º Ciclo do Ensino Secundário em Cabo Verde: Análise do Manual Escolar e de Concepções e Práticas dos Supervisores

A relevância do ensino da escrita na educação em línguas estrangeiras decorre do papel que ela assume no desenvolvimento expressivo e cognitivo do aluno, sendo fundamental para a sua integração em diversos contextos sociais, incluindo o contexto escolar. No entanto, o processo de aprendizagem da escrita não ocorre espontaneamente e requer um ensino explícito e sistematizado, o que nem sempre acontece. O estudo efectuado centra-se em concepções e práticas de escrita em língua estrangeira – Francês – no contexto do ensino secundário em Cabo Verde. O programa de Língua Francesa para este nível de ensino reconhece a importância da escrita, mas não a perspectiva como processo nas propostas de actividades de produção textual que apresenta. O estudo incide na análise do manual adoptado e nas concepções de supervisores de estágio, no sentido de compreender em que medida num e noutro caso se atende a uma concepção actualizada da escrita. Teve como objectivos: 1. Caracterizar as propostas de aprendizagem da escrita num manual escolar de Francês do 2º ciclo do ensino secundário; 2. Caracterizar as concepções de escrita de um grupo de supervisores de estágio de Francês, da universidade e da escola; 3. Comparar as concepções de escrita patentes no manual analisado com as concepções de escrita dos supervisores; 4. Caracterizar práticas supervisivas de promoção do ensino da escrita. Os resultados obtidos na análise do manual evidenciam o predomínio de uma concepção redutora das práticas de escrita, essencialmente concebida como produto, em detrimento da escrita como processo, com provável reflexo nas práticas pedagógicas dos professores. As concepções dos supervisores aproximam-se de uma visão mais actual da escrita, mas verifica-se algum desfasamento entre essas concepções e as suas percepções das práticas supervisivas, nomeadamente no que diz respeito a alguma falta de apoio aos estagiários em termos de informação sobre a escrita e análise de práticas à luz de referenciais teóricos. Concluindo, verifica-se a necessidade de maior formação neste domínio, que possibilite um olhar crítico sobre os manuais e as práticas escolares, por referência a uma concepção actualizada do que significa ensinar e aprender a escrever.

O Cabo - verdiano através dos olhos de forasteiros: representações nos textos portugueses (1784-1844)

Ao ler os textos portugueses dos finais do século XVIII e a primeira metade do século XIX deparase com uma certa depreciação e africanização do homem cabo-verdiano. As formas de sociabilidade dos cabo-verdianos eram reprovadas por estes serem demasiados próximo dos “negros africanos”. Estas representações continuam a ser menos conhecidas tanto no domínio da História como nos outros campos do saber. Ora, o presente trabalho debruça-se sobre a imagem do homem caboverdiano construída, pensada, e dada a ler nos textos portugueses produzidos pelos forasteiros no período entre 1784 e 1844. O corpo textual que sustenta este estudo foi produzido a partir do contacto com as ilhas e os seus habitantes ou, muitas vezes, a partir de informações de terceiros, por alguém cujos padrões mentais e culturais pertenciam à outra realidade. Da longa relação dos portugueses/europeus com os africanos sob a soberania portuguesa no espaço cabo-verdiano desenvolveu-se uma cultura nova e um homem novo – uma nova sociedade, que por um lado reflecte o fracasso português na assimilação dos cabo-verdianos e por outro mostra a capacidade de, num espaço novo, através do processo de mestiçagem, que foi quase um fenómeno natural nas ilhas de Cabo Verde, surgir algo novo, com contornos próprios, que se pode caracterizar de caboverdiano.

O Cabo-verdiano através dos olhos de forasteiros: representações nos textos portugueses, 1784-1844

Ao ler os textos portugueses dos finais do século XVIII e a primeira metade do século XIX deparase com uma certa depreciação e africanização do homem cabo-verdiano. As formas de sociabilidade dos cabo-verdianos eram reprovadas por estes serem demasiados próximo dos “negros africanos”. Estas representações continuam a ser menos conhecidas tanto no domínio da História como nos outros campos do saber. Ora, o presente trabalho debruça-se sobre a imagem do homem caboverdiano construída, pensada, e dada a ler nos textos portugueses produzidos pelos forasteiros no período entre 1784 e 1844. O corpo textual que sustenta este estudo foi produzido a partir do contacto com as ilhas e os seus habitantes ou, muitas vezes, a partir de informações de terceiros, por alguém cujos padrões mentais e culturais pertenciam à outra realidade. Da longa relação dos portugueses/europeus com os africanos sob a soberania portuguesa no espaço cabo-verdiano desenvolveu-se uma cultura nova e um homem novo – uma nova sociedade, que por um lado reflecte o fracasso português na assimilação dos cabo-verdianos e por outro mostra a capacidade de, num espaço novo, através do processo de mestiçagem, que foi quase um fenómeno natural nas ilhas de Cabo Verde, surgir algo novo, com contornos próprios, que se pode caracterizar de caboverdiano

CDS/ISIS

Este documento visa essencialmente fazer uma apresenta¸c˜ao sucinta do CDS/ISIS, destacando a suas potencialidades na gest˜ao e utiliza¸c˜ao de recursos bibliogr´aficos. ´E dada uma particular ˆenfase `a vers˜ao Windows deste sistema com o intuito de elucidar alguns conceitos e funcionalidades que caracterizam o CDS/ISIS.

Ler Melhor Através dos Temas e Mitos na Literatura Caboverdiana – Uma Análise Comparativista

Esta dissertação teve como ponto de partida a pergunta “Como se comportaram alguns temas e mitos ao longo da história da literatura de Cabo Verde? Que caminho percorreram?” Para tentar dar-lhe resposta recorremos à metodologia comparativista, com o objetivo de analisar as evoluções e possíveis mudanças ocorridas ao longo dos tempos, a partir do cruzamento transversal entre temas e mitos em épocas diferentes. Foi assim necessário abordar a literatura cabo-verdiana, na sua relação profunda com a história do país, considerando os seus três grandes momentos: um tempo “ indefinido” que vai até 1936, um segundo que vai de 1936 até 1975 e, por último, o que vai desde essa data até à atualidade. Ao longo dessa análise, e a partir de um corpus textual necessariamente circunscrito, fomos detetando as variantes, as diferentes atualizações ocorridas nesta literatura, geralmente provocadas por fatores de ordem geográfica, pela evolução histórico-social, por fatores ideológicos que se prenderam sobretudo com a falta de liberdade vivida até 1975. Esta abordagem comparativista, a análise intertextual que lhe é inerente, proporcionou, não uma simples comparação, mas o desvendar de relações múltiplas existentes entre as obras, o corpus literário escolhido, e os tempos que lhes deram origem, permitindo assim conhecer as partes e, consequentemente o todo através do “desocultamento do oculto”. Constatou-se uma migração dos temas e dos mitos entre as literaturas dos três momentos. Em certos casos, alguns elementos permaneceram, mas com novas representações, noutros assumem significados radicalmente diferentes dados os atuais contextos da sua recepção. Relativamente aos mitos, observou-se a sua crescente dessacralização, em sintonia com o progresso que o país foi conhecendo após a independência nacional. A leitura que fomos fazendo conduziu-nos deste modo a uma viagem ao passado do país. Esta leitura transversal, alicerçada na história, dando conta das transformações ocorridas ao longo dos tempos, mostrou-nos ainda de forma cabal a necessidade de se introduzirem mudanças no ensino da literatura nas escolas caboverdianas. Uma mudança que deverá passar por uma abordagem comparativista, que privilegia as relações entre textos de diferentes épocas, a sua perspetivação interdisciplinar com outras formas de expressão, capaz de transformar o aluno-meroreceptor num leitor ativo, implicado numa realidade que lhe diz respeito.

Ler melhor através dos temas e mitos na literatura cabo-verdiana : uma análise comparativista

Esta dissertação teve como ponto de partida a pergunta “Como se comportaram alguns temas e mitos ao longo da história da literatura de Cabo Verde? Que caminho percorreram?” Para tentar dar-lhe resposta recorremos à metodologia comparativista, com o objetivo de analisar as evoluções e possíveis mudanças ocorridas ao longo dos tempos, a partir do cruzamento transversal entre temas e mitos em épocas diferentes. Foi assim necessário abordar a literatura cabo-verdiana, na sua relação profunda com a história do país, considerando os seus três grandes momentos: um tempo “ indefinido” que vai até 1936, um segundo que vai de 1936 até 1975 e, por último, o que vai desde essa data até à atualidade. Ao longo dessa análise, e a partir de um corpus textual necessariamente circunscrito, fomos detetando as variantes, as diferentes atualizações ocorridas nesta literatura, geralmente provocadas por fatores de ordem geográfica, pela evolução histórico-social, por fatores ideológicos que se prenderam sobretudo com a falta de liberdade vivida até 1975. Esta abordagem comparativista, a análise intertextual que lhe é inerente, proporcionou, não uma simples comparação, mas o desvendar de relações múltiplas existentes entre as obras, o corpus literário escolhido, e os tempos que lhes deram origem, permitindo assim conhecer as partes e, consequentemente o todo através do “desocultamento do oculto”. Constatou-se uma migração dos temas e dos mitos entre as literaturas dos três momentos. Em certos casos, alguns elementos permaneceram, mas com novas representações, noutros assumem significados radicalmente diferentes dados os atuais contextos da sua recepção. Relativamente aos mitos, observou-se a sua crescente dessacralização, em sintonia com o progresso que o país foi conhecendo após a independência nacional. A leitura que fomos fazendo conduziu-nos deste modo a uma viagem ao passado do país. Esta leitura transversal, alicerçada na história, dando conta das transformações ocorridas ao longo dos tempos, mostrou-nos ainda de forma cabal a necessidade de se introduzirem mudanças no ensino da literatura nas escolas cabo-verdianas. Uma mudança que deverá passar por uma abordagem comparativista, que privilegia as relações entre textos de diferentes épocas, a sua perspetivação interdisciplinar com outras formas de expressão, capaz de transformar o aluno-mero-receptor num leitor ativo, implicado numa realidade que lhe diz respeito.

After Satan: Essays in Honour of Neil Forsyth

This volume is the result of a collective desire to pay homage to Neil Forsyth, whose work has significantly contributed to scholarship on Satan. This volume is "after" Satan in more ways than one, tracing the afterlife of both the satanic figure in literature and of Neil Forsyth's contribution to the field, particularly in his major books The Old Enemy: Satan and the Combat Myth (Princeton University Press, 1987, revised 1990) and The Satanic Epic (Princeton University Press, 2003). The essays in this volume draw on Forsyth's work as a focus for their analyses of literary encounters with evil or with the Devil himself, reflecting the richness and variety of contemporary approaches to the age-old question of how to represent evil. All the contributors acknowledge Neil Forsyth's influence in the study of both the Satan-figure and Milton's Paradise Lost. But beyond simply paying homage to Neil Forsyth, the articles collected here trace the lineage of the Satan figure through literary history, showing how evil can function as a necessary other against which a community may define itself. They chart the demonised other through biblical history and medieval chronicle, Shakespeare and Milton, to nineteenth-century fiction and the contemporary novel. Many of the contributors find that literary evil is mediated through the lens of the Satan of Paradise Lost, and their articles address the notion, raised by Neil Forsyth in The Satanic Epic, that the literary Devil-figures under consideration are particularly interested in linguistic ambivalence and the twisted texture of literary works themselves. The multiple responses to evil and the continuous reinvention of the devil figure through the centuries all reaffirm the textual presence of the Devil, his changing forms necessarily inscribed in the shifting history of western literary culture. These essays are a tribute to the work of Neil Forsyth, whose scholarship has illuminated and guided the study of the Devil in English and other literatures.

Textable: programmation visuelle pour l'analyse de données textuelles

TEXTABLE est un nouvel outil open source de programmation visuelle pour l'analyse de données textuelles. Les implications de la conception de ce logiciel du point de vue de l'interopérabilité et de la flexibilité sont abordées, ainsi que la question que son adéquation pour un usage pédagogique. Une brève introduction aux principes de la programmation visuelle pour l'analyse de données textuelles est également proposée.

Gestió documental amb microordinadors: característiques, estructura i tecnologia dels sistemes de gestió documental

Els sistemes de gestió documental (SGD) són programes que permeten la creació i explotació de bases de dades documentals. Estan orientats a la gestió de documentació científica i tècnica (informació de tipus textual poc estructurada), en oposició als sistemes de gestió de bases de dades (SGDB) dirigits a la gestió de dades empresarials (informació de tipus factual molt estructurada). Es presenta una tipologia dels SGD, així com les característiques, tecnologia i estructura bàsiques d'aquests. Finalment, es comenten les noves tendéncies en tecnologia de sistemes documentals. S'adjunta també una relació dels principals SGD que poden trobar-se al mercat espanyol.

Population-based registration of phenotypic anatomic and familial data for melanoma: results from a Swiss multicentric study

CONTEXT AND OBJECTIVES: A multicentric study was set up to assess the feasibility for Swiss cancer registries of actively retrieving 3 additional variables of epidemiological and a etiological relevance for melanoma, and of potential use for the evaluation of prevention campaigns. MATERIAL AND METHODS: The skin type, family history of melanoma and precise anatomical site were retrieved for melanoma cases registered in 5 Swiss cantons (Neuchâtel, St-Gall and Appenzell, Vaud and Wallis) over 3 to 6 consecutive years (1995-2002). Data were obtained via a short questionnaire administered by the physicians - mostly dermatologists - who originally excised the lesions. As the detailed body site was routinely collected in Ticino, data from this Cancer Registry were included in the body site analysis. Relative melanoma density (RMD) was computed by the ratio of observed to expected numbers of melanomas allowing for body site surface areas, and further adjusted for site-specific melanocyte density. RESULTS: Of the 1,645 questionnaires sent, 1,420 (86.3%) were returned. The detailed cutaneous site and skin type were reliably obtained for 84.7% and 78.7% of questionnaires, and family history was known in 76% of instances. Prevalence of sun-sensitive subjects and patients with melanoma affected first-degree relatives, two target groups for early detection and surveillance campaigns were 54.1% and 3.4%, respectively. After translation into the 4th digit of the International Classification of Diseases for Oncology, the anatomical site codes from printed (original information) and pictorial support (body chart from the questionnaire) concurred for 94.6% of lesions. Discrepancies occurred mostly for lesions on the upper, outer part of the shoulder for which the clinician's textual description was "shoulder blade". This differential misclassification suggests under-estimation by about 10% of melanomas of the upper limbs and an over-estimation of 5% for truncal melanomas. Sites of highest melanoma risk were the face, the shoulder and the upper arm for sexes, the back for men and the leg for women. Three major features of this series were: (1) an unexpectedly high RMD for the face in women (6.2 vs 4.2 in men), (2) the absence of a male predominance for melanomas on the ears, and (3) for the upper limbs, a steady gradient of increasing melanoma density with increasing proximity to the trunk, regardless of sex. DISCUSSION AND CONCLUSION: The feasibility of retrieving the skin type, the precise anatomical location and family history of melanoma in a reliable manner was demonstrated thanks to the collaboration of Swiss dermatologists. Use of a schematic body drawing improves the quality of the anatomical site data and facilitate the reporting task of doctors. Age and sex patterns of RMD paralleled general indicators of sun exposure and behaviour, except for the hand (RMD=0.2). These Swiss results support some site or sun exposure specificity in the aetiology of melanoma.

MADAP, a flexible clustering tool for the interpretation of one-dimensional genome annotation data.

A recurring task in the analysis of mass genome annotation data from high-throughput technologies is the identification of peaks or clusters in a noisy signal profile. Examples of such applications are the definition of promoters on the basis of transcription start site profiles, the mapping of transcription factor binding sites based on ChIP-chip data and the identification of quantitative trait loci (QTL) from whole genome SNP profiles. Input to such an analysis is a set of genome coordinates associated with counts or intensities. The output consists of a discrete number of peaks with respective volumes, extensions and center positions. We have developed for this purpose a flexible one-dimensional clustering tool, called MADAP, which we make available as a web server and as standalone program. A set of parameters enables the user to customize the procedure to a specific problem. The web server, which returns results in textual and graphical form, is useful for small to medium-scale applications, as well as for evaluation and parameter tuning in view of large-scale applications, requiring a local installation. The program written in C++ can be freely downloaded from ftp://ftp.epd.unil.ch/pub/software/unix/madap. The MADAP web server can be accessed at http://www.isrec.isb-sib.ch/madap/.

Féminisation du corps médical et dynamiques professionnelles dans le champ de la santé

Si la féminisation du corps médical est désormais un phénomène massif dans tous les pays occidentaux, elle suscite des analyses quelque peu contradictoires. La plupart des études oscillent entre une posture « universaliste », supposant que les femmes médecins adopteront, à terme, les mêmes pratiques professionnelles que les générations précédentes, composées essentiellement d'hommes et une perspective d'inspiration « essentialiste », mettant largement l'accent sur les « spécificités » de l'exercice médical au féminin. Ici, nous montrons que les femmes médecins tendent effectivement à adopter des pratiques spécifiques, notamment en matière de gestion de l'interface vie familiale et vie professionnelle. Toutefois, ces soi-disant « spécificités féminines » sont de plus en plus souvent adoptées par des médecins hommes aussi. En effet, à partir du moment où ces hommes se trouvent en couple avec des femmes diplômées qui tiennent à rentabiliser leurs études sur le marché de l'emploi, il leur est tout aussi difficile de se conformer aux principes de « l'ethos » de la disponibilité permanente à l'égard des patients qui a longtemps prévalu dans cette profession en France. Si les hommes continuent de dominer les échelons supérieurs de la profession, ils n'échappent pas pour autant aux exigences de modification de leurs rapports à l'exercice médical et à la sphère domestique et familiale. L'analyse des dynamiques professionnelles exige donc une attention particulière à la dynamique du genre comme principe d'organisation de l'exercice médical

The "image" of the cave and the constant temptation to correct Plato: Benjamin Jowettt as an example

Translations of the first chapters of Book VII of Plato's Republic, in which he introduces the well-known image of the cave, eikón, reveals an astonishing and intriguing variety of interpretations of this image: "allegory", "myth", "fable", "parable", "simile" and "comparison", to cite but a few. Taking as an example the work by Benjamin Jowett, the Victorian translator of Plato, remarkable for its textual accuracy and by means of a close analysis of the terms related to the image, this paper insists on the need to neither interpret nor correct the great ideal philosopher, in this case revealing some evident contradictions that arise when this advice is not followed and pointing out the occasional use of terms extraneous to the Platonic lexicon such as "allegory".