983 resultados para Rio de Janeiro (RJ) Carnaval Séc. XX
Resumo:
O estabelecimento das Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduao em Farmcia (DCNF) ocasionou muitas discusses acerca da formao dos farmacuticos, visto que demandam mudanas significativas nessa formao. Essas mudanas envolvem, entre outros aspectos, o componente humanstico e crtico da profisso, o que significa repensar a formao do farmacutico e at mesmo sua prpria identidade como profissional, que apresenta um perfil eminente tcnico. Este trabalho tem por foco o processo de implementao das DCNF no Estado do Rio de Janeiro. Buscou-se verificar com esta vem se desenvolvendo e identificar alguns dos embates, entraves e avanos nesse processo. Para a anlise, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os coordenadores de um conjunto de cursos selecionados, alm do exame dos currculos e projetos pedaggicos dos mesmos, com base nas DCNF. Os resultados demonstram que a construo das novas propostas de formao dos cursos, ocorreu a partir do currculo anterior. Houve uma baixa participao dos alunos e docentes no processo e tambm ocorreram conflitos entre departamentos, alm da inadequao da estrutura universitria. A diretriz da formao voltada para ateno sade com nfase no SUS estimulou a abertura para discusses acerca do Sistema de Sade e conduziu a insero dos alunos no mesmo, tambm causou questionamentos e preocupao, por se considerar essa formao restritiva em relao ao mercado de trabalho. A implementao das propostas enfrentou dificuldade que envolveram a carga horria docente, dificuldade de insero dos alunos em estgio em algumas reas de atuao e a falta de investimentos no setor pblico, tanto de infraestrutura, como de pessoal, alm das dificuldades inerentes ao processo de transio entre os currculos. Nenhum curso promoveu iniciativas sistemticas de desenvolvimento docente e a diversificao dos cenrios ensino-aprendizagem (e parcerias como servios de sade) ainda so muito incipientes. Foram apontados pelos prprios coordenadores alguns desafios a serem superados para mudana do perfil do farmacutico: ruptura da concepo tecnicista na formao; insero do farmacutico nas equipes multiprofissionais de sade (exercendo seu papel de forma eficiente e resolutiva); e a sensibilizao dos docentes para melhor compreenso e comprometimento com as mudanas necessrias para se alcanar a formao desejada. Em relao a avaliao do MEC e cobrana da implementao das DC, os entrevistados sugerem que os cursos privados, so mais pressionados pelo Ministrio. Paradoxalmente as universidade privadas podem acabar por implementar as DC em seus cursos com mais rapidez do que as universidades pblicas, e portanto estarem mais voltadas para atender as demandas do SUS, por serem mais sensveis a esta presso. De acordo com os resultados dessa pesquisa, considera-se que j ocorreram, alguns avanos em decorrncia do estabelecimento das DCNF, que se refletiram em mudanas nos cursos estudados. Entretanto, faz-se necessrio e urgente o desenvolvimento de estratgias que garantam avanos mais sistemticos nas mudanas na formao do farmacutico.
Resumo:
A demarcao de Unidades de Conservao uma forma supostamente eficaz para a conservao da biodiversidade. A Mata Atlntica caracterizada por apresentar uma elevada biodiversidade e altos nveis de ameaa. O estado do Rio de Janeiro encontra-se totalmente inserido nesse bioma e seus remanescentes florestais so considerados um hotspot dentro de outro hotspot. O Rio de Janeiro pode ser considerado um dos estados melhor amostrados, porm ainda existem lacunas de conhecimentos geogrficos sobre a ocorrncia de morcegos. Esta tese foi desenvolvida em trs captulos com o objetivo de contribuir com conservao de morcegos no estado do Rio de Janeiro, focando em como e onde eles j foram amostrados e que locais ainda carecem de ateno. Para este estudo foram utilizados dados referentes a buscas bibliogrficas e dados de amostragens do Laboratrio de Diversidade de Morcegos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. No primeiro captulo pode-se observar que as localidades com mais de 30 espcies de morcegos so resultado de grande esforo de captura e amostragens usando diversas metodologias. Para uma melhor amostragem da riqueza local, devem-se armar redes no somente em trilhas e prximas a rvores em frutificao, mas tambm sobre corpos de gua. Fazer busca em refgios diurnos tambm aconselhvel. Devem ser realizadas amostragens durante a noite toda e variar a fase do ciclo lunar, no restringindo a apenas uma ou partes das fases do ciclo lunar. No segundo captulo observou-se que 43% das Unidades de Conservao aqui estudadas apresentam 20 ou mais espcies. Localidades que apresentam de 20 a 40 espcies de morcegos na Mata Atlntica podem ser consideradas bem amostradas. Isso demonstra que mais da metade das Unidades de Conservao no podem ser consideradas bem inventariadas. Muitos projetos de pesquisas do prioridade para a localidade estudada ser uma Unidade de Conservao, porm existem poucos trabalhos de longa durao. No Rio de Janeiro ainda existem diversas Unidades de Conservao no amostradas, principalmente aquelas de difcil acesso e em altitudes elevadas. No terceiro captulo foi possvel observar que h uma maior proporo de espcies que apresentam distribuio geogrfica restrita. Esse padro constitui uma informao importante em termos de conservao, visto que indiretamente poderia indicar uma menor capacidade de disperso desses animais em mdias e grandes distncias. Entretanto existem lacunas de conhecimento em decorrncia da falta de amostragem em algumas regies, sendo imperativos maiores esforos de captura. Importantes municpios para a conservao e/ou preservao de morcegos como Varre-Sai, Cambuci, Miracema, Carmo, Cantagalo, Valena, Barra do Pira e Pira no esto sob proteo legal, mesmo constituindo possveis corredores entre Unidades de Conservao ou mesmo fragmentos importantes que ainda detm espcies que no esto representadas em Unidades de Conservao j estabelecidas. imperativo que mais estudos e esforos de conservao sejam direcionados para essas reas
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Excesso de peso (sobrepeso e obesidade) e transtornos mentais comuns so importantes problemas de sade pblica no Brasil e no mundo. A associao entre ambos tem sido investigada por pesquisadores, porm os resultados ainda so conflitantes. Estudos realizados com nutricionistas tm dado maior nfase prtica de atuao, entretanto, poucos abordaram questes de sade desses profissionais, principalmente sobre o excesso de peso e sofrimento psquico. Objetivo - Analisar a associao entre sobrepeso, obesidade e transtornos mentais comuns nesses profissionais. Mtodos - Estudo seccional, realizado com 289 nutricionistas da rede pblica de hospitais do municpio do Rio de Janeiro, no perodo de outubro de 2011 a agosto de 2012. A avaliao do excesso de peso corporal foi realizada com base no ndice de Massa Corporal (kg/m2) atravs da aferio de peso e altura, e os transtornos mentais comuns atravs do General Health Questionarie (GHQ-12). Variveis scio-demogrficas, laborativas e de sade tambm foram includas no estudo. Resultados - A prevalncia de sobrepeso foi de 32,3% e de obesidade, 15,3%. A prevalncia de transtornos mentais comuns (TMC) foi de 37,7%. A anlise bruta demonstrou uma associao negativa entre transtornos mentais comuns e sobrepeso (OR 0,68; IC95% 0,39 1,20) e positiva para obesidade (OR 1,34; IC95% 0,65 2,75) que no se modificou quando ajustado pelas variveis socioeconmicas (SES), laborativas e de sade (OR= 0,60 IC95% 0.32 1,10) para sobrepeso e para a obesidade (OR= 1.09 IC95% 0,50 2,37). Concluso - Os resultados do estudo destacam as altas prevalncias de sobrepeso, obesidade e transtornos mentais comuns, bem como, a magnitude da associao entre os eventos, ambos sem significncia estatstica. Sugerimos novos estudos em que se possam identificar os mecanismos envolvidos nesta relao, bem como os fatores relacionados s condies de trabalho e de vida que possam estar afetando a sade do nutricionista que formado para cuidar da sade populao muitas vezes em detrimento da sua prpria sade.
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Esta pesquisa um estudo de caso com abordagem qualitativa e quantitativa, de natureza exploratria que se prope a analisar as caractersticas de oferta e produo das prticas integrativas e complementares, no perodo de 2006 a 2013 no municpio do Rio de Janeiro. Como fontes de dados foram utilizados os bancos de dados nacionais sobre oferta de servios, de profissionais e de produo: o SCNES- Sistema do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sade onde so registrados dados da capacidade fsica e recursos humanos dos estabelecimentos de sade e o SIASUS Sistema de Informao Ambulatorial onde so registrados os dados da produo ambulatorial do SUS. Optou-se por esses dois bancos de dados por serem ferramentas institucionais de gerenciamento da capacidade instalada e produo utilizadas pelas esferas federal, estadual e municipal. Buscou identificar profissionais cadastrados no SCNES que so autorizados a oferecer prticas integrativas e complementares no municpio do Rio de Janeiro, detectar os servios de prticas integrativas e complementares cadastrados no CNES do municpio do Rio de Janeiro e analisar no Sistema de Informao Ambulatorial, registros de produo em prticas integrativas e complementares do municpio do Rio de Janeiro. A lista de prticas integrativas e complementares estabelecidas na portaria no 971 de 2006 so homeopatia, medicina tradicional chinesa (onde se inclui a acupuntura), medicina antroposfica, plantas medicinais e fitoterapia, termalismo/crenoterapia. Este estudo proporciona maior visibilidade quanto s caractersticas de implementao e institucionalizao de uma recente poltica pblica de sade e contribui com base na anlise dos dados encontrados em ferramentas de gesto, para o aprimoramento de aes de acompanhamento e avaliao, estruturao dos servios, bem como o desenvolvimento sustentvel de polticas locais de oferta das terapias complementares do SUS, em consonncia com as diretrizes da Poltica Nacional de Prticas Integrativas e Complementares.
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Este trabalho pretende apontar o acometimento do transtorno do estresse ps-traumtico em policiais militares do Estado do Rio de Janeiro. Para isso, a autora utiliza sua experincia como psicloga da PMERJ h 11 anos e descreve inmeras situaes sobre o cotidiano na referida corporao, os desafios de pesquisar a instituio onde trabalha, descreve como funciona o servio de psicologia e como, a partir do lugar de psicloga militar, enxerga o homem policial militar, sua identidade e a instituio Polcia Militar. contextualizado o cenrio de violncia e criminalidade encontrado pelos policiais de nosso Estado nos ltimos anos e so abordados aspectos da formao desses profissionais de segurana pblica, que incluem a construo da negao do medo no exerccio da atividade laboral e a aderncia a um padro de homem destemido e forte em todos os momentos. H a tentativa de demonstrar como essas construes contribuem para o adoecimento psquico desses trabalhadores, por impedi-los de se dar conta de suas fragilidades e limitaes, estando sempre em busca de alcanar o padro do super-homem valorizado como ideal. Discute-se o adoecimento mental entre policiais, especialmente o transtorno do estresse ps-traumtico como um problema de sade pblica para alm dos muros da PMERJ. So apresentadas as diretrizes atuais em nosso pas no tocante a esta temtica e por fim so descritas duas estrias detalhadas de policiais militares para ilustrar como a profisso pode atravessar a vida desses trabalhadores, de forma a modific-las profundamente.
Resumo:
Trata-se de um estudo descritivo e exploratrio, que se apoiou na estatstica descritiva para abordagem dos resultados produzidos. Tem como objeto as iniciativas para segurana do paciente, implementadas pelos gerentes de risco em hospitais do municpio do Rio de Janeiro. O estudo teve como objetivo: analisar as iniciativas implementadas pelos gerentes de risco para garantir a segurana do paciente, considerando as iniciativas nacionais e mundiais existentes. Foi desenvolvido em cinco hospitais do Rio de Janeiro, com quatorze gerentes de risco. A tcnica utilizada foi a aplicao de um questionrio semiestruturado, composto por questes fechadas e abertas sobre as iniciativas para segurana do paciente. Foi verificado que todos realizam atividades voltadas para educao continuada. As menos desenvolvidas so aes de tecno, hemo e farmacovigilncia (29%). A maioria informou que se orienta pela Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria, assim como implementa quatro programas para segurana do paciente: a identificao dos pacientes (100%), seguida da assistncia limpa uma assistncia mais segura (86%), controle de infeco da corrente sangunea associada ao cateter (64%) e cirurgia segura, salva vidas (64%). A maior parte dos gerentes de risco desconhece os cinco protocolos operacionais padronizados da Joint Comission on Acreditation of Healthcarecare Organizations e o contedo da campanha dos 5 milhes de vidas do Institute for Healthcare Improvement. Os eventos adversos cujo monitoramento prioritrio para os gerentes de risco, so queda do leito (43%) e infeces (36%). A maior parte deles (57%) informa utilizar a anlise de causa raiz e anlise do modo e efeito da falha como ferramentas de monitoramento de eventos adversos. Conclui-se que grande parte das iniciativas para segurana do paciente so implementadas pelos gerentes de risco, o que vai ao encontro do que sugerido atualmente, no entanto as iniciativas mais citadas so as iniciativas j divulgadas pelas instituies de referncia para segurana do paciente, e que exigem poucos investimentos para serem implementadas, logo essencial mais aes de capacitao dos gerentes de risco e de desenvolvimento de uma cultura de segurana no ambiente hospitalar.
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O tema desta tese compreender trajetrias de indivduos que atuaram no trfico de drogas e de armas na regio metropolitana do Rio de Janeiro. Discuto as motivaes que ensejaram a entrada destes indivduos na atividade criminosa e os efeitos que a passagem pelo sistema prisional causou na constituio de suas identidades pessoais. O objetivo principal examinar as condies que propiciaram o abandono do trfico e detectar as mediaes que serviram de suporte na tentativa de reinsero no mundo formal e lega. Procurei analisar as atividades do trfico de drogas a partir das diversas interaes entre seus participantes, reconstitudas por entrevistas com indivduos que exerceram tal atividade. As formas sociais de conexo entre o lcito e o ilcito examinada neste trabalho a partir das motivaes individuais face foras estruturais que induzem a produo de um jogo de identidades que no toma o indivduo como um "locus " emprico dotado de encerramento da anlise sociolgica.
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A presente dissertao tem por objetivo identificar as representaes sociais da ressocializao, por meio da escola, de prisioneiros masculinos de presdios situados no Rio de Janeiro. A legislao brasileira tem, entre seus princpios organizadores, o conceito de ressocializao de prisioneiros, ao estabelecer limites de durao da pena e impedir a pena de morte. Entretanto, ao analisarmos as condies carcerrias existentes neste iderio de ressocializao, verificamos que este iderio no possui e nem produz eficcia. A oferta de educao, para presidirios, ocorreu no Brasil a partir de 1967 e atualmente est em vigor a Lei n 12.433, de 29 de junho de 2011, que estabelece uma correlao entre a educao formal e a remio de pena. A dissertao trata de um breve histrico da educao no sistema penal brasileiro, considerando seus limites e potencialidades. O referencial terico utilizado foi o da Teoria das Representaes Sociais como apresentada por Serge Moscovici (1978) em sua pesquisa original sobre as representaes sociais da psicanlise. O referencial terico adotado permitiu a identificao desta espcie de pensamento social em um grupo de presidirios que frequenta a escola no presdio, priorizando a relao entre escola e ressocializao. Foram entrevistados 80 sujeitos do sexo masculino, em presdios da capital do estado do Rio de Janeiro, com a devida autorizao do presdio, da Secretaria de Estado da Educao e com o rigor no cumprimento das normas ticas estabelecidas para pesquisa com humanos, especialmente a garantia de anonimato. A representao de comportamento no presdio resume-se ao conceito de enquadramento, que significa uma srie de atitudes e de pensamento que permitem a sobrevivncia no interior do presdio. A escola foi compreendida, pelos sujeitos, como instituio tambm determinada pelo enquadramento. Mesmo a escola tendo sido bem avaliada e apresentando perspectivas de futuro para a ressocializao, os sujeitos consideraram que a famlia o principal agente de ressocializao frente da escola. Consideramos que, para os presidirios, a escola pode representar possibilidades de ressocializao, entretanto deve aprimorar suas atividades para o mundo do trabalho e para a constituio de redes sociais de afinidade, com a famlia lato sensu dos prisioneiros, para que sua eficcia seja real e potente.
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A presente dissertao tem por objeto elaborar um relato histrico da emergncia da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) no Brasil, com especial observncia ao eixo Rio-So Paulo nas dcadas de 1950, 1960 e 1970. A ACP faz parte da chamada Psicologia Humanista, um movimento inicialmente organizado pelo psiclogo norte-americano Abraham Maslow (1908-1970) na dcada de 1950, que contou com a forte participao de Carl Rogers (1902-1987), tambm psiclogo norte-americano, e fundador da atualmente denominada Abordagem Centrada na Pessoa. A trajetria profissional de Rogers foi marcada pelos acontecimentos de sua poca, como a crise econmica americana da dcada de 1930, a Segunda Guerra Mundial, a Guerra Fria e os conflitos globais por questes tnicas, religiosas e raciais. Para uma melhor compreenso do desenvolvimento da ACP, este foi narrado em conjunto com a histria dos principais acontecimentos polticos, econmicos e culturais dos EUA, buscando construir uma narrativa situada historicamente. O mesmo foi feito em relao histria da ACP no Brasil, nas dcadas de 1950 a 1970, ressaltando-se o objetivo dos governantes nacionais de transformar o Brasil em uma grande nao em termos culturais e educacionais, para isso se valendo da criao de diversas instituies voltadas s crianas, adolescentes e jovens adultos, para seu atendimento psicolgico, educacional, orientao profissional e aprimoramento tcnico. A instaurao da ditadura civil-militar iniciada em 1964, o processo de regulamentao da profisso de psiclogo e a criao dos primeiros cursos de psicologia no Brasil so destaque. Registrar a histria da ACP no Brasil uma tarefa que se justifica dado o contingente de profissionais que atuam neste referencial terico e para incentivar a pesquisa em histria da psicologia. A metodologia de trabalho adotada foi a reviso bibliogrfica e o relato oral instrumentalizado por entrevistas com profissionais de destacada relevncia na histria da ACP no Rio de Janeiro e em So Paulo. Este estudo tem como marco final a vinda de Carl Rogers e sua equipe em 1977 ao Brasil para a realizao do I Encontro Brasileiro Centrado na Pessoa (Arcozelo I), o que possibilitou a reunio, o reconhecimento mtuo e a troca de experincias entre os profissionais brasileiros, fechando desta forma o perodo da emergncia da ACP no Brasil e favoreceu uma nova fase de desenvolvimento por todo o pas.
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Este trabalho est associado ao projeto de pesquisa As transformaes do cuidado de sade e enfermagem em tempo de AIDS: representaes sociais e memrias de enfermeiros e profissionais de sade no Brasil, coordenado pelo Programa de Ps-Graduao em Enfermagem da UERJ. Neste trabalho, foi feito um recorte do projeto original, tendo como objetivo fazer um levantamento das prticas desenvolvidas pelos psiclogos que atuam no Programa Nacional DST/AIDS, alm de descrever e analisar o contedo das representaes sociais dos psiclogos sobre o HIV/AIDS e sobre seus pacientes. A fundamentao terica do trabalho consiste na Teoria das Representaes Sociais, inaugurada por Serge Moscovici em 1961, e desenvolvida por outros autores desde ento. Os sujeitos da pesquisa foram doze psiclogos que trabalham em servios de sade que desenvolvem as aes do Programa Nacional DST/AIDS na cidade do Rio de Janeiro, em SAES e CTAS. A coleta de dados consistiu em duas etapas: a aplicao de questionrios aos profissionais que trabalham no Programa Nacional DST/AIDS e realizao de entrevista com alguns dos profissionais de sade que responderam anteriormente ao questionrio. Alm das questes presentes no roteiro de entrevista comum a todos os profissionais de sade, foram inseridas algumas questes relativas s prticas e especificidade do trabalho do psiclogo nas equipes. Para a anlise dos dados brutos obtidos atravs dos dois roteiros de entrevista, foi utilizada a tcnica de anlise de contedo temtico-categorial, operacionalizada pelo software QRS NVivo. O resultado da anlise do material discursivo ficou concentrado em seis categorias: 1) A memria do HIV/AIDS: o incio da epidemia e sua construo social ao longo do tempo; 2) Mudanas e avanos em relao ao HIV/AIDS: conhecimento, cuidado, mentalidade e perfil dos pacientes; 3) O sistema de atendimento a pacientes com HIV/AIDS: prticas comuns e dificuldades vividas pelos profissionais de sade; 4) A atuao dos psiclogos com pacientes HIV/AIDS: suas prticas, dificuldades e percepes; 5) Os desafios de se viver com o HIV/AIDS: adeso ao tratamento e discriminao; 6) Polticas governamentais, sociais e institucionais para o HIV/AIDS: desafios e questes epidemiolgicas. As representaes das psiclogas a respeito do HIV/AIDS contm alguns elementos compartilhados com a populao geral no passado, como a ideia de grupos de risco, mortalidade e culpabilizao dos pacientes, mas tambm apresentam elementos que foram incorporados por conta de sua prtica profissional, como a melhoria na qualidade de vida dos pacientes, a AIDS como uma doena crnica e a mudana de perfil dos pacientes. Em suas prticas, embora reconheam algumas particularidades nos pacientes com HIV/AIDS, as psiclogas no reconhecem nestas particularidades uma necessidade de atendimento diferenciado a esses pacientes.
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O estudo tem como tema os Percursos trilhados pelas famlias para a garantia do direito educao de crianas com necessidades especiais. Este estudo surgiu pela demanda dos integrantes do Ncleo de Estudos da Infncia: Pesquisa & Extenso (NEI:P&E/UERJ), coordenado pela Prof Dr Vera Vasconcellos, em compreender como ocorreu a trajetria de escolarizao de crianas acompanhadas em dois estudos realizados em creches do municpio do Rio de Janeiro, em 2009, aps a sada delas das referidas instituies. Os estudos foram: i) Crianas focais: a triangulao educao-famlia-sade na creche, realizado em 2008 e 2009 na Creche Institucional Dr. Paulo Niemeyer; e ii) Infncia, Educao e Incluso: um estudo de caso, realizado em 2009 na Creche Municipal de Odetinha Vidal de Oliveira. A pesquisa atual tem como proposta um estudo de follow-up, onde demos continuidade s duas anteriores, a partir da anlise do percurso de trs (3) famlias (me) na tentativa de garantir uma educao inclusiva de qualidade para seus filhos. Inicialmente, foi realizado um levantamento bibliogrfico e documental sobre o tema. Em seguida voltou-se s famlias das crianas com o objetivo de investigar de que modo escolarizao foi sendo propiciadas a estas crianas e como suas dificuldades de aprendizagem tm sido entendidas nos espaos educacionais que frequentam. Adotamos o Estudo de Caso como proposta metodolgica. Foram realizadas duas entrevistas com as mes das crianas, respectivamente em 2012 e 2013 e solicitado que elas respondessem um questionrio (Caracterizao Familiar), que delineava o perfil das mesmas destacando suas caractersticas sciodemograficas. Os dados produzidos foram sistematizados atravs da abordagem de Anlise de Contedo por temticas, com nfase nas trajetrias das crianas e suas famlias em prol da garantia ao direito Educao. A pesquisa conclui que as crianas do estudo no encontraram espao no sistema regular de educao, pblico e/ou privado, em contraste ao que garante os documentos nacionais e municipais. As trajetrias e experincias foram repletas de inseguranas e expectativas negativas por parte das escolas quanto ao desenvolvimento e escolarizao das crianas. Conclui tambm que no suficiente conhecer os direitos educao da criana com necessidades especiais, as instituies precisam reconhecer os familiares como parceiros privilegiados na construo de alternativas para a produo de conhecimentos das crianas com necessidades especiais. Os dados demonstraram a importncia social das escolas especiais no atendimento especializado de crianas com necessidades especiais. Os lugares ocupados por essas instituies so reconhecido pelas famlias como fundamental rede de apoio e suporte s crianas e famlias no processo de educao e incluso escolar.
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A presente dissertao constituiu um estudo da poltica na rea de Sade Bucal em um municpio de grande porte atravs dos seus processos - de formulao e implementao - seus atores e sua interface com a Poltica Nacional Brasil Sorridente. Tomando como referncia a experincia do Rio de Janeiro no perodo de 2001 a 2006, optou-se por um estudo de caso por tratar-se de descrever a unidade a poltica - em profundidade e em detalhe. A conduo de listas livres possibilitou um maior discernimento das mudanas poltico-organizacionais e principalmente de dois momentos consecutivos: a suposta centralidade da Sade Bucal na agenda municipal com o decreto do Programa Sade e Cidadania Dentescola e a oportunidade de se estabelecer uma poltica de Sade Bucal contextualizada no acolhimento, no acesso e na universalidade da ateno. O processo de implementao da Poltica Carioca Rindo Toa e do Programa Sade e Cidadania Dentescola dependeu principalmente do aumento de recursos humanos e da aproximao desses com as propostas de Integralidade e Transversalidade.
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A indstria farmacutica, de um modo geral, manipula substncias txicas, desenvolve atividades utilizando como matria-prima um dos maiores bens da natureza, que a gua. Enfim, para produzir o medicamento em benefcio do homem deixa como conseqncias, impactos ambientais considerveis. Pretende-se mostrar que o segmento em questo, apesar de buscar se adequar s normas legais, como as da vigilncia sanitria, ele muito centrado na qualidade do produto, em detrimento dos aspectos ambientais, ainda que tendo disponvel uma importante ferramenta para tal: A certificao de Boas Prticas de Fabricao (BPF) dos produtos farmacuticos. A escolha do local da pesquisa foi o estado do Rio de Janeiro, por ser este, entre outros aspectos, um stio onde historicamente se localizam empresas deste setor. O Rio de Janeiro e So Paulo so estados que congregam o maior nmero de fabricantes de medicamentos do pas. Identificadas as indstrias foi realizado um levantamento para selecionar um grupo de empresas com caractersticas semelhantes. Como as grandes empresas deste segmento so dotadas de estrutura adequada implantao de sistema de gesto ambiental, elas ficaram fora deste escopo. Tambm ficou fora da pesquisa o grupo formado por empresas que importam, embalam, comercializam, mas no fabricam os medicamentos e os produtores de fitoterpicos e veterinrios. O resultado da pesquisa foi que as empresas privadas com nmero de empregados entre 50 e 500 e todas as pblicas tm deficincia para atender aos requisitos ambientais legais, em outras palavras, as questes ambientais ficam restritas a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA / RDC-306) e aos processos de obteno de licenas junto a Fundao Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA). Apenas uma dentre s vinte e oito pesquisadas tem Sistema de Gesto Ambiental SGA implantado. Como todos os fabricantes de medicamentos tm que cumprir as exigncias da RDC-210, para obterem o Certificado de BPF e os registros dos medicamentos, assim eles j possuem a cultura, parte dos requisitos e a ferramenta necessria implantao de um SGA de acordo com padres voluntrios como a NBR ISO 14001 (2004). Para comprovar tal evidncia, o estudo apresentou o caso de uma empresa pblica dotada de caractersticas inovadoras e cultura diferenciada, porque agrega colaboradores advindos de laboratrios privados. Tal empresa fabrica exclusivamente vacinas, biofrmacos e reativos, sendo uma grande exportadora, sujeita fiscalizao internacional, como por exemplo, a da Organizao Mundial da Sade (OMS). Conclui-se que as empresas priorizam as questes da ANVISA e as ambientais precisam ser monitoradas e mitigadas. Um Plano de Ao para melhorias ambientais, visando implantao de um SGA e a obteno de um diferencial competitivo pode ser adotado, atravs da estrutura existente por fora das exigncias da ANVISA a qualquer empresa do setor farmacutico
Resumo:
Este estudo contempla a implementao da Poltica Nacional de Humanizao no Hospital da Lagoa, unidade hospitalar sob gesto do Governo Federal, situada no Municpio do Rio de Janeiro. A escolha do Hospital da Lagoa baseou-se na tradio dessa unidade em implantar aes e atividades inovadoras com vistas melhoria da qualidade da assistncia e, tambm, pela proximidade que a pesquisadora desenvolveu com a instituio ao longo de sua vida profissional. Foi privilegiada a perspectiva dos gestores da instituio quanto experincia de Humanizao, iniciada em 2003 e ainda em curso. De acordo com a poltica, entende-se por humanizao a valorizao dos diferentes sujeitos implicados no processo de produo de sade: usurios, trabalhadores e gestores. Como estratgia de mudanas, a humanizao orienta-se por trs princpios: a transversalidade; a estreita vinculao entre a ateno e a gesto em sade; e a autonomia e protagonismo dos sujeitos nos processos de trabalho. Em se tratando de um estudo de caso, a metodologia do trabalho observou a triangulao, combinando anlise documental, observao participante e realizao de entrevistas semi-estruturadas com 17 gestores, de diversas categorias profissionais e diferentes nveis de chefia. A anlise dos dados revelou a existncia de muitos obstculos a serem transpostos para a institucionalizao da poltica. Entre estes, foram apontados pelos entrevistados: a fragilidade da poltica de humanizao e a prpria cultura organizacional instituda. Nesta, segundo os entrevistados, se localizam os entraves gesto do trabalho: dificuldade na formao de equipes multiprofissionais, desconsiderao com a sade do trabalhador e inoperncia do Colegiado de Gesto Participativa local. Embora tenham sido indicados aspectos favorveis ao processo, ao final do trabalho de campo ainda no tinham sido implantados todos os dispositivos preconizados pela Poltica Nacional de Humanizao. Ademais, os esforos para sua implementao passaram a concorrer com o a implantao de um programa de acreditao hospitalar, pactuado com o Ministrio da Sade.
Resumo:
Apesar das diversas aes governamentais nas questes relacionadas a alimentao, a insegurana alimentar faz parte da realidade brasileira. Esta pode ocorrer em diversos nveis: primeiramente a preocupao com a oferta de alimentos e a qualidade dos mesmos, em seguida, reduo da qualidade e quantidade de alimentos entre os adultos e por fim em um nvel mais elevado, a reduo ocorre entre as crianas, at mesmo a fome, quando no h nada para comer no domicilio. direito de todos terem acesso a alimentos seguros e nutritivos, desta forma a alimentao e nutrio uma condio para proteo da sade. Trata-se de um estudo seccional, com 273 trabalhadores de sete restaurantes localizados no municpio do Rio de Janeiro. A avaliao da insegurana alimentar foi realizada utilizando a Escala Brasileira de Insegurana Alimentar (EBIA) classificando a populao em segurana alimentar e insegurana alimentar. As anlises foram desenvolvidas aplicando-se o teste qui quadrado ou o teste exato de Fisher quando apropriado (p<0,20) e a regresso logstica foi efetuada considerando trs blocos de variveis: socioeconmicas, laborais e de sade. A prevalncia de insegurana alimentar foi de 53,7%. A maioria da populao estudada era do sexo masculino (57,9%), eram negros ou pardos (81,7%), com nove anos de escolaridade (57,1%), casados (58,2%), com filhos (70,1%), possuam moradia prpria (73,6%), eram ASGs ou copeiras (54,6%), quanto ao tempo gasto do deslocamento de casa para o trabalho, 67,6% dispendem mais de 40 minutos neste trajeto. As variveis: escolaridade (OR-2,39; IC-95% 1,38 - 4,16), opinio sobre a falta de condies financeiras para manter alimentao saudvel (OR-2,24; IC-95% 1,25 4,00), tempo de trabalho em cozinhas <29 meses (OR-2,72; IC-95% 1,44 5,16) e opinio da composio e regularidade da alimentao (OR- 2,01; IC-95% 1,12 3,57) associaram-se significativamente com a insegurana alimentar. Estes trabalhadores mesmo inseridos em um equipamento destinado a ofertar alimentao de qualidade, no tem a percepo da garantia ao acesso de forma satisfatria aos alimentos tanto quantitativamente como qualitativamente.