924 resultados para Surdos Educação - Brasil Teses
Resumo:
A partir de um estudo do discurso presente nos livros de orientao de pais mais vendidos, editados no Brasil no perodo de 2001-2006, a autora da presente dissertao faz uma reflexo crtica relacionando as concepes de educação e babrie, considerando a perspectiva da Teoria Crtica da Escola de Frankfurt. Contextualiza-se este trabalho atravs de um mapeamento das prticas tradicionais de educação no mbito da famlia e o levantamento de sinais, que possam servir de ndices para se conceber uma possvel educação hipermoderna. O carter paradoxal de muitas das orientaes feitas por estes livros coerente com as noes da Teoria Crtica relativas indstria cultural e aos paradoxos da cultura hipermoderna. A reflexo feita aponta para a necessidade de um posicionamento tico de pais e educadores no que diz respeito s sugestes feitas pelos livros de orientao estudados
Resumo:
O Programa Escola Ativa (PEA) foi implementado no Brasil a partir de 1997 no marco de um convnio com o Banco Mundial, com o objetivo de melhorar o rendimento de alunos de classes multisseriadas rurais. O PEA tem seu foco na formao de professores e na melhoria da infra-estrutura das escolas, e prope amplas mudanas na organizao do trabalho docente, constituindo-se na nico programa voltado especificamente para as classes multisseriadas no Brasil. Seu histrico marcado pela coexistncia com movimentos sociais que sintetizam e defendem novos princpios para a educação do meio rural alinhados com os seus prprios interesses e configurando-os em um novo conceito: Educação do Campo. Estes princpios devieram em 2002 em Referncias para uma poltica nacional de educação do campo e passaram a orientar, em tese, a reformulao e redirecionamento do PEA. O objetivo desta pesquisa analisar as mudanas no trabalho docente a partir da introduo do Programa Escola Ativa nas escolas multisseriadas rurais. Trs frentes de anlise foram abertas: uma anlise macro, relativa ao contexto histrico da formulao do Programa e incio de sua implantao no Brasil; uma anlise meso, relativa aos processos de apropriao e resistncia de diferentes grupos de interesse; e uma anlise micro, relativa s mudanas no trabalho docente no campo a partir da implementao do Programa, considerando os sentidos que adquire o mesmo para o professor, a partir das novas prescries e condies engendradas. Ao reconstituir o percurso do PEA, da origem universalizao, buscou-se identificar o papel do professor que atua nas escolas aderentes ao PEA e o papel dos movimentos sociais, ao proporem uma poltica nacional de educação do campo. Inicialmente, realizou-se uma anlise macro dos contextos do desenvolvimento e da implementao do PEA, por meio de reviso da literatura. Observou-se uma retrica modernizadora e uma racionalidade tecnocrtica que impunha-se de cima para baixo orientando as polticas, em matria de autonomia e profissionalizao dos docentes. No nvel meso, por meio de entrevistas, pesquisa participante e anlise documental buscou-se mapear pontos convergentes e divergentes na interlocuo da coordenao do PEA com os movimentos sociais que discutem a educação do campo no Brasil. Detectou-se um considervel acmulo de informaes construdas de maneira coletiva e utilizadas pelo movimento crtico de maneira isolada dos articuladores das polticas pblicas. No nvel micro, foram utilizadas tcnicas em que o grupo foi meio e estratgia de abordagem das trabalhadoras e de anlise reflexiva dos contedos evocados. As tcnicas foram utilizadas durante um seminrio, com a participao de todas as professoras das Escolas Ativas de um municpio de Gois. Observou-se que, da perspectiva das professoras, houve melhora das condies materiais para o exerccio da profisso docente a partir do PEA. Contudo, esta foi insuficiente para garantir condies adequadas para todos os professores e alunos e uma ampliao da autonomia do professor, que est condicionada a uma intensificao do trabalho e extenso da jornada. Observou-se ainda o carter vertical da relao com a coordenadora municipal do Programa. Conclui-se que o Programa Escola Ativa possui um trao de verticalismo forte no modo como implementado, nas esferas macro, meso e micro, que abarca todo o processo de formulao, implantao, avaliao e universalizao e reflete na sua dificuldade de incorporar produes crticas e anlises coletivas para alm do nvel do discurso
Resumo:
O presente estudo busca avaliar se os processos gerenciais e a estrutura organizacional do setor de recursos humanos das secretarias estaduais e municipais refletem os investimentos tcnicos, polticos e financeiros alocados pela rea de gesto do trabalho e da educação, em nvel nacional. Mais ainda, identificar avanos e retrocessos, ns crticos e os rumos para a consolidao da rea. Parte do princpio de que os recursos humanos so um tema central na agenda de desenvolvimento das polticas pblicas de sade e constituem-se em um fator essencial e crtico para o alcance das metas propostas no planejamento e implementao de sistemas nacionais de sade mais eficientes. No caso do Brasil, fato que dirigentes de recursos humanos na rea da sade enfrentam problemas que se perpetuam desde a implantao do Sistema nico de Sade. Nos anos recentes, o Ministrio da Sade, via Secretaria de Gesto do Trabalho e da Educação na Sade, para alm de estabelecer as diretrizes nacionais da poltica nesse campo, vem implementando estratgias indutoras para a execuo e qualificao da gesto do trabalho e da educação em estados e municpios. Para realizao dessa tese, alm da reviso bibliogrfica e documental, foram utilizados os dados primrios do survey aplicado em pesquisa realizada pela Estao Observatrio de Recursos Humanos em Sade IMS/UERJ; grupo focal com responsveis pelas estruturas de recursos humanos das secretarias de sade dos estados e das capitais; entrevistas semi-estruturadas com atores envolvidos na conduo da poltica nacional de recursos humanos e formadores de opinio. Foi tambm destacado o estudo de caso do estado do Rio de Janeiro pioneiro no modelo de estruturao da rea no mbito do SUS. Os resultados revelam que o esforo de implementao da poltica de recursos humanos pela esfera federal no tem sido capaz de redirecionar de forma mais permanente os processos de formao e trabalho nas outras instncias do sistema de sade, com vistas aos objetivos do sistema de sade brasileiro. Embora sejam observadas mudanas pontuais, mantm-se o distanciamento discurso x prxis que condiciona uma baixa institucionalidade da rea, tanto no campo da poltica, como da gesto.
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O estudo teve por objetivo identificar e analisar as memrias e representaes sociais acerca do Instituto Federal de Educação, Cincia e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT) construdas por seus docentes, servidores tcnico-administrativos e alunos. Os pressupostos tericos sobre os quais a pesquisa se assenta esto centrados em um dilogo entre aqueles da teoria das representaes sociais e os que presidem os estudos da memria social numa perspectiva psicossocial. As representaes sociais so exploradas tomando-se como principais autores de referncia Moscovici (1978, 2003) e Abric (1998, 2000, 2003), enquanto a memria tratada em seu aspecto coletivo/social, recorrendo-se a autores como Halbwachs (1994, 2004), Barlett (1995) e S (2005, 2007). Para a coleta dos dados foram utilizadas as tcnicas de evocaes livres e de entrevistas semi-estruturadas. Participaram das evocaes 260 sujeitos, sendo 100 docentes, 60 tcnico-administrativos e 100 discentes. Desse total, foram selecionados 58 sujeitos para participarem das entrevistas. O material coletado por meio das evocaes foi processado pelo software EVOC (2003) e o referente s entrevistas pelo software ALCESTE. Os resultados revelaram que a memria socialmente construda acerca do IFMT quando ainda era Escola Tcnica Federal (ETFMT) tende nitidamente para o plo positivo de avaliao e as representaes que consubstanciam essa memria tm relao com a qualidade da educação ali ofertada. Foi tambm possvel evidenciar diferenas entre as representaes construdas pelos trs grupos de sujeitos. De outra parte, os resultados referentes s representaes sociais contemporneas, que tm como objeto o IFMT e o imediatamente anterior Centro Federal de Educação Tecnolgica (CEFETMT), revelam a presena de elementos de avaliao negativa em sua composio. A formao profissional ainda vista como positiva e de qualidade pelo grupo de alunos, mas esse mesmo elemento, qualidade, perde a centralidade nas representaes dos docentes e dos tcnico-administrativos. De modo geral, os resultados apontam para representaes sociais dspares entre os trs grupos. A negatividade identificada na estrutura representacional do IFMT no presente parece estar associada s transformaes pelas quais a instituio passou ao longo das ltimas dcadas, devido s polticas pblicas impostas pelo governo para as instituies que compem a rede federal de educação profissional. Com base nesses resultados, chegou-se concluso quanto existncia de memrias e representaes distintas entre os docentes, discentes e tcnico-administrativos acerca do passado e do presente da instituio.
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Apresentamos neste trabalho uma investigao acerca de algumas das condies que compem as aplicaes da chamada Educação a Distncia no Brasil. Interessa-nos, em particular, descobrir as potencialidades desta modalidade de ensino-aprendizagem que se do atravs do uso de computadores atrelados Internet. Porm, optamos por adotar uma perspectiva imanente de investigao, que engloba uma multiplicidade de questes que atravessam a Educação como um todo e no somente o seu modo de operao distncia. Para tanto, ns realizamos uma espcie de cartografia mezzo-histrica do ensinar-aprender distncia no nosso pas com o intuito de mostrar como longa a distncia entre as primeiras experincias em Educação a Distncia e o cenrio atual propcio a estas prticas. Discutimos a apropriao de tcnicas, tecnologias e usos que ocorrem em meio a linhas polticas, econmicas, pedaggicas e, sobretudo, ticas, constituindo algumas das condies cruciais inveno e captura deste modo de fazer educacional. Analisamos alguns dos possveis impactos na Educação a Distncia vigente em nosso pas que so efeito do ressentimento oriundo do contnuo e inacabvel processo de Globalizao, que afeta diferentes segmentos da nossa sociedade, no deixando de forma alguma ilesos os processos de ensino-aprendizagem contemporneos. Frente a esta conjectura, ns avanamos na tentativa de verificar at que ponto possvel extrair potncias da suposta fragilidade imposta pela poltica neoliberal nos dias de hoje, amparados pelas pistas deixadas pelo trabalho de Deleuze e de Foucault no movimento que vai das Sociedades Disciplinares s de Controle misturadas s alternativas apontadas pelo que se convm denominar Capitalismo Cognitivo. As condies de experincia e de produo de sentido(s) possveis em processos de Educação a Distncia so problematizadas atravs da fabricao dos conceitos de distncia, proximidade e velocidade, por um percurso que nos posiciona entre as duas margens mais comuns na discusso sobre esta referida modalidade de ensino-aprendizagem, que so compostas de um lado por entusiastas e de outro pelos algozes crticos. Apresentamos ainda neste estudo algumas noes de rede, considerando as suas possveis conceituaes, seja como parafernlia tcnica que viabiliza conexes informticas, permitindo a comunicao na Internet, seja como modo de mobilizao de coletivos que buscam a multiplicao de sentidos em suas prticas. Apostamos na capacidade inerente s redes de aumentar consideravelmente a potncia de ao dos coletivos envolvidos com prticas de ensino-aprendizagem distncia, atravs da implementao de estratgias e tticas micropolticas, conforme inspirao na anlise acerca do processo de inveno do cotidiano registrado na obra de Michel de Certeau.
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O museu como instituio de produo, guarda e difuso de conhecimentos necessita criar e desenvolver estratgias que se encontram articuladas a demandas sociais de um determinado tempo histrico, assim como quelas que lhes so prprias. O estudo das aes educativas desenvolvidas pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro no perodo entre sua criao em 1818 e a dcada de 1930 com os objetivos de divulgar o conhecimento cientfico por ele produzido e apoiar o ensino das cincias naturais objeto deste trabalho, na tentativa de compreend-las enredadas no contexto mais amplo de institucionalizao da educação, racionalizao da pedagogia, formao do carter pblico dos museus e construo da nao brasileira. Operando com as continuidades e descontinuidades dessas aes no perodo proposto, a pesquisa foi desenvolvida atravs da investigao de um conjunto documental, composto dos seguintes tipos: a) legislao brasileira, pertinente educação e ao Museu Nacional; b) correspondncia efetivada entre o Museu, ministrios, instituies e autoridades; c) relatrios de Diretores, Secretrio, pesquisadores do Museu Nacional; dos ministrios; de naturalistas e professores; d) livros de registros do Museu Nacional; e) catlogos, programas e guias de exposies nacionais e internacionais; f) publicaes de diretores do Museu Nacional e de professores; g) conferncias sobre cincia e educação; h) peridicos; i) quadros murais e colees didticas. Desse conjunto tratamos em especial os materiais que serviram de suporte e veculo de comunicao, com a pretenso de evidenciar o museu como espao educativo, valorizando suas aes dirigidas para a instruo pblica. De acordo com os resultados obtidos, foi possvel observar que ao longo do Imprio e nas quatro primeiras dcadas da Repblica no Brasil o Museu Nacional atuou como agncia de consultoria de governo, ampliando suas aes educativas para atender s necessidades de diferentes segmentos da sociedade e s suas demandas internas. Nesse sentido, contribuiu para afirmar estudos em Histria Natural apoiados na teoria evolucionista; inserir o Brasil no cenrio cientfico internacional; instruir e ampliar os conhecimentos sobre o pas, valorizando suas riquezas naturais, estimulando no pblico, especialmente o escolar, o carter prtico do ensino e um sentimento de pertencimento e de identidade nacional.
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Aprovada em janeiro de 2003, a A Lei 10.639 tornou obrigatrio o ensino da Histria e cultura da frica em todos os estabelecimentos de ensino, pblicos e privados, no Brasil. O MEC sugere que a Lei seja trabalhada atravs de projetos. Supe-se que, desta forma, a escola pode se situar numa perspectiva de compromisso e de implicao das suas prticas de mudana individuais e/ou coletivas. Temos a convico de que esta lei no surgiu ao acaso tampouco por benevolncia poltica de nenhum governante ou partido poltico. Ela se apresenta como resultado das reivindicaes dos movimentos negros brasileiros, que sempre tiveram como bandeira, a defesa pelos direitos educação como um dos meios fundamentais para a conquista de uma sociedade onde a igualdade e a justia para a maioria seja realizada. No se trata de uma legislao qualquer, mas especificamente de uma que aborda temtica altamente controversa, qual seja, a questo das relaes tnicoraciais no Brasil. Se no conjunto mais amplo da sociedade tal questo polmica, no campo da educação ela vem particularmente estimulando enormes empenhos para desconstruir concepes apreendidas durante anos de formao dos professores e professoras, formados e formadas numa sociedade com srias desigualdades sociais e impregnada pelo racismo estrutural. O objetivo dessa dissertao foi acompanhar um projeto que, desde 2008, busca a implementao da lei. Trata-se do Projeto Malungo, realizado na e pela Escola Tcnica Estadual Oscar Tenrio. Ao nos aproximarmos desse projeto buscaremos refletir sobre algumas questes: quais as dificuldades encontradas por professores e professoras para a implementao dessa proposta? Ela tem auxiliado naquilo que anteriormente mencionamos como desconstruo de uma formao tecida em alicerces de uma sociedade desigual e racista? Iniciativas assim facilitam a implementao da Lei 10639?
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Nesse trabalho analisei a resistncia e permanncia dos padres da Companhia de Jesus no Brasil e a co mpreenso em torno do debate da atuao desses religiosos, aps a Reforma Pombalina ocorrida em 1759; abordando ainda, as outras duas supresses sofridas pela Companhia de Jesus, em 1834 e 1910, respectivamente. Buscando as estratgias e as tticas utilizadas pela Ordem. A Companhia circulou em vrios setores da sociedade nos pases e m que esteve presente, agindo com intuito de converter e civilizar dentro dos cnones da Ordem. Em seu campo de ao damos destaque ao educativo, especificamente aos seus Colgios. Devido amplitude do tema, visto que, este acontecimento teve conseqncias em vrios pases e nos diversos setores da sociedade dos quais os jesutas faziam parte, me detive mais detalhadamente no estudo dos padres no Rio de Janeiro, que tr ansversalizou dois Colgios: o Santo Incio e o Anchieta. Adentramos nas tticas e estratgias ut ilizadas pelos jesutas para circularem entre o sagrado e o profano, de forma dinmica e recproca e como forma de agir. Ao que se perceber na suas inst ituies de ensino, locais de lutas pelos interesses de u m saber-poder, que implica no seu modo de formao dos alunos. O trabalho procurou contribuir para aprofundar nos meandros de uma histria pouco conhecida: a permanncia dos jesutas. A partir da fo i possvel perceber a rede de sociabilidade que ut ilizaram em suas aes, a representao que fizeram da Ordem, o sentido e a proposta da sua educação. Para realizao da pesquisa, as principais fo ntes foram os Decretos Rgios e as correspondncias trocadas entre o Rei e os Governadores Gerais das Provncias, documentos localizados no Arquivo Nacional. Tambm correspondncias trocadas entre os superiores e reitores dos Colgios Jesutas, peridicos, cadernos de exerccios, fo lhetos, fotografias, livros de matrculas e mdias anuais, entre outros, encontrados no acervo de memria dos Colgios Santo Incio e Anchieta. Os documentos do a ver a tenso existente entre o silncio quanto histria dos jesutas aps sua expulso, a permanncia e a atuao dos mesmos nos diversos campos, principalmente o educativo.
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Este trabalho pretende realizar uma histria cultural ou "arqueologia" dos abrigos espritas para a infncia no Brasil, construdos como verdadeiros"monumentos" da f esprita, cuja materializao comea a ocorrer na segunda dcada do sculo XX, a partir de algumas iniciativas ou instituies que se tornaram pioneiras, tais como o Abrigo Thereza de Jesus, fundado em 1919 na cidade do Rio de Janeiro. Inspirados no lema "Fora da caridade no h salvao", um dos pilares do aspecto religioso do Espiritismo, os espritas entram na milenar histria das prticas de proteo infncia apenas na Idade Moderna. A doutrina esprita,procurando estabelecer, desde o seu "nascimento", a aliana entre Cincia e Religio, acaba adquirindo a feio de uma "religio moderna", reinveno da tradio crist em tempos de racionalismo e cientificismo. Entretanto, apesar da nfase doutrinria no exerccio da caridade individual e silenciosa como fundamento para a evoluo espiritual, o movimento esprita acaba ampliando este sentido inicial presente nas obras de Allan Kardec, publicadas em Paris entre 1857 e 1869, tendo incorporado ou se apropriado de representaes e prticas de caridade que foram desenvolvidas histrica e culturalmente dentro da tradio crist mais antiga.
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A presente pesquisa tem como enfoque a ao educativa do movimento negro no Brasil constitudo na base catlica. Os marcos temporais e espaciais se localizam entre 1988 e 2000 na Diocese de Duque de Caxias e sua parquia em So Joo de Meriti, ambas situadas na Baixada Fluminense, regio metropolitana do Rio de Janeiro. A escolha do ano de 1988 se deve ao papel protagonista que os atores coletivos tiveram na Campanha da Fraternidade da CNBB (Confederao Nacional dos Bispos do Brasil) no ano de 1988, centenrio da abolio da escravatura no Brasil. A principal fonte pesquisada o peridico diocesano Pilar, publicado em Duque de Caxias desde 1990 apontou que, ao longo da dcada em estudo, o movimento negro de base catlica operou prticas formativas que buscavam alcanar a conscincia da negritude no mundo leigo e eclesial. Os movimentos sociais unem a intencionalidade poltico-formativa ao projeto de transformao de realidades e, neste sentido, a construo do conhecimento atua para a emancipao dos atores. A luta anti-racista, que ainda afeta patrimnios sociais e culturais, empreendeu uma ao contra-hegemnica interior e exterior Igreja Catlica, aqui analisada luz do jornal Pilar.
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Esta tese tem como objetivo identificar as marcas da Maonaria no campo educacional brasileiro, no perodo entre o final do sculo XIX e incio do sculo XX, at 1930, bem como analisar o conceito manico de Ilustrao, aplicado ao campo da educação, em contraposio proposta pedaggica da Igreja Catlica. Por meio de estudo da literatura nacional e internacional relativa ao tema, e de manuscritos e fontes impressas da Maonaria, a saber, leitura das atas das sesses das Lojas Manicas e documentos oficiais de divulgao interna emitidos ao longo do perodo em questo, procedeu-se uma narrativa seqencial das aes desenvolvidas pelos membros desta instituio, concernentes ao projeto de instaurar uma educação republicana, laica, mista e voltada para o trabalho. Os dados foram compilados e comparados demonstrando a contribuio dada por esta instituio na estruturao da rede escolar republicana do pas. A partir da clarificao da trilha das ideias conformadoras do pensamento manico pelo mundo, at sua chegada ao Brasil, da anlise das biografias de maons dedicados ao campo educacional nacional, e, fundamentalmente, da descoberta e mapeamento de centenas de escolas criadas e administradas pela maonaria no perodo da primeira repblica, se pode mensurar a atuao da Maonaria na Educação. Portanto, a tese conclui que estas marcas manicas perduram at a contemporaneidade no sistema educacional brasileiro. Assim, espera-se que esta tese tenha contribudo para uma releitura historiogrfica das relaes entre Educação, Escola, Estado e Sociedade a partir da identificao das possveis marcas legadas pela Maonaria no campo da Educação no Brasil.
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Introduo: Essa pesquisa situa-se no campo epistemolgico da Fonoaudiologia Educacional. A prtica fonoaudiolgica no Brasil tem sua gnese vinculada a medidas de uniformizao e normatizao da lngua. As aes fonoaudiolgicas foram, desde a sua origem, influenciadas pelo positivismo e pelo pensamento naturalista, o que se traduziu em uma atuao, marcadamente, clnico-mdica e numa concepo normativa de desenvolvimento e aprendizagem da escrita. Esforos tm sido empreendidos para se instituir no campo educacional uma atuao fonoaudiolgica diferenciada, que se destitua do carter curativo e normativo e se volte para a promoo do processo de ensino-aprendizagem. No entanto, apesar dos esforos em busca da modificao e ampliao da atuao fonoaudiolgica educacional, esse carter clnico-mdico persiste. Entende-se que tal perpetuao sustentada por paradigmas enraizados e mantidos at hoje na formao do fonoaudilogo e do educador. Trata-se de vises que universalizam questes relativas linguagem e ao processo de aprendizagem da escrita e medicalizam padres que se apresentam fora do esperado como normalidade. Objetivo: Caracterizar a natureza e a representao da escrita alfabtica, visando a contribuir para a superao da cultura naturalstica e biologizante na abordagem das questes sobre a aprendizagem e o domnio da lngua escrita no campo da Fonoaudiologia Educacional. Metodologia: Pesquisa cientfica de base terico-conceitual. Resultados: Essa pesquisa revela que o sistema estrutural da escrita constitui um fenmeno com propriedades gramaticais e representacionais que se distinguem da fala. Evidencia-se que a relao entre a lngua escrita e a lngua oral no direta, de tal modo que a escrita alfabtica no uma transcodificao da fala. Alm disso, essa tese sustenta que a natureza da escrita no biolgica, mas eminentemente cultural, de tal maneira que sua apropriao e domnio constituem um processo conceitual singular. Tal concepo implica o entendimento de que diferentes sujeitos socioculturais interagem e conceituam a escrita de modos diversos. Essa diversidade ocorre porque sujeitos sociais plurais apresentam modos diferenciados de organizao e operao mental que, por sua vez, implicam diferentes formas de interao com o mundo, com o outro e com a escrita, resultando em diferenas individuais na estruturao e no uso da fala e da escrita. A partir desses conceitos, sistematizam-se princpios norteadores para a constituio de uma atuao fonoaudiolgica educacional, no campo da escrita, destituda de qualquer carter clnicomdico. Concluses: O entendimento de que a apropriao da escrita no tem natureza biolgica permite a compreenso de que os diferentes modos de escrita no podem ser validados por regras universais baseadas em um sistema mental apriorstico, nem, tampouco, considerados produtos de uma condio de anormalidade intrnseca ao sujeito. Essa tese demonstrou que a manuteno de uma concepo de um determinismo biolgico para as dificuldades na aprendizagem ou domnio da escrita, na verdade, envolve uma questo paradigmtica. Enfim, os parmetros que definem as categorias do que normal e do que anormal na estruturao e no uso da escrita no so regidos por princpios biolgicos, mas por categorias paradigmticas. Assim, a ideia de um distrbio de aprendizagem da escrita se sustenta somente sob determinado paradigma.
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Esta tese tem como objetivo principal analisar o processo de montagem e desmontagem de um projeto de ps-graduao em Estudo de Problemas Brasileiros, desenvolvido na UERJ em meados dos anos 70, que visava a socializao poltica dos jovens na ideologia do regime militar. A UERJ foi bero para o desenvolvimento dos cursos de Especializao e Mestrado em EPB, que sobreviveram at os primeiros anos do regime democrtico, nos anos 80. Defende-se nesta tese que a ps-graduao em EPB da UERJ expressa o transplante de um projeto de Mestrado em EPB criado na Escola Superior de Guerra e fundamentado na Doutrina de Segurana Nacional, com vistas a garantir a reproduo da ideologia do regime militar, atravs da projeo sobre o campo educacional-universitrio. Para compreender o referido processo de transplante, com seus respectivos interesses, mostrou-se necessrio explicitar as relaes de colaborao existentes entre autoridades da UERJ e da ESG a partir dos anos 60 e as prprias condies de possibilidade para a UERJ, e no outra universidade, ter sido palco para o estabelecimento dessas relaes e do desenvolvimento da nica experincia de ps-graduao stricto sensu em EPB no Brasil. Esta tese sustenta-se sobre a anlise de fontes primrias relativas aos cursos de Especializao e Mestrado em EPB da UERJ e aos cursos desenvolvidos na ESG no incio dos anos 70. Fontes secundrias tambm foram importantes para remontar a histria da UERJ, do regime militar e do Estudo de Problemas Brasileiros no pas. O marco temporal deste estudo compreende cerca de duas dcadas, indo do final dos anos 60, quando as relaes entre civis e militares da UERJ e ESG comearam a ser tecidas, at o final dos anos 80, quando foram extintos os cursos de Especializao e Mestrado em EPB na UERJ.
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O presente trabalho visa descrever o fenmeno da educação a distncia e investigar as atitudes dos alunos militares para com a modalidade de EAD no Sistema de Ensino do Comando do Exrcito Brasileiro, particularmente, no mbito do Departamento de Educação e Cultura do Exrcito (DECEx), responsvel pela formao dos oficiais combatentes. Compreender as atitudes dos alunos para com essa modalidade de ensino, contribui para o planejamento e implementao de efetiva poltica de formao da Instituio. Para isso, toma-se como eixo norteador o processo de modernizao da Instituio com seus desdobramentos formativos, de forma a traduzir a incorporao da educação a distncia como um movimento crescente do Processo de Modernizao de Ensino, alicerado nas pedagogias da aprendizagem de vertente cognitivistas. De fato, diante da EAD que ser enfrentada a dificuldade de transformar os princpios normativos das polticas de formao em atitudes que favorecero o desenvolvimento da Instituio frente s novas e desafiantes demandas do processo formativo do oficial combatente.
Resumo:
A presente tese tem por finalidade refletir sobre princpios pedaggico-filosficos para o ensino da cincia na etapa intermediria da educação escolar. Considerando que tanto a prtica educativa quanto a prtica cientfica so prticas sociais mediadoras do processo de produo, e que, portanto, no se pode pens-las fora de um mtodo que as integre dialeticamente a partir de determinantes que esto dados no campo da economia poltica, procurou-se investigar aqui qual o estatuto hoje reservado cincia no quadro de valores introduzidos pela economia poltica neoliberal e os efeitos dessas mudanas sobre o que se prescreve para a formao cientfica no ensino mdio brasileiro a partir da ltima reforma educacional (LDBEN/1996). Tratou-se de sublinhar aqui as conexes que foram se firmando entre os processos de universalizao da forma-mercadoria e as mudanas introduzidas no regime de produo do conhecimento, que vai cada vez mais sendo moldado pelos objetivos e prescries do capital. Tendo por referncia o materialismo histrico-dialtico, o objeto desta tese foi delineado de modo a refletir o processo de constituio da produo da cincia em dois mbitos distintos: o da macro-poltica, presidido hegemonicamente pelas instituies ligadas ao capital, a partir da dcada de 1990, e o da relao epistemolgica que subjaz prtica cientfica contempornea, assinalando a co-relao entre estes processos e os seus nexos causais. Para dar contas destas relaes, procedeu-se a uma investigao histrica e filosfica que teve por objetivo mostrar como o conceito de natureza cunhado pelas mos dos primeiros cientistas no sculo XVII futura matriz da noo de cincias da natureza tal como ela tomada hoje no currculo , assentado numa distino fixa entre juzos de fato e juzos de valor, deve seu contedo a um processo que finalmente econmico e social. Por meio desta crtica pode-se estabelecer os vnculos entre a economia poltica, o vis institucional da cincia e o universo da epistemologia. Concluiu-se que h uma relao necessria entre o novo registro institucional de produo do conhecimento, garantido por um estatuto regulatrio afinado com as demandas do neoliberalismo, e o novo estatuto epistemolgico, assinalado por uma nfase nos pressupostos do realismo cientfico ingnuo. Esta relao se projeta sobre o ensino da cincia na forma de uma intensificao de seu teor tecnicista, e dentre as suas caractersticas destacamos duas: 1) o conceito de natureza, tomado no ensino das cincias como uma abstrao des-historicizada; 2) o mito da unicidade cientfica, isto , a crena de que s h uma cincia: a que formular, numa linguagem nica e inequvoca, a verdade do real. Para finalizar, fizemos aluso a dois programas educacionais que, a nosso ver, avanam rumo a novas formas de ensino na medida em que refletem a experincia de um grupo de educadores e alunos com os princpios da educação politcnica: o do Instituto de Educação Josu de Castro (IEJC/ITERRA) e o da Escola Politcnica de Sade Joaquim Venncio (EPSJV/Fiocruz).