11 resultados para Surdez
em Línguas
Resumo:
For years, the discrepancies faced by deaf students in the teaching of the Portuguese language were due to the lack of hearing. Recently, these failures have been attributed to the use of inadequate teaching methodologies and to the lack of communication through Libras between the deaf and the hearers. This article aims at reporting a research study that analyzed the teaching-learning processes from the point of view of a deaf elementary student in Viçosa/MG. The project was primarily developed by a qualitative approach, by utilizing the bibliographical review, the participant observation and the field diary. Results showed the communicative interactions were restrained, since teachers and hearing students were not fluent in Libras, and there was no interpreter available. The methodology was mostly expositive, with a predominance of oral resources. The findings demonstrated the challenges faced by the deaf students are numerous, since the school does not offer the structure to meet their needs, and the teachers do not have the required education to work in an inclusive school environment. This article reports some methodological proposals for the teaching of Portuguese that were elaborated and applied within an inclusive context, all following PCN orientations. It reinforces the need to invest in teacher training to meet the demands of inclusive education to improve the quality of the classes offered to the deaf in regards to the teaching-learning process for Portuguese.
Resumo:
Thinking from a theoretical perspective, this paper discusses the deafness as communicative difference, starting from the notion of culture articulated by Cultural Studies and Foucault’s conception of discourse as social practice. The study shows that the difference between deaf and non-deaf is in language, communication plan and the means of exchanging dialogue, marked by oral-auditive and visual-space communicative channels, contrasting majority deafness representations that appoint arguments based on nature, biological and linguistic terms. Such representations have the effect of the search for the erasure and correction the other, regarded as deviant and abnormal.
Resumo:
RESUMO: A educação de surdos hoje no Brasil vive um período de transição, de conflitos e contradições: por um lado o discurso da diferença cada vez mais presente na fala de educadores e em parte da legislação educacional em vigor; por outro lado a “diferença” surda continua sendo representada nas práticas escolares em geral sob a ótica da normalização que insiste em invisibilizar as especificidades linguísticas e culturais dessa minoria, apesar dos avanços alcançados pelo decreto 5626. Com esse cenário em mente objetivamos refletir sobre as pressões normativas guiadas por ideologias monolíngues (BLACKLEDGE, 2000) que tentam formatar um suposto uso ideal de português e de Libras. O capítulo está dividido em três partes: primeiro, apresentamos algumas considerações no âmbito da legislação acerca do estatuto de Libras no Brasil. Em seguida, tematizamos o processo de (in)visibilização das línguas de sinais com vistas a mostrar que a (re)construção do conceito de língua como algo fixo, também, em relação às línguas de sinais, pode ser usado para sedimentar desigualdades em relação ao surdo na escola. Por fim, refletimos, a partir de alguns dados de pesquisa, sobre as tensões existentes entre as línguas nos contextos bi-multilíngues que caracterizam a escolarização de surdos e as ideologias linguísticas que geram efeitos de hierarquização sobre os usos de Libras e de Português.
Resumo:
Este artigo trata da importância da expressão da cultura surda por meio da literatura surda, discutindo a construção do cenário de produções literárias, especialmente as adaptações. Servindo como mais uma ferramenta para profissionais que trabalham com literatura e folclore na educação de surdos. Durante anos a comunidade surda vem lutando por seus direitos de vez e de voz em meio a sociedade ouvinte e dominante, na adaptação para a literatura surda, o surdo vê-se representado. Tendo em vista ao deparar-se com as mesmas dificuldades propostas no texto dos personagens surdos, com a identidade e as lutas que no decorrer da literatura vai sendo descrita. Por meio de contos e lendas podemos alcançar a atenção para esse debate, despertando interesse de surdos e ouvintes para a cultura surda. Ver-se a relevância de mais produções nessa área, por isso realizamos esse trabalho e propomos a criação de outros. No Amazonas temos a Lenda do boto cor-de-rosa, adaptação da literatura escolhida, pois é um ícone na cultura ribeirinha contada, enaltecida em diversas correntes literárias. Essa adaptação também pode ser útil para disseminação nas escolas da rede pública e privada da Língua Brasileira de Sinais, cultura e literatura surda divulgando sua importância na quebra das barreiras comunicacionais, bem como apresentar a determinada lenda aos alunos surdos despertando-lhes o interesse e valorização na cultura e identidade nortista. Para embasamento teórico desse trabalho foram utilizados como referência alguns autores indispensáveis ao referir-se a temática da surdez, da literatura surda e da cultura: Strobel, Skliar e Eagleton.
Resumo:
O objetivo desta pesquisa foi compreender a importância da língua de sinais na vida dos professores surdos da Cidade de Foz do Iguaçu-Pr. Participaram deste estudo cinco professores surdos que trabalham em uma Escola Bilíngue para Surdos. Para a coleta de dados foram realizadas entrevistas semiestruturadas com a utilização da Língua Brasileira de Sinais (Libras). As análises dos dados foram realizadas a partir de três categorias: a aprendizagem da Libras; a relevância da família; e a possibilidade de participação social. Como referencial teórico utilizamos a abordagem histórico-cultural que compreende a relevância da linguagem para o desenvolvimento humano, tendo por estudiosos da educação do surdo Ferreira – Brito (1990), Karnopp (1994; 1999), Quadros (1997; 2017) e outros. Concluímos que a Libras deve ser a primeira língua das crianças surdas para o desenvolvimento e constituição do seu ser em sociedade, portanto, é imprescindível a aprendizagem dessa língua. Ainda, averiguamos que para uma boa apropriação da Libras, sem demasiados problemas no domínio da gramática, é preciso que a aprendizagem dessa língua não ocorra após os cinco anos de idade.
Resumo:
Neste estudo buscamos refletir sobre as necessidades educacionais que o sujeito que se constitui na e pela Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) possui e como o Estado, enquanto responsável pela educação desse sujeito, se coloca frente a essa questão. Para tanto, partiremos do discurso presente na Lei nº 10.436, de 24 de Abril de 2002 que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais e do capítulo IV do Decreto nº 5.626, de 22 de Dezembro de 2005, que disserta sobre o uso e a difusão da LIBRAS e da língua portuguesa para o acesso das pessoas surdas à educação. A fundamentação teórica tomada por base neste artigo é da Análise de Discurso de Linha Francesa (AD) originada por Pêcheux na França e estruturada no Brasil pelo grupo da professora Eni Orlandi. A AD concebe a língua funcionando para a produção de sentidos. Além disso, também nos embasarão, bibliografias referentes à Politica de Língua e a História das Ideias Linguísticas (HIL).
Resumo:
O presente artigo evidencia a questão da relação dos fenômenos linguísticos de arbitrariedade e iconicidade na constituição dos itens lexicais da Libras, buscando refletir possíveis mudanças, variações ou evoluções considerando o primeiro registro do dicionário iconográfico no século XIX. O registro histórico da Língua Brasileira de Sinais, doravante Libras, data do século XIX, com o dicionário iconográfico, reproduzido por Flausino José da Gama, como sendo um meio de divulgar e disseminar a língua de sinais. Após este primeiro registro outros dicionários e manuários foram elaborados visando atender distintos objetivos, ora para ensinar uma língua para os surdos, ora para estabelecer a comunicação e ora visando a integração na sociedade. O reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais como uma língua natural e a sua regulamentação a nível nacional é fruto do século XXI, portanto a Libras ainda tem um longo percurso investigativo nas diversas áreas a ser explorada. Na área da linguística o que nos instiga a pesquisar são os conceitos linguísticos de arbitrariedade e iconicidade, uma vez que para muitos o fato de alguns itens lexicais remeter a forma provoca uma ilusória interpretação de que todo e qualquer sinal em libras é icônico. Estes conceitos são objeto de investigação em várias línguas de sinais, tanto no oriente como no ocidente, visando uma melhor compreensão da estrutura e formação das línguas de sinais. Assim, o debate sobre iconicidade e arbitrariedade serão norteadores para nossa discussão sobre a relação destes fenômenos linguísticos na constituição da Libras.
Resumo:
Este artigo propõe apresentar uma reflexão sobre o Projeto de Iniciação Científica vinculado ao Departamento de Letras da UFOP, realizado no ano de 2016, que objetivou investigar o ensino da Língua Portuguesa (LP) como segunda língua, a partir do uso da Língua de Sinais (LS) como base comunicativa, em uma escola da Rede Municipal de Ensino da cidade de Mariana-MG, que possuía 2 (dois) alunos surdos incluídos nas séries iniciais do ensino fundamental. Assim, foi determinante ao projeto que todo o processo de ensino-aprendizagem da LP para surdos fosse realizado, inicialmente, com o ensino da LS e, a partir daí, construíssem possibilidades quanto ao uso da LP escrita. Intencionou-se um trabalho diferenciado ao propor sua realização em sala de aula e com a participação de crianças surdas. O ensino-aprendizagem se desenvolveu apoiado sobre a Libras e sem a intermediação do intérprete. A metodologia adotada foi de cunho etnográfico, nesse sentido, buscou-se triangular os dados, o método e a teoria. Acompanhando o processo dinâmico que envolveu a abordagem, concluiu-se que o constante apoio de recursos visuais são ferramentas fundamentais que irão conferir embasamento ao processo de desenvolvimento de aquisição da LS e, consequentemente, o despertar da consciência para compreender e assimilar os processos de aquisição da LP, de tal forma a contribuir para um aprendizado significativo.
Resumo:
A educação para surdos é um dos temas abrangidos pela pedagogia inclusiva e, como tal, exige atenção e preparo específico para que o processo de ensino-aprendizagem ocorra de modo satisfatório, atendendo às especificidades e particularidades características do aluno com necessidades educacionais especiais. Para isso, é imprescindível haver profissionais capacitados, aptos a interagir com o surdo estimulando positivamente sua cognição e respeitando os aspectos identitários e culturais da comunidade surda. Igualmente importante é dispor de estrutura física adaptada para a inclusão e desenvolvimento do aluno com necessidades educacionais especiais. Contudo, esses e outros fatores, com frequência, assumem caráter ausente ou apresentam-se como percalço na unidade escolar. Atinente a isso, este artigo se dedica a discutir problemáticas presentes na educação de surdos e a necessidade de capacitação profissional como uma possível solução, em âmbito escolar, sob a ótica, principalmente, de autores que produziram estudos no entorno de Breves, município brasileiro do Estado do Pará. Para tanto, optou-se pela pesquisa bibliográfica como fonte prioritária de informações. Ao final do estudo, conclui-se que o respeito à diversidade, que pode ser conquistado e promovido também por meio de formação continuada, e a efetiva adoção da Libras no cotidiano escolar configuram-se como fatores determinantes no sucesso do percurso formativo e na consequente participação ativa do aluno surdo em sociedade.
Resumo:
O processo de referenciação nas línguas depende de uma série de fatores cognitivos, linguísticos e discursivos, sendo fundamental para a condução da progressão textual, para a constituição dos sentidos e para os propósitos comunicativos dos interlocutores. Em se tratando dos elementos referenciais em uma língua oroauditiva e em uma visuoespacial, podemos inferir que há complexidades e singularidades que denotam diferenças relevantes quanto à operação linguística em questão. Nesse sentindo, buscamos responder, nesse artigo, a seguinte indagação: (i) Como a anáfora que se realiza na Língua Portuguesa ocorre na Língua Brasileira de Sinais (Libras), considerando-se a diferença de modalidade entre as duas línguas? Assim sendo, o objetivo geral desse trabalho é refletir sobre os processos referenciais realizados por sujeitos surdos na Libras diante das ocorrências de anáforas diretas em recortes textuais da Língua Portuguesa, em um viés tradutório. Para a realização da pesquisa, selecionamos recortes textuais escritos em Língua Portuguesa compostos por anáforas diretas, os quais foram submetidos ao sujeito surdo para a tradução em Libras, possibilitando em seguida realizar a análise dos processos referenciais na Libras. Com a análise do Corpus Paralelo Português-Libras foi possível perceber como a anáfora que sai da Língua Portuguesa pode chegar na Libras, considerando as estratégias de construção de cadeias referenciais específicas da modalidade visuoespacial. É indispensável destacar a simultânea relação entre a anáfora e a dêixis presente nas glosas-Libras analisadas, contribuindo para a construção dos sentidos na Libras, e representando dinamicidade e a fluidez entre os processos referenciais.
Resumo:
Este capítulo apresenta um relato que perpassa pela experiência do ensino-aprendizado da disciplina de Ciências com alunos do 6° ao 9° ano do ensino fundamental da escola bilíngue de surdos AAVIDA (Assistência Audio-Visual para Deficientes auditivos) na cidade de Divinópolis/ Minas Gerais. Para a sua constituição foi considerado o ensino da disciplina de ciências sob o olhar da cultura surda. O objetivo é apresentar um estudo das implicações que a cultura e identidade surda trazem para o contexto de ensino – aprendizagem da disciplina de ciências, visto que o atendimento educacional se torna efetivo a partir do conhecimento do sujeito e suas especificidades. Propõe-se ainda a apresentar artefatos que contribuirão para elaboração de um processo de ensino-aprendizado amoldado na cultura surda produzindo significados que dão sentido às ações pedagógicas.