10 resultados para Políticas linguísticas
em Línguas
Resumo:
O presente artigo tem o intuito de suscitar uma reflexão sobre situações observadas durante uma pesquisa de Mestrado realizada em Ponta Porã/MS, na fronteira Brasil/Paraguai. A investigação ocorreu no período de 2007/2008, em uma escola pública municipal em que o percentual de alunos oriundos do Paraguai ultrapassa os 90%. Trata-se de uma pesquisa etnográfica que, entre outros resultados, trouxe à tona alguns problemas decorrentes da falta de políticas linguísticas em escolas próximas a linhas de fronteira. Para esta reflexão, buscaram-se autores como Savedra (2003), Oliveira (2003), Calvet (2007), Pagotto (2007) e outros teóricos que reconhecem a necessidade de reflexões mais pontuais que atendam também às peculiaridades regionais. Abordam-se também, neste texto, alguns avanços já constatados em relação às faixas de fronteira, especialmente no Mato Grosso do Sul. Percebeu-se, durante a pesquisa de campo, que, em virtude da falta de políticas linguísticas adequadas a contextos sociolinguisticamente complexos, alunos e professores convivem em situações de conflitos étnicos, linguísticos e culturais, o que pode comprometer o rendimento do ensino/aprendizagem.
Resumo:
Esta reseña fue elaborada del libro que organiza el Prof. José María Rodríguez (UNA-UCA) recoge las intervenciones de los principales conferencistas de lo que debió ser la realización del cuarto de la serie de “Seminarios Internacionales de Educación Intercultural Bilingüe y la Educación Indígena”. Programado para celebrarse en la ciudad de Asunción, pero que sin embargo a causa de los problemas políticos ocurridos en Paraguay durante el 2012 fue suspendido.La cuarta edición del “Seminario Internacional de Educación Intercultural Bilingüe y la Educación Indígena” buscó dar continuidad a los propósitos que Rodríguez se planteó desde que concibió el diseño y la realización de estos eventos académicos: el fortalecimiento de la identidad regional como engranaje fundamental de la integración, tomando en cuenta la diversidad y el reconocimiento de los diferentes códigos culturales y lingüísticos de los países suramericanos para favorecer el conocimiento mutuo y la práctica de una educación intercultural, capaz de estimular la sensibilidad por el reconocimiento del otro y por el aprendizaje de los idiomas oficiales del Mercosur. Tal como sostiene, el organizador en esta oportunidad la discusión se programó en torno a las Políticas Lingüísticas para la promoción de la integración educacional y educativa del Mercosur. Así, los principales objetivos del seminario que el libro recoge en detalle fueron discutir sobre las políticas y la praxis pedagógica que priorizan la educación como base para el desarrollo de la cohesión social y sustentabilidad en el Mercosur. En función de fomentar la creación de una identidad mercosurista, donde el portugués, el español y los idiomas indígenas constituyan verdaderas lenguas de diálogos e integración, y contribuyan a la promoción del multilingüismo en el Mercosur para favorecer una cultura de paz, de respecto por la democracia y los derechos humanos en los distintos ámbitos de los países e instituciones suramericanas. Los artículos del libro se agrupan en torno a los ejes: (i) interculturalidad, (ii) educación intercultural, (iii) educación indígena, (iv) política lingüística, (v) lingüística y glotopolítica. Además de incluir tres textos que exclusivamente reflexionan sobre literatura.
Resumo:
O presente trabalho aborda uma reflexão sobre como a Linguística Aplicada tem encaminhado suas pesquisas nos últimos anos e em que tem se debruçado para continuar a sua trajetória e conseguir alcançar e firmar o status que almeja enquanto produtora de conhecimento científico. O artigo destaca os aspectos mais relevantes da Linguística Aplicada, principalmente no Brasil, procurando mostrar o que os maiores nomes da área têm defendido, em que concordam e discordam, como têm direcionado a questão das inovações temáticas e epistemológicas e como as pesquisas atuais colaboram com os estudos linguísticos em geral. O entendimento desse estudo é de que a Linguística Aplicada no Brasil tem conseguido produzir substanciosa teoria proveniente de estudos da linguagem enquanto prática social, articulando pesquisas feitas de maneira transdisciplinar e insistindo na importância de voltar o olhar para os problemas localizados nas margens da modernidade recente. Fica claro, nesta observação, que apesar dos incontáveis desafios para essa área de estudo conquistar o espaço merecido entre outras áreas de prestígio, a Linguística Aplicada tem conseguido mostrar que fazer ciência no contexto atual requer olhares dispostos a abandonar crenças inarredáveis nos conhecimentos disciplinares tradicionais, promovendo pesquisas mais alinhadas com os problemas reais que emergem da superdiversidade da modernidade recente.http://dx.doi.org/10.5935/1981-4755.20170021
Resumo:
This article aims to analyze the development of the movement of implementation of a language policy for the Italian teaching in an old Italian immigration area in Vale do Itajaí, SC. The data for the discussion come from a larger study of qualitative nature. For this article, some records were selected from an effective teacher of Italian, who acts in the public school of the city which is focus of the research and field notes. Through a semi-structured interview, the teacher talked about the place of languages in the studied context. The data were analyzed from the theoretical Applied Linguistics, in the context of language policies in a dialogue with the education, with regards to education in a minority language context. It seems that, with the discussion, the issue of recognizing the immigration language as a subject in the school curriculum, has happened through local movements’ aiming to institution of a language policy for the immigration language, recognizing it as a culture language. As contributions, the survey results provide subsidies to (re) think the education that has been offered in intercultural contexts and language education in initial and continuing teacher training.
Resumo:
The present work belongs to the Sociolinguistics area, specifically to the Linguistic Politics research line, and it aims to infer from the analyses of official documents the MERCOSUL linguistic politics to its region and to its frontiers answering the question “which linguistic politics motivates the implementation of the Frontier’s Intercultural Bilingual Schools Project?” It is unveiled, then, different linguistic politics that request different teaching strategies, involving or a foreign language teaching (in the large scope of Mercosul) or a second language teaching (in the restricted scope of MERCOSUL’s frontiers). By analyzing the Brazil-Argentina Bilateral Meeting Reports of the Frontier’s Intercultural Bilingual Schools Project (PEIBF) and the sociolinguistic diagnostics done by the teams of the two countries in theirs respective cities, it is shown how the lack of a larger systematization of the differences between the Mercosul linguistic politics can be characterized as a hindrance to the development of PEIBF, once some of the proposals made by the argentine team responsible for the PEIBF seems to go at the meeting of the foreign language teaching and not at the meeting of the second language teaching.
Resumo:
RESUMO: A educação de surdos hoje no Brasil vive um período de transição, de conflitos e contradições: por um lado o discurso da diferença cada vez mais presente na fala de educadores e em parte da legislação educacional em vigor; por outro lado a “diferença” surda continua sendo representada nas práticas escolares em geral sob a ótica da normalização que insiste em invisibilizar as especificidades linguísticas e culturais dessa minoria, apesar dos avanços alcançados pelo decreto 5626. Com esse cenário em mente objetivamos refletir sobre as pressões normativas guiadas por ideologias monolíngues (BLACKLEDGE, 2000) que tentam formatar um suposto uso ideal de português e de Libras. O capítulo está dividido em três partes: primeiro, apresentamos algumas considerações no âmbito da legislação acerca do estatuto de Libras no Brasil. Em seguida, tematizamos o processo de (in)visibilização das línguas de sinais com vistas a mostrar que a (re)construção do conceito de língua como algo fixo, também, em relação às línguas de sinais, pode ser usado para sedimentar desigualdades em relação ao surdo na escola. Por fim, refletimos, a partir de alguns dados de pesquisa, sobre as tensões existentes entre as línguas nos contextos bi-multilíngues que caracterizam a escolarização de surdos e as ideologias linguísticas que geram efeitos de hierarquização sobre os usos de Libras e de Português.
Resumo:
Historicamente, o espanhol sempre esteve à margem das políticas de ensino de línguas no Brasil. Entretanto, nos últimos quatorze anos, vivenciamos dois processos que mudaram os rumos do ensino de línguas, a oficialização e a desoficialização do ensino do espanhol na educação básica. Dessa forma, nosso objetivo é discutir a(s) política(s) linguística(s) que levaram à oficialização e desoficialização do ensino do espanhol, bem como compreender, a exemplo do Amapá, como se deu a implementação do ensino desta língua nas escolas da rede pública. Para tanto, valemo-nos de discussões teóricas de autores como Paraquett (2014, 2009), Rajagopalan (2016, 2014) e Lagares (2013). Assim, a partir dos dados que dispomos, é possível observar que a a falta de clareza da regulamentação estadual refletiu em uma dúbia interpretação pelas escolas da rede pública, o que possibilitou que o ensino do espanhol fosse utilizado inclusive para preenchimento de lacunas de horários. Além disso, cumprimento das políticas linguísticas está acima da preocupação com o processo de ensino-aprendizagem, uma vez que a formação de professores também deveria fazer parte planejamento linguístico.
Resumo:
Este trabalho discute os efeitos dos novos direcionamentos da Política Linguística Educativa no Brasil, especialmente sobre o ensino de línguas estrangeiras no estado do Amapá, fronteira com a Guiana Francesa. Propõe-se nesse artigo uma avaliação da política linguística brasileira para o ensino de línguas estrangeiras (LE) a partir das leis que constituem e/ou constituíram o ordenamento jurídico para o ensino de LE nas últimas três décadas, a saber, a LDB 9394/96, a Lei 11.161/2005 e a Lei 13415/2017. Fundamentado em pesquisas de campo, de natureza qualitativa e descritiva (XXX, 2005, 2013 e 2016), o artigo inscreve sua discussão no campo das Políticas Linguísticas (GRIN, 2005; CALVET, 1996; BEACCO, 2004) e aponta os impactos das mudanças promovidas no ensino de LE no Brasil sobre a região fronteiriça e o surgimento de um movimento de resistência promovido pela sociedade civil em favor da manutenção do ensino da língua francesa na região da fronteira franco-brasileira.Palavras-chaves: Ensino de línguas, francês, Política Linguística.
Resumo:
O corpus deste trabalho corresponde a duas entrevistas realizadas com alunos do Ensino Médio de uma escola localizada no interior da cidade de Irati, Paraná, sendo parte de uma pesquisa de mestrado em andamento. Por meio das entrevistas, objetivamos uma investigação acerca da manutenção das línguas minoritárias, embasada em Ponso (2017), deste contexto tido como linguisticamente complexo, conforme Ogliari (2009), entre outros. Neste viés, os conceitos de estratégias e táticas postulados por Michel de Certeau (1998), que em sua interdependência levam os falantes a tomar posicionamentos diante de suas línguas, contribuíram para um melhor entendimento acerca da preservação das línguas do contexto frente à hegemonia do português como língua oficial. O exame das entrevistas seguiu os passos da metodologia qualitativa interpretativista, conforme André (1995), no que tange à análise de trechos nos quais os participantes expõem em seus discursos situações de usos da língua ucraniana e polonesa, entre outras. Com base nas declarações dos alunos, consideramos necessário serem pensadas estratégias que possibilitem a expansão, manutenção e legitimação do multilinguismo brasileiro e paranaense e, desta forma, o comprometimento e envolvimento de órgãos oficiais no que tange à viabilização e integração das línguas minoritárias no currículo escolar e na comunidade local, bem como na formação de profissionais para atuar nas instituições de ensino em contextos linguisticamente complexos.
Resumo:
Há estudos sobre os índios Kaingang no Paraná que contribuem para o entendimento da sua história, cultura, organização social e linguística. Entretanto, sobre a escolarização e a apropriação da linguagem escrita, tanto da língua kaingang, como da língua portuguesa, são raras as publicações e pesquisas sobre um tema que é muito relevante, haja vista o ritmo acelerado da perda de línguas minoritárias no mundo e no Brasil, a partir de uma política neoliberal de estado mínimo e pouco investimento em formação de professores para atuarem em áreas socialmente relevantes como as línguas, dentre elas as línguas indígenas que requer investimento na formação de professores e linguistas indígenas. Neste artigo apresentamos aspectos históricos sobre registros desta língua indígena, o projeto de alfabetização bilíngue implementado no Brasil e como esta vem ocorrendo com os povos Kaingang na região do Vale do Ivaí, no Paraná, com crianças do ensino fundamental. Por meio de pesquisa bibliográfica e empírica foi possível perceber que o ensino da língua materna indígena, mesmo entre crianças monolíngues em kaingang, entra no currículo como ensino de língua estrangeira, o que pode comprometer seriamente a aprendizagem, a alfabetização, tanto da língua indígena como da língua portuguesa. Evidencia-se que o investimento na formação continuada de professores indígenas é uma das estratégias para a superação de tal situação.