10 resultados para Linguística estrutural
em Línguas
Resumo:
Discutimos, neste texto, a contribuição da pesquisa variacionista de base laboviana para o ensino de Língua Portuguesa através da análise de fenômenos linguísticos variáveis na escrita escolar. Nosso principal ponto é mostrar que, durante o processo de ensino/aprendizagem, entram, na escrita escolar, tanto variantes linguísticas que não carregam estigma social quanto variantes que são estigmatizadas socialmente, o que pede que a escola não só reconheça a língua como dotada de uma heterogeneidade ordenada, mas também trabalhe essa heterogeneidade e o valor social das formas variantes. Para a discussão dos dados, focalizamos na análise de quatro fenômenos linguísticos variáveis, a saber, (i) variação ter, haver e existir, (ii) nós e a gente na posição de sujeito, (iii) concordância verbal com nós e (iv) concordância verbal com a gente. Dessa forma, consideramos que, para um melhor entendimento desses processos na escola, é preciso que o professor não só reconheça que tanto a língua falada quanto a língua escrita são constituídas discursivamente por formas linguísticas que competem entre si, como também trabalhe essa heterogeneidade linguística.
Resumo:
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Resumo:
Este trabalho tem por objetivo estabelecer um diálogo entre o material Português: um nome, muitas línguas, produzido no âmbito no programa Salto para o futuroe os conceitos de plurilinguismo, interculturalidade, preconceito linguístico (MAHER, 2007; ALTENHOFEN, 2013;CAVALCANTI,2015; dentre outros citados neste estudo),propondo articular a pedagogia do plurilinguismo (ALTENHOFEN; BROCH, 2011) e interculturalidade crítica (WALSH, 2009; MIGNOLO, 2008; MAHER, 2007) para uma visão ampliada de educação linguística (CAVALCANTI, 2015) no Brasil.Assim como no material analisado neste artigo, queremos problematizar o conceito de língua padronizada (MILROY, 2011) e as consequências dessa padronização para o ensino e para a cidadania. Em termos de resultados, apontamos para a necessidade de um diálogo mais intenso da academia com os educadores a fim de reconhecer os conceitos de língua dos alunos, professores e demais agentes educacionais, e a partir desse diálogo pensar em uma pedagogia do plurilinguismo articulada à interculturalidade crítica.3http://dx.doi.org/10.5935/1981-4755.20170030
Resumo:
O presente trabalho aborda uma reflexão sobre como a Linguística Aplicada tem encaminhado suas pesquisas nos últimos anos e em que tem se debruçado para continuar a sua trajetória e conseguir alcançar e firmar o status que almeja enquanto produtora de conhecimento científico. O artigo destaca os aspectos mais relevantes da Linguística Aplicada, principalmente no Brasil, procurando mostrar o que os maiores nomes da área têm defendido, em que concordam e discordam, como têm direcionado a questão das inovações temáticas e epistemológicas e como as pesquisas atuais colaboram com os estudos linguísticos em geral. O entendimento desse estudo é de que a Linguística Aplicada no Brasil tem conseguido produzir substanciosa teoria proveniente de estudos da linguagem enquanto prática social, articulando pesquisas feitas de maneira transdisciplinar e insistindo na importância de voltar o olhar para os problemas localizados nas margens da modernidade recente. Fica claro, nesta observação, que apesar dos incontáveis desafios para essa área de estudo conquistar o espaço merecido entre outras áreas de prestígio, a Linguística Aplicada tem conseguido mostrar que fazer ciência no contexto atual requer olhares dispostos a abandonar crenças inarredáveis nos conhecimentos disciplinares tradicionais, promovendo pesquisas mais alinhadas com os problemas reais que emergem da superdiversidade da modernidade recente.http://dx.doi.org/10.5935/1981-4755.20170021
Resumo:
This work is part of the studies of Lexical Semantics and aims to compare the speakers lexicon of four different religions in four different types of texts. It starts from the assumption that religious speaker tends to keep its religious lexicon as a way of maintaining belief and block new doctrines. Thus, in addition to make use of a specific lexicon, the speaker tends to spreads it to other contexts of use. This shows how lexical and social reality are closely linked. For this research, were adopted as theoretical assumptions Structural Semantics, with an emphasis on Lexical Field Theory, Social Lexicology and Corpus Linguistics. The analyzed data confirmed the initial hypothesis that these speakers go beyond the religious context and make use of the religious lexicon in nonreligious contexts, specifically in not overtly religious texts. In addition, they showed that there is an approximation between churches of similar doctrines in some contexts, but, surprisingly, also doctrinally distinct churches in other contexts.
Resumo:
Tivemos como objetivo compreender o papel da teoria hjelmsleviana na concepção da tensividade, uma vertente atual da semiótica discursiva, proposta por Claude Zilberberg. Para isso, retomamos algumas das ideias apresentadas pelo mestre dinamarquês que foram cruciais para o desenvolvimento da teoria do semioticista francês nessas últimas três décadas. Nesse movimento da volta, partimos do modelo de silabação, proposto no CLG, a partir dos cursos ministrados por Saussure, até chegar nas contribuições de Hjelmslev, as quais abriram caminho para os estudos da foria e da tensividade. O corpus consiste nas principais obras de cada um dos teóricos, entre elas Le langage (1966), Ensaios Linguísticos (1991), Prolegômenos (1953), de Hjelmslev, e também Razão e Poética do sentido (1988), Des formes de vie aux valeurs (2011) e La structure tensive (2012), escritas por Zilberberg. Do linguista dinamarquês, Zilberberg aproveita os pares intenso vs. extenso e instensivo vs. extensivo, o que lhe permite compreender a tensividade como o lugar de encontro entre uma intensidade e uma extensidade, pressuposto central no desenvolvimento de sua teoria. Outro princípio hjelmsleviano tomado emprestado por Zilberberg é o da processualidade, necessário para se possa compreender a continuidade e a gradação das grandezas no campo de presença. Em nossa análise, ficou evidente que há uma relação entre Hjelmslev e Zilberberg, pois essa vertente da semiótica atual continua a revisitar os escritos do linguista da glossemática. http://dx.doi.org/10.5935/1981-4755.20170024
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O artigo analisa um debate na linguística brasileira ocorrido na década de 1980 entre os linguistas Rodolfo Ilari e Kanavillil Rajagopalan. Esse debate colocou em destaque limites e alcances de abordagens semânticas e pragmáticas para o estudo de fenômenos linguísticos, evidenciando, assim, momentos de ruptura teórica e metodológica na história da linguística no Brasil. A análise proposta será realizada por meio da observação de retóricas (tal como compreendidas nos estudos da Historiografia da Linguística) adotadas por linguistas em situações de confronto teórico e metodológico. Apresenta-se em perspectiva interpretativa de que modo se deu, em um momento da história da linguística brasileira, uma divergência teórico-metodológica nos domínios de estudos do significado e da significação. Essa divergência estabeleceu pontos de conflito em relação a objetos teóricos de análise, evidenciados por meio de retóricas dos linguistas que ressaltaram a oposição e a ruptura científica. Descontinuidades, enfim, no processo de implantação e desenvolvimento de teorias e métodos no âmbito da ciência da linguagem praticada na comunidade brasileira de pesquisa linguística.
Resumo:
Resumo: Neste texto trato da ideia de representação, discutindo como essa se traslada para a da representação linguística e em que esse movimento contribui para a compreensão do objeto língua como um território de saber atravessado por uma perene reformulação e ressignificação de sentidos. Para tanto, revisito o próprio conceito de representação (Far, 2011; Jodelet, 2000, 2001; Moscovici, 1976, 1978, 2009; Sá, 1996; Zarate, 2010) e passo a problematizar o seu deslocamento para o de representação linguística (Arnoux e Del Valle, 2010; Boyer, 1996, 2003; Calvet,1998; Houdebine-Gravaud,2002; Petitjean, 2009), articulando conceitos como o de imaginário (Pesavento,1995;) e atitudes linguísticas (Dominique Lafontaine,1997; Fasold, 1984; Saville-Troike,1989). Interessa-me, ao longo deste texto, levantar algumas questões de natureza teórica e conceitual com o fim de promover um debate em torno da dimensão simbólica e, mais notadamente, de como essa pode ser relevante para a redefinição das práticas dos sujeitos, no caso de professores de línguas, situando-as no âmbito da educação linguística de professores.Palavras-chaves: Representação; educação linguística; língua
Resumo:
Este trabalho discute os efeitos dos novos direcionamentos da Política Linguística Educativa no Brasil, especialmente sobre o ensino de línguas estrangeiras no estado do Amapá, fronteira com a Guiana Francesa. Propõe-se nesse artigo uma avaliação da política linguística brasileira para o ensino de línguas estrangeiras (LE) a partir das leis que constituem e/ou constituíram o ordenamento jurídico para o ensino de LE nas últimas três décadas, a saber, a LDB 9394/96, a Lei 11.161/2005 e a Lei 13415/2017. Fundamentado em pesquisas de campo, de natureza qualitativa e descritiva (XXX, 2005, 2013 e 2016), o artigo inscreve sua discussão no campo das Políticas Linguísticas (GRIN, 2005; CALVET, 1996; BEACCO, 2004) e aponta os impactos das mudanças promovidas no ensino de LE no Brasil sobre a região fronteiriça e o surgimento de um movimento de resistência promovido pela sociedade civil em favor da manutenção do ensino da língua francesa na região da fronteira franco-brasileira.Palavras-chaves: Ensino de línguas, francês, Política Linguística.
Resumo:
O presente estudo suscita uma problematização sobre o papel dos/as professores/as de língua estrangeira no manuseio de materiais didáticos disponíveis em seu contexto de atuação, a partir de uma proposta de análise e de suplementação de um livro didático de língua inglesa, tendo por base teorizações contemporâneas acerca de perspectivas críticas na educação linguística (DUBOC, 2012; PENNYCOOK, 2001, 2006; PESSOA; URZÊDA-FREITAS, 2012; SCHEYERL, 2012; AUTORA 1, 2015; SIQUEIRA, 2010, entre outros/as). A proposta deste estudo surgiu a partir das ações de um projeto desenvolvido no âmbito do programa Pró-Licenciatura de uma universidade pública do centro-oeste brasileiro. Um dos objetivos do projeto era produzir e adaptar materiais didáticos suplementares para uma turma de nível iniciante de inglês do Centro de Idiomas da instituição, que atende gratuitamente a comunidade interna e externa. Assim, com base em uma abordagem qualitativa de pesquisa e de cunho documental, compartilhamos aqui um recorte do projeto mencionado, apresentando a análise de um dos capítulos do livro didático adotado pela referida instituição, a partir das três visões de mundo discutidas por Leffa (2017): o mundo revelado, o encoberto e o possível. A análise aponta que é possível adaptar e elaborar materiais didáticos pautados em perspectivas críticas em turmas de níveis básicos, mesmo em face de contextos desafiantes e com recursos limitados. Concluímos, então, que o estudo e a ampliação de materiais didáticos sob a ótica dos três mundos discutidos por Leffa (2017) requer análise, pesquisa, reflexão, crítica, agência e coautoria/cocriação, em um processo contínuo, interpretativo e, sobretudo, não prescritivo.