18 resultados para Língua portuguesa - Ordem das palavras

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Resumo: O presente texto foca a temática da atuação do Tradutor e Intérprete da Língua de Sinais (TILS), pesquisando sobre o uso da Língua Portuguesa (LP) para Língua Brasileira de Sinais (Libras), em processos de tradução cognitiva para uma interpretação simultânea. Nesse contexto, toda prática tradutória e interpretativa envolve várias competências e, entre elas, algumas específicas que podem ser compreendidas e desenvolvidas a partir das contribuições da Linguística Cognitiva. Os processos de categorização humana, com base no processo de “corporificação” (embodiment), têm elucidado fenômenos relativos à influência de modelos cognitivos e culturais sobre o modo como categorias conceptuais se estruturam e atuam no processo de “fazer sentido” das experiências biossocioculturais em situações variadas de interação comunicacional (Lakoff, 1987; Lakoff; Johnson, 1999). A investigação configura-se em um estudo empírico em situação controlada, utilizando recursos de filmagem e sistema de transcrição linguística. De natureza experimental, investigam-se o conceito abstrato AUTONOMIA ao qual se apropria nos processos tradutórios e interpretativos de LP para Libras. O objetivo visa identificar os processos linguísticos e cognitivos nas atividades do TILS. Com isso, os procedimentos metodológicos foram divididos em seis etapas, experimentando o mesmo microtexto, em duas versões: (1º) o TILS não tem o conhecimento prévio do microtexto e realiza diretamente a interpretação simultânea e, (2º) o TILS teve o conhecimento prévio do microtexto para depois realizar a interpretação simultânea. As evdidências identificadas contribuiem para o aperfeiçoamento das competências e habilidades do TILS durante os processos de tradução, compreensão e interpretação simultânea das ocorrências lexemáticas. Os resultados revelam que a performance do TILS, quando “refinada” numa segunda versão, após obter o conhecimento prévio do texto interpretante, permite ao TILS alcançar mais referências sobre as escolhas feitas cognitivamente no ato tradutório, e posteriormente escolhendo lexemas de uma língua para outra num atividade interpretativa. Palavras-chave: Conceitos Abstratos. Tradução/Interpretação. Língua Portuguesa/Língua de Sinais. Linguística Cognitiva.

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Discutimos, neste texto, a contribuição da pesquisa variacionista de base laboviana para o ensino de Língua Portuguesa através da análise de fenômenos linguísticos variáveis na escrita escolar. Nosso principal ponto é mostrar que, durante o processo de ensino/aprendizagem, entram, na escrita escolar, tanto variantes linguísticas que não carregam estigma social quanto variantes que são estigmatizadas socialmente, o que pede que a escola não só reconheça a língua como dotada de uma heterogeneidade ordenada, mas também trabalhe essa heterogeneidade e o valor social das formas variantes. Para a discussão dos dados, focalizamos na análise de quatro fenômenos linguísticos variáveis, a saber, (i) variação ter, haver e existir, (ii) nós e a gente na posição de sujeito, (iii) concordância verbal com nós e (iv) concordância verbal com a gente. Dessa forma, consideramos que, para um melhor entendimento desses processos na escola, é preciso que o professor não só reconheça que tanto a língua falada quanto a língua escrita são constituídas discursivamente por formas linguísticas que competem entre si, como também trabalhe essa heterogeneidade linguística.

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A Ilha de Timor, localizada a leste do arquipélago indonésio, corresponde a um território habitado há mais de 40 mil anos e conhecido desde há muitos séculos como fonte de sândalo de alta qualidade. Isso atraiu a atenção dos navegadores portugueses que passavam nesta região no princípio do século XVI. A partir de então, e por mais de 400 anos, Portugal explorou e ocupou esse território, mantendo um controle relativo dos povos locais, organizados em reinos independentes, e medindo forças com a estrutura colonial holandesa. Depois da Segunda Guerra Mundial, com consequências catastróficas para a ilha, as potências europeias enfrentaram os processos de descolonização. Quando a metade oriental da ilha declarou sua independência, o Timor Português daria lugar a República Democrática de Timor-Leste. No entanto, a invasão indonésia retardou por mais de vinte e quatro anos os anseios de liberdade do povo local. Com a participação decisiva da ONU, a resistência timorense obteve, enfim, sua vitória e, em 2002, essa nação pode começar a traçar seu próprio caminho de forma independente. Uma nova página começou a ser escrita, mas não com menos dificuldades e desafios. Nas entrelinhas desta história, a língua portuguesa percorreu uma estrada que a levou a ser escolhida como língua oficial da nação recém-formada. Os desafios gerados a partir desta opção se fundamentam em gerar política e planejamento linguísticos capazes assegurar a difusão e consolidação do português como traço cultural identitário e diferenciador do povo timorense, ao mesmo tempo em que possa acompanhar e fortalecer a tarefa maior da conquista da estabilidade social e política, consolidação da democracia e desenvolvimento desta jovem nação.

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Esta pesquisa teve como intuito realizar um mapeamento lexicográfico de sinais-termo das instituições de ensino superior para registro em sinalário bilíngue (Língua Brasileira de Sinais/Língua Portuguesa). A metodologia adotada se embasou na pesquisa exploratória de caráter quantitativo, as fontes de pesquisa para consulta dos dados foram os vídeos interinstitucionais disponibilizados no YouTube, os sinais escritos em Libras na plataforma virtual do SignPuddle e os dados arquivados no grupo de WhatsApp, Glossário Nacional de Libras (GNL). Os resultados mostraram que com base nos dados coletados nesta pesquisa, das 298 instituições de ensino público (109 federais e 128 estaduais e 61 municipais) registradas pelo Censo da Educação Superior de 2018, foram identificadas 135 (69 federais, 41 estaduais e 47 municipais). Conclui-se que o mapeamento lexicográfico realizado de sinais-termo das IES para registro de um sinalário bilíngue (Língua Brasileira de Sinais/Língua Portuguesa) contribui como fonte de pesquisa para os profissionais bilíngues atuantes no Ensino Superior. Esta pesquisa teve como intuito realizar um mapeamento lexicográfico de sinais-termo das instituições de ensino superior para registro em sinalário bilíngue (Língua Brasileira de Sinais/Língua Portuguesa). A metodologia adotada se embasou na pesquisa exploratória de caráter quantitativo, as fontes de pesquisa para consulta dos dados foram os vídeos interinstitucionais disponibilizados no YouTube, os sinais escritos em Libras na plataforma virtual do SignPuddle e os dados arquivados no grupo de WhatsApp, Glossário Nacional de Libras (GNL). Os resultados mostraram que com base nos dados coletados nesta pesquisa, das 298 instituições de ensino público (109 federais e 128 estaduais e 61 municipais) registradas pelo Censo da Educação Superior de 2018, foram identificadas 135 (69 federais, 41 estaduais e 47 municipais). Conclui-se que o mapeamento lexicográfico realizado de sinais-termo das IES para registro de um sinalário bilíngue (Língua Brasileira de Sinais/Língua Portuguesa) contribui como fonte de pesquisa para os profissionais bilíngues atuantes no Ensino Superior.

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O processo de referenciação nas línguas depende de uma série de fatores cognitivos, linguísticos e discursivos, sendo fundamental para a condução da progressão textual, para a constituição dos sentidos e para os propósitos comunicativos dos interlocutores. Em se tratando dos elementos referenciais em uma língua oroauditiva e em uma visuoespacial, podemos inferir que há complexidades e singularidades que denotam diferenças relevantes quanto à operação linguística em questão. Nesse sentindo, buscamos responder, nesse artigo, a seguinte indagação: (i) Como a anáfora que se realiza na Língua Portuguesa ocorre na Língua Brasileira de Sinais (Libras), considerando-se a diferença de modalidade entre as duas línguas? Assim sendo, o objetivo geral desse trabalho é refletir sobre os processos referenciais realizados por sujeitos surdos na Libras diante das ocorrências de anáforas diretas em recortes textuais da Língua Portuguesa, em um viés tradutório. Para a realização da pesquisa, selecionamos recortes textuais escritos em Língua Portuguesa compostos por anáforas diretas, os quais foram submetidos ao sujeito surdo para a tradução em Libras, possibilitando em seguida realizar a análise dos processos referenciais na Libras. Com a análise do Corpus Paralelo Português-Libras foi possível perceber como a anáfora que sai da Língua Portuguesa pode chegar na Libras, considerando as estratégias de construção de cadeias referenciais específicas da modalidade visuoespacial. É indispensável destacar a simultânea relação entre a anáfora e a dêixis presente nas glosas-Libras analisadas, contribuindo para a construção dos sentidos na Libras, e representando dinamicidade e a fluidez entre os processos referenciais.

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Abstract This article aims to show an overview about how the elementary schools are working on reading in school environment in the last decades in Mato Grosso do Sul.   To achieve this goal, twenty three students´ reports enrolled in the second year of Languages at a Federal University were analyzed.  The reports were prepared by the students after they have read the Irandé Antunes text "The reading and its functions", this text was used as mainstay of corpus establishment on this study because Antunes discusses about the problems related to reading in school environment. This work is justified because, although several searches related to reading theme developed in many universities in the country, we noticed that old practices prevail in most schools regarding Portuguese lessons. Based on the reports in which students describe their reading histories in the period they were enrolled in the elementary and secondary school, it was possible to describe the problems that arise in school environment related to reading work. We use as theoretical assumptions Irandé Antunes, Sírio Possenti, João Wanderlei Geraldi and Ezequiel Theodoro da Silva´s words. We brought to the fore matters involving the reading and its relation to the family, grammar supremacy in favor of reading, the neglect of reading in school environment, the textbook presence, and last, indications of reading strategies that we consider successful in school where Portuguese lessons happened according to the Languages´ students in the period they studied elementary and secondary school. KEY-WORDS: Reading; School; Teacher

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Esse artigo tem como objetivo fazer algumas considerações acerca da utilização da charge na aula de língua estrangeira (LE), na tentativa demostrar que esse tipo de texto pode contribuir não só na aquisição na LE, mas também no estudo da cultura e da história tanto brasileiras quanto estrangeiras. A charge se caracteriza pela predominância do icônico sobre o verbal e é o fruto da necessidade do chargista de comentar algum aspecto da sociedade a que pertence. O humor possibilita a representação de conteúdos bastante complexos de maneira leve e agradável, levando o leitor a uma reflexão acerca do mundo em que vive. No entanto, a charge, quando empregada pelos professores, é normalmente subutilizada, pois seu uso costuma se restringir à exploração de características superficiais, situadas apenas no plano lingüístico, não abrangendo, portanto, seu principal objetivo: fazer uma crítica a alguma característica ou acontecimento da sociedade da qual emana. Propomos, através da análise de uma charge, uma sugestão de modelo de micro-projeto que, de acordo com as orientações contidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), particularmente quando se referem à Interdisciplinaridade, aos Temas Transversais e à Pluralidade Cultural, busca dialogar com a Língua Portuguesa, a partir do estudo das relações polissêmicas, antonímicas, paronímicas e metonímicas existentes na charge, e com a História, ao abordar o período da ditadura militar e os acontecimentos de maio de 68 na França, procurando relacioná-los aos conteúdos representados no desenho. Nosso objetivo, contudo, não é o de apresentar uma proposta já pronta, mas sim o de contribuir na construção de outros projetos.

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Partindo de uma concepção de tradução como uma transferência lingüística e cultural, o intuito do presente trabalho é prosseguir a investigação sobre tradução sob uma perspectiva bem específica, que é identificar uma abordagem de tradução, formada por um conjunto de es- tratégias utilizadas durante o processo tradutório. A tradução como foco de estudo justifica-se primeiramente, por atender a um processo contínuo de pesquisa na área, e por ser considerada como a quinta habilidade necessária para a aprendizagem de uma língua estrangeira. O estudo de autores contemporâneos - que apresentavam abordagens para o processo tradutório - foram tomadas como base para análise/tradução do corpus, o qual é constituído por textos com informações genéricas sobre o site da UNIOESTE. Constatamos que os estudos tradutológicos estão expandindo seus paradigmas e como conseqüência, tratam inclusive das relações de poder que permeiam a tradução. Da mesma maneira, no exercício de transposição lingüística, percebemos que os conceitos e abordagens propostos pelos autores resultam em um trabalho mais consciente e criterioso, e também proporcionam maior confiança ao tradutor com relação ao resultado final de seu trabalho. Acreditamos que o objetivo do projeto, qual seja, suporte teórico e pragmático para o desenvolvimento do projeto /tradução do site (da língua portuguesa para a língua Inglesa) foi atingido. Desta forma, a informação sobre os cursos da Unioeste disponibilizada também em língua inglesa, pode atingir a um número maior de pesquisadores e estudantes universitários originários de países não falantes de língua portuguesa.

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A pesquisa em aquisição da linguagem é importante para que possamos entender o ser humano como um todo e, particularmente, o desenvolvimento intelectual da criança. A pesquisa nessa área aborda grandes questões sobre a natureza do homem, questões estas que continuam gerando inúmeros debates vigorosos e, muitas vezes, acirrados ao longo dos séculos entre filósofos, psicólogos e lingüistas. Pesquisadores e escritores destacam a importância da linguagem da criança no processo de socialização e adaptação ao seu meio-ambiente. O modo como a criança entende e utiliza a linguagem fornce elementos para compreendermos o desenvolvimento do seu pensamento e raciocínio. As crianças omitem palavras e terminações de palavras, utilizam a ordem das palavras de maneira distinta da dos adultos e as combinam de forma diferenciada. Estes e outros aspectos serão aqui discutidos para mostrar, de uma forma geral, como as crianças adquirem a sua língua materna.

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As teorias linguísticas contemporâneas rompem com a tradição gramatical, que remonta às gramáticas greco-latinas, em diversos pontos. Não conseguem, no entanto, superá-la. Minha argumentação procura mostrar que essa situação é resultado de um processo de naturalização da teoria gramatical tradicional que, como um filtro, distorce a visão que o linguista tem dos fatos gramaticais. Na medida em que o linguista tem sempre a teoria tradicional como guia para suas análises e suas classificações, e assume como se fossem da língua objetos teóricos tradicionais, noções desnecessárias para suas teorias acabam sendo tratadas. Vou exemplificar esse processo de naturalização – e os problemas que causa nas teorias linguísticas contemporâneas – com algumas noções ligadas à morfologia da língua portuguesa, particularmente noções ligadas às classes de palavras e à distinção entre os processos morfológicos de flexão e derivação.   RESUMO: As teorias linguísticas contemporâneas rompem com a tradição gramatical, que remonta às gramáticas greco-latinas, em diversos pontos. Não conseguem, no entanto, superá-la. Minha argumentação procura mostrar que essa situação é resultado de um processo de naturalização da teoria gramatical tradicional que, como um filtro, distorce a visão que o linguista tem dos fatos gramaticais. Na medida em que o linguista tem sempre a teoria tradicional como guia para suas análises e suas classificações, e assume como se fossem da língua objetos teóricos tradicionais, noções desnecessárias para suas teorias acabam sendo tratadas. Vou exemplificar esse processo de naturalização – e os problemas que causa nas teorias linguísticas contemporâneas – com algumas noções ligadas à morfologia da língua portuguesa, particularmente noções ligadas às classes de palavras e à distinção entre os processos morfológicos de flexão e derivação.  PALAVRAS-CHAVE: Filosofia da Linguística; gramática tradicional; naturalização

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Resumo: Neste texto trato da ideia de representação, discutindo como essa se traslada para a da representação linguística e em que esse movimento contribui para a compreensão do objeto língua como um território de saber atravessado por uma perene reformulação e ressignificação de sentidos. Para tanto, revisito o próprio conceito de representação (Far, 2011; Jodelet, 2000, 2001; Moscovici, 1976, 1978, 2009; Sá, 1996; Zarate, 2010) e passo a problematizar o seu deslocamento para o de representação linguística (Arnoux e Del Valle, 2010; Boyer, 1996, 2003; Calvet,1998; Houdebine-Gravaud,2002; Petitjean, 2009), articulando  conceitos como o de imaginário (Pesavento,1995;) e atitudes linguísticas (Dominique Lafontaine,1997; Fasold, 1984; Saville-Troike,1989). Interessa-me, ao longo deste texto, levantar algumas questões de natureza teórica e conceitual com o fim de promover um debate em torno da dimensão simbólica e, mais notadamente, de como essa pode ser relevante para a redefinição das práticas dos sujeitos, no caso de professores de línguas, situando-as no âmbito da educação linguística de professores.Palavras-chaves: Representação; educação linguística; língua

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RESUMO: A educação de surdos hoje no Brasil vive um período de transição,  de conflitos e contradições: por um lado o discurso da diferença cada vez mais presente na fala de educadores e em parte da legislação educacional em vigor; por outro lado a “diferença” surda continua sendo representada nas práticas escolares em geral sob a ótica da normalização que insiste em invisibilizar as especificidades linguísticas e culturais dessa minoria, apesar dos avanços alcançados pelo decreto 5626. Com esse cenário em mente objetivamos refletir sobre as pressões normativas guiadas por ideologias monolíngues (BLACKLEDGE, 2000) que tentam formatar um suposto uso ideal de português e de Libras. O capítulo está dividido em três partes: primeiro, apresentamos algumas considerações no âmbito da legislação acerca do estatuto de Libras no Brasil. Em seguida, tematizamos o processo de (in)visibilização das línguas de sinais com vistas a mostrar que a (re)construção do conceito de língua como algo fixo, também, em relação às línguas de sinais, pode ser usado para sedimentar desigualdades em relação ao surdo na escola. Por fim, refletimos, a partir de alguns dados de pesquisa, sobre as tensões existentes entre as línguas nos contextos bi-multilíngues que caracterizam a escolarização de surdos e as ideologias linguísticas que geram efeitos de hierarquização sobre os usos de Libras e de Português.

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Há estudos sobre os índios Kaingang no Paraná que contribuem para o entendimento da sua história, cultura, organização social e linguística. Entretanto, sobre a escolarização e a apropriação da linguagem escrita, tanto da língua kaingang, como da língua portuguesa, são raras as publicações e pesquisas sobre um tema que é muito relevante, haja vista o ritmo acelerado da perda de línguas minoritárias no mundo e no Brasil, a partir de uma política neoliberal de estado mínimo e pouco investimento em formação de professores para atuarem em áreas socialmente relevantes como as línguas, dentre elas as línguas indígenas que requer investimento na formação de professores e linguistas indígenas. Neste artigo apresentamos aspectos históricos sobre registros desta língua indígena, o projeto de alfabetização bilíngue implementado no Brasil e como esta vem ocorrendo com os povos Kaingang na região do Vale do Ivaí, no Paraná, com crianças do ensino fundamental.  Por meio de pesquisa bibliográfica e empírica foi possível perceber que o ensino da língua materna indígena, mesmo entre crianças monolíngues em kaingang, entra no currículo como ensino de língua estrangeira, o que pode comprometer seriamente a aprendizagem, a alfabetização, tanto da língua indígena como da língua portuguesa. Evidencia-se que o investimento na formação continuada de professores indígenas é uma das estratégias para a superação de tal situação.

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O que ocorre quando crianças de 8 anos são solicitadas a reescrever, em provas escolares, textos-fonte previamente lidos por sua professora? Analisando 116 textos escritos por 30 estudantes de terceiro ano do Ensino Fundamental em escola pública paulista, o estudo procurou investigar: 1) As operações de escrita utilizadas pelos participantes; e 2) A possibilidade de encontrar criação em textos cuja proposta inicial era a de reprodução parafrástica. Partiu-se de uma concepção de linguagem que a vê tanto como um trabalho linguístico, um elemento ontológico fundador do ser humano (ROSSI-LANDI, 1985) quanto salienta seu caráter voltado para à variação e para a criatividade (BENVENISTE, 1991). Concluiu-se que, mesmo em exercícios escolares nos quais aparentemente existe pouco espaço para a inventividade, o exercício da escrita autoral pode irromper, pois as brechas de incompreensão e/ou equívoco que os textos apresentam para as crianças abrem oportunidades para o surgimento da subjetividade. Palavras-chave: escrita; reformulação parafrástica; autoria.