Efeitos de gastos do governo em um modelo din��mico estoc��stico de equil��brio geral com restri����es financeiras

Recentes evid��ncias emp��ricas sugerem que o consumo aumenta em resposta a um aumento nos gastos do governo. Essa descoberta n��o pode ser facilmente reconciliada com os resultados dos modelos de otimiza����o dos ciclos econ��micos. Para testar tais evid��ncias utilizamos uma vers��o simplificada do modelo novo keynesiano padr��o estendido em Gal��, L��pez-Salido e Vall��s (2007), para permitir a presen��a de consumidores Rule-of-Thumb. Mostramos como a intera����o desses ��ltimos, sob a hip��tese de rigidez de pre��os e financiamento via d��ficits, pode explicar as evid��ncias existentes sobre os efeitos dos gastos do governo.

Fundos de recursos em cons��rcios de empresas: separação patrimonial sem personifica����o jur��dica e seus impactos no campo da responsabilidade

Observando a falta de clareza da Lei n�� 6.404/76 em suas disposi����es sobre o fundo cons��rtil (fundo de recursos composto pelas contribui����es das empresas consorciadas), e a posi����o da tradi����o jur��dica brasileira relutante em aceitar as id��ias de separação patrimonial por meios diferentes da personifica����o jur��dica, busca-se verificar quais os efeitos que o reconhecimento da autonomia patrimonial do fundo pode gerar no campo da responsabilidade. A pesquisa, ent��o, objetiva avaliar a natureza patrimonial do fundo cons��rtil, verificando se h�� reconhecimento da sua autonomia patrimonial, e detectando quais os impactos disso quanto �� limita����o de responsabilidade do cons��rcio e das consorciadas. Aprofunda-se na an��lise dos seguintes temas: cons��rcio de empresas (natureza jur��dica, tra��os espec��ficos, regula����o), com foco no fundo cons��rtil; separação patrimonial; e limita����o de responsabilidade. Quest��es-alvo: O fundo cons��rtil pode ser alvo dos credores particulares das consorciadas? Os patrim��nios gerais das consorciadas podem ser alvo de credores do cons��rcio? Quais os limites?

Propriedade e decis��es de gest��o em organiza����es cooperativas agropecu��rias brasileiras

A vis��o predominante na teoria econ��mica �� de que organiza����es de propriedade difusa e complexas t��m maior probabilidade de sobreviver se separarem os detentores dos direitos aos res��duos das decis��es de gest��o. Nos pa��ses de economia desenvolvida, os modelos de governan��a das cooperativas agropecu��rias de propriedade difusa e complexas promovem a desvincula����o dos cooperados da gest��o da empresa. Isto ��, naqueles pa��ses os cooperados delegam ao conselho de administra����o o direito de controle formal da organiza����o e existe separação do processo decis��rio. Em contrapartida, trabalhos anteriores apontam que as organiza����es brasileiras similares concentram propriedade e gest��o. O desalinhamento com os preceitos te��ricos e a diverg��ncia entre os modelos de governan��a motivaram a investiga����o conduzida nessa tese, que objetivou mensurar se os modelos brasileiros separam ou concentram propriedade e gest��o e seus poss��veis determinantes dessa escolha. Inicialmente, foram coletados dados de 77 organiza����es e mensurado um ��ndice para representar se suas estruturas de governan��a separam de jure e de facto, separam parcialmente ou concentram a propriedade e as decis��es de gest��o. Na sequ��ncia, foram utilizados os modelos logit e tobit para investigar poss��veis fatores que determinam a delega����o do direito de controle formal e a separação entre as decis��es de controle e gest��o. Os resultados apontam que existem diferentes modelos de governan��a coexistindo no Brasil. Embora exista uma expressiva parcela de cooperativas que n��o desvinculam os cooperados das decis��es de gest��o, h�� tamb��m um grupo de cooperativas que separam de facto os propriet��rios das decis��es de gest��o. Ainda, os resultados dos modelos permitiram apontar que a estrutura de propriedade difusa, ao contr��rio do que �� estabelecido pela teoria, n��o afeta a probabilidade de delega����o dos direitos de controle. Nas organiza����es estudadas, a possibilidade de os membros do conselho obterem benef��cios privados ao controle afeta negativamente a probabilidade de delega����o do direito de controle. Por��m, a reputa����o e a efic��cia do conselho em agir em prol dos interesses dos associados e o n��vel de informa����o dos s��cios sobre as atividades desenvolvidas pela cooperativa t��m efeito positivo sobre a transfer��ncia do controle. N��o obstante a caracter��stica da complexidade n��o afetar a separação do processo decis��rio, a autonomia do conselho para nomear ou destituir o presidente do conselho de administra����o e a exist��ncia de cl��usulas estatut��rias que limitam a reelei����o do presidente t��m efeitos positivos sobre probabilidade de aloca����o das decis��es de controle e gest��o, respectivamente, ao conselho de administra����o e CEO. Os resultados instigam novas pesquisas e reflex��es, pois fatores relacionados �� estrutura de propriedade difusa e complexidade n��o foram corroborados, conforme aponta a teoria. Talvez, as cooperativas brasileiras utilizem rela����es contratuais ainda n��o observ��veis e diferenciadas daquelas organiza����es localizadas, por exemplo, nos EUA.

Efeitos de elegibilidade e condicionalidade do Programa Bolsa Fam��lia sobre a aloca����o de tempo dos membros do domic��lio

Os programas sociais constituem, nos ��ltimos dez anos, uma das respostas mais freq��entes aos problemas de desigualdade social. No Brasil, o Programa Bolsa Fam��lia (PBF) tem adquirido ampla relev��ncia nacional tanto devido ao seu objetivo principal reduzir a pobreza e desigualdade presente e futura ��� como tamb��m pelo seu tamanho e abrang��ncia. A efic��cia e a qualidade do PBF, por��m, s�� podem ser medidas por meio de mecanismos corretos de avalia����o. Considerando as caracter��sticas do programa, foram selecionadas da Pnad de 2006 subamostras de grupos demogr��ficos (fam��lias compostas por casais e/ou m��es n��o casadas com filhos menores de 15 anos) com a finalidade de avaliar se o tratamento fornecido pelo PBF afetou a aloca����o de tempo dos membros da fam��lia benefici��ria. Utilizando m��todos apropriados de separação dos grupos de tratamento e controle, como o desenho de regress��o descont��nua, verificou-se que h�� redu����o da oferta de trabalho em suas margens intensiva e extensiva. Controlando o fator ���manipula����o��� da regra de sele����o, a partir da identifica����o de epis��dios de desocupa����o dos indiv��duos ao longo do per��odo de um ano, observou-se, ainda, que o PBF proporcionou impactos negativos na margem intensiva de trabalho dos adultos, principalmente das m��es. Al��m disso, constatou-se que o PBF foi pouco eficaz na queda da participa����o das crian��as de seis at�� quinze anos na for��a de trabalho, embora tenha proporcionado uma redu����o nas horas trabalhadas remuneradas em substitui����o por freq����ncia �� escola.

A previs��o da demanda automotiva brasileira de longo prazo baseada em modelos econom��tricos univariados

A previs��o de demanda �� uma atividade relevante pois influencia na tomada de decis��o das organiza����es p��blicas e privadas. Este trabalho procura identificar modelos econom��tricos que apresentem bom poder preditivo para a demanda automotiva brasileira num horizonte de longo prazo, cinco anos, atrav��s do uso das s��ries de vendas mensais de autom��veis, ve��culos comerciais leves e total, o per��odo amostral �� de 1970 a 2010. Foram estimados e avaliados os seguintes modelos: Auto-regressivo (Box-Jenkins, 1976), Estrutural (Harvey, 1989) e Mudan��a de Regime (Hamilton, 1994), incluindo efeitos calend��rio e dummies al��m dos testes de ra��zes unit��rias sazonais e n��o-sazonais para as s��ries. A defini����o da acur��cia dos modelos baseou-se no Erro Quadr��tico M��dio (EQM) dos resultados apresentados na simula����o da previs��o de demanda dos ��ltimos quinze anos (1995 a 2010).

Efeitos de pol��tica fiscal nos EUA em um modelo FAVAR

O objetivo desse artigo �� analisar o impacto da pol��tica fiscal sobre diversas vari��veis macroecon��micas dos EUA. A metodologia do trabalho emp��rico baseia-se em um modelo VAR estrutural que incorpora fatores latentes (FAVAR) e para o qual desenvolve-se um esquema de identifica����o espec��fico. Visto que os fatores s��o estimados por principal components, estes aproximam-se muito das s��ries observadas de produ����o industrial e taxa de juros. Como ser�� visto, este resultado �� de fundamental import��ncia para a hip��tese de identifica����o e a escolha dos instrumentos do modelo VAR. Por meio das fun����es de resposta ao impulso analisa-se os efeitos de um aumento do gasto do governo sobre vari��veis de produto e consumo e, por sua vez, corroborando a hip��tese de que tanto o PIB quanto as despesas de consumo das fam��lias aumentam depois desse choque ex��geno. Em particular esse efeito sobre o consumo tamb��m �� verificado quando separamos os indiv��duos em v��rias classes de acordo com renda. Olhando cuidadosamente no entanto pode-se perceber que um aumento no gasto p��blico possui mais impacto sobre os consumidores de renda mais baixa. Ou seja, �� prov��vel que por estarem sujeitas a restri����es de cr��dito, as classes mais baixas tem mais dificuldade em suavizar o consumo ap��s um choque agregado.

As pol��ticas p��blicas antitabagistas e os efeitos �� competi����o no mercado brasileiro de cigarro : uma an��lise cr��tica para debate

Neste trabalho faz-se uma an��lise cr��tica sobre a atual pol��tica antitabagista brasileira e prop��e-se sua reformula����o de forma a compatibilizar, de um lado, os interesses de sa��de p��blica e arrecadat��rios e, de outro, os interesses dos agentes econ��micos instalados no mercado, especialmente aqueles de pequeno e m��dio porte, de forma a se evitar a monopoliza����o privada do setor e incentivar a inova����o de produtos que n��o fa��am mal �� sa��de dos indiv��duos. Para contextualizar a an��lise, faz-se uma revis��o hist��rica sucinta do crescimento do consumo de cigarro em n��vel mundial, dos efeitos desse consumo �� sa��de p��blica e das principais medidas implementadas em n��vel global para o combate ao consumo, fabrica����o e comercializa����o de cigarros, explicitadas na Conven����o-Quadro da Organiza����o Mundial da Sa��de de 2003, e que conta atualmente com a ades��o de mais de 170 pa��ses. Apresenta-se tamb��m a pol��tica brasileira para erradica����o do consumo de cigarro, que contempla, dentre outras medidas, restri����es �� propaganda e venda de cigarros, �� entrada de novos fabricantes, ao teor de nicotina, alcatr��o e de mon��xido de carbono liberado, ao consumo em locais p��blicos e, ainda, medidas de natureza fiscal para eleva����o do pre��o do bem e o combate ao contrabando. Discutem-se as consequ��ncias das pol��ticas antitabagistas brasileiras na estrutura de mercado e na din��mica competitiva dom��stica, destacando-se os efeitos anticompetitivos decorrentes das restri����es �� publicidade de cigarros e da ado����o de um sistema de tributa����o fixa para o Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, incidente sobre a fabrica����o e comercializa����o de cigarro. Analisam-se criticamente os modelos te��ricos para o desenvolvimento de pol��ticas p��blicas que objetivam uma interven����o direta do Estado nas atividades de fabrica����o e distribui����o de cigarro. Finalmente, nesse estudo prop��em-se, para discuss��o e debate, ajustes na atual pol��tica brasileira antitabagista, que compatibilizem as preocupa����es com sa��de p��blica, arrecada����o, competi����o e inova����o, recomendando para tanto a cria����o de uma ag��ncia reguladora para coordenar os agentes do setor e, em especial, para a fixa����o de um pre��o m��nimo de revenda para os cigarros; de um sistema de quotas m��ximas por fabricante, para produ����o de cigarros; e, ainda, a divulga����o de marcas de cigarros que reduzissem ou at�� mesmo eliminassem os problemas �� sa��de dos indiv��duos.

Efeitos organizacionais da implanta����o de metas e remunera����o vari��vel por desempenho: o caso da seguran��a p��blica em Minas Gerais

Quais os efeitos pr��ticos que a cobran��a de metas provoca nas institui����es e nos servidores p��blicos? E quando se vincula premia����es financeiras a elas, qual o resultado? O Brasil vive uma onda recente de implanta����o de modelos de remunera����o vari��vel por desempenho no setor p��blico. Minas Gerais universalizou o sistema em 2008, implantando o Acordo de Resultados e o Pr��mio por Produtividade, j�� tendo gasto 1,3 bilh��o de reais com o programa. Mas o otimismo dos gestores n��o encontra fundamento na teoria. A literatura mostra que sistemas de remunera����o vari��vel no setor p��blico fracassam ou t��m sucesso muito limitado (OCDE, 2005; Perry, Engbergs e Jun, 2009; Bowman, 2010; Weibel, Rost e Osterloh 2010). Conflitos, dificuldade de mensura����o do desempenho, fraude e incapacidade de motivar servidores p��blicos t��m direcionado experi��ncias de incentivo ao fracasso. Alguns poucos estudos mostram que, sob certas condi����es, a remunera����o vari��vel por desempenho pode gerar resultados positivos (Marsden, 2010). Seria o sistema mineiro capaz de superar o pessimismo dos especialistas e alcan��ar resultados positivos? Quais mecanismos de fato operam quando se implementa metas e remunera����o vari��vel em institui����es p��blicas? Este trabalho busca responder estas quest��es a partir do estudo de caso de tr��s organiza����es da seguran��a p��blica em Minas Gerais: Pol��cia Militar, Pol��cia Civil e Corpo de Bombeiros Militar. Foram feitas 46 entrevistas com policiais, bombeiros e com a c��pula das institui����es, analisados dados estat��sticos ��� que avaliam a evolu����o do desempenho, observa����o participante e monitoramento da percep����o da m��dia sobre tais efeitos. O resultado mostra que metas e incentivos financeiros geraram profundas mudan��as nas institui����es pesquisadas. Na Pol��cia Civil houve crescimento da produtividade, aumento do controle e melhoria de processos internos. Entretanto, o foco na produ����o quantitativa de inqu��ritos gerou incentivos para a redu����o de sua qualidade. Na Pol��cia Militar observou-se impacto menor, uma vez que esta j�� havia auferido no passado recente ganhos que o uso de indicadores e metas poderia proporcionar. Ainda assim, observou-se aumento da cobran��a interna de resultados. Esse fato foi um dos fatores que contribuiu para um efeito negativo importante: a reclassifica����o de crimes. Uma estrutura de incentivos e a aus��ncia de obst��culos levaram alguns policiais a reclassificar crimes que tinham natureza pr��xima para melhorar as estat��sticas de suas unidades. No Corpo de Bombeiros o impacto foi altamente positivo, levando a institui����o a conceber novas estrat��gias, gerando ganhos importantes de produtividade e melhoria de resultados para o cidad��o. O resultado mostra que metas e incentivos financeiros s��o muito poderosos e podem gerar resultados positivos ou negativos, dependendo da forma como s��o implementados. As evid��ncias contradizem, em parte, o pessimismo dos acad��micos e descortinam o funcionamento dos mecanismos que fazem metas e remunera����o vari��vel interferirem no resultado de organiza����es p��blicas.

Medindo a efic��cia dos professores: o uso de modelos de valor agregado para estimar o efeito do professor sobre o desempenho dos alunos

Dadas a import��ncia dos professores para o processo educacional e a disponibilidade de dados para a estima����o de medidas de efic��cia dos professores, entendida como a capacidade em produzir resultados em termos da aprendizagem dos alunos, este trabalho buscou aplicar um modelo de valor agregado para estimar e analisar a efic��cia de uma amostra dos professores que lecionaram para a 4�� s��rie da rede municipal de ensino de S��o Paulo no ano de 2010. Obtivemos evid��ncias de que a varia����o na efic��cia dos professores explicaria cerca de 9% da varia����o nas notas dos alunos da amostra analisada, menos do que a varia����o nas vari��veis de background dos alunos, em torno de 15%, mas mais do que a varia����o nas vari��veis de escola, em torno de 5%. Na estima����o dos efeitos professor individuais, os resultados indicam que um aumento de um desvio-padr��o nos efeitos professor levaria a um aumento de, no m��nimo, 0,062 desvio-padr��o na profici��ncia dos alunos em L��ngua Portuguesa e 0,049 desvio-padr��o em Matem��tica, que correspondem a, 2,79 pontos em L��ngua Portuguesa e 2,20 pontos em Matem��tica. Na an��lise dos fatores associados aos efeitos professor estimados, foram encontradas associa����es positivas entre as seguintes vari��veis e os efeitos professor: o tempo dedicado ao trabalho pedag��gico fora da escola, a freq����ncia com que o professor passa li����o de casa e o uso dos Cadernos de Apoio e Aprendizagem. As an��lises acerca da confiabilidade e da estabilidade das medidas de efeito professor estimadas indicam que os dados utilizados t��m uma capacidade limitada para subsidiar recomenda����es em rela����o ��s pol��ticas de pessoal, por��m permitem identificar que cerca de 13% dos professores tiveram efeitos estimados distintos da m��dia. Dada essa distin����o, esses professores s��o o p��blico ideal para pesquisas futuras sobre suas pr��ticas docentes, em especial sobre os fatores para os quais foi observada uma associa����o positiva com os efeitos professor estimados.

Modelos de gest��o da inova����o: um estudo de casos em empresas brasileiras do setor petroqu��mico

A inova����o consiste em desafio premente para in��meras organiza����es, de diferentes portes e miss��es. Dada sua relev��ncia para as organiza����es p��blicas e privadas, de portes variados, assim como para as economias locais, regionais, nacionais e internacionais, a gest��o da inova����o constitui o cerne deste estudo de casos m��ltiplos. A gest��o da inova����o e seu alinhamento com a estrat��gia organizacional pode representar um diferencial competitivo significativo. Atrav��s de uma vis��o sist��mica sobre a gest��o da inova����o, �� poss��vel que as organiza����es gerem benef��cios e externalidades que poder��o atender a diversos atores envolvidos e p��blicos interessados no processo, tais como colaboradores, parceiros de neg��cios, fornecedores, usu��rios, clientes e ag��ncias do governo. A partir desta perspectiva, a estrat��gia de inova����o �� considerada uma abordagem central no que diz respeito �� estrat��gia empresarial. Nossa inten����o na realiza����o desta pesquisa �� compreender a complexidade e o valor de processos de inova����o em organiza����es e seus efeitos enquanto consequ��ncias de estrat��gias deliberadas e emergentes. Esta pesquisa prop��e um modelo referencial a ser utilizado pelos gestores para o mapeamento de processos de variados graus de complexidade, com vistas a prestar suporte na gest��o da inova����o de produtos, processos e administrativa, de forma estruturada, com especial ��nfase ao modelo do funil de inova����o e sua interface com tecnologias de informa����o, assim como em processos organizacionais e interorganizacionais, que podem contemplar parcerias externas em inova����o aberta. Foram desenvolvidos tr��s estudos de caso, os quais formam a base deste modelo referencial. Todos os casos abrangem empresas do setor petroqu��mico brasileiro, sendo um caso de empresa de grande porte, a Braskem S.A., e dois casos de empresas de pequeno porte, respectivamente a Hausthene Poliuretanos Ltda. e a Prorevest Revestimentos de Poliuretanos e Pe��as Especiais Ltda. O modelo referencial proposto busca identificar as condi����es necess��rias ��� os determinantes da inova����o ��� que possibilitam a gest��o da inova����o em produtos, processos e em gest��o, e seus poss��veis resultados.

Os efeitos da concentra����o regional no desempenho das empresas: uma abordagem multin��vel

O presente trabalho tem por objetivo avaliar o impacto das concentra����es regionais no desempenho organizacional das empresas brasileiras com ��nfase no setor servi��os. Com o intuito de atingir este objetivo realizou-se uma compara����o entre o desempenho organizacional das firmas localizadas em ��reas de concentra����o geogr��ficas e aquelas situadas fora destas ��reas. Al��m disso, procurou-se contrastar o efeito da concentra����o regional sobre o desempenho das empresas de servi��os com as empresas do setor industrial. A revis��o liter��ria evidenciou a exist��ncia de vantagens para empresas concentradas regionalmente, o que levou �� principal hip��tese deste trabalho, de que tais vantagens ocasionariam melhor desempenho das firmas. Desta forma, buscou-se averiguar a exist��ncia de uma rela����o entre o desempenho organizacional e a localiza����o geogr��fica das empresas de servi��os regionalmente concentradas. O trabalho de identifica����o das concentra����es regionais foi realizado adaptando-se os crit��rios utilizados no setor industrial para o setor servi��os, a partir dos dados de n��mero de estabelecimentos e de funcion��rios, obtidos atrav��s da base dados da Rela����o Anual de Informa����es Sociais (RAIS). O desempenho organizacional foi mensurado por dois indicadores: lucratividade e o crescimento de vendas. A fonte de dados de desempenho utilizada foi a base de microdados das seguintes pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat��stica (IBGE): Pesquisa Industrial Anual (PIA) e Pesquisa Anual de Servi��os (PAS). A amostra utilizada incluiu 78.789 observa����es de prestadoras de servi��os e 22.460 observa����es de empresas do setor industrial, entre 2001 e 2005. Os resultados foram produzidos por meio da aplica����o dos modelos hier��rquicos ou modelos multin��veis. Os resultados revelaram um efeito positivo sobre o crescimento das empresas situadas em ��reas de concentra����o regional (tanto do setor servi��os quanto da ind��stria), por��m n��o foram encontradas evid��ncias de maior lucratividade das mesmas. As conclus��es deste trabalho contribuem para a tomada de decis��o dos gestores, ao avaliar se dever��o ou n��o situar seu empreendimento em uma ��rea de concentra����o regional. Al��m de apresentar implica����es para as pol��ticas p��blicas, pois a constata����o de um efeito positivo sobre o crescimento das firmas em determinadas concentra����es pode direcionar pol��ticas de incentivo, com o objetivo de estimular a forma����o de tais concentra����es em determinadas localidades para desenvolvimento regional.

A irracionalidade na tomada de decis��o: uma abordagem sobre os efeitos chamariz e ��ncora

Diversos modelos e teorias econ��micas neocl��ssicas se baseiam nos princ��pios de racionalidade dos indiv��duos. No entanto, muitos estudos v��m mostrando como tais princ��pios podem ser falhos em diversos contextos. Esta pesquisa buscou contribuir com tal literatura atrav��s do desenvolvimento de um experimento realizado com alunos de gradua����o no qual foram testadas aplica����es dos vieses de racionalidade conhecidos como Efeito Chamariz e Efeito ��ncora. Foram analisados 142 question��rios que aparentemente visavam tra��ar o perfil dos estudantes atrav��s de perguntas sobre suas prefer��ncias quanto a oportunidades de emprego considerando m��ltiplos aspectos (remunera����o, estabilidade, carga hor��ria e chances de crescimento profissional). Ao longo das quest��es, no entanto, foram inseridas ��ncoras e chamarizes. Como resultados, observamos que, ao procurar um emprego, a maioria dos estudantes valoriza principalmente as chances de crescimento profissional e a remunera����o oferecida pelo trabalho, ao passo que a carga hor��ria �� o atributo de menor peso em suas decis��es. Embora o restante de suas respostas fosse bastante coerente com o perfil tra��ado, os vieses de racionalidade se mostraram influentes. Os chamarizes usados levaram a altera����es nas respostas de 7 a 8%, enquanto que o uso de ��ncoras se mostraram capazes de influenciar o valor m��nimo pelo qual os respondentes aceitariam prestar um servi��o, violando os princ��pios de racionalidade.

Efeitos da baixa liquidez em posi����es compradas em rela����o ��s posi����es vendidas sobre o desempenho de fundos long short em situa����o de crise sist��mica (2008)

Diversos estudos sobre investimentos em A����es e Fundos de Investimentos no Brasil, mais especificamente sobre Fundos Multimercados Long-Short, focam em sua neutralidade em rela����o ao Ibovespa bem como na performance de seus gestores e de suas respectivas estrat��gias, como Penna (2007) e Gomes e Cresto (2010). Com ��nfase na compara����o entre a liquidez da posi����o comprada e a da posi����o vendida em a����es, foi verificado o comportamento de fundos long-short em situa����es normais e de crise, do per��odo que vai de 2007 a 2009. Foram encontrados fortes ind��cios de que houve perda maior em momentos de estresse por parte de fundos que carregavam a����es menos l��quidas em suas carteiras na posi����o comprada em rela����o a posi����o vendida, apesar do n��mero reduzido de fundos estudados e tamb��m de ter sido utilizado periodicidade mensal. Encontrou-se um retorno m��dio em 2008 de 11,1% para uma carteira formada por fundos com a����es mais l��quidas na posi����o comprada do que na posi����o vendida e 5,4% para uma carteira com posi����o inversa. Uma an��lise de risco-retorno feita com o ��ndice de Sharpe (IS) corrobora o estudo, pois a carteira composta por fundos com posi����o mais l��quida na posi����o vendida apresentou IS de -1,5368, bem inferior ao IS de -0,3374 da carteira de posi����o inversa (mais l��quida na posi����o comprada). Foi tamb��m utilizado o Modelo ��ndice, como em Bodie, Kane e Marcus (2005), para verificar se esses fundos, separados em carteiras divididas entre mais l��quidos na posi����o comprada do que na posi����o vendida e vice-versa, tinham desempenho melhor que o mercado (IBOVESPA) de maneira sistem��tica (alpha=��) e a exposi����o dessas carteiras ao risco de mercado (Beta = ��), al��m do Modelo de Fatores. As regress��es realizadas para os modelos citados encontram coeficientes e respectivas infer��ncias estat��sticas que respaldam a hip��tese acima, apesar de baixo n��mero de observa����es utilizado.

An��lise da precifica����o de im��veis na cidade do Rio de Janeiro utilizando Modelagem Hed��nica e os efeitos da autocorrela����o espacial

A escolha da cidade do Rio de Janeiro como sede de grandes eventos esportivos mundiais, a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e os Jogos Ol��mpicos de 2016, colocou-a no centro de investimentos em infraestrutura, mobilidade urbana e seguran��a p��blica, com consequente impacto no mercado imobili��rio, tanto de novos lan��amentos de empreendimentos, quanto na revenda de im��veis usados. Acredita-se que o pre��o de um im��vel dependa de uma rela����o entre suas caracter��sticas estruturais como quantidade de quartos, su��tes, vagas de garagem, presen��a de varanda, tal como sua localiza����o, proximidade com centros de trabalho, entretenimento e ��reas valorizadas ou degradadas. Uma das t��cnicas para avaliar a contribui����o dessas caracter��sticas para a forma����o do pre��o do im��vel, conhecido na Econom��trica como Modelagem Hed��nica de Pre��os, �� uma aplica����o de regress��o linear multivariada onde a vari��vel dependente �� o pre��o e as vari��veis independentes, as respectivas caracter��sticas que deseja-se modelar. A utiliza����o da regress��o linear implica em observar premissas que devem ser atendidas para a confiabilidade dos resultados a serem analisados, tais como independ��ncia e homoscedasticidade dos res��duos e n��o colinearidade entre as vari��veis independentes. O presente trabalho objetiva aplicar a modelagem hed��nica de pre��os para im��veis localizados na cidade do Rio de Janeiro em um modelo de regress��o linear multivariada, em conjunto com outras fontes de dados para a constru����o de vari��veis de acessibilidade e socioambiental a fim de verificar a rela����o de import��ncia entre elas para a forma����o do pre��o e, em particular, exploramos brevemente a tend��ncia de pre��os em fun����o da dist��ncia a favelas. Em aten����o aos pr��-requisitos observados para a aplica����o de regress��o linear, verificamos que a premissa de independ��ncia dos pre��os n��o pode ser atestada devido a constata����o da autocorrela����o espacial entre os im��veis, onde n��o apenas as caracter��sticas estruturais e de acessibilidade s��o levadas em considera����o para a precifica����o do bem, mas principalmente a influ��ncia m��tua que os im��veis vizinhos exercem um ao outro.

Impactos das mudan��as clim��ticas na produ����o de a����car e seus efeitos sobre a economia do Brasil

As mudan��as clim��ticas ir��o impactar as produ����es agr��colas de maneiras distintas em cada regi��o do mundo. Os impactos sobre culturas a��ucareiras (cana-de-a����car e beterraba a��ucareira) provocar��o mudan��as na oferta de a����car com consequentes mudan��as econ��micas nos pa��ses produtores. Para compreender efeitos dos choques de produtividade no setor sucroenerg��tico e na economia brasileira (PIB e bem-estar) realizou-se uma revis��o da literatura sobre os impactos previstos nestas culturas para cen��rios de mudan��as clim��ticas. Levantaram-se 21 trabalhos, divididos em 10 regi��es do mundo de acordo com seus padr��es de produ����o e consumo, que permitiram estabelecer tr��s cen��rios de choques em produtividade, m��nimo, m��dio e m��ximo, para cada regi��o. Levantaram-se tamb��m choques de produtividade m��nimos e m��ximos para as grandes culturas (trigo, milho, arroz e soja) com base em trabalhos divulgados pelo IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change). Para traduzir os choques de produtividade em retornos econ��micos, foram simulados em um modelo econ��mico os tr��s cen��rios de choques em produtividade sobre as culturas a��ucareiras, e outros seis cen��rios combinando tais choques aos choques em produtividade sobre as grandes culturas. O modelo econ��mico de equil��brio geral comput��vel GTAP (Global Trade Analysis Project) foi utilizado, considerando o ano base de 2011, para analisar os efeitos sobre o setor sucroenerg��tico e sobre a economia brasileira. Observou-se que as mudan��as clim��ticas tendem a promover ganhos de produtividade nas culturas a��ucareiras e na produ����o de a����car de diversas regi��es do globo. No caso do Brasil, os cen��rios de choques de produtividade sobre as grandes culturas e culturas a��ucareiras em conjunto promoveram ganhos de PIB e bem-estar pouco superiores aos cen��rios de choques somente nas culturas a��ucareiras. Os resultados sugerem que as mudan��as clim��ticas pouco influenciar��o os setores de cana-de-a����car e a����car do Brasil. A participa����o destes setores no PIB �� pequena de forma que as varia����es que promover��o para o PIB e bem-estar brasileiro ser��o modestas, embora positivas. Para futuros trabalhos sugere-se a incorpora����o de novas culturas e da pecu��ria aos cen��rios, estudos mais regionalizados sobre os impactos do clima futuro nas produtividades agr��colas, e a ado����o de modelos econ��micos din��micos nas an��lises de cen��rios de choques de produtividade.