44 resultados para Single Health System


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RESUMO - Introduo: A criao das Unidades Locais de Sade (ULS) em Portugal reconheceu a necessidade de reorganizao do sistema para responder a novas exigncias, apostando no caminho da integrao vertical e da prestao de cuidados globais. A primeira ULS foi criada em Portugal em 1999, actualmente existem sete. Objectivo: Analisar a influncia do modelo organizacional dos prestadores no nmero e tipo de internamentos por causas sensveis a cuidados de ambulatrio (ICSCA). Metodologia: Foram determinados os ICSCA segundo a metodologia do Canadian Institute for Health Information e respectivas taxas padronizadas nos distritos das unidades seleccionadas, entre 2006 e 2010. Utilizou-se o mtodo da diferena das diferenas para a comparao dos perodos pr e ps-ULS, utilizando como caso controle um distrito em que os prestadores esto organizados no modelo clssico, Hospitais+ACES. Resultados: Foram includos no estudo 4.446 ICSCA (6,27% do total de internamentos). Existiram em mdia 296,4 internamentos anuais por distrito, sendo a taxa mdia 252,7 int.100.000 hab. Aps a criao da ULS 1 evitaram-se, em mdia, mais 36% internamentos (93,3 int. 100.000 hab.). Na ULS 2, pelo contrrio, houve um acrscimo de 7% na taxa de internamento (17,6 int. 100.000 hab.). Discusso e concluso: No foi encontrado um padro na variao nas taxas de ICSCA aps a criao das ULS. Ser necessrio alargar o estudo a um maior nmero de prestadores. A compreenso das razes destes resultados implica o estudo dos indicadores socioeconmicos, epidemiolgicos e geogrficos das populaes, bem como as caractersticas dos prestadores (Hospitais e CSP).

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RESUMO - A satisfao no trabalho entendida como um conjunto de sentimentos ou respostas afetivas relacionados com aspetos particulares do trabalho. Os autores no so unnimes na sua definio concetual. Neste estudo pretende-se compreender a satisfao profissional dos dietistas a exercer nos hospitais pblicos em Portugal continental. A satisfao profissional foi avaliada atravs de um questionrio (adaptado de Graa,1999) dividido em trs partes. Foi aplicada uma escala de intervalos, na Discrepncia entre as Expetativas (E) e Resultados (R), constituda por 8 dimenses e 44 itens. Mediu-se igualmente a importncia motivacional que os dietistas atriburam a cada uma das 8 dimenses, e foi feita a sua caraterizao sociodemogrfica da populao estudada. De uma populao inicial constituda por 42 elementos, contactada por email para responder ao questionrio on line, tivemos 34 respondentes. Quatro respostas, por incompletas, no foram consideradas no tratamento. No final, temos uma amostra de convenincia constituda por 30 dietistas, todos eles a trabalhar atualmente em hospitais do SNS. A taxa de resposta vlida , pois, de 71,4%. Trata-se de um estudo descritivo, observacional e tipo transversal. A anlise de dados baseou-se na estatstica descritiva e analtica. O score mdio global (2,59), indicador da discrepncia E-R, permite classificar a amostra como estando bastante satisfeita em relao ao seu trabalho e sua profisso. Em relao ordenao das dimenses segundo a importncia motivacional, a Realizao pessoal e profissional & desempenho organizacional (1) (2,57), aquela que os inquiridos consideraram a mais importante, seguida da Relao profissional/utente (2) (3,78) e finalmente a Autonomia & poder (3) (3,96). Os melhores scores mdios de cada dimenso so a Relao profissional/utente (1) (1,36), seguida do Status e prestigio (2) (1,51) e por ltimo as Relaes de trabalho e suporte social (3) (2,39). Em concluso, em relao ordenao das dimenses segundo a importncia motivacional, a Realizao pessoal e profissional e desempenho organizacional foi considerada pelos dietistas a mais importante e a dimenso menos importante foi a do Status e prestgio. A Relao profissional/utente foi a dimenso com melhor score mdio, ou seja, a dimenso onde os dietistas se encontram mais satisfeitos, e a remunerao foi a dimenso onde a populao se encontra menos satisfeita. A satisfao profissional dos dietistas que trabalham em hospitais pblicos pode contribuir para melhorar a prestao de cuidados de sade populao. Recomendamos por isso, mais investigao que aborde aquela temtica, tornando mais visvel a importncia do dietista no contexto da sade em Portugal.

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RESUMO - O presente estudo situa-se nas reas gerais da Sade Pblica, dos Sistemas de Sade e do Acesso Prestao de Cuidados de Sade e procura analisar o contedo e concretizao do Direito de Acesso a Cuidados de Sade na perspectiva de dois sistemas de sade paradigmaticamente distintos, um sistema de acesso universal, representado pelo Servio Nacional de Sade portugus e um sistema de sade de no universal, cujo paradigma o modelo existente nos Estados Unidos da Amrica, onde entidades gestoras de cuidados, Managed Care Organizations, so chamadas a desempenhar um papel central no acesso e prestao de cuidados de sade. O vasto campo de investigao representado pela problemtica do acesso a cuidados de sade e a necessidade de limitar o trabalho de investigao subjazem definio de quatro vertentes a analisar: (a) a existncia ou no de uma base legal que preveja e regule o exerccio do direito de acesso a cuidados de sade; (b) o contedo deste direito no mbito de cada um dos sistemas em estudo; (c) as condies de concretizao do acesso a cuidados de sade em ambos os sistemas, e, por ltimo (d) a existncia de garantias de efectivao do mesmo. Analisados os sistemas em estudo luz das vertentes apresentadas, conclumos que a existncia de um quadro normativo prprio, que explicite o contedo e condies de efectivao do direito, apresenta maiores garantias de concretizao do exerccio do Direito de Acesso a Cuidados de Sade, entendendo-se que um sistema de acesso dependente da actuao de entidades gestoras de cuidados no beneficia o acesso a cuidados de sade, nomeadamente por no garantir equidade no momento de procura e necessidade de cuidados. Os dados apresentados foram recolhidos atravs do recurso a uma metodologia qualitativa. A anlise documental foi aplicada na recolha dos dados relativos evoluo e caracterizao dos sistemas, bem como s condies de acesso. No mbito do sistema de sade de acesso universal, ou seja, o caso portugus, procedeu-se essencialmente anlise dos normativos aplicveis. No que se refere ao sistema de sade norte-americano, na ausncia de base legal aplicvel, recorreu-se sobretudo anlise de literatura e documentos. A participao no vi Second Biennal Seminar in Law and Bioethics1 e na 30th Annual Health Law Professors Conference2, realizados em Bston, EUA, em Julho de 2007, permitiram uma melhor percepo da actual situao da prestao de cuidados naquele Pas, nomeadamente de algumas das reformas em curso, bem como um melhor entendimento das caractersticas do sistema prestador norte-americano em si mesmo. 1 Seminrio organizado nos dias 30 e 31 de Maio, numa colaborao entre a Escola Nacional de Sade Pblica e o Departamento de Direito da sade, Biotica e Direitos Humanos da Escola de Sade Pblica da Universidade de Bston, sob o tema: Law and ethics in rationing Access to care in a high-cost global economy. A nossa participao deveu-se a um convite da Prof. Paula Lobato de Faria para colaborar na sesso sobre o sistema de sade portugus. 2 Reunio realizada em Bston nos dias 31 de Maio a 2 de Junho, sobretudo a sesso dedicada ao tema New Models for Reform, sobre os novos modelos de sistema de sade em desenvolvimento nos EUA.

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RESUMO - Este estudo teve como objectivo contribuir para o conhecimento sobre a equidade no sector do medicamento, com uma anlise emprica aplicada ao sistema de sade portugus. Para o efeito avaliou-se se indivduos com as mesmas necessidades em sade, mas com diferentes nveis de rendimento, tiveram idntica prestao no que diz respeito ao medicamento. Adicionalmente, aprofundou-se esta anlise atravs da identificao de factores associados ao sistema de prestao ou ao utente que contriburam para gerar iniquidades, com particular destaque para os comportamentos de no aquisio de medicamentos no adeso primria. A avaliao da equidade foi efectuada atravs de duas abordagens distintas, mas complementares: uma sob a perspectiva da utilizao e outra sob a perspectiva da distribuio da despesa pblica com medicamentos. Para estas anlises aplicaram-se mtodos baseados nos ndices de concentrao, utilizando dados do Inqurito Nacional de Sade 2005/06 e dados relativos aos encargos do Servio Nacional de Sade com medicamentos. Os resultados revelaram que, perante as mesmas necessidades, o sistema de prestao tende a favorecer os indivduos de nvel socioeconmico superior, quer na utilizao quer na distribuio de recursos do Estado com medicamentos. Adicionalmente, a aplicao do mtodo da decomposio do ndice de concentrao revelou que tanto o rendimento como o nvel educacional so atributos individuais que esto associados iniquidade na utilizao de medicamentos. A iniquidade observada neste estudo pode resultar de barreiras em diferentes fases do processo teraputico, entre as quais se destacam o no acesso prescrio mdica ou a no aquisio dos medicamentos prescritos. Foi este comportamento - designado de no adeso primria - que se analisou na segunda parte da tese. Para tal cruzaram-se os dados de prescrio electrnica com os dados de dispensa no Servio Nacional de Sade. Os resultados revelaram que a taxa de no adeso primria foi cerca de 20% e que este comportamento est associado ao sexo feminino ou ser jovem, assim como a caractersticas do sistema de prestao como o valor dos copagamentos. Estes dados indiciam que as barreiras na aquisio podem ser indutoras de iniquidades na utilizao de medicamentos. A identificao de iniquidade na utilizao de medicamentos e dos factores que contribuem para esta situao constituem o primeiro passo para uma estratgia de reduo da iniquidade que, de acordo com os resultados desta tese, deve abranger no s o sistema de sade mas tambm outras reas das polticas pblicas em Portugal.

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RESUMO - INTRODUO: A equidade em cuidados de sade constitui uma prioridade das polticas de sade, tendo vrios estudos descrito uma iniquidade que geralmente favorece os indivduos com maior rendimento e nvel educacional. Este estudo visa caracterizar as desigualdades socioeconmicas na utilizao de cuidados de sade na populao com 65 ou mais anos de idade, dadas as suas caractersticas, maior vulnerabilidade e crescente peso demogrfico na populao. METODOLOGIA: Atravs de dados do INS, procedeu-se anlise univariada e multivariada por regresso linear mltipla para avaliao das desigualdades socioeconmicas na utilizao de cuidados de sade em 8698 indivduos. RESULTADOS: Identifica-se um padro de desigualdade na utilizao de cuidados de sade indivduos com maior rendimento e nvel de escolaridade utilizam em mdia mais consultas de especialidade; ocorrendo o inverso nas consultas de CSP. Com ajustamento pela necessidade, atravs do estado de sade auto-reportado, observa-se um padro de iniquidade no sexo masculino relativamente s consultas em geral e consultas de CSP. DISCUSSO E CONCLUSES: A iniquidade na utilizao de cuidados de sade, apesar de no constituir a nica causa, pode determinar maior iniquidade em sade, pelo que relevante o seu estudo. Os resultados alcanados podem ser justificados pelas caractersticas do SNS, assim como pelas isenes de taxas moderadoras, rede social, outros indicadores econmicos, ou ainda pelo prprio contexto de vida do individuo. Torna-se fundamental prosseguir a investigao acerca da equidade, assim como promover uma ampla reflexo sobre os desafios futuros do sistema de sade, que permitam preservar a sua sustentabilidade e princpios fundadores.

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RESUMO - Hoje, facilmente se poder constatar que as doenas orais possuem uma expressiva influncia perante a sade geral, no apenas pela presena da condio por si s, mas tambm a nvel pessoal, social e econmico. O seu reflexo traduz-se em parte, no absentismo escolar e laboral, diminuio considervel de produtividade e eficincia, falta de ateno e objetividade. Pelo que ento considerado, um grave problema de sade pblica, afetando de forma mais expressiva, grupos socioeconomicamente desfavorecidos. O acompanhamento e anlise do desenvolvimento de iniciativas internacionais, no que ao seguimento das recomendaes da Organizao Mundial de Sade diz respeito, poder ser um timo beneficio e impulso para a identificao e aplicao de novos planos de ao. O presente projeto, pretendeu contribuir para a identificao de duas propostas de interveno em sade oral ajustadas ao alcance das recomendaes da OMS que simultaneamente possam sejam proveitosas para a resoluo dos problemas de sade oral nacionais. Foi realizado um estudo observacional, descritivo e retrospetivo onde foram recolhidos dados acerca de 8 Sistemas de Sade Oral europeus, previamente selecionados segundo critrios especficos, e iniciativas de sade oral por eles desenvolvidas. Por fim, foram eleitas duas iniciativas de interesse, possveis de aplicao futura. Os resultados do estudo apontam para a existncia de diferentes iniciativas, enquadradas com as recomendaes da OMS. De entre as mesmas, destaca-se uma implementada em 2009, na Sucia, que estando essencialmente assente num acessvel subsidio anual fixo pago por cada indivduo adulto, procura fundamentalmente preservar os esforos de preveno aplicados nas ltimas dcadas.

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RESUMO - O sistema de sade constantemente sujeito a presses sendo as mais relevantes a presso para o aumento da qualidade e a necessidade de conteno de custos. Os Eventos Adversos (EAs) ocorridos em meio hospitalar constituem um srio problema de qualidade na prestao de cuidados de sade, com consequncias clinicas, sociais, econmicas e de imagem, que afectam pacientes, profissionais, organizaes e o prprio sistema de sade. Os custos associados ocorrncia de EAs em meio hospitalar, incrementam significativamente os custos hospitalares, representando cerca de um em cada sete dlares gastos no atendimento dos doentes. S na ltima dcada surgiram estudos com o objectivo principal de avaliar esse impacto em meio hospitalar, subsistindo ainda uma grande indefinio quanto s variveis e mtodos a utilizar. O objectivo principal deste trabalho de projecto foi conhecer e caracterizar as diferentes metodologias utilizadas para avaliao dos custos econmicos, nomeadamente dos custos directos, relacionados com a ocorrncia de eventos adversos em meio hospitalar. Tendo em ateno as dificuldades referidas, utilizou-se como metodologia a reviso narrativa da literatura, complementada com a realizao de uma tcnica de grupo nominal. Os resultados obtidos foram os seguintes: i) a metodologia utilizada na maioria dos estudos para determinar a frequncia, natureza e consequncias dos EAs ocorridos em meio hospitalar, utiliza matrizes de base observacional, analtica, com base em estudos de coorte retrospectivo recorrendo aos critrios definidos pelo Harvard Medical Practice Study; ii) a generalidade dos estudos realizados avaliam os custos directos dos EAs em meio hospitalar, iii) verificou-se a existncia de uma grande diversidade de mtodos para a determinao dos custos associados aos EAs. A generalidade dos estudos determina esse valor com base na contabilizao do nmero de dias adicionais de internamento, resultantes do EA, valorizados com base em custos mdios; iv) o grupo de peritos, props como metodologia para a determinao do custo associado a cada EA, a utilizao de sistemas de custeio por doente; v) prope-se o desenvolvimento de uma plataforma informtica, que permita o cruzamento da informao disponvel no registo clinico electrnico do doente com um sistema automtico de identificao de EAs, a desenvolver, e com sistemas de custeio por doente, de modo a valorizar os custos por doente e por tipo de EA. A avaliao dos custos directos associados ocorrncia de EAs em contexto hospitalar, pelo impacto econmico e social que tem nos doentes e organizaes, ser seguramente uma das reas de estudo e investigao futuras, no sentido de melhorar a eficincia do sistema de sade e a qualidade e segurana dos cuidados prestados aos doentes.

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RESUMO - A qualidade e segurana so pilares essenciais dos sistemas de sade modernos. A sua monitorizao e avaliao tem como primeiro passo o conhecimento da realidade no que se refere aos eventos adversos que afetam os utentes. Existem diversas metodologias de medio de eventos adversos. A reviso de processos clnicos, apesar de constituir o padro de ouro, no permite, ao contrrio da anlise dos dados administrativos, avaliar de forma abrangente, os episdios de internamento. Esta metodologia a partir de dados recolhidos rotineiramente em inmeros pases, como Portugal, apresenta porm diversas limitaes, para as quais tm sido institudas solues tais como a sinalizao do momento de aquisio do diagnstico, que pela recente instituio no foi utilizada neste trabalho. Num hospital do Sistema nacional de sade em Portugal, pela anlise dos dados administrativos, determinou-se nos episdios de internamento cirrgico uma incidncia de 2,5% de eventos adversos. Comprovou-se a relao de idade, sexo masculino e admisso urgente com a sua ocorrncia. Os doentes que sofreram um evento adverso apresentaram uma probabilidade de bito bastante superior (odds ratio 12,2) e apresentaram tempos de internamento mdio prolongados em cerca de vinte dias. Estes dados no so contudo ajustados para o risco do doente e das intervenes a que so sujeitos. Se forem considerados os tempos de internamento das tabelas de GDH em Portugal, o prolongamento do internamento de 8,4 dias. A avaliao dos custos adicionais, realizada pelos dias de internamento adicionais, est condicionada questo metodolgica atrs reportada, estimando-se implicaes de 1,1% a 8,8% de dias de internamento, com custos de 1.000.000 a 8.600.000 Euros. Em Portugal a monitorizao sistemtica da ocorrncia de eventos, e consequentemente das implicaes para a sade do doente e custos financeiros, no ainda uma realidade. A implementao do cdigo "presente na admisso" permitir dar o passo seguinte na utilizao dos dados administrativos na compreenso do fenmeno dos eventos adversos.

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RESUMO - O acesso com equidade aos cuidados de sade uma das pedras angulares da constituio da nossa Repblica e do SNS. A garantia de igual utilizao para iguais necessidades seguindo os princpios de equidade parte integrante da legislao Portuguesa. Os indivduos com menor estatuto-socioeconmico so apontados unanimemente pela literatura internacional como possuindo pior estado de sade que os mais abastados, sendo por isso de prever uma maior utilizao dos cuidados de sade. Atravs deste trabalho pretendemos aferir a equidade da despesa com cuidados de sade, partindo da premissa que pior estatuto socioeconmico est relacionado com pior estado de sade, sero os indivduos com menor capacidade financeira a utilizar mais os cuidados de sade e portanto a apresentar maior despesa. Utilizando o INS 05/06, e, atravs de uma regresso multivariada, ajustmos os resultados em relao s variveis comummente associadas com necessidades em cuidados de sade, e verificmos que efectivamente existem iniquidades na despesa com cuidados de sade. Analisando o rendimento lquido total da famlia do utente no ms anterior ao inqurito existe uma clara gradao, em que maior rendimento se reflecte em maior despesa. Verificmos que as despesas com cuidados de sade so superiores nos indivduos com idade superior a 34 anos, com uma educao de nvel tercirio ou superior, com rendimento superior ou igual a 700,20 euros, com estado de sade auto-reportado Muito Mau, com seguro de sade e com doenas crnicas. A despesa no variou significativamente tendo em conta o sexo. Na idade, apenas a categorias etrias 18 a 34 anos e maiores de 75 anos apresentaram uma diferena estatisticamente significativa em relao despesa com cuidados de sade. luz dos resultados obtidos, conclumos que existem efectivamente iniquidades favorveis aos mais ricos na despesa com cuidados de sade em Portugal.

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RESUMO - Existe um amplo consenso no pas sobre a necessidade e a urgncia de uma reforma na sade. O governo declarou, em Outubro de 1999, a sade como a sua principal prioridade social. A prioridade da sade no pode deixar de ser considerada um importante factor de mobilizao para a investigao e formao no sector. Durante os ltimos trs anos tomaram-se importantes iniciativas com vista a analisar e influenciar a evoluo do sistema de sade portugus. Da anlise comparativa do relatrio do Conselho de Reflexo sobre a Sade (1998), do relatrio da OCDE sobre o sistema de sade do pas (1998), da estratgia de sade do Ministrio da Sade (1996-1999) e da auditoria sobre o SNS do Tribunal de Contas (1999) possvel concluir que existe uma ampla rea de concordncia sobre o essencial da reforma da sade. No entanto, esta convergncia no se parece traduzir numa direco estratgica e numa gesto de expectativas conducentes a uma reforma efectiva da sade. A criao de um observatrio portugus para o sistema de sade pode proporcionar uma anlise contnua, prospectiva, interactiva e pedaggica da evoluo do sistema de sade portugus. Poder constituir uma contribuio positiva das instituies de investigao e ensino do pas para a superao da situao actual.

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A populao portuguesa sofreu um substancial aumento da esperana mdia de vida nas ltimas quatro dcadas. No mesmo perodo, registou-se um progressivo aumento da despesa em sade. Existe uma correlao positiva forte entre estas duas variveis? Face ao esperado aumento da esperana mdia de vida dos portugueses, expectvel um aumento da despesa em sade? Estas foram as duas grandes questes que se visa responder nesta dissertao. Para isso teremos de perceber que tipo de envelhecimento demogrfico existe em Portugal e qual o seu impacte na sade para, posteriormente, perceber que tipo de presso este fenmeno, que tende a generalizar-se em todo o mundo, coloca sobre o sistema de sade portugus e se o mesmo representa uma fonte de presso acrescida para os gastos em sade. Esta anlise centra-se no caso especfico portugus e compreende o perodo entre 1970 e 2014, que corresponde a uma fase de profundas alteraes, quer em termos de dinmicas e configurao demogrfica, quer ao nvel das condies de vida dos portugueses, designadamente em termos de acesso a cuidados de sade. Como veremos, o envelhecimento da populao no constitui um dos principais determinantes da despesa em sade, pelo que o esperado aumento dos nveis de envelhecimento individual e colectivo no representam necessariamente maior despesa em sade. Esta constatao no invalida que a existncia de uma populao mais envelhecida apresente novos desafios ao sistema de sade portugus, em particular na organizao da sua estrutura e no tipo de respostas que oferece aos cidados.

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SUMRIO - O desafio atual da Sade Pblica assegurar a sustentabilidade financeira do sistema de sade. Em ambiente de recursos escassos, as anlises econmicas aplicadas prestao dos cuidados de sade so um contributo para a tomada de deciso que visa a maximizao do bem-estar social sujeita a restrio oramental. Portugal um pas com 10,6 milhes de habitantes (2011) com uma incidncia e prevalncia elevadas de doena renal crnica estadio 5 (DRC5), respetivamente, 234 doentes por milho de habitantes (pmh) e 1.600 doentes/pmh. O crescimento de doenas associadas s causas de DRC, nomeadamente, diabetes Mellitus e hipertenso arterial, antecipam uma tendncia para o aumento do nmero de doentes. Em 2011, dos 17.553 doentes em tratamento substitutivo renal, 59% encontrava-se em programa de hemodilise (Hd) em centros de dilise extra-hospitalares, 37% viviam com um enxerto renal funcionante e 4% estavam em dilise peritoneal (SPN, 2011). A lista ativa para transplante (Tx) renal registava 2.500 doentes (SPN 2009). O Tx renal a melhor modalidade teraputica pela melhoria da sobrevida, qualidade de vida e relao custo-efetividade, mas a elegibilidade para Tx e a oferta de rgos condicionam esta opo. Esta investigao desenvolveu-se em duas vertentes: i) determinar o rcio custo-utilidade incremental do Tx renal comparado com a Hd; ii) avaliar a capacidade mxima de dadores de cadver em Portugal, as caractersticas e as causas de morte dos dadores potenciais a nvel nacional, por hospital e por Gabinete Coordenador de Colheita e Transplantao (GCCT), e analisar o desempenho da rede de colheita de rgos para Tx. Realizou-se um estudo observacional/no interventivo, prospetivo e analtico que incidiu sobre uma coorte de doentes em Hd que foi submetida a Tx renal. O tempo de seguimento mnimo foi de um ano e mximo de trs anos. No incio do estudo, colheram-se dados sociodemogrficos e clnicos em 386 doentes em Hd, elegveis para Tx renal. A qualidade de vida relacionada com a sade (QVRS) foi avaliada nos doentes em Hd (tempo 0) e nos transplantados, aos trs, seis, 12 meses, e depois, anualmente. Incluram-se os doentes que por falncia do enxerto renal transitaram para Hd. Na sua medio, utilizou-se um instrumento baseado em preferncias da populao, o EuroQol-5D, que permite o posterior clculo dos QALY. Num grupo de 82 doentes, a QVRS em Hd foi avaliada em dois tempos de resposta o que permitiu a anlise da sua evoluo. Realizou-se uma anlise custo-utilidade do Tx renal comparado com a Hd na perspetiva da sociedade. Identificaram-se os custos diretos, mdicos e no mdicos, e as alteraes de produtividade em Hd e Tx renal. Incluram-se os custos da colheita de rgos, seleo dos candidatos a Tx renal e follow-up dos dadores vivos. Cada doente transplantado foi utilizado como controle de si prprio em dilise. Avaliou-se o custo mdio anual em programa de Hd crnica relativo ao ano anterior Tx renal. Os custos do Tx foram avaliados prospetivamente. Considerou-se como horizonte temporal o ciclo de vida nas duas modalidades. Usaram-se taxas de atualizao de 0%, 3% e 5% na atualizao dos custos e QALY e efetuaram-se anlises de sensibilidade one way. Entre 2008 e 2010, 65 doentes foram submetidos a Tx renal. Registaram-se, prospetivamente, os resultados em sade inclundo os internamentos e os efeitos adversos da imunossupresso, e o consumo dos recursos em sade. Utilizaram-se modelos de medidas repetidas na avaliao da evoluo da QVRS e modelos de regresso mltipla na anlise da associao da QVRS e dos custos do transplante com as caractersticas basais dos doentes e os eventos clnicos. Comparativamente Hd, observou-se melhoria da utilidade ao 3 ms de Tx e a qualidade de vida aferida pela escala EQ-VAS melhorou em todos os tempos de observao aps o Tx renal. O custo mdio da Hd foi de 32.567,57, considerado uniforme ao longo do tempo. O custo mdio do Tx renal foi de 60.210,09 no 1 ano e 12.956,77 nos anos seguintes. O rcio custo-utilidade do Tx renal vs Hd crnica foi de 2.004,75/QALY. A partir de uma sobrevivncia do enxerto de dois anos e cinco meses, o Tx associou-se a poupana dos custos. Utilizaram-se os dados nacionais dos Grupos de Diagnstico Homogneos e realizou-se um estudo retrospectivo que abrangeu as mortes ocorridas em 34 hospitais com colheita de rgos, em 2006. Considerou-se como dador potencial o indivduo com idade entre 1-70 anos cuja morte ocorrera a nvel hospitalar, e que apresentasse critrios de adequao doao de rim. Analisou-se a associao dos dadores potenciais com caractersticas populacionais e hospitalares. O desempenho das organizaes de colheita de rgos foi avaliado pela taxa de converso (rcio entre os dadores potenciais e efetivos) e pelo nmero de dadores potenciais por milho de habitantes a nvel nacional, regional e por Gabinete Coordenador de Colheita e Transplantao (GCCT). Identificaram-se 3.838 dadores potenciais dos quais 608 apresentaram cdigos da Classificao Internacional de Doenas, 9. Reviso, Modificaes Clnicas (CID- 9-MC) que, com maior frequncia, evoluem para a morte cerebral. O modelo logit para dados agrupados identificou a idade, o rcio da lotao em Unidades de Cuidados Intensivos e lotao de agudos, existncia de GCCT e de Unidade de Transplantao, e mortalidade por acidente de trabalho como fatores preditivos da converso dum dador potencial em efetivo e atravs das estimativas do modelo logit quantificou-se a probabilidade dessa converso. A doao de rgos deve ser assumida como uma prioridade e as autoridades em sade devem assegurar o financiamento dos hospitais com programas de doao, evitando o desperdcio de rgos para transplantao, enquanto um bem pblico e escasso. A colheita de rgos deve ser considerada uma opo estratgica da atividade hospitalar orientada para a organizao e planeamento de servios que maximizem a converso de dadores potenciais em efetivos incluindo esse critrio como medida de qualidade e efetividade do desempenho hospitalar. Os resultados deste estudo demonstram que: 1) o Tx renal proporciona ganhos em sade, aumento da sobrevida e qualidade de vida, e poupana de custos; 2) em Portugal, a taxa mxima de eficcia da converso dos dadores cadavricos em dadores potenciais est longe de ser atingida. O investimento na rede de colheita de rgos para Tx essencial para assegurar a sustentabilidade financeira e promover a qualidade, eficincia e equidade dos cuidados em sade prestados na DRC5.

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RESUMO - O movimento de integrao dos cuidados de sade tem como objectivo a procura de modelos de prestao de cuidados mais compreensivos, integrados e continuados. A determinao do grau de integrao de cuidados pode ser realizada a partir da percepo dos profissionais de sade, sendo os inquritos por questionrios uma fonte comummente utilizada neste tipo de estudos. O presente estudo, designado por EGIOS II, tem como objetivos: a) determinar o grau de percepo de integrao, dos profissionais das Unidades Locais de Sade; b) comparar a percepo do grau de integrao dos profissionais entre 2010 e 2015; c) comparar a percepo do grau de integrao dos profissionais que trabalham nas Unidades Locais de Sade e em instituies no organizadas em Unidades Locais de Sade; e d) identificar as reas de maior e menor percepo de integrao. O instrumento de recolha de dados utilizado, foi um inqurito por questionrio, que pretende avaliar a percepo do grau de integrao dos profissionais de acordo com as dimenses clnica, informao, normativa, administrativa, financeira e sistmica, em 53 itens. O inqurito foi estruturalmente adaptado do Health System Integration Study, tendo apresentado validade e fiabilidade. O inqurito foi aplicado em 22 instituies, a nvel nacional, Unidades Locais de Sade e a Centros Hospitalares / Hospitais e Agrupamentos de Centros de Sade. A caraterizao EGIOS II dividiu-se em quatro fases: preparao e envio dos ofcios; identificao dos interlocutores; envio dos inquritos; e avaliao dos resultados. O inqurito apresentou uma taxa de resposta de 27%, representando 2085 respostas ao inqurito. Pode afirmar-se que globalmente o estudo apresenta representatividade estatstica, com um intervalo de confiana de 95%. Os resultados indicam que os profissionais das Unidades Locais de Sade em 2015 reportam maiores nveis de percepo de integrao, quando comparados os dados com o estudo de 2010. Acrescenta-se que os profissionais das Unidades Locais de Sade tm um maior grau de percepo de integrao, do que os profissionais dos Centros Hospitalares / Hospitais e Agrupamentos de Centros de Sade, no organizados em ULS. As dimenses administrativa, financeira e clnica so as que apresentam um menor grau de percepo de integrao e as dimenses normativa e informao uma maior percepo de integrao. Os rgos de administrao e rgos de gesto intermdia apresentam uma percepo de integrao superior comparativamente aos mdicos e enfermeiros dos servios hospitalares e cuidados de sade primrios. Foram identificadas nove recomendaes que podero servir como base para um plano de ao subsequente do presente estudo ou para aplicao em futuros estudos. Este estudo pode auxiliar no diagnstico de problemas e barreiras da integrao de cuidados, em que servios atuar e ainda, identificar quais as estratgias e processos a priorizar de forma a melhorar a integrao de cuidados de sade.

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RESUMO - A segurana do doente constitui um dos grandes desafios dos cuidados de sade do sc. XXI e um componente essencial da qualidade em sade. Os Cuidados de Sade Primrios representam o primeiro nvel de contacto dos indivduos, da famlia e da comunidade com o sistema de sade. O objectivo deste trabalho foi aplicar o Diagrama de Ishikawa no estudo dos incidentes ocorridos numa unidade de Cuidados de Sade Primrios Unidade de Sade Familiar Marginal. A anlise das causas dos incidentes relatados (n=379) mostrou que os factores associados tarefa foram os mais frequentes (n=196) e os factores associados ao doente foram os menos frequentes (n=22). A anlise de correlaes mostrou uma associao positiva entre os factores da tarefa e os factores da equipa e entre os factores da tarefa e os factores da comunicao (p<0.05). Esta anlise mostrou ainda, uma associao negativa entre os factores das condies de trabalho e os factores da organizao (p<0.05). As medidas de discriminao aplicadas aos resultados da anlise de correlao mltipla, mostraram que os factores da comunicao, os factores individuais, as condies de trabalho e o contexto institucional foram as principais associaes encontradas. A anlise qualitativa de oito incidentes, permitiu reflectir sobre medidas de melhoria. Este estudo aponta para a utilidade da aplicao do Diagrama de Ishikawa no apuramento das causas sistmicas mais provveis de um incidente, e na identificao de necessidades de atuao na gesto de risco dentro das organizaes. Ser, no entanto, necessrio testar este instrumento em outras unidades de cuidados de Sade Primrios.