102 resultados para Saúde pública - Brasil


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A crescente insero dos psiclogos na rede de servios do Sistema nico de Saúde (SUS) e a demanda por novas habilidades e competncias profissionais vem gerando muitas discusses em relao aos saberes e fazeres da Psicologia. Neste contexto, este trabalho tem como objetivo descrever a formao e as prticas dos psiclogos inseridos no SUS do Municpio de Umuarama-Pr, tendo como parmetro a integralidade. Para tanto, foi realizada uma pesquisa qualitativa. Os dados foram obtidos atravs de entrevistas com roteiro semi-estruturado com os psiclogos em atuao nos servios do SUS e profissionais envolvidos com a gesto da saúde no municpio. Para a anlise foi utilizado o mtodo de anlise do contedo, com nfase em trs eixos: formao acadmica, prticas profissionais e percepo sobre o papel do psiclogo no SUS. Os resultados demonstraram uma formao acadmica orientada para o modelo clnico tradicional, detectando algumas lacunas para o trabalho na rea da saúde pública. Em relao atuao do psiclogo na saúde, as atividades que realizam incluem psicoterapia individual, grupal, visita domiciliar, reunio/orientao de equipe. Os entrevistados identificam uma falta de reconhecimento do trabalho da Psicologia no SUS por parte da populao, da gesto e dos prprios psiclogos, talvez por pouca clareza de suas possibilidades de atuao. Foram identificadas algumas tendncias de mudana na formao profissional e de inovao nas prticas profissionais nos servios da saúde pública. Contudo, alguns desafios precisam ser superados para a efetiva construo da integralidade no trabalho do psiclogo no municpio, como por exemplo, a formao profissional e a organizao dos servios, fazendo-se necessria a continuidade de discusses sobre a formao e a configurao de suas prticas, para que possam contribuir plenamente para a insero e desenvolvimento da Psicologia no SUS.

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Este estudo analisa o papel do Estado no contexto do Sistema de Saúde Brasileiro, sob a tica das relaes pblico/privadas, usando como contraponto experincias internacionais, particularmente as reformas ocorridas nos pases cntricos. Parte da anlise da teoria Keynesiana para identificar no s um papel a ser desempenhado pelo Estado para alm da funo anticclica, como tambm para situar historicamente o nascimento dos sistemas de proteo social de cunho universalista na Europa. A inflexo sofrida no sistema capitalista nos anos 70s levou reverso nas orientaes poltico-ideolgicas que culminaram em propostas de introduo de mecanismos de mercado nos sistemas de proteo social e de retrao do Estado. Para entender o desenho de Estado que da emerge, so apresentados e analisados os fundamentos conceituais da regulao e sua aplicao frente s especificidades do mercado de servios de saúde. A apresentao da experincia internacional, particularmente o delineamento das motivaes das reformas empreendidas e os resultados alcanados, feita com o objetivo de contrapor posteriormente, o que especfico no Brasil na convivncia pblico/privado. A reflexo sobre o desenvolvimento do Sistema de Saúde no Brasil passa pela sua evoluo no perodo entre a criao das Caixas de Aposentadoria e Penso e a Constituio Federal de 1988, para recolher particularidades na relao entre o Estado e o Mercado e, ao mesmo tempo, mostrar o momento de rompimento com o modelo de proteo, baseado no seguro social que acompanha o pas neste perodo. As dificuldades na concretizao do conceito de universalidade conforme definido na Constituio so analisadas a partir da extemporaneidade da mudana de modelo e do vis privatista, que acompanha o sistema de saúde no Brasil. As contradies geradas pelas interfaces pblico/privadas na saúde so exploradas sob o enfoque da inexistncia de uma delimitao de espaos de atuao dos mesmos, mas, principalmente, pelo foco do financiamento. As principais concluses se referem constatao de que a permissividade do Estado no avano e apropriao privada de recursos e espaos pblicos, ou ainda na ampliao da mercadorizao da saúde, dificulta a concretizao do conceito de universalidade no atendimento assistncia saúde. Finalmente, o estudo delineia o conflito de interesses dos atores envolvidos no sistema, que dificulta a capacidade de governana do Estado Brasileiro, mas aponta para a necessidade de reviso das bases da relao Estado versus Mercado e a re-definio da sociedade quanto ao tamanho que deseja dar iniciativa privada no mbito da saúde.

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No mundo, as hepatites decorrentes de infeces virais tm sido uma das grandes preocupaes em saúde pública devido a seu carter crnico, curso assintomtico e pela sua capacidade de determinar a perda da funo heptica. Com o uso em larga escala de medicamentos antirretrovirais, a doena heptica relacionada infeco pelo vrus da hepatite C (VHC) contribuiu para uma mudana radical na histria natural da infeco pelo vrus da imunodeficincia humana (HIV). No se sabe ao certo o peso da coinfeco VHC/HIV no Brasil, mas evidncias apontam que independentemente da regio geogrfica, esses indivduos apresentam maiores dificuldades em eliminar o VHC aps o tratamento farmacolgico, quando comparados a monoinfectados. No mbito do SUS, o tratamento antiviral padro para portadores do gentipo 1 do VHC e do HIV a administrao de peguinterferon associado Ribavirina. Quanto ao perodo de tratamento e aos indivduos que devem ser includos, os dois protocolos teraputicos mais recentes possuem divergncias. A diretriz mais atual preconiza o tratamento de indivduos respondedores precoces somados a respondedores virolgicos lentos, enquanto a diretriz imediatamente anterior exclui na 12 semana indivduos que no respondem completamente. Com base nessa divergncia, esse estudo objetivou avaliar o custo-efetividade do tratamento contra o VHC em indivduos portadores do gentipo 1, coinfectados com o HIV, virgens de tratamento antiviral, no cirrticos e imunologicamente estabilizados, submetidos s regras de tratamento antiviral estabelecidos pelas duas mais recentes diretrizes teraputicas direcionadas ao atendimento pelo SUS. Para tal, foi elaborado um modelo matemtico de deciso, baseado em cadeias de Markov, que simulou a progresso da doena heptica mediante o tratamento e no tratamento. Foi acompanhada uma coorte hipottica de mil indivduos homens, maiores de 40 anos. Adotou-se a perspectiva do Sistema nico de Saúde, horizonte temporal de 30 anos e taxa de desconto de 5% para os custos e consequncias clnicas. A extenso do tratamento para respondedores lentos proporcionou incremento de 0,28 anos de vida ajustados por qualidade (QALY), de 7% de sobrevida e aumento de 60% no nmero de indivduos que eliminaram o VHC. Alm dos esperados benefcios em eficcia, a incluso de respondedores virolgicos lentos mostrou-se uma estratgia custo-efetiva ao alcanar um incremental de custo efetividade de R$ 44.171/QALY, valor abaixo do limiar de aceitabilidade proposto pela Organizao Mundial da Saúde OMS - (R$ 63.756,00/QALY). A anlise de sensibilidade demonstrou que as possveis incertezas contidas no modelo so incapazes de alterar o resultado final, evidenciando, assim, a robustez da anlise. A incluso de indivduos coinfectados VHC/HIV respondedores virolgicos lentos no protocolo de tratamento apresenta-se, do ponto de vista frmaco-econmico, como uma estratgia com relao de custoefetividade favorvel para o Sistema nico de Saúde. Sua adoo perfeitamente compatvel com a perspectiva do sistema, ao retornar melhores resultados em saúdeassociados a custos abaixo de um teto oramentrio aceitvel, e com o da sociedade, ao evitar em maior grau, complicaes e internaes quando comparado no incluso.

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O objetivo principal desta Dissertao foi avaliar as relaes entre a Violncia Fsica entre Parceiros ntimos (VFPI) e o estado nutricional em mulheres adultas. As informaes que subjazem a pesquisa originaram-se de um inqurito domiciliar realizado no Distrito de Campos Elseos, Municpio de Duque da Caxias, entre abril e novembro de 2010. A populao de estudo foi selecionada por meio de amostragem por conglomerados em trs estgios (setor censitrio, domiclio, indivduo) com tcnicas de amostragem inversa para a seleo dos domiclios. A amostra incluiu 625 mulheres com idade entre 20 e 59 anos, em que no perodo da entrevista relataram possuir algum relacionamento amoroso nos ltimos 12 meses e apresentaram critrios elegveis para a realizao da antropometria. As informaes foram obtidas por meio de entrevista com mulher utilizando-se um questionrio estruturado, contendo escalas previamente validadas, como a Revised Conflict Tatics Scales (CTS2) para a mensurao da VFPI e tambm por meio da aferio do peso e estatura para o clculo do IMC (kg/m2).Os resultados da dissertao so apresentados no artigo intitulado Violncia fsica entre parceiros ntimos: um fator de risco para o excesso de peso entre mulheres adultas?. As anlises sugerem que amostra estudada seja representativa de uma populao de baixa/mdia renda. A prevalncia de sobrepeso foi de 36,5% [IC95%: 30,9-42,1%], de obesidade 29,9% [IC95%: 23,3-36,4%] e 27,1% [IC95%: 19,6-34,7%] das mulheres relataram alguma forma de VFPI. Refutando a hiptese central desta dissertao, aps o controle das variveis escolaridade da mulher, idade, cor da pele, estado civil, gravidez anterior, mal uso de lcool pelo companheiro e apoio social, a ocorrncia de VFPI reduziu a probabilidade de sobrepeso (OR: 0,54; p-valor 0,093) e obesidade (OR: 0,35; p-valor 0,001), indicando que h uma tendncia ao menor peso entre as mulheres que referiram a VFPI nos ltimos doze meses. Estes resultados corroboram estudos anteriores que afirmam que tanto a violncia entre parceiros ntimos, como o excesso de peso, so importantes problemas de saúde pública no Brasil, merecendo ser prontamente enfrentados. Os achados sobre as repercusses da VFPI no estado nutricional obtidos nesta pesquisa vo na mesma direo de duas pesquisas que estudaram as consequncias do abuso fsico na ndia, mas divergem dos encontrados no Egito e nos EUA que no encontraram esta associao. Em funo da falta de consenso entre os achados e do reduzido nmero de estudos sobre o tema, sugere-se que novas pesquisas sejam realizadas.

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H cerca de 20 anos, inicia-se no Brasil uma atividade de trabalho nas reas urbanas: o servio de motoboys, que vem se tornando comum na distribuio de produtos aos clientes. Em paralelo ao crescimento dessa atividade ocupacional, a quantidade de motociclistas que se acidentam grave ou fatalmente nas vias brasileiras est em pleno crescimento, razo pela qual os motoboys vm chamando ateno das autoridades de Saúde Pública. Tentando compreender as questes que esto na base e em torno desse fenmeno, inicia-se no pas um pequeno, mas consistente, conjunto de produes acadmicas sobre a profisso. Porm, ainda so poucos os estudos que procuram compreender a atividade de trabalho dos motoboys. Menos ainda, so os que investigam dimenses do coletivo produzidas pelos profissionais (tais como o coletivo de trabalho ou o gnero profissional), bem como seus efeitos na constituio de saberes, discursos, valores e estratgias de enfrentamentos aos diversos contraintes da atividade, em particular as dimenses do risco de acidentes de trabalho. Visando responder especificamente a essa questo, que se prope esse trabalho. Para tanto, desenvolveu-se uma pesquisa exploratria em duas perspectivas metodolgicas: por um lado um levantamento quantitativo sobre diversos aspectos do trabalho dos motoboys, tais como o perfil do trabalhador, a organizao do trabalho e alguns efeitos no trabalhador; essa etapa se deu por meio da aplicao de 189 questionrios aplicados em uma amostra proporcional populao identificada de trabalhadores nos principais corredores virios do municpio de Vitria. Por outro lado, se empreendeu um estudo, baseado nos princpios da Ergologia e em diferentes abordagens clnicas do trabalho, especialmente a Clnica da Atividade e a Psicodinmica do Trabalho, por meio do qual se pretendeu realizar uma anlise da atividade de trabalho em parceria com os trabalhadores, procurando identificar as dimenses do coletivo que so produzidas por meio do trabalho, bem como os saberes e estratgias individuais e coletivas para lidar com as exigncias, as presses, as contradies e as eventualidades do cotidiano. Destaca-se, nessa etapa qualitativa, a realizao de uma aproximao etnogrfica dos trabalhadores e a utilizao das tcnicas da autoconfrontao e das instrues ao ssia, essas duas obtidas via Clnica da Atividade. Como resultado, observou-se a existncia de inmeros saberes produzidos e/ou partilhados pelo coletivo, tais como a avaliao dos servios, a gesto do tempo, o planejamento da rota, a mobilizao da rede solidria, a gesto das transgresses, os modos de conduzir, bem como as estratgias coletivas para lidar com o risco, dentre os quais se destacam a explorao positiva do risco e as estratgias baseadas na potncia da virilidade, a capacidade de antecipao, ou o cuidado na proteo de si por meio da sinalizao da presena do trabalhador em trnsito nas vias. Conclui-se, dessa anlise, a existncia de um coletivo de trabalho e, mais particularmente, de um gnero profissional em franca constituio. Este, em contrapartida, est eivado de inmeras contradies e embates que, potencialmente, podem estar atuando para o impedimento da manifestao desse coletivo de trabalho em toda a sua potncia

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O objeto de estudo desta tese a formao profissional dos trabalhadores tcnicos de enfermagem e sua relao com as polticas de saúde no Brasil. Abrange o perodo que se estende dos anos 1920 at os anos 2000, visando compreender o progressivo alargamento do patamar de formao para o trabalho na rea. A tese defende que existe na atualidade brasileira uma tendncia geral de aumento da escolarizao dos trabalhadores tcnicos de enfermagem, que progressivamente vai tornar o tcnico de enfermagem junto com o enfermeiro de nvel superior as principais categorias profissionais da rea. Para orientar a anlise utilizamos os conceitos trabalho simples e trabalho complexo, buscando apreender a formao profissional em sua totalidade e historicidade. Nessa perspectiva, a pesquisa analisa as polticas educacionais na rea e as polticas de saúde, a progressiva racionalizao do trabalho hospitalar, as iniciativas da categoria de enfermagem, notadamente o Projeto Larga Escala e o Profae, as polticas neoliberais na atualidade materializadas na reforma do Estado e nas polticas de saúde de cunho privatizante, assim como a organizao da burguesia de servios de saúde. A concluso do trabalho indica que o aumento da escolaridade dos trabalhadores tcnicos de enfermagem est sendo determinado simultaneamente pelo conjunto dessas relaes. Sinaliza tambm para a constituio de uma alternativa de carter permanente na rea de formao profissional em saúde, do ponto de vista do capital instalado no setor, expressa na organizao do Servio Nacional de Aprendizagem da Saúde (SENASS) e do Servio Social da Saúde (SESS), tambm conhecido como Sistema S da Saúde

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Este estudo tem como objeto de pesquisa as aes de cuidar da enfermeira na Estratgia de Saúde da Famlia (ESF) diante da vulnerabilidade feminina para o Vrus da Imunodeficincia Humana (HIV) considerando o contexto familiar. Discutir a vulnerabilidade para o HIV, ainda constitui um desafio social, principalmente considerando a mesma, a partir das relaes de gnero existente em nossa sociedade no que diz respeito ao papel social e sexual de homens e mulheres no interior de suas famlias. Esta pesquisa tem como objetivos: descrever a percepo sobre o HIV no contexto familiar para a enfermeira da ESF; compreender a percepo da enfermeira da ESF sobre a vulnerabilidade feminina para o HIV no contexto familiar e analisar as aes de cuidar da enfermeira da ESF acerca da vulnerabilidade feminina. Trata-se de uma pesquisa exploratria com abordagem qualitativa, a qual teve como sujeitos da pesquisa onze enfermeiras que foram selecionadas e atuavam na ESF no ano 2012, na rea Programtica 2.2 do municpio do Rio de Janeiro. A coleta de dados foi realizada atravs de entrevistas semi-estruturadas. A tcnica de anlise do contedo foi baseada em Bardin. Emergiram trs categorias: a) Percepes das enfermeiras em relao ao HIV e o contexto de familiar; b) Percepes das enfermeiras em relao vulnerabilidade feminina para o HIV; c) Aes de cuidar das enfermeiras relacionadas vulnerabilidade feminina para o HIV considerando o contexto familiar. Constatamos que o HIV para as enfermeiras, o determinante de uma doena grave, de difcil acompanhamento, que no tem cura, de carter complexo e tambm como um agravo que impe limites em relao a sobrevida. As enfermeiras pouco valorizam as questes de gnero e o contexto social sobre a condio de vulnerabilidade das mulheres, responsabilizando-as por sua contaminao. A preveno do HIV realizada em grande parte nas atividades de educao em saúde desenvolvidas pelas enfermeiras da ESF, entretanto ela no abordada considerando especificamente cada contexto familiar e social da mulher. Os valores pessoais ainda interferem nas aes das enfermeiras, e o HIV apontado como um agravo possuidor de estigmas tanto sociais quanto culturais. Considerando a ESF uma ao governamental que tem por objetivo a autonomia do sujeito, as mudanas de paradigmas em relao saúde dos indivduos, e importante aliada na minimizao dos problemas de saúde pública como a vulnerabilidade para o HIV necessrio que as enfermeiras estejam mais sensibilizadas e capacitadas (educao permanente), nas questes sociais (gnero) especificas da populao feminina, para que suas aes possam minimizar a vulnerabilidade ao HIV nessa populao.

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A proposta dessa pesquisa desenvolver uma discusso a respeito das prticas da medicina social brasileira e suas articulaes com as formas de governo emergentes no Ocidente. Para isso, utilizamos alguns conceitos foucaultianos como ferramentas analticas que propiciam uma desnaturalizao de objetos freqentemente tomados como fim ou como causa de uma realidade, ao situ-los no conjunto de prticas que lhes so correlatas. Buscamos evidenciar os processos que fizeram da medicina social brasileira um poderoso e efetivo instrumento de gesto e controle da populao. Analisamos, por fim, os discursos em defesa da saúde e da vida que caracterizaram o Movimento da Reforma Sanitria e a implementao do Sistema nico de Saúde no Brasil, enquanto prticas definidoras de modos de pensar e produzir saúde.

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O processo de institucionalizao do Sistema nico de Saúde (SUS) j dura vinte anos e uma das medidas de organizao e implementao o fortalecimento da Ateno Bsica, via Estratgia de Saúde da Famlia, procurando atender populao de acordo com as realidades locais. Nesse contexto, a partir de 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional e as Diretrizes Curriculares dos cursos de Educao Superior modificam a qualificao do profissional de saúde com vistas ao processo de trabalho no SUS. Esta pesquisa teve como objetivo analisar a formao do enfermeiro na perspectiva do trabalho na Saúde da Famlia no municpio do Rio de Janeiro. Foi realizado estudo de caso mltiplo em duas instituies de ensino superior que possuem curso de graduao em enfermagem, utilizando uma abordagem quali-quantitativa de natureza descritivo-exploratria. O instrumento de coleta de dados foi um survey aplicado por meio de questionrio aos alunos dos ltimos perodos das instituies escolhidas. O eixo norteador da construo do questionrio foram as diretrizes do Programa Nacional de Reorientao da Formao Profissional em Saúde (Pr-Saúde), escolhido por ser um programa que visa induo de medidas de transformao do ensino de saúde no Brasil, com nfase na Ateno Bsica. Os dados obtidos foram processados e tabulados atravs do software R verso 2.10.0 e receberam tratamento estatstico. Os resultados apontam para um grupo de alunos de graduao em enfermagem com perfil predominantemente feminino e jovem, que reside com os pais e no contribui financeiramente com a manuteno da casa. Em relao organizao das atividades curriculares, h o predomnio da abordagem do processo saúde doena e da saúde como um processo multideterminado, valorizando aes de promoo, preveno, recuperao e perspectiva de vigilncia da saúde. Em relao aos campos de prtica, as diferenas observadas nas duas instituies estudadas esto relacionadas precocidade e predominncia da insero dos alunos nos campos. Em ambas as instituies, prevalece a expectativa profissional dos alunos em buscar aprimoramento profissional aps conclurem a graduao. Assim sendo, foi possvel verificar que a continuidade e o fortalecimento do incentivo s instituies para a adeso ao programa aproximar cada vez mais a formao do enfermeiro ao modelo de ateno proposto pelo SUS, repercutindo desta forma na qualidade do atendimento prestado aos usurios do sistema de saúde brasileiro.

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Este trabalho tem como objeto as estratgias de construo de sustentabilidade do Projeto Saúde Todo Dia, no SUS de Aracaju - SE. As dimenses estudadas foram o Projeto de Saúde Municipal, a Poltica de Educao Permanente, o SAMU e a Poltica de Saúde Mental, no perodo de 2001 a meados de 2008. A abordagem do objeto se deu atravs de entrevistas semi-estruturadas com membros das trs gestes da saúde no perodo, ligados s quatro dimenses descritas. Observaram-se diferentes trajetrias nas dimenses estudadas ao longo as gestes, com continuidades e descontinuidades, a partir das quais se construram eixos de anlise baseados nas Relaes entre Poltica de Saúde e Dinmica da Poltica Municipal, nas Lgicas e Modos de Operar da Gesto Formal, na Articulao entre Projeto Setorial e sociedade Civil e em Perspectivas de Sustentabilidade. Adotando como referncia o conceito de Sustentabilidade Instituinte, produzido no decorrer do trabalho, concluiu-se que no Projeto Saúde Todo Dia foram produzidas inmeras inovaes nos modelos de ateno e de gesto, desencadeadas algumas estratgias de construo de sustentabilidade, em sua maioria de elementos estruturados, sendo mais limitadas, porm, as iniciativas de construo micropoltica junto aos trabalhadores e usurios, bem como as tentativas de constituio de redes de coletivos e de movimentos junto a estes segmentos.

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Esta pesquisa busca compreender a construo do percurso identitrio do Agente Comunitrio de Saúde (ACS) a partir da histria de vida. Os objetivos colocados neste estudo foram analisar as formas como se constituram os princpios e valores que orientam as prticas de cuidado do ACS e de construir uma narrativa que contemplasse como as contingncias e os acasos produziram os sentidos para o seu percurso identitrio. Para isto, utilizou-se a metodologia qualitativa heterognea atravs da abordagem da Histria de Vida e da Anlise de Contedo. A primeira - Histria de Vida, segundo Becker (1994) a expresso de uma forma de vida, de conhecer crenas, valores e desejos de uma populao estudada dentro do contexto da vida destes sujeitos. Para tanto, foram realizadas entrevistas com seis ACS que atuam h pelo menos dois anos no municpio do Rio de Janeiro. As entrevistas foram gravadas e, parcialmente, transcritas aps o aceite e a assinatura do termo de consentimento. Acredito que os agentes podem operar entre si diferentes modos de fazer, uma vez que afetam e sofrem afetamentos, atravessam e ao mesmo tempo so atravessados por diferentes micro redes que geram solidariedade ou individualismo, humanidade ou animosidade nas inter-relaes. Neste contexto, o estudo conclui que ainda que a maioria dos entrevistados no escolhesse a carreira de ACS, houve uma disponibilidade para aprender o ofcio e um compromisso com as atribuies definidas para o exerccio profissional. Aliado a isso, constatou-se tambm, que a insero na profisso foi uma forma de conseguir um emprego formal que garanta uma renda fixa mensal. No h o desejo de permanecer por muito tempo nesta profisso pelo desgaste fsico e emocional que fortemente sentido j no primeiro ano de trabalho. Em relao construo dos sentidos para o percurso identitrio dos ACS, os depoimentos apresentam uma identificao com as aes de ajuda e solidariedade presentes na vida dos sujeitos. E, dentre os valores ou princpios que constituram a formao de um carter ou identidade pessoal, que so determinantes para a atuao no cuidado saúde das pessoas, destacam-se a sensibilidade, a escuta, o afeto, o acolhimento, a tica, a amizade e alteridade. Na discusso sobre a necessidade deste profissional ser morador da rea que vai atuar, observou-se, a partir das narrativas, que esta exigncia pode facilitar a abordagem. Contudo, a qualidade do cuidado no est diretamente relacionada a este critrio que pode gerar distanciamento e desconfiana dos outros moradores. Logo, estudos como este se justificam para que se possa reafirmar a importncia de trabalhadores do SUS, em especial, o ACS. Estes representam hoje mais de 200 mil trabalhadores da saúde pública e se espera que sejam profissionais responsveis por um cuidado em saúde que respeitem as diferenas entre as pessoas, que no sobreponham a doena ao sujeito e no minimizem o sofrimento em funo do cumprimento de metas e produo de dados a serem planilhados. Lutem, acima de tudo, pela defesa de qualquer vida.

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A doena de Alzheimer (DA) afeta mais de um milho de habitantes no Brasil com grande impacto tanto na saúde como social e financeiro. O uso adequado de medicamentos e os programas de cuidado integrado so recomendados como as melhores prticas nesta doena. Em 2002, o Ministrio da Saúde criou o Programa de Assistncia Farmacutica aos Portadores de doena de Alzheimer que garante aos portadores desta patologia acesso avaliao por especialistas e tratamento medicamentoso de alto custo. Mas, para um melhor planejamento das aes relacionadas ao programa, importante entender os padres de morbi-mortalidade da populao alvo, qualidade da assistncia oferecida e o seu impacto. Com foco nesse cenrio, esta tese teve como objetivo o estudo da adeso, mortalidade e sobrevida em uma populao portadora de doena de Alzheimer assistida nesse programa de assistncia farmacutica. Para apresentao dessa pesquisa, dividiram-se os resultados em trs artigos. No primeiro artigo, o objetivo foi avaliar a viabilidade de se utilizar as informaes de reabastecimento de receitas coletadas por esse programa na construo de medidas de adeso, uma metodologia j explorada na literatura internacional, mas com experincia limitada no Brasil. Os dados foram acessados nos formulrios de Autorizao de Procedimentos de Alto Custo (APAC) armazenados na base de dados do programa de acesso de medicamentos excepcionais do Sistema de Informao Ambulatorial (SIA). Como resultado, foram criadas vrias medidas de adeso com potencial aplicao no campo da farmacoepidemiologia e planejamento em saúde. No segundo artigo, o foco foi entender que fatores individuais, teraputicos ou relacionados assistncia, poderiam estar relacionados com um aumento do risco de abandono do programa. Fatores como o sexo feminino, o nmero de comorbidades na APAC, o tipo de inibidor de colinesterase iniciado e a irregularidade nos reabastecimentos foram associados a um maior risco de abandono do programa. No terceiro artigo, pelas tcnicas de relacionamento probabilstico de base de dados, agregaram-se os dados presentes no Sistema de Informao sobre Mortalidade (SIM) para avaliao dos padres de mortalidade desta patologia. Cerca de 40% dos pacientes foram a bito durante todo o perodo de seguimento e principal causa bsica de mortalidade foi a doena de Alzheimer (19%). Idade mais avanada e sexo masculino foram as nicas variveis associadas com uma menor sobrevida. A persistncia no programa em seis meses e os diferentes nveis de adeso, medidos pela proporo de posse da medicao, no mostraram associao com a sobrevida. Conclui-se que os dados disponveis nas bases possibilitaram a investigao do padro de mortalidade e utilizao de um programa de assistncia na doena de Alzheimer. E, a possibilidade de analisar grandes populaes, em carter contnuo, com medidas objetivas e com um custo relativamente baixo suplanta o carter limitado das informaes individuais e da doena. Polticas que suportem o aumento na disponibilidade, qualidade e escopo da informao e o avano nas metodologias de pesquisa em bases de dados devem ser uma prioridade da saúde, pois contribuem com a criao de informaes relevantes para um uso racional de recursos e melhora nas prticas de cuidado.

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O objeto do presente estudo so as prticas profissionais dos psiclogos na Saúde, em especial na ateno bsica. Faz um mapeamento das atividades realizadas por essa categoria profissional na rede bsica de saúde do Municpio do Rio de Janeiro. O estudo adota trs premissas: (1) a necessidade de construo de prticas nos servios pblicos de saúde, que extrapolem a assistncia psicoterpica individual (2) a inadequao da formao profissional do psiclogo para prepar-lo para atuar na rede pública de saúde e (3) o entendimento de que mudanas na formao e na prtica profissionais podem ser concomitantes. O desenho da pesquisa qualitativo e exploratrio. Os mtodos de pesquisa utilizados na coleta de dados foram: (1) observaes; (2) entrevistas individuais com roteiros semi-estruturados e (3) questionrio de caracterizao profissional. O estudo teve como cenrios os servios de Psicologia da rede bsica de saúde do Municpio do Rio de Janeiro, os Fruns de Saúde Mental e as Supervises de Territrio. Os sujeitos da pesquisa foram os gestores e os psiclogos de uma rea programtica (AP 5) escolhida para aprofundamento do estudo. Os dados foram analisados a partir da Anlise de Contedo de Bardin. Estipulou-se trs eixos analticos a partir da anlise do material coletado: (1) Desafios s prticas; (2) Relao formao-prtica profissional e (3) Iniciativas de Educao Permanente. Os resultados evidenciam que os desafios prtica na rede bsica de saúde encontram-se intrinsecamente relacionados demanda de priorizar atendimentos casos graves, contexto da Reforma Psiquitrica; (2) a formao profissional do psiclogo precisa ser continuamente revista de modo a se adequar s necessidades do Sistema nico de Saúde e (3) os Fruns de Saúde Mental e as Supervises de Territrio caminham na direo das propostas de Educao Permanente, constituindo-se como espaos fundamentais para a discusso e a mudana do processo de trabalho do psiclogo na rede. Faz-se necessrio a continuidade das discusses sobre a prtica profissional do psiclogo na Saúde de modo a auxiliar na resoluo das dificuldades encontradas no cotidiano de trabalho.

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O Cncer de mama um dos problemas de saúde pública mais importantes em nosso pas. So estimados, para 2010, 49.400 novos casos de cncer de mama no Brasil, com um risco estimado de 51 casos a cada 100 mil mulheres. A estratgia de tratamento das pacientes com tumores de mama pode passar pelo uso de quimioterapia. A doxorrubicina uma das drogas mais ativas para o cncer de mama, pertencendo ao grupo das antraciclinas. A famlia das antraciclinas apresenta como efeito colateral dano ao miocrdio que pode chegar a 36% dependendo da dose utilizada. O efeito sobre o miocrdio costuma ocorrer mais comumente durante ou logo aps o ltimo ciclo de quimioterapia podendo, entretanto ocorrer aps vrios anos do ltimo ciclo de quimioterapia. O objetivo deste estudo foi analisar as alteraes da funo diastlica ventricular esquerda em mulheres usurias de antraciclnicos no tratamento do cncer de mama. Realizamos um estudo prospectivo, em uma coorte de mulheres entre 18 e 69 anos, com cncer de mama e indicao de quimioterapia com doxorrubicina. Acompanhamos por perodo no inferior a 18 meses um grupo de 38 pacientes que cumpriram os critrios de elegibilidade. A dose de doxorrubicina utilizada variou de 50 a 60 mg/m/SC. Todos os pacientes so do sexo feminino, e portadores do tipo histolgico carcinoma ductal infiltrante. Duas pacientes faleceram durante o estudo, de causa no cardaca. Em nossa avaliao, ao final do estudo observamos que os parmetros: dimenses do trio esquerdo, dimenses do ventrculo esquerdo na distole, dimenses do ventrculo esquerdo na sstole, velocidade da onda E, relao da fase de enchimento rpido pela sstole atrial, velocidade diastlica tardia do anel mitral, velocidade diastlica precoce do anel mitral, tempo de desacelerao e a relao da velocidade de enchimento rpido precoce de VE pela velocidade diastlica precoce do anel mitral demonstraram serem parmetros de grande utilidade para seguimento da leso cardaca por antraciclnicos. J o que no ocorreu com: a frao de encurtamento, frao de ejeo, volume do AE, volume do AE corrigido pela superfcie corporal, velocidade diastlica tardia, tempo de relaxamento isovolumtrico, velocidade sistlica do anel mitral, que no apresentaram alteraes significativas neste estudo. A anlise da funo diastlica utilizando o ecocardiograma mostrou ser um mtodo eficaz, que em conjunto com a da funo sistlica possibilita detectar precocemente o possvel dano miocrdico, oriundo ao uso da quimioterapia com antraciclnicos, favorecendo uma interveno teraputica precoce e adequada.

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A presente dissertao aborda a insero do espiritismo de Allan Kardec no Brasil, sobretudo no Rio de Janeiro, a partir da concepo amalgamadora e de circularidade do universo religioso do brasileiro em conciliao com as ideias da modernidade europeia. Nesse bojo, com o advento da Proclamao da República e a secularizao do Estado, prticas espritas foram criminalizadas atravs do Cdigo Penal de 1890 e reafirmadas no Regulamento Sanitrio de 1904, em favor da saúde pública. As propostas centrais da dissertao so a construo das especificidades do espiritismo no Brasil diferenciando-o da origem francesa pela nfase na vertente religiosa da Doutrina Esprita e a sua legitimao, sob o vislumbre de sair do caso de desordem pública, forjada nas argumentaes de liberdade de culto e de conscincia salvaguardadas na Constituio de 1891. Para tanto, foram analisados os discursos dos peridicos Echo DAlm Tmulo, que circulou na Bahia, O Apstolo, o Jornal do Commercio e o Reformador, que circularam na capital federal, alm de processos criminais que envolveram espritas, tambm, na cidade do Rio de Janeiro.