Produção de saúde e governamentalidade: uma história das práticas da medicina social brasileira e de suas implicações biopolíticas

A proposta dessa pesquisa é desenvolver uma discussão a respeito das práticas da medicina social brasileira e suas articulações com as formas de governo emergentes no Ocidente. Para isso, utilizamos alguns conceitos foucaultianos como ferramentas analíticas que propiciam uma desnaturalização de objetos freqüentemente tomados como fim ou como causa de uma realidade, ao situá-los no conjunto de práticas que lhes são correlatas. Buscamos evidenciar os processos que fizeram da medicina social brasileira um poderoso e efetivo instrumento de gestão e controle da população. Analisamos, por fim, os discursos em defesa da saúde e da vida que caracterizaram o Movimento da Reforma Sanitária e a implementação do Sistema Único de Saúde no Brasil, enquanto práticas definidoras de modos de pensar e produzir saúde.

The proposal of this research is to develop a discussion regarding practical of the Brazilian social medicine and its connections with the emergent forms of government in the Occident. For this, we had used some Michel Foucault concepts as analytical tools that propitiate an object denaturalization frequently taken as ending or as cause of a reality, pointing them in the set of correlated conducts. We intend to evidence the processes that had made of the Brazilian social medicine a powerful and effective instrument of management and control of the population. We analyzed, as a final point, the speeches in defense of the health and the life that had characterized the Movement of the Sanitary Reformation and the implementation of the Unique Health System in Brazil, while practical defining in ways to think and to produce health.