90 resultados para Portugal História


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Alexandre Herculano foi uma figura muito importante na História de Portugal. Primeiramente como historiador, recolhendo materiais que continham a História da Nao e que serviu como estudo para a preservao e divulgao de um passado glorioso. Como intelectual, engajou-se na poltica e assuntos sociais em benefcio da nao portuguesa. Escrevendo e publicando artigos em importantes jornais e revistas da poca, ou seja, o sculo XIX, sua figura identifica-se com a de um intelectual. Como tal, denunciou e alertou o povo sobre seus principais direitos e deveres como cidados portugueses. Sua grande preocupao tambm era em relao educao porque, segundo ele, Portugal estava atrasado em relao a outros pases europeus. Descrever Herculano como intelectual de Portugal uma das propostas deste trabalho

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O Simbolismo surge na Frana em meio a um turbilho de transformaes advindas da modernidade. Estas transformaes levaram os indivduos a repensarem os pressupostos racionalistas e cientificistas. Desta maneira, o esprito da decadncia, que est na base do movimento simbolista, se instaura em 1857, quando Charles Baudelaire lana sua obra As flores do mal, desenvolvendo uma poesia voltada para a inovao do estilo e para uma temtica nova. Para isso, aborda assuntos tabus naquela sociedade, fala da monotonia dos tempos modernos, da solido existencial e inclui coisas consideradas srdidas e repugnantes em seus versos. O movimento, ento, se desenvolve pelo mundo seguindo os pressupostos decadentistas inaugurados por Baudelaire e chega a Portugal e ao Brasil. Nestes pases, veremos que a esttica do Simbolismo no ter o mesmo prestgio que na Frana, porque se desenvolver em oposio ao esprito nacionalista, patritico e positivista, praticado pelo Realismo na prosa e o Parnasianismo na poesia. Assim, o movimento simbolista no ter um lugar de destaque dentro do campo literrio nesses dois pases, permanecendo margem dos cnones hegemnicos. Observaremos como o gnero gtico de lvares de Azevedo e A Gerao do Trovador, anteriores ao Simbolismo no Brasil e Portugal, respectivamente, se constituem como precursores desse movimento esttico. Analisamos ainda o lugar, a potica e a crtica de Nestor Vtor no campo literrio brasileiro e o lugar e a potica de Camilo Pessanha no campo literrio portugus, buscando, com base nas conceituaes tericas de Pierre Bourdieu e Dominique Maingueneau sobre a gnese do campo literrio e o discurso literrio, os diferentes posicionamentos dos agentes, suas cenas de enunciao e seus espaos, responder ao porqu do desprestgio do movimento simbolista no Brasil e em Portugal

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A pesquisa A Monarquia Portuguesa na Obra de Alexandre Herculano analisa a construo do modelo ideal de monarca por Alexandre Herculano, com especial nfase na produo histrica em que os monarcas portugueses foram retratados com maior riqueza de detalhes e analisados de forma mais criteriosa. A pesquisa se d a partir da conjuntura histrica portuguesa marcada pelo estabelecimento do Estado Liberal e pelos debates entre os diferentes grupos polticos em que a participao dos intelectuais um ponto relevante. No tocante a Alexandre Herculano, o envolvimento do autor em diversas polmicas e articulaes polticas uma evidncia da importncia e da atuao da intelligentsia na sociedade portuguesa do sculo XIX. Ao lado da conjuntura histrica na qual a obra de Herculano foi produzida, o universo conceitual forjado pelo autor com fundamento nos pressupostos tericos e polticos tambm foi contemplado, pois o modelo de monarca construdo pelo autor foi elaborado a partir deste universo conceitual que, conforme os pressupostos tericos empregados nesta pesquisa atuam e interferem nos debates contemporneos obra.

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O Estado Novo Portugus (1932-1974) foi um dos mais duradouros regimes ditatoriais durante o Sculo XX. Oliveira Salazar, seu principal governante, importava-se com a manuteno das instituies de representao social, principalmente as representadas pelo lema: Deus, Ptria e Famlia, ou seja, a Igreja, a Nao (Imprio) e a Famlia. Esta ltima representava a base de toda a moral, ordem e harmonia do pas, assim como os jovens destas famlias representavam o futuro da Nao. A Organizao Nacional Mocidade Portuguesa fora instituda pelo decreto-lei n. 26.611, de 19 de maio de 1936, em execuo da lei n. 1.941, de 11 de abril do mesmo ano pelo Ministro da Educao, Antnio Faria Carneiro Pacheco. Ela representava toda a juventude do pas dos sete aos vinte e cinto anos, escolar ou no, e tinha por finalidade estimular o desenvolvimento integral da capacidade fsica, formao do carter e a devoo Ptria, no sentimento da ordem, disciplina e no culto do dever militar.

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Alm de discutir as grandes questes da humanidade, como as cises polticas e as injustias sociais, os escritores oitocentistas imiscuram-se nas temticas do cotidiano, que se ajustaram aos contos perfeio. A vida domstica, antes restrita s quatro paredes, passou a ser problematizada nas narrativas curtas de fico, talhadas para jogar luzes sobre o microcosmo das relaes familiares. Objetiva-se, com o presente trabalho, analisar por meio de onze contos pinados dentre a produo literria de cinco autores de relevncia no perodo conhecido como Regenerao, os conflitos com os quais a famlia portuguesa se deparou, assim como as sadas possveis diante das rgidas regras de decoro e civilidade que imperavam naquela sociedade. Por meio do enlace entre história e literatura pretende-se ampliar a compreenso das crenas e valores e a evoluo das mentalidades. Ao contriburem com a formao do pblico-leitor, atrado pelos dilemas entre a tradio e a inovao, os escritores do sculo XIX elevaram o romance sua expresso mxima. E aprofundaram as fissuras de um mundo em transio

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Esta dissertao busca estudar a inscrio do sujeito feminino desde o Portugal salazarista at o perodo ps-Revoluo de Abril. Buscarei investigar a identidade feminina e o espao, bem como a escrita como funo social e esttica, que aparecem articulados em Retrato dum amigo enquanto falo, de Eduarda Dionsio, uma vez que nessa narrativa h uma personagem escreve para algum (amigo) um discurso pessoal sobre o seu ser e seu tempo. Por esta anlise, observamos que Eduarda Dionsio faz de sua narrativa uma confisso particularizada, dando voz a uma personagem que vivenciou os perodos pr-revolucionrio, revolucionrio e ps-revolucionrio, e que, ao tentar esboar o retrato de seu amigo (namorado), acaba por retratar o seu pas e sua nova cartografia que se desenha aps a Revoluo de Abril

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O propsito desta dissertao analisar o perodo no qual Almeida Garrett esteve em Bruxelas (1834-1836) como Encarregado de Negcios Estrangeiros e Cnsul Geral de Portugal. Para isso, sero tomadas como base as obras Garrett Memorias Biographicas (1881-1884) de Francisco Gomes de Amorim e A Lua de Bruxelas (2000) de Amadeu Lopes Sabino. Estas obras apresentam as dificuldades financeiras de Garrett, devido ao desprezo do governo portugus. A biografia marcada pelo discurso moldado de Amorim, por causa da forte relao de amizade que teve com Garrett, sendo este seu pai literrio. J Sabino apresenta um romance centrado nessa temporada, misturando narrativa histrica, dados biogrficos e fico. Dessa forma, neste trabalho, os discursos sero comparados, explicitando o tom especfico de cada um: ambos apresentam as relaes do intelectual com o pas e com a sociedade, em uma poca de grandes mudanas; porm, Amorim guarda um certo verniz e silencia sobre alguns acontecimentos, principalmente relacionados ao casamento de Garrett. Sabino tem, nesse relacionamento com a esposa (Lusa Midosi), o teor do seu romance documentado, se pautando exatamente a partir do que Amorim deixa como enigma

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Em Vinte e zinco, o escritor moambicano Mia Couto, recorrendo ao universo telrico de seu pas, tenta recuperar, ficcionalmente, um perodo cronolgico que perpassa dias imediatamente anteriores e posteriores Revoluo dos Cravos em Portugal, quando se deu a queda do regime salazarista, no 25 de Abril de 1974, iniciando a narrativa em 19 de Abril e concluindo-a no dia 30. O escritor vale-se de recursos ldicos inerentes produo ficcional, somados s possibilidades estticas oferecidas ao longo do processo de resgate sociocultural dos valores da terra. Assim, conta uma história em que elementos do maravilhoso so legveis como comuns realidade quotidiana. A narrativa apresenta a funo da Casa dos Castro os integrantes da famlia e suas relaes com frica e das demais personagens que transitam ao seu redor seja na figura de negros, seja na de alguns brancos, estes, assimilados ao avesso ou no. Essas personagens juntas mesmo que estejam, em determinados momentos, em lados opostos caminham, como representao da dualidade colonial, em direo apotetica cena inslita em que se do a ascenso do Napolo e a tempestade que cai ao final, manchando a terra s vsperas do 25 de Abril. Mia Couto, em um universo cercado de mitos, crenas e tradies, torna visvel o invisvel, espelhando, no plano da diegese, a realidade desse cenrio, e recupera, pela via das trocas culturais ao longo dos sculos, estratgias de construo narrativa ficcional desenvolvidas nas literaturas latino-americanas a fim de representar Moambique em sua obra. Assim, apropria-se dos preceitos do Real Maravilhoso, em sua vertente africana aqui chamada de Real Animismo miacoutiano para apresentar essa mestiagem cultural com imagens plurivalentes do real

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A dissertao busca demonstrar como o final do sculo XVIII portugus foi marcado por tentativas de estabelecimento de programas de reformas pautadas em estratgias reformistas, no sentido de salvar Portugal da difcil situao social, poltica econmica em que o mesmo se encontrava. Nesse sentido, destaca a administrao de D. Rodrigo de Souza Coutinho, ministro da marinha e do ultramar e terico da Ilustrao luso-brasileira, que teve como proposta manter e explorar a Amrica portuguesa, baseado no mercantilismo ilustrado. A dissertao destaca, ainda, o papel da Academia Real das Cincias de Lisboa, reduto da intelectualidade luso-brasileira, cujo auxlio permitiu que fosse colocada em prtica uma explorao renovada e til das riquezas do Brasil, calcada no ideal de reforma das Luzes.

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Este trabalho contemplou a anlise das relaes entre imigrao, negcios e poder a partir da insero do imigrante portugus no comrcio da cidade do Rio de Janeiro entre 1850 e 1875. Nesse perodo, as relaes internacionais entre Brasil e Portugal caracterizaram-se essencialmente por duas foras sociais: o fluxo migratrio e o comrcio. Atravs do intercruzamento de fontes documentais, identificou-se o perfil dos membros da elite mercantil portuguesa instalada na capital do Imprio brasileiro, bem como suas estratgias de ascenso econmica e projeo poltica junto sociedade e aos Estados de Portugal e Brasil. Avaliou-se, ainda, o estmulo causado pelas trajetrias de sucesso na realimentao do movimento de emigrao portuguesa. Concluiu-se que os imigrantes lusos, atravs do comrcio, tornaram-se agentes dinmicos das relaes bilaterais Brasil-Portugal.

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As cmaras municipais constituram-se em um dos mais notveis mecanismos de manuteno do vasto imprio ultramarino portugus. Originavam-se dos antigos conselhos medievais, aglutinavam os interesses das elites coloniais ao serem compostas pelos homens bons da colnia, detinham considervel poder sobre a sociedade local alm de terem a liberdade de representar ao rei de Portugal seus anseios ou dificuldades. Paralelo, ao poder do senado da cmara municipal, encontravam-se as autoridades nomeadas pelo rei de Portugal: governadores coloniais. Este compartilhamento do poder na colnia gerava, muitas vezes, conflitos entre a cmara municipal e os funcionrios rgios. No Rio de Janeiro, setecentista, vrios fatores internos e externos colnia deterioraram as relaes entre os governadores coloniais e os membros do senado.Tal situao agrava-se com as incurses corsrias francesas de 1710 e 1711 que demonstraram a fragilidade do imprio portugus que h muito deixara de ter um poder naval significativo, perdendo espaos para potncias como a Frana, Inglaterra e Holanda. Incapaz de conter os inimigos no vasto oceano, desprovido de meios navais capazes de patrulhar os litorais de suas colnias na frica, sia e Amrica, em especial o do Brasil, o imprio portugus dependia cada vez mais dos recursos humanos de suas colnias para a manuteno do seu territrio ultramarino. A corte portuguesa sofreu duro impacto com a conquista da cidade do Rio de Janeiro por Duguay-Trouin e, ao longo dos prximos anos, procurou fortalecer o sistema defensivo de sua colnia com o envio de tropas e navios alm da construo de novas fortalezas e o reaparelhamento do sistema defensivo j existente.Todo este esforo para a guerra era bancado, em sua maior parte, com recursos da prpria colnia do Rio de Janeiro. Obviamente este nus no agradava a incipiente elite mercantil que florescia na colnia resultando no fato de que a poltica de enclausurar o Rio de Janeiro entre muralhas e fortificaes, s custas da economia colonial, colocou em campos opostos os funcionrios do rei e os membros do senado por vrias vezes nas primeiras dcadas do sculo XVIII. Surgiram inevitveis conflitos pelo uso e posse do territrio urbano do Rio de Janeiro cada vez mais pontilhado por fortalezas, sulcado por extensas valas e trincheiras a impedir-lhe o crescimento urbano. Alm do conflito territorial, em funo da expanso da atividade mercantil desenvolvida pelos colonos, as disputas comerciais envolveram as elites locais, vidas por lucros e impulsionadas ao comrcio devido descoberta do ouro na regio das Minas, e as autoridades e comerciantes lusos, uns querendo controlar a atividade comercial que crescia em acelerado ritmo, outros querendo lucrar e disputar espaos com as elites coloniais locais. No meio destes embates encontrava-se a Cmara Municipal do Rio de Janeiro, objetivo maior desta pesquisa, a defender os interesses das elites da colnia, pois delas era representante. Era uma disputa em que, muitas vezes, seus membros pagaram com a perda da liberdade e dos seus bens frente a governadores coloniais mais intolerantes

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O presente trabalho tem como propsito refletir sobre a questo da identidade do sujeito de Os cus de Judas, de Lobo Antunes, a partir do momento em que h um deslocamento espacial do narrador-personagem. Em tempos de guerra colonial, tal deslocamento para o continente africano faz com que o sujeito da narrativa se depare com o outro; isso reflete em sua existncia provocando uma crise de identidade a partir da qual ele passa a questionar sua nacionalidade, sua ptria. Ao contestar seu pas e suas razes, o personagem-narrador acaba por macular a identidade portuguesa sustentada tantos sculos por um imaginrio que j no mais existe.Obrigado a participar da guerra como combatente, o narrador-personagem observa que aqueles que esto do outro lado, os colonizados, tambm sofrem com o sistema de governo institudo por Salazar. O processo de alteridade rasurado e/ou quase desfeito medida que os laos entre colonizado e colonizador se tornam mais estreitos e se rasuram.Na obra Os cus de Judas, a experincia traumtica da guerra instiga o narrador-personagem ao autoexlio, pois o sujeito, ao retornar da guerra na frica, torna-se um refugiado dentro de si mesmo e de sua prpria nao, ensimesmado e expatriado. Tais consideraes colocam em cena os conceitos de identidade do sujeito e da nao revisitados pela memria

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Este trabalho tem como objetivo principal apresentar uma história da Psicologia Social no Rio de Janeiro no perodo compreendido entre as dcadas de 60 e 90. Iniciamos este trabalho discutindo a crise no campo da Psicologia Social que ocorreu na Europa e nos Estados Unidos a partir de meados dos anos 60. No Brasil, a crise comeou a ter desdobramentos apenas na dcada de 70. Iniciava-se a crtica a Psicologia Social cognitiva norte-americana e a busca de novas teorias, metodologias e interlocutores no campo da Psicologia Social. No Rio de Janeiro, o principal representante desta perspectiva foi Aroldo Rodrigues. Sua principal opositora foi Silvia Lane. Em Minas Gerais, O Setor de Psicologia Social foi outro importante eixo de oposio. Ao longo da tese, buscamos compreender como alguns enunciados presentes nos anos 60 e 70, entre os movimentos de resistncia como o CPC da UNE, o Tropicalismo e a Teologia da Libertao, como crtica e alternativa aos ditames positivistas. Era necessria uma Psicologia Social que permitisse pensar a realidade social brasileira. As categorias universalizantes da Psicologia Social norte-americana, que pensavam o homem fora da história e da cultura, passaram a ser objeto de crtica. Como afirmamos, buscamos apresentar uma história da Psicologia Social no Rio de Janeiro no perodo histrico j definido anteriormente. Para isso, alm do levantamento de referncias sobre o tema fizemos entrevistas com vrios dos personagens que participaram desta mesma história, como professores, pesquisadores e alunos.

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A presente dissertao discute a representao do passado em A Costa dos Murmrios. Analisa-se a maneira pela qual o perodo colonial retratado na obra, investigando as estratgias utilizadas por Ldia Jorge, para conceber um registro diferenciado desse tempo histrico. A história de Portugal reavaliada criticamente, provocando uma ruptura com os padres ideologicamente estabelecidos. Verses at ento negligenciadas, passam a contribuir fortemente para um conhecimento pluralista do passado lusitano. O estudo revela a desconstruo do discurso oficial efetuada pelo romance, que relativiza as verdades propagadas pelo cnone. O trabalho verifica de que forma a narrativa de Jorge promove a articulao entre história e fico, problematizando a tradicional distino entre elas. Alm disso, procura-se identificar como o romance A Costa dos Murmrios dialoga com as inovadoras teses de Hayden White, Walter Benjamin, Linda Hutcheon, entre outras, surgidas no clima de renovao epistemolgica que se instalou a partir de meados do sculo XX

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Esta tese tem como propsito analisar as relaes poltico-diplomticas entre Portugal e a Santa S na primeira metade do sculo XVIII, tendo como principal problemtica o corte das relaes diplomticas entre as duas cortes -, ocorrido entre 1728-1731. O episdio resultou, no nvel mais imediato, da recusa de Roma em conceder paridade a Portugal diante das outras cortes europeias, negando a ascenso do nncio apostlico Vicente Bichi, ao ttulo de cardeal. Tal poltica inseria-se em uma linguagem diplomtica tradicional, para a qual Roma permanecia o centro da cristandade e distribuidora de privilgios. A opo de D. Joo V em manter-se fiel a uma linguagem tradicional no o impediu de se apropriar e de utilizar uma linguagem moderna, expresso compartilhada pelos loci de poder setecentistas, representados pelas monarquias que se consolidavam na Frana, na Inglaterra, na ustria, na Prssia e at na Rssia, operando a partir de uma razo de Estado, a linguagem diplomtica moderna, que configurou o tabuleiro poltico europeu entre os congressos de Utrecht e de Viena. Linguagem esta que fora traduzida pelos embaixadores ou chefes de misso portugueses, o que permitiu a participao de Portugal nas grandes decises do perodo e consolidou a poltica de privilgio de D. Joo V, consagrando o monarca Fidelssimo e, consequentemente, o reino portugus numa Europa em transformao.