14 resultados para Serviços de cuidados de saúde domiciliares
em Instituto Politécnico de Viseu
Resumo:
Enquadramento: A satisfação dos utentes com as instituições de saúde apresenta-se na actualidade como um indicador fundamental na determinaçãodos aspetos a melhorar e a aperfeiçoar de forma prioritária ou seja na implementação de parâmetros contributivos para a qualidade dos serviços prestados. A fonte de preocupação dos profissionais em geral alicerça-se nas experiencias vividas na “primeira voz”, do seu dia-a-diae por isso se torna imperioso o conhecimento dos níveis e determinantes da satisfação dos utilizadores com vista à excelência dos cuidados. Objetivos: Avaliar a Satisfação dos utentes do Centro de Saúde da Guarda e verificar associações existentes entre esta satisfação e algumas variáveis sociodemográficas, clínicas, e psicossociais. Métodos: Trata-se de um estudo não experimental, transversal, descritivocorrelacional e de caráter quantitativo, que envolveu 303 utentes do Centro de Saúde da Guarda. Para o efeito foi utilizado um questionário que contém variáveis sociodemográficas, clínicas e psicossociais e ainda a escala “EUROPEP” para avaliar o grau de satisfação. Resultados: Constatámos que a satisfação global da amostra é elevada uma vez que oscila entre um valor mínimo de 63 e um máximo de 275, correspondendo-lhe uma média de 218,92.Verificámos ainda que a dimensão com maiores níveis de satisfação(85.6%) dizem respeito á relação/comunicação, e inversamente os utentes estão mais insatisfeitos com aorganização do serviço. Os utentes com maiores rendimentos mensais e que percepcionam maiores benefícios nos programas de reabilitação são também aqueles que se apresentam mais satisfeitos. Conclusão: O nosso estudo reforça o paradigma de que a satisfação dos utentes com os cuidados prestados tem um carácter abrangente e multidimensional, depende de factores também variáveis no tempo, no espaço e nas populações, tratando-se portanto de um processo dinâmico e subjectivo em constante construção. Palavras-chave- Satisfação, Utentes, Centro de Saúde, Reabilitação, Qualidade.
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A barreira de comunicação existente entre as pessoas surdas e ouvintes prejudicam a participação ativa da pessoa surda na sociedade, uma vez que dificultam a manifestação de suas opiniões e sua interferência direta no processo de construção do conhecimento. Como forma de amenizar as desigualdades, foi promulgada em 2005 uma lei, conhecida como Lei de Libras, que dentre outras coisas, garantem o acesso bilíngue, nas línguas portuguesa e de sinais, aos serviços essenciais de saúde e educação. Este trabalho de pesquisa teve o objetivo de avaliar a percepção da pessoa surda quanto à qualidade das ações e serviços oferecidos nas unidades de saúde públicas, tendo em vista o cumprimento das leis vigentes voltadas para a inclusão da pessoa surda no acesso à saúde pública. Trata-se de um estudo de natureza exploratório-descritiva e enfoque transversal, realizado numa amostra de 15 pessoas surdas portadoras de perda auditiva severa ou profunda, de ambos os sexos (10 homens e 5 mulheres), que se comunicam através da Língua Brasileira de Sinais (Libras), com idade entre 20 a 38 anos, usuárias dos serviços públicos de saúde, que buscaram atendimento em 2014. Foi utilizado um questionário estruturado. Os resultados apresentados evidenciam uma comunicação inadequada entre pacientes e profissionais da saúde, além da falta de intérpretes e de precariedade na estrutura física. Estes fatos, aliados à necessidade de contratação de intérpretes por parte dos usuários, refletem um desvio da responsabilidade do Estado, no que tange ao acesso pleno aos bens e serviços de saúde conforme as leis vigentes. Palavras-chaves: Acessibilidade; Saúde Pública; Surdez; Língua Brasileira de Sinais; Identidade surda.
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A obesidade, a cárie dentária e as alterações na visão e no sono das crianças tornaram‐se problemas de saúde pública de considerável importância. Neste sentido, foi realizado um estudo, baseado num questionário e observações, em 72 crianças vigiadas nos cuidados de saúde primários, com o objetivo de definir a prevalência de obesidade, alterações da visão, cárie dentária, alterações do sono e hábitos de vida diários. Os resultados destacam a importância de medidas preventivas, que promovam a educação para a saúde e de hábitos de vida saudáveis junto dos profissionais de saúde, crianças e seus pais.
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Enquadramento: O carácter inovador da Cirurgia de Ambulatório reside no seu modelo organizativo específico, centrado no doente, que o envolve num circuito independente do de internamento, procurando-se ganhos em eficiência e em qualidade e obtendo-se níveis de maior humanização e satisfação dos utentes e seus familiares. Objetivos: Analisar de que forma as variáveis sociodemográficos influenciam a qualidade percebida dos utentes de uma Unidade de Cirurgia de Ambulatório de um Hospitalar Central; verificar se existem efeitos significativos das variáveis circunstanciais na qualidade percebida dos utentes de uma Unidade de Cirurgia de Ambulatório de um Hospitalar Central; verificar a existência de efeitos significativos das variáveis sociofamiliares na qualidade percebida nos utentes. Métodos: Estudo quantitativo, com corte transversal, descritivo e correlacional; enquadra-se num estudo descritivo analítico-correlacional porque o mesmo tem por objetivo explorar as relações entre variáveis e descrevê-las. Os dados foram colhidos junto dos utentes tendo como base escalas e questionários. A amostra é não probabilística por conveniência, constituída por 140 utentes de uma Unidade de Cirurgia de Ambulatório de um Hospitalar Central, na maioria, do sexo masculino (60,7%), com uma idade mínima de 19 anos e uma máxima de 94 anos, ao que corresponde uma idade média de 58,01 (±19.26 anos). Foi aplicado um Questionário de caracterização sociodemográfica e sociofamiliar, incluindo-se o Questionário (Medical Outcomes Study Social Support Survey) MOS-SSS (Fachado et al., 2007) e o Questionário Service Quality (SERVQUAL) (Parasuraman et al., 1988). Resultados: Os utentes do sexo feminino manifestam mais satisfação em relação à UCA (cortesia/empatia p=0.000; compreensão do utente p=0.000; fiabilidade p=0.005; acessibilidade p=0.010; qualidade global p=0.001; os utentes idosos obtiveram valores mais elevados em quase todas as dimensões e na qualidade global (aspetos físicos p=0.006); os participantes com o ensino básico manifestaram mais satisfação (fiabilidade p<0,016); os que possuem um rendimento familiar até 1000€ apresentaram maior nível de satisfação (cortesia/empatia p=0,033); os utentes que não se deslocam em meio de transporte próprio atribuem mais qualidade à UCA (fiabilidade p=0,028); aqueles cuja residência está situada a uma distância superior a 15 km do hospital revelam índices mais elevados de qualidade (cortesia/simpatia p=0.037; compreensão do utente p=0.044; fiabilidade p=0.022; acessibilidade p=0.001; qualidade global p=0.013); os participantes cuja distância de casa ao centro de saúde é superior a 9 km revelam mais satisfação (fiabilidade p=0.038); os utentes com tempos de espera para a cirurgia entre 6-12 meses atribuem mais qualidade à UCA (cortesia/empatia p=0.000; compreensão do utente p=0.011; fiabilidade p=0.007; acessibilidade p=0.001; qualidade global p=0.001). Conclusão: A maioria dos utentes atribui qualidade à UCA, tendo em conta a cortesia/empatia, a compreensão do utente, fiabilidade, acessibilidade e aspetos físicos, pode afirmar-se que a referida Unidade adequa os serviços prestados às suas necessidades, garantindo, deste modo, a satisfação dos utentes. Palavras-chave: Cirurgia de Ambulatório; Satisfação dos utentes; Qualidade; Atendimento.
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A procura do Curso de Medicina Veterinária pelas classes jovens prende-se essencialmente com o gosto pela área da saúde e o interesse pelos animais. A inexistência de alternativa à Medicina Veterinária, único Curso no nosso país em 2002, para quem gostasse de tratar e cuidar de animais, num âmbito diferente do da produção, fez com que muitos jovens passassem pela frustração de se dedicarem a outras áreas. Com o objetivo de colmatar essa lacuna do panorama Veterinário nacional, proporcionando aos amantes dos animais uma opção alternativa a quem aspirava poder praticar cuidados de saúde veterinários e não tinha possibilidade de aceder à carreira de Medicina Veterinária, fazia sentido preencher este vazio com a criação de uma nova carreira intermédia, de índole técnico, profissionalizante e superior e, enquanto por todo o país se optava pela criação de mais cursos de Medicina Veterinária, os Politécnicos despertaram para este novo nicho de mercado promissor, inspirados pela Europa, que permitiria a formação de quadros bacharéis, integráveis em equipas Médico-veterinárias e às centenas de profissionais que já exerciam essas funções, por todo o país, sem formação adequada, a oportunidade de dignificação da sua profissão. O Curso de Enfermagem Veterinária foi aprovado em Portugal em 2002/03 para funcionar na Escola Superior Agrária de Elvas e reprovado para funcionar na Escola Superior Agrária de Viseu, no mesmo ano, sendo na altura Ministro da Ciência e Ensino Superior o Doutor Pedro Lynce Faria. Em 2003/04 funcionava o seu primeiro ano na Escola Superior Agrária de Elvas, quando finalmente a Escola Superior Agrária de Viseu também obteve a aprovação para a proposta enviada no ano anterior, colocando o curso em funcionamento um ano mais tarde (2004/05). Posteriormente, viria a entrar em funcionamento nas Escolas Superiores Agrárias de Bragança (Tecnologia Veterinária 2005/06; Enfermagem Veterinária 2010/11), Castelo Branco (2006/07) e Ponte de Lima (2006/07). Até então cabia exclusivamente ao Médico Veterinário uma grande diversidade de funções, que incluíam o atendimento ao público, a receção dos animais e seus proprietários, a procura e preenchimento de fichas clínicas, a contenção e pesagem, o cálculo e administração de dosagens terapêuticas, a monitorização anestésica, a preparação e disposição de material cirúrgico, a preparação dos animais para cirurgia e a colheita de amostras. Quando não podia realizar todas estas funções, recorria a pessoal não especializado que o próprio tinha que formar e preparar, despendendo tempo e recursos, em detrimento do atendimento e prestação de serviços Médico-Veterinários mais especializados. A nível Europeu o Curso de Enfermagem Veterinária foi contemplado no tratado de Bolonha e a nível internacional, vários países consideravam, desde há muito, que a Enfermagem Veterinária, a par com os colégios de especialidade, seriam a chave para o desenvolvimento da boa prática dos cuidados veterinários e para a evolução da Medicina Veterinária, permitindo ao Médico Veterinário uma dedicação maior à clínica da especialidade, concentrando-se exclusivamente no diagnóstico, tratamento e na cirurgia em si. A 11 de Outubro de 2012, a Enfermagem Veterinária no Reino Unido fazia 50 anos, celebrados com pompa e circunstância na Casa dos Comuns, enquanto em Portugal, esta jovem profissão, a dar os seus primeiros passos, era vista como uma ameaça por muitos, incluindo Médicos Veterinários, Ordem dos Enfermeiros, entre outros, e nem sequer era ainda reconhecida nos Centros de Emprego. Contudo, foi o advento desta nova profissão que levou ao surgimento da equipa Médico-veterinária que pressupõe a existência de vários profissionais, com competências distintas mas que devem interagir em prol do objetivo comum da prestação de cuidados especializados de saúde e de bem-estar ao paciente animal. Em 2014, o curso de Enfermagem Veterinária da Escola Superior Agrária de Viseu obteve a acreditação europeia pela ACOVENE e Portugal junta-se assim à Bélgica, Holanda, Itália, Noruega e Reino Unido, os países onde são atualmente acreditados cursos de Enfermagem Veterinária pela ACOVENE.
Resumo:
Nos últimos anos, diferentes estudos têm demonstrado que um nível inadequado de literacia em saúde pode ter implicac¸ões significativas nos resultados em saúde, na utilizac¸ão dos servic¸os de saúde e, consequentemente, nos gastos em saúde. O conceito de literacia em saúde evoluiu de uma definic¸ão meramente cognitiva para uma definic¸ão que engloba as componentes pessoal e social do indivíduo, assumindo-se como a capacidade de tomar decisões fundamentadas no seu dia-a-dia. O presente estudo transversal analítico teve como objetivo traduzir e validar para a populac¸ão portuguesa o European Health Literacy Survey (HLS-EU). O HLS-EU-PT foi aplicado em todo o território nacional, incluindo as regiões autónomas, através de investigadores de uma rede académica. A recolha de dados foi realizada por entrevista presencial. A amostra final ficou constituída por 1.004 indivíduos com idades ≥ 16 anos. Este estudo disponibilizou o instrumento de avaliac¸ão do nível de literacia para a saúde em Portugal, tão importante na gestão da saúde. O HLS-EU-PT apresenta-se como um instrumento adequado para aferir o nível de literacia em saúde da populac¸ão portuguesa e evidencia propriedades psicométricas comparáveis às versões utilizadas nos outros países. Em Portugal, 61% da populac¸ão inquirida apresenta um nível de literacia geral em saúde problemático ou inadequado, situando-se a média dos 9 países em 49,2%. Relativamente à dimensão cuidados de saúde, apenas 44,2% apresenta um nível suficiente ou excelente de literacia em saúde. No que respeita à prevenc¸ão da doenc¸a, cerca de 45% dos inquiridos revela ter um nível suficiente ou excelente de literacia em saúde, comparativamente com a média dos 9 países, que nesta dimensão apresenta o valor de 54,5%. Na dimensão promoc¸ão da saúde, 60,2% da populac¸ão auscultada apresenta um nível de literacia em saúde problemático ou inadequado, sendo que a média se situa nos 52,1%. Assim, considera-se fundamental e urgente a conceção e implementação de uma estratégia nacional de literacia em saúde.
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O autocuidado é indispensável à conservação da vida e resulta do crescimento diário da pessoa, na experiência como cuidador de si mesmo e de quem faz parte das suas relações. É a chave dos cuidados de saúde, sendo interpretado como uma orientação para a ação de enfermagem que, através das ações de autocuidado, podem implementar intervenções para a promoção da saúde e/ou prevenção da doença. Os objetivos do estudo direcionam-se para a importância na identificação do perfil de autocuidado dos idosos, ou seja, na determinação dos diferentes níveis de dependência no autocuidado dos idosos a residir em lar. Entendemos este conhecimento, (proveniente dos resultados do estudo) como um contributo relevante no sentido de melhorar o modo como o apoio e/ou a ajuda pode ser ajustada a cada indivíduo, uma vez que estas adaptações só são possíveis perante o diagnóstico real da dependência das pessoas. Metodologia: Este estudo inclui-se num paradigma de investigação quantitativa, do tipo não experimental, transversal, descritivo e correlacional. A população em estudo são os idosos residentes no lar Residência Rainha D. Leonor em Viseu. Utilizou-se uma amostra não probabilística acidental, em função do peso relativo dos idosos desta instituição constituída por 136 idosos. O instrumento de colheita de dados inclui a escala de dependência no autocuidado. Resultados: Os idosos são maioritariamente mulheres, viúvas, com baixa instrução literária e com média de idade de 86 anos. Verificamos que as patologias predominantes são do foro cardíaco (70,6%), osteoarticular (62,5%) e neurológico (55,1%). Considerando o nível global de dependência no autocuidado, verificamos que 46,4% da amostra é independente, 36,0% é dependente em grau elevado e 17,6% dependente em grau parcial, ou seja, 53,6% apresenta algum grau de dependência no autocuidado. Conclusão: Os resultados deste estudo permitem a aquisição de conhecimento e desenvolvimento de competências que são de extrema importância na prática de cuidados de enfermagem de reabilitação, pois as necessidades de saúde desta população sofrem contínuas modificações ao longo do processo de envelhecimento, exigindo práticas atualizadas, no sentido de abranger a promoção dos processos de preservação e de autonomia. Palavras-Chave: Autocuidado, Idoso, Institucionalização.
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Enquadramento – A febre na criança constitui uma das principais manifestações que impul-siona os pais na procura dos cuidados de saúde diferenciados, resultando na utilização ina-propriada de recursos. Objetivos – Identificar as variáveis sociodemográficas que interferem no conhecimento e nas atitudes dos pais perante a criança com febre; avaliar a influência do número de filhos no conhecimento e nas atitudes; identificar as fontes de informação que influenciam o conheci-mento e as atitudes dos pais. Material e Método – Estudo quantitativo, transversal, descritivo e correlacional. Recorreu-se ao questionário que inclui a caracterização sociodemográfica, contextual da criança, variá-veis clínicas de fontes de informação e questões que avaliam o conhecimento e as atitudes dos pais perante a febre na criança. A amostragem é não probabilística por conveniência (144 pais/cuidadores). Resultados – Amostra predominantemente feminina (86.8%), os homens são mais velhos (M=34.05 anos .6.45 anos); cerca de 9 em cada 10 das crianças eram acompanhadas pela mãe. Os sintomas que mais preocupam e levaram os participantes a recorrer ao Serviço de Urgência foram: vómitos/desidratação (66.4%), mau estado geral (64.6%), dificuldade respirató-ria (52.1%); em 58.5% dos casos de febre sem foco poder-se-ia ter utilizado os cuidados de saúde primários; a idade da criança e o sexo dummy revelaram-se preditoras dos conhecimen-tos e o sexo preditor das atitudes; as mulheres e os homens com mais idade e com filhos mais jovens possuem melhores conhecimentos; as mulheres têm atitudes mais adequadas. Conclusões – As mulheres possuem conhecimentos intermédios e revelam melhor atitude perante a febre. Quanto maior a escolaridade melhor é o conhecimento e os participantes que procuram como fonte de informação um profissional de saúde, possuem atitudes mais ade-quadas. Assume grande relevância a aquisição de competências que proporcionem aos pais/cuidadores ferramentas que os ajudem a lidar com a fobia da febre. Palavras-chave: Febre; Criança; Pais; Conhecimento; Atitudes; Serviço de Urgência.
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Enquadramento: A segurança do doente é um problema internacional e uma prioridade das políticas de saúde de múltiplos organismos/instituições nacionais de saúde. Neste âmbito, surgem os sistemas de notificação de incidentes. Objetivo: Conhecer a perceção dos enfermeiros sobre a notificação de incidentes e sobre a segurança do doente. Métodos: Recorremos a uma triangulação metodológica constituída por um estudo quantitativo (estudo A) e outro qualitativo (estudo B). O estudo A é analítico, transversal, realizado com 182 enfermeiros. Os dados foram recolhidos por questionário, constituído por variáveis sociodemográficas e profissionais e escalas para avaliar doze dimensões da notificação e segurança do doente. O estudo B é exploratório, realizado com 18 enfermeiros, através de entrevista semiestruturada. Resultados: Para os enfermeiros todos os incidentes devem ser notificados, mas a frequência de notificação é baixa e diminui com a gravidade do dano, 65,0% não registou qualquer ocorrência no último ano e 82,3% desconhece o sistema de notificação. Os principais obstáculos à notificação são o receio de punição e os principais fatores facilitadores são os benefícios que advêm da notificação para o doente, a ausência de retaliações no trabalho, uma relação positiva com os superiores hierárquicos, o anonimato e a perceção de resultados da notificação. Aproximadamente 60,0% dos enfermeiros tem uma perceção geral da segurança do doente positiva. Conclusão: A perceção dos enfermeiros sobre a notificação de incidentes reflete desconhecimento da temática, elevado receio de punição, originando baixa frequência de notificação. A perceção sobre a segurança do doente é positiva. É necessário melhorar a cultura de segurança da organização e o conhecimento dos enfermeiros sobre o papel da notificação. Palavras-Chave: segurança do doente, notificação de incidentes, enfermeiros.
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Enquadramento: Conhecer a perceção que os cuidadores informais possuem sobre o planeamento da alta dos idosos internados, permite que os enfermeiros conheçam as reais necessidades do cuidador e do idoso, contribuindo assim, para a diminuição da ansiedade, prevenção de complicações e consequentemente uma maior satisfação pelos cuidados recebidos. Objetivos: Conhecer a perceção dos cuidadores informais sobre o planeamento da alta hospitalar do idoso, e analisar associações entre as variáveis sociodemográficas, profissionais, familiares, clínicas e psicossociais e a referida perceção. Métodos/ Procedimentos: Realizou-se um estudo quantitativo, transversal, descritivo e correlacional, utilizando uma amostra não probabilística por conveniência, constituída por 41 cuidadores informais de idosos internados no serviço de Medicina 1 do Centro Hospitalar do Algarve – Unidade de Faro. Recorreu-se ao questionário de caracterização sociodemográfica, profissional, familiar e clínica, bem como a utilização do Índice de Barthel, questionário de Planeamento da Alta (PREPARED) e a escala de Ansiedade e Depressão Hospitalar (HADS). Resultados: Dos 41 cuidadores informais,73,17 % são do género feminino, 78% são casados/ união de fato, 39,0% mantêm-se ativos profissionalmente a tempo inteiro e em 51,2% são filhos do idoso, que apresentam uma média de idade de 78,78 anos. A maioria (82,9%) reside na mesma habitação que o idoso, sendo cuidadores informais há menos de 3 meses (58,5%). Os cuidadores apresentam um nível de ansiedade leve a moderada, sendo superior para o género feminino, embora não se verificasse diferenças estatisticamente significativas. Relativamente à perceção dos cuidadores relacionados com o planeamento da alta, a maioria privilegia as informações relacionadas como conseguir fazer as AVD, afirmando que se sentem preparados para regressar a casa, contudo a maioria não sente confiança para executar as tarefas diárias no domicílio. Constatou-se que a presença de apoio da rede formal influencia significativamente a perceção do planeamento da alta (p< 0,05), sendo que o género, agregado familiar e grau de dependência, embora de forma parcial (apenas para um indicador) também são preditivas da perceção. Conclusões: Apesar do número reduzido da amostra, os resultados obtidos evidenciam a relevância de organização dos cuidados face à satisfação das necessidades dos idosos e seus cuidadores em cuidados de saúde, no que dizem respeito ao planeamento da alta, como busca da qualidade. Palavras-chave: perceção do planeamento da alta, cuidadores informais, idosos.
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Introdução: A satisfação dos doentes constitui um indicador indispensável para a avaliação da qualidade dos cuidados e há evidência da sua correlação com os resultados em saúde. A satisfação com os cuidados de saúde é um conceito multidimensional que considera aspetos como acesso, organização e interação doente - profissional. Consideramos que os cuidados de enfermagem, em particular, são fundamentais no processo saúde/doença. Objetivos: Validar uma escala para avaliar a satisfação dos utentes face aos cuidados de enfermagem, adaptado do instrumento EUROPEP e avaliar a satisfação dos utentes dos cuidados de saúde primários da região centro de Portugal. Material e métodos: Estudo transversal, com uma amostra de 827 utentes adultos (maioria do sexo feminino 64,4%) com uma média de idade de 50,08±18,58 anos. Os dados foram recolhidos através de um questionário, constituído por variáveis sociodemográficas, o instrumento EUROPEP (Ferreira, 1995) para avaliar a satisfação com os cuidados de saúde primários e para avaliar a satisfação especificamente com a equipa de enfermagem elaboramos questões adaptadas do instrumento EUROPEP e agrupadas nas dimensões relação de ajuda, dimensão interpessoal e instrumental. A consistência interna, reprodutibilidade e análise de conteúdo foram avaliados com recurso ao SPSS 23.0; considerando a consistência aceitável para um de Cronbach > 0,70. O coeficiente para cada item é apresentado com um intervalo de confiança de 95%. Resultados: Em todas as dimensões do questionário EUROPEP, a maior percentagem de satisfação com os cuidados situou-se entre “boa” e “muito boa”. As dimensões criadas para avaliar especificamente os cuidados de enfermagem apresentaram um coeficiente de α de Cronbach total de 0,972. Conclusões: Estes resultados sugerem que as dimensões criadas para avaliar os cuidados de enfermagem serão úteis para a investigação na população Portuguesa. A satisfação do utente é decisiva para a qualidade e eficiência dos cuidados prestados, sendo necessário o compromisso de todos os prestadores na implementação de práticas sistemáticas de gestão que conduzam à satisfação, dando particular atenção à melhoria contínua dos processos organizacionais. Palavras-chave: Satisfação dos Utentes; cuidados de saúde primários, cuidados de enfermagem, adulto, Portugal
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Introdução: A gravidez na adolescência constitui uma situação de risco com impacto em toda a família, podendo gerar crises não apenas na jovem que engravida - em virtude da inexperiência e consequente dificuldade que surge para cuidar de um filho - , como do ponto de vista transgeracional. Objetivos: Aplicar o Modelo Dinâmico de Avaliação e Intervenção Familiar (MDAIF) Figueiredo (2009) e avaliar o impacto dos cuidados de enfermagem numa família em contexto clínico. Métodos: Estudo de caso qualitativo realizado com base no MDAIF em contexto clínico nos Cuidados de Saúde Primários. Este estudo focou-se no processo de intervenção familiar desenvolvido com uma família de uma adolescente de 16 anos que engravida, fruto de uma relação fugaz com um rapaz 9 anos mais velho que conheceu através das redes sociais (Facebook). Instrumentos: Genograma, Ecomapa, Apgar familiar e Escala de Graffar. Resultados: Família extensa, com diferentes subsistemas e limites rígidos. A família encontra-se na etapa do ciclo vital – família com filhos adolescentes, segundo Duvall (1977). Família de classe média. Com a gravidez não desejada da adoelscente, e apesar da relação conflituosa com a sua mãe, esta torna-se um apoio importante no percurso da vida da adolescente e no desenvolvimento do recém-nascido. Conclusões: A utilização do MDAIF permitiu o desenvolvimento das habilidades dos enfermeiros para uma abordagem familiar, contribuindo assim para dar resposta às necessidades da família, enquanto unidade alvo de cuidados. Além disto, permitiu à adolescente prosseguir com a realização do seu projeto de vida, com o apoio familiar e social. Sugere-se a continuidade da utilização do MDAIF.
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Enquadramento: A gestão da doença, designadamente da hipertensão arterial (HTA) através do apoio à auto-gestão, aconselhamento motivacional, acesso à informação resultam em maior adesão terapêutica. Objetivos: Identificar os fatores que determinam a adesão ao tratamento na pessoa com HTA numa amostra comunitária. Metodologia: Estudo transversal, descritivo-correlacional, com amostra de 235 hipertensos (63,8% do género feminino), idade média 75 ± 8,14 anos, 62,6% casados e a maioria com o 1.º ciclo de escolaridade. Recorremos ao questionário com variáveis sociodemográficas, dietéticas, clínicas, motivacionais, relacionadas com os profissionais e serviços de saúde, Escala de Apgar Familiar, Questionário de Dependência Alcoólica, Questionário Internacional de Atividade Física, Questionário de Determinação da Saúde Nutricional, Escala de Autocuidado com a Hipertensão, Questionário de Crenças Sobre a Doença, Escala de Crenças Acerca dos Medicamentos, Escala de Satisfação dos Utentes com os Cuidados de Enfermagem na Unidade Móvel de Saúde, Questionário abreviado da Perceção do Cliente sobre o Ambiente Terapêutico, Questionário de Autorregulação, Escala de Competência Percebida e Escala de Medida de Adesão aos Tratamentos para colheita de dados. Resultados: A pressão arterial estava controlada em 34,5% da amostra, 28,2% homens e 38% mulheres. A MAT revelou um mínimo de 3,86 e um máximo de 6 com uma média de 5,66±0,49. As variáveis preditoras da adesão foram: controlo pessoal (p=0,005), identidade (p=0,000), ambiente terapêutico (p=0,001), alimentação geral (p=0,041), atividade física (p=0,007) e toma de medicamentos (p=0,000). Conclusões: Compreender os fatores envolvidos na gestão do tratamento permite perceber como podem os enfermeiros contribuir para melhorar a adesão ao regime terapêutico. Palavras-chave: Hipertensão arterial, gestão da doença crónica, adesão ao tratamento e adultos.