805 resultados para Social actors


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O estudo partiu do diálogo entre as políticas públicas de meio ambiente e o referencial teórico crítico da educação e da justiça ambiental. Ancorada na filosofia da práxis, uma categoria central do materialismo-histórico, busca ir além dos aspectos teóricos. A pesquisa tem o objetivo de contribuir para o entendimento e melhoria dos processos complexos e contraditórios de implementação da educação ambiental como condicionante de licença de operação e produção da indústria de petróleo e gás no Brasil. Tais projetos mitigatórios são conduzidos e monitorados pelo órgão ambiental, mas devem ser implementados e executados pelos próprios empreendedores que causam os impactos socioambientais nas localidades. Em contrapartida, projetos de educação ambiental crítica e participativa, desenvolvidos compulsoriamente no licenciamento offshore, estão voltados para os grupos socioambientais impactados. Preconizam o fortalecimento e a integração desses grupos diante do Estado e do próprio empresariado e devem estimular participação em processos decisórios da gestão ambiental local. A tese a ser demonstrada é a de que, neste campo de disputas pelo uso e gestão do território, os PEAs em sua práxis educativa e enquanto política pública no âmbito do licenciamento, constitui-se em um instrumento em potencial na construção de cidadania política. Na busca por investigar a efetividade desses PEAs, implementados na maior bacia petrolífera do país, a bacia de campos, a pesquisa faz primeiramente um estudo documental e posteriormente um estudo empírico com os atores sociais participantes dos projetos. A pesquisa documental revelou que existiam cinco PEAs desenvolvidos entre os anos de 2010 e 2012: o Projeto Pólen e o NEA-BC (Petrobras); o PEA ObservAção (PetroRio, antiga HRT); o PEA FOCO (Statoil) e o QUIPEA (Shell). A pesquisa empírica foi feita nos municípios de São Francisco de Itabapoana, São João da Barra, Armação dos Búzios e Cabo frio, contemplados com 80% dos projetos desenvolvidos na região e percorreu 17 localidades dos municípios e foram realizadas 52 entrevistas. Esta etapa da pesquisa traz as motivações acerca dos projetos, opiniões sobre o processo formativo, as transformações práticas vividas pelos atores a partir das vivências nos projetos e aspectos da participação desses atores sociais dentro e fora dos PEAs. 70% dos entrevistados trazem as crenças nos projetos devido às: propostas, objetivos e metodologias (discussões participativas, encontros de comunidades) e à equipe de executores (com os quais os atores têm uma relação de afeto e admiração); 28% abarcam as descrenças: lentidão e subjetividade dos resultados; o não entendimento acerca da origem dos projetos (mitigatórios, compesatórios, etc); conflito nas relações entre os quilombolas e os empresários; gastos com os projetos e não com a comunidade. Outras categorias surgem: remuneração/contratação; Obtenção de uma sede para o projeto; a excelência no processo formativo (onde alguns métodos devem ser repensados); a interação e a articulação entre os projetos. O estudo também revelou que os participantes passaram a participar de instâncias da gestão pública de seus territórios. As questões são apontadas para que esses projetos possam ser aperfeiçoados, mesmo diante de todas as contradições, tensões e conflitos que isso impõe em uma sociedade desigual, reduzindo a natureza, a mercadoria e a relações precificadas.

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O objetivo deste estudo é analisar como a prática da produção literária interfere, positivamente, na trajetória de indivíduos que se encontram em situação de vulnerabilidade social. A investigação deu-se no Centro Cultural Cartola, situado na comunidade da Mangueira na cidade do Rio de Janeiro, espaço que favorece a experiência individual e social de crianças e jovens por meio de ferramentas pedagógico-culturais: dança, orquestra de violinos, música, capoeira, judô, balé, oficinas literárias de leituras e de composições de texto, que possibilitam a criação de valores culturais da comunidade e dos indivíduos pelo processo de identificação. A oficina Produção Literária: Tecer o Imaginário teve início em maio de 2011, com propostas de estímulo à criação e à leitura de textos ficcionais, possibilitando que a narrativa como um vetor de (re)construção do sujeito e do coletivo, sob o ponto de vista ético e estético. A fase investigativa constou de oficinas de literatura apresentadas de duas formas: Leitura e escrita em grupos pequenos - ou individuais. O trabalho de campo da nossa pesquisa qualitativo-participativa requereu que fizéssemos um recorte espacial de nossa experiência, para que à partir dai pudéssemos inserir o recorte teórico que fosse factível ao nosso objeto de investigação. Importava a dinâmica da ação dos atores sociais. A pesquisa, estruturada sobre a ação, revelou-se detentora de inúmeras possibilidades onde o imaginário se apresenta. A interação por meio de falas que estimulam a imaginação e a reflexão exerce influência no grupo e no indivíduo na construção de si e de seu mundo. Como o objetivo da pesquisa não se adequava somente à prática oral, de contar e ouvir estórias, mas de estimular os atores à inventar e escrevê-las percebemos que este modo prevaleceu. Por exigência de que a criança dominasse de alguma forma essa modalidade, sobretudo porque o ato de escrever validava as histórias inventadas por elas e as dispostas por outras pessoas nos livros. Visto que oralidade pode dispersar a entrada da criança em seu mundo imaginário, tendo importância maior para crianças muito pequenas que não entraram ainda no mundo da linguagem. A maneira que conduzíamos a pesquisa era sempre no sentido de estimular o imaginário, capturando-o, e a partir disso inseri-lo no mundo da linguagem, da simbolização. Para Minayo (1992), O método é o próprio processo do desenvolvimento das coisas.... Nesse sentido, surgia, daquela prática, um texto/sujeito, cujas palavras eram um tronco donde se espalhavam uma infinidade de ideias criativas. O resultado da investigação constatou que a criação ficcional, estimula e desenvolve o imaginário e as representações simbólicas empobrecidas. Evidenciando o quanto é gratificante e prazeroso para crianças e jovens suas participações em atividade que fazem do campo educativo e terapêutico um campo de aventura. Observar o efeito reparador da literatura no individuo, e de consolo nos momentos de lutos e de crises de toda ordem foi evidente em situação fronteiriça, pelo uso do mundo interno dessa potente ferramenta psicopedagogica como fortalecimento psicoemocional

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Purpose and rationale The purpose of the exploratory research is to provide a deeper understanding of how the work environment enhances or constrains organisational creativity (creativity and innovation) within the context of the advertising sector. The argument for the proposed research is that the contemporary literature is dominated by quantitative research instruments to measure the climate and work environment across many different sectors. The most influential theory within the extant literature is the componential theory of organisational creativity and innovation and is used as an analytical guide (Amabile, 1997; Figure 8) to conduct an ethnographic study within a creative advertising agency based in Scotland. The theory suggests that creative people (skills, expertise and task motivation) are influenced by the work environment in which they operate. This includes challenging work (+), work group supports (+), supervisory encouragement (+), freedom (+), sufficient resources (+), workload pressures (+ or -), organisational encouragement (+) and organisational impediments (-) which is argued enhances (+) or constrains (-) both creativity and innovation. An interpretive research design is conducted to confirm, challenge or extend the componential theory of organisational creativity and innovation (Amabile, 1997; Figure 8) and contribute to knowledge as well as practice. Design/methodology/approach The scholarly activity conducted within the context of the creative industries and advertising sector is in its infancy and research from the alternative paradigm using qualitative methods is limited which may provide new guidelines for this industry sector. As such, an ethnographic case study research design is a suitable methodology to provide a deeper understanding of the subject area and is consistent with a constructivist ontology and an interpretive epistemology. This ontological position is conducive to the researcher’s axiology and values in that meaning is not discovered as an objective truth but socially constructed from multiple realties from social actors. As such, ethnography is the study of people in naturally occurring settings and the creative advertising agency involved in the research is an appropriate purposive sample within an industry that is renowned for its creativity and innovation. Qualitative methods such as participant observation (field notes, meetings, rituals, social events and tracking a client brief), material artefacts (documents, websites, annual reports, emails, scrapbooks and photographic evidence) and focused interviews (informal and formal conversations, six taped and transcribed interviews and use of Survey Monkey) are used to provide a written account of the agency’s work environment. The analytical process of interpreting the ethnographic text is supported by thematic analysis (selective, axial and open coding) through the use of manual analysis and NVivo9 software Findings The findings highlight a complex interaction between the people within the agency and the enhancers and constraints of the work environment in which they operate. This involves the creative work environment (Amabile, 1997; Figure 8) as well as the physical work environment (Cain, 2012; Dul and Ceylan, 2011; Dul et al. 2011) and that of social control and power (Foucault, 1977; Gahan et al. 2007; Knights and Willmott, 2007). As such, the overarching themes to emerge from the data on how the work environment enhances or constrains organisational creativity include creative people (skills, expertise and task motivation), creative process (creative work environment and physical work environment) and creative power (working hours, value of creativity, self-fulfilment and surveillance). Therefore, the findings confirm that creative people interact and are influenced by aspects of the creative work environment outlined by Amabile (1997; Figure 8). However, the results also challenge and extend the theory to include that of the physical work environment and creative power. Originality/value/implications Methodologically, there is no other interpretive research that uses an ethnographic case study approach within the context of the advertising sector to explore and provide a deeper understanding of the subject area. As such, the contribution to knowledge in the form of a new interpretive framework (Figure 16) challenges and extends the existing body of knowledge (Amabile, 1997; Figure 8). Moreover, the contribution to practice includes a flexible set of industry guidelines (Appendix 13) that may be transferrable to other organisational settings.

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Wydział Neofilologii: Instytut Językoznawstwa

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Wydział Historyczny: Instytut Etnologii i Antropologii Kulturowej

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Analisando os conflitos entre a comunidade de Oleiros e a minoria étnica cigana, pretendemos compreender a forma como os discursos,os comportamentos e as atitudes dos diversos actores sociais envolvidos neste processo reflectem a existência de tensões na estrutura social oleirense, entrevendo-se que os ciganos se tornam bodes expiatórios das clivagens criadas e de situações sócio-económicas e políticas que os ultrapassam. Analysing the conflicts between the Oleiros community and the gypsies ethnic minority, we aim to understand how the speeches, the behaviours and the attitudes of various social actors involved in this process reflect some tensions in the Oleiros social structure, which allow us to anticipate that the gypsies became a pretext to few created gaps and to socio-economic and politic situations that surpass them.

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Dissertação apresentada à Universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para obtenção do grau de mestre em Psicologia Jurídica

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Although Common Pool Resources (CPRs) make up a significant share of total income for rural households in Ethiopia and elsewhere in developing world, limited access to these resources and environmental degradation threaten local livelihoods. As a result, the issues of management, governance of CPRs and how to prevent their over-exploitation are of great importance for development policy. This study examines the current state and dynamics of CPRs and overall resource governance system of the Lake Tana sub-basin. This research employed the modified form of Institutional Analysis and Development (IAD) framework. The framework integrates the concept of Socio-Ecological Systems (SES) and Interactive Governance (IG) perspectives where social actors, institutions, the politico-economic context, discourses and ecological features across governance and government levels were considered. It has been observed that overexploitation, degradation and encroachment of CPRs have increased dramatically and this threatens the sustainability of Lake Tana ecosystem. The stakeholder analysis result reveals that there are multiple stakeholders with diverse interest in and power over CPRs. The analysis of institutional arrangements reveals that the existing formal rules and regulations governing access to and control over CPRs could not be implemented and were not effective to legally bind and govern CPR user’s behavior at the operational level. The study also shows that a top-down and non-participatory policy formulation, law and decision making process overlooks the local contexts (local knowledge and informal institutions). The outcomes of examining the participation of local resource users, as an alternative to a centralized, command-and-control, and hierarchical approach to resource management and governance, have called for a fundamental shift in CPR use, management and governance to facilitate the participation of stakeholders in decision making. Therefore, establishing a multi-level stakeholder governance system as an institutional structure and process is necessary to sustain stakeholder participation in decision-making regarding CPR use, management and governance.

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This thesis examines the experiences of the biological children of foster carers. In particular it explores their experiences in relation to inclusion, consultation and decision-making. The study also examines the support and training needs of birth children in foster families. Using a qualitative methodology in-depth, semi-structured interviews were conducted with fifteen birth children of foster carers aged between 18 and 30 years. The research findings show that for the majority of birth children, fostering was overall a positive experience which helped them develop into individuals who were caring and nonjudgemental. However, from the data collected in this study, it is clear that fostering also brings a range of challenges for birth children in foster families, such as managing feelings of loss, grief, jealousy and guilt when foster children leave. Birth children are reluctant to discuss these issues with their parents and often did not approach fostering social workers as they did not have a meaningful relationship in order to discuss their concerns. The findings also demonstrate that birth children undertake a lot of emotional work in supporting their parents, birth siblings and foster siblings. Despite the important role played by birth children in the fostering process, this contribution often goes unrecognised and unacknowledged by fostering professionals and agencies with birth children not included or consulted about foster care decisions that affect them. It is argued here that birth children are viewed by foster care professionals and agencies from a deficit based perspective. However, this study contends that it is not just foster parents who are involved in the foster care process, but the entire foster family. The findings of this study show that birth children are competent social actors capable of making valuable contributions to foster care decisions that affect their lives and that of their family.

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Primates must navigate complex social landscapes in their daily lives: gathering information from and about others, competing with others for food and mates, and cooperating to obtain rewards as well. Gaze-following often provides important clues as to what others see, know, or will do; using information about social attention is thus crucial for primates to be competent social actors. However, the cognitive bases of the gaze-following behaviors that primates exhibit appear to vary widely across species. The ultimate challenge of such analyses will therefore be to understand why such different cognitive mechanisms have evolved across species.

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Reviewing the European North/South Divide under the Prism of Beck’s ‘Risk society’ Thesis
Southern European political cultures have been viewed as extremely disadvantageous terrains for the development of a civic culture compatible to the requirements of a modern polity. Trust confined to the local and the familial, weak civil societies, violation of the law in the absence of supervision are some of the elements combined to draw an extremely negative picture of southern European political cultures in the relevant literature. These are very well entrenched perceptions that dominate all studies dealing with social aspects the southern European nations. Recent works produced by students of environmental mobilisations have argued that the environmental problematique has operated as a catalyst that, at least, forces us to re-examine the aforementioned perspectives if not to outright dismiss them.

This paper argues that although these challenging perspectives are not immune from criticisms, they have put forward a strong case that deserves further attention. A careful reading of Beck’s ‘risk society’ thesis suggests that mistrust to expert authorities and defensive reactions by social actors against them are not confined to specific national contexts but are now characteristics of countries previously held to be exemplary cases of civicness. Following that observation the paper proceeds by posing a number of related questions:

1) Can we argue that we are witnessing a general ‘Mediterranisation’ of European political culture or by arguing that we essentially accept what was idealistic evaluations of post-war European cultures determined by specific political conceptions?

2) Is there still any role for the use of a north/south divide in the cross-national study of social processes and to what extent?



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Social scientific work on the suppression, mitigation or denial of prejudiced attitudes has tended to focus on the strategic self-presentation and self-monitoring undertaken by individual social actors on their own behalf. In this paper, we argue that existing perspectives might usefully be extended to incorporate three additional considerations. First, that social actors may, on some occasions, act to defend not only themselves, but also others from charges of prejudice. Second, that over the course of any social encounter, interactants may take joint responsibility for policing conversation and for correcting and suppressing the articulation of prejudiced talk. Third, that a focus on the dialogic character of conversation affords an appreciation of the ways in which the status of any particular utterance, action or event as 'racist' or 'prejudiced' may constitute a social accomplishment. Finally, we note the logical corollary of these observations - that in everyday life, the occurrence of 'racist discourse' is likely to represent a collaborative accomplishment, the responsibility for which is shared jointly between the person of the speaker and those other co-present individuals who occasion, reinforce or simply fail to suppress it.

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While there is an acknowledgement in apology research that political apologies are highly mediated, the process of mediation itself has lacked scrutiny. This article suggests that the idea of reconstruction helps to understand how apologies are mediated and evaluated. David Cameron's apology for Bloody Sunday is examined to see how he constructs four aspects of apology: social actors, consequences, categorization, and reasons. The reconstruction of those aspects by British, Unionist, and Nationalist press along with reconstructions made by soldiers in an online forum are considered. Data analysis was informed by thematic analysis and discourse analysis which helped to explore key aspects of reconstruction and how elements of Cameron's apology are altered in subsequent mediated forms of the apology. These mediated reconstructions of the apology allowed their authors to evaluate the apology in different ways. Thus, in this article, it is suggested that the evaluation of the apology by different groups is preceded by a reconstruction of it in accordance with rhetorical goals. This illuminates the process of mediation and helps to understand divergent responses to political apologies.

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Assumindo a sociedade atual o paradigma do desenvolvimento sustentável como modelo capaz de garantir uma gestão equilibrada dos recursos atuais que não comprometa o futuro das futuras gerações, é fundamental compreender o instrumento da Agenda 21 Local (A21L), ferramenta saída da Conferência do Rio, em 1992, que se apresenta como uma resposta internacional aos objetivos da sustentabilidade. Ao constituir-se como país signatário da Declaração do Rio, Portugal assumiu o compromisso de cooperar internacionalmente para a aplicação deste instrumento, no esforço comum de unir a proteção do ambiente com o desenvolvimento económico e social. Verifica-se que a resposta de Portugal, em matéria de A21L, foi pouco conseguida, marcada por um arranque ténue, desconcertado e disperso a que acresce o caráter dúbio que caracterizou a natureza dos primeiros processos e que, no quadro internacional, atira Portugal para o grupo de países europeus que mais tardiamente conseguiram responder ao apelo da comunidade internacional no que se refere à implementação de A21L. Neste âmbito, esta dissertação visa aprofundar o conhecimento cientifico sobre este instrumento no quadro das experiências de Agenda 21 Local implementadas no território português. O trabalho procurou examinar os objetivos, características e resultados dos processos de Agenda, dando atenção aos elementos individuais que marcaram cada um e, igualmente, avaliando as repercussões que estes tiveram no todo nacional. O estudo incidiu na dinâmica espaciotemporal das Agendas21L, no território nacional, e na análise integrativa de indicadores físicos, sociais e económicos que permitiram compreender as especificidades e os contrastes verificados nos processos implementados e desenvolvidos. Na investigação não foram, igualmente, negligenciadas questões históricas, políticas e culturais, sabendose da importância que estes vários domínios configuram no caso português. O trabalho contou com uma investigação assente na seguinte metodologia: i) Revisão da literatura e recolha de dados bibliográficos sobre a temática da Agenda 21 Local; ii) Levantamento de informação, através de um inquérito por questionário, dirigido a todas as localidades do País, onde decorrem Agendas 21 Local, a fim de complementar informação já processada; iii) Pesquisa direta de dados no terreno que envolveu a utilização de procedimentos de teor quantitativo (inquérito por questionário) e de teor qualitativo (entrevistas), relativamente ao caso de estudo (Agenda 21 Local de Mindelo); iv) Tratamento e análise dos resultados obtidos através da confrontação da perspetiva teórica com a prática com a consequente elaboração de conclusões fundamentadas pela confrontação dos dados com as hipóteses. Para além de se tratar do caso pioneiro de A21L com início no poder mais próximo do cidadão (respeitando um dos princípios inerentes a este instrumento – o princípio da subsidiariedade), afirmou-se, igualmente, como um caso de referência em matéria de coesão e mobilização dos cidadãos locais para os problemas locais existentes. Os resultados empíricos da investigação identificam uma série de dificuldades que condicionaram o arranque e progresso das A21L. Desde logo, a inabilidade dos poderes políticos locais em trabalharem com um modelo que rompe com as típicas e tradicionais formas pré-concebidas de fazer política, isto é, com as práticas instituídas dos políticos fazerem “política” para os cidadãos e não “com” os cidadãos. O próprio desconhecimento do poder político local quanto à natureza de um processo de A21L que evidenciou inaptidão, impreparação e até embaraço para lidar com este instrumento, resultando na necessidade, na grande maioria dos processos desenvolvidos, de serem acompanhados por entidades externas que cooperaram na sua dinamização. Acresce que a nova dinâmica, subjacente à A21L, que desafia os governos locais a mobilizar a participação generalizada dos cidadãos e apela à participação de novos atores (associações, grupos de interesse, ONG e atores sociais, em geral) para a definição de estratégias de desenvolvimento local, não é totalmente aceite pelos vários poderes locais que, não raras vezes, menosprezam a importância dos cidadãos nos momentos de tomada de decisão. A falta de empenho do governo central, em matéria de sustentabilidade, que negligenciou, numa primeira etapa, a figura do poder central na assessoria às entidades locais cerceou o país da existência de uma campanha nacional para a afirmação deste instrumento. A falta/insuficiência de recursos financeiros como resultante da ausência de apoios estatais e a dificuldade na obtenção de fundos da União Europeia configurou-se como um entrave à promoção dos processos ficando as entidades locais e regionais incapazes de ultrapassar a falta de meios imprescindíveis para o desenvolvimento da A21L. O próprio desconhecimento generalizado dos cidadãos sobre a A21L afigura-se como um estigma ao sucesso de qualquer processo com as caraterísticas de um instrumento A21L visto que a participação dos cidadãos é condição sine qua non para a sua operacionalização. Neste quadro, e olhando o futuro, urge a necessidade das autoridades locais criarem modelos de autofinanciamento capazes de garantir a criação, funcionamento e manutenção de infraestruturas económicas e sociais subjacentes aos programas de A21L, assim como o dever do poder político em reforçar a importância da função da informação e da mobilização dos cidadãos em prole do desenvolvimento sustentável, ações indispensáveis para a execução das políticas inerentes à A21L.

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Relatório de estágio de mestrado, Ciências da Educação (Administração Educacional), Universidade de Lisboa, Instituto de Educação, 2010