427 resultados para Idealismo transcendental
Resumo:
Este artigo analisa e compara a reflexão de Hegel e de W. Benjamin sobre a crise da arte na época moderna, a partir de semelhanças e diferenças entre a tese do fim da arte, defendida pelo primeiro, e a concepção da perda da aura na arte, afirmada pelo segundo. Ao contrário de W Benjamin, que se detém na mudança do conceito de arte promovida pelos meios técnicos, Hegel pensa a transformação da arte a partir de um ponto de vista histórico amplo, que envolve toda a história da arte, desde os tempos antigos até a época moderna.
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Este artigo investiga a crítica merleau-pontiana ao idealismo moderno a partir do modelo reflexivo adotado por este último. Procura mostrar a necessidade em que o filósofo se vê de superar a separação entre o domínio da "sensibilidade" e do "entendimento", como condição para redefinir o problema da racionalidade. Procura mostrar ainda que a "reflexão radical" proposta por Merleau-Ponty, em oposição à reflexão idealista, leva-o a retomar as tarefas que outrora cabiam à metafísica clássica.
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A análise do conceito de espaço no Tratado da natureza humana de Hume o compromete com uma série de teses positivas sobre sua natureza e sobre o conteúdo representado por sua ideia: o espaço é finitamente divisível, e sua ideia é composta de pontos coloridos ou táteis não-extensos, o que o leva a concluir que a ideia de espaço é ela mesma espacial. Esse conjunto de teses parece comprometer Hume com uma teoria idealista do espaço. Neste artigo, elucido os argumentos de Hume a favor de suas teses positivas e examino seu comprometimento com o idealismo através de uma caracterização da natureza das proposições do Tratado.
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Na filosofia de Hume há uma nítida distinção entre a obra da juventude e a obra da maturidade. Mas seu Tratado da Natureza Humana não está no mesmo caso que essas outras obras de juventude que justificam falar de um jovem Hegel ou de um jovem Marx, ou de um Kant pré-crítico em contraste com o Kant da filosofia transcendental. Trata-se de um caso intermédio: a filosofia do autor é sempre a mesma, mas o Tratado apresentava, segundo o próprio autor, tais imprecisões e negligências que o levaram, na década seguinte, a publicar novas versões de suas principais teorias (do entendimento, das paixões, da moral) onde a filosofia, repito, ainda era a mesma, mas com vastas correções, notadamente na teoria do entendimento, sua epistemologia, que é o objeto do presente estudo. É preciso examinar cuidadosamente cada texto, sem pretender que haja um modelo único de leitura, de modo a fazer justiça tanto às geniais imperfeições do Tratado quando à argumentação mais sólida da Investigação sobre o Entendimento Humano. O resultado de tais leituras poderá indicar, por exemplo, não haver na primeira Investigação qualquer argumentação em favor de alguma forma de associacionismo a respeito da causação. Também não aparece ali compatibilidade da epistemologia de Hume com o empirismo comum, ou mesmo com qualquer espécie de pirronismo. Tais conclusões apóiam a interpretação de que Hume, em sua obra de maturidade, operou modificações relevantes de conteúdo, que deveriam ser reconhecidas como revisões definitivas das posições do autor.
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Quando se acompanha o discurso filosófico acerca da sensibilidade artística, salta aos olhos que nele impera uma dupla tendência no que se refere aos recursos expressivos. Por um lado, nota-se que os meios de expressão acabam resistindo uns em relação aos outros; por outro, percebe-se que tal resistência também se revela bastante fraca, descerrando novas fronteiras e ocasionando ulteriores transições. Tendo isso em vista, o propósito geral do presente artigo consiste em pôr à prova a hipótese de que é no âmbito da música que a moderna ponderação estética descobre o sentido e o alcance do vínculo entre as artes, forjado, em geral, nos termos da auto-compreensão das vanguardas artísticas. Trata-se, em suma, de refazer os passos por meio dos quais a música terminou por se converter, no século XIX, num dos mais importantes veículos de ideias para, a partir do ponto de inflexão representado pela filosofia nietzschiana da maturidade, trazer à plena luz a concepção de "emaranhamento" [Verfransung] das artes, a qual ganha relevo, em especial, na derradeira etapa do itinerário intelectual de Th. W. Adorno.
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Tomando como ponto de partida o diálogo "Clara", escrito por Schelling, o autor faz da conexão da Natureza com o Espírito o fio condutor da trajetória do pensamento schellinguiano. É, antes de tudo, na disputa com as filosofias de Fichte e Hegel, que se revela a convergência entre a concepção transcendental do Espírito e a filosofia da Natureza, dando-se assim a entender a importância de um conceito especulativo da Natureza como acesso ao mundo real.
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RESUMO O trabalho apresenta uma discussão polêmica, complexa e enigmática para a teoria do conhecimento: a elaboração da dialética negativa na concepção da teoria crítica frankfurtiana – sobretudo, adorniana – na interface com a dialética materialista, do marxismo. Do estudo emerge uma proposta de reestruturação do universo objetivo no sentido de indicar elementos subjetivos – por intermédio da teoria psicanalítica – como possibilidade de superação do estado da alienação ampla: intelectual, política, cultural e humana. Trata de confrontar aspectos metodológicos, teóricos e subjetivos em âmbito social amparado por uma perspectiva crítica. As contribuições, para além dos embates entre o idealismo clássico e o materialismo moderno, atravessam, entre outras, as perspectivas heideggeriana, hegeliana, kantiana, freudiana, marxiana e adorniana, visando apresentar fundamentos epistemológicos e teóricos que embasam a teoria crítica ao tempo que identifica diferenças e convergências entre o materialismo sócio-histórico dialético e a dialética negativa; componentes relevantes para compreender a incursão desta teoria no âmbito das diversas áreas do conhecimento.
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RESUMO Este trabalho desenvolve aspectos da controvérsia entre Fichte e Schelling em relação aos elementos estéticos, linguístico-filosóficos e da filosofia da religião de ambos, que é foco das "Investigações sobre a liberdade humana de Schelling", assim como das exposições da doutrina da ciência e da ética do Fichte tardio (1810-1813). As divergências entre Fichte e Schelling não envolvem apenas problemas especulativos, mas sim variadas implicações e consequências dos seus sistemas filosóficos, que podem ser destacadas por uma análise da função da analogia nos dois autores. A analogia é uma figura que agrega a estética, a filosofia da linguagem e a filosofia da religião nos dois autores; ela é um significante que põe o problema do significado, ou seja, põe o problema da relação entre finito e infinito (Schelling) e da relação entre saber absoluto e saber particular (Fichte). Essa relação vai ser investigada a partir de algumas passagens das "Investigações" de Schelling (§2); num segundo momento, será analisada a função do conceito de analogia e de símbolo nesse contexto (§3); e, no final, a diferente compreensão da Igreja como símbolo do absoluto na "Filosofia da arte" de Schelling e na "Doutrina moral" fichtiana de 1798 e 1812 (§4).
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The main aim of the study is to elucidate the meaning and dimensions of the concept of „virtue‟, and to find the place of virtue in a caritative caring ethics, i.e. a caring ethics based on human love and mercy. The intention is to create a theory model which utilizes the possibilities of virtue in developing the caritative caring ethics as a whole. The caritative caring ethics has a universal potential – it is primarily not a professional ethics, but it may form a frame of reference and basis for formulating ethical codes, and for ethical discussions within different caring contexts. The hermeneutic approach of the study is inspired by Gadamer‟s philosophical hermeneutics combined with the view of hermeneutics as a hypothetical-deductive process. The study is guided by Eriksson‟s model of definition of concepts. The concept of „virtue‟ is studied focusing on its ethical dimensions. These ethical dimensions of virtue are seen as anchored to an inner ethos, whereas ethos stands for the ontological goodness, a basic notion of the Good that permeates the entity of the human being, and forms the base of the culture where he lives and acts. The overarching research questions are: 1. What is virtue? 2. What is „virtue‟ as a basic concept in caring science? 3. What place does virtue have in caritative caring ethics? The answer of the first question is mainly searched for by an ontological determination comprising partly an etymologic and semantic analysis of „virtue‟, and partly a determination of the essence of virtue. The answer to the second and third questions are mainly searched for using a contextual determination, where the purposive context and pragmatic features of virtue are studied in relation to caring ethics. The ontological and contextual determinations are brought together through hermeneutical interpretation, forming a new whole, which constitutes the results of the study. The results of the study are depicted in a theory model, in which the movement of virtue from ethos to deed is moulded as caritative caring ethics. The material of the study consists of dictionaries, texts written by Aristotle and St. Thomas Aquinas, articles, dissertations, and books, as well as parts of a pilot survey answered by 33 nurses. The results of the study show that the essence of virtue is primarily functional, not ethical. The ethical emerges when virtue is contextualized in a human communion. Virtue makes something fulfil its function well; makes the human being good, and gives him morals and morality. The human being needs prudence, love, and humility to acquire and develop the moral virtues. Virtue is a power, related to a value, which considering a caritative caring ethics consists of the caritas motif. Human love is shown through deeds, making the human being do what he is expected to do. Virtue, as an active power of becoming, affirms and clarifies the human being‟s ability to develop in the direction of the Good. Virtue becomes essential and unifying when morality appears in the human mind as auctoritas, an inner, prompting power based on divinity or a transcendental ethos. Together ethos and virtue create opportunities for an inner ethics based on voluntariness and joy in being and doing the true, the good, and the beautiful.
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Trata-se de um estudo qualitativo que analisa as percepções de alunos iniciantes do curso de Medicina da Universidade Federal de Sergipe quanto a motivações, expectativas atuais e futuras, apoio psicopedagógico e sentimentos vivenciados. De uma população de alunos matriculados nos anos 2000 e 2006, foram incluídos 90 alunos que cursavam até o segundo mês do primeiro período do ciclo básico, que responderam questionários com perguntas abertas e fechadas, os quais foram submetidos à análise de conteúdo categorial. Dos resultados destacam-se como motivações: humanismo, afinidade, status social, imagem cultural, utilidade, transcendência, ter conhecimento e independência financeira. Os respondentes relatam expectativas enquanto momento vivencial: idealismo/altruísmo, relação pessoal e interpessoal, atingir objetivos, insegurança, competitividade e ensino de qualidade. Esperam encontrar: integração professor-aluno, liberdade de expressão, integração ensino e realidade, didática de ensino, compromisso do corpo docente, infraestrutura. Conclui-se que, embora estivessem havia apenas dois meses no curso, os respondentes identificaram algumas limitações da abordagem pedagógica e dificuldades na relação professor-aluno. Foram evidenciados pontos críticos que sugerem maior atenção no que diz respeito ao processo de ensino e seleção de docentes.
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Dentre os desafios atuais da educação médica, encontra-se a inserção curricular de conteúdos e experiências educacionais voltados para o desenvolvimento de competências afetivas. A literatura tem indicado um declínio gradual do idealismo e humanismo do estudante ao longo do curso, indício de erosão do currículo médico. O objetivo deste estudo foi avaliar o desenvolvimento de competências afetivas e empáticas dos estudantes do curso de Medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), por meio da análise de 39 narrativas produzidas por estudantes da segunda e terceira séries em 2010. A análise de conteúdo baseou-se na epistemologia qualitativa, com base na qual foram estabelecidas três categorias: ritual de iniciação do estudante: vivências e dificuldades; vivências emocionais no decorrer da formação médica; benefícios pedagógicos da medicina narrativa: os desafios do desenvolvimento da empatia. A segunda série pareceu representar para os estudantes uma fase de adaptação ao contexto hospitalar, vista a necessidade de exteriorização dos próprios conflitos e de suas barreiras emocionais. Na terceira série, observou-se melhor desenvolvimento tanto de habilidades empáticas quanto de uma visão mais integral da condição dos pacientes e seus dramas. Conclui-se que a medicina narrativa foi uma abordagem efetiva para o aprendizado da empatia e da competência afetiva nos estudantes de Medicina, além de instrumento válido em nosso meio para avaliação de competências empáticas e humanísticas. A progressiva adesão dos estudantes legitima e consolida a medicina narrativa no espaço curricular, revalorizando a formação médica em suas práticas intersubjetivas. Entretanto, este estudo aponta a necessidade de novas investigações, utilizando-se métodos mistos para melhor compreensão do impacto dessa abordagem a longo prazo.
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In this article I deal with time as a notion of epistemological content associated though with the notion of a subjective consciousness co-constitutive of physical reality. In this phenomenologically grounded approach I attempt to establish a 'metaphysical' aspect of time, within a strictly epistemological context, in the sense of an underlying absolute subjectivity which is non-objectifiable within objective temporality and thus non-susceptible of any ontological designation. My arguments stem, on the one hand, from a version of quantum-mechanical theory (History Projection Operator theory, HPO theory) in view of its formal treatment of two different aspects of time within a quantum context. The discrete, partial-ordering properties (the notions of before and after) and the dynamical-parameter properties reflected in the wave equations of motion. On the other hand, to strengthen my arguments for a transcendental factor of temporality, I attempt an interpretation of some relevant conclusions in the work of J. Eccles ([5]) and of certain results of experimental research of S. Deahaene et al. ([2]) and others.
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Neste artigo, procuro avaliar o sentido para o projeto dedutivo da Crítica da Razão Pura da distinção, apresentada no 18 dessa obra, entre unidade objetiva e unidade subjetiva da apercepção. Primeiramente, apresento o objetivo geral e os passos fundamentais da dedução transcendental das categorias do entendimento. Em seguida, identifico o esboço de uma estratégia argumentativa, inaugurada no 18 da Dedução, fundada na compreensão da unidade subjetiva da apercepção como um juízo de percepção acerca de "objetos subjetivos". Finalmente, defendo que uma dedução assim construída não é uma prova consistente da possibilidade do conhecimento objetivo, na medida em que pretende se furtar à tarefa de demonstrar que as categorias do entendimento são condições da possibilidade da nossa percepção pré-judicativa de objetos sensivelmente intuídos.
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O artigo examina a noção de extensão conceitual em Kant, a fim de determinar uma visão de predicação que possa integrar, de forma coerente, compromissos teóricos básicos da lógica geral como ele a concebia e os fundamentos de sua lógica transcendental. Após um breve panorama das diversas caracterizações da noção no corpus kantiano, distingo três modelos interpretativos acerca da mesma na literatura. Tais modelos são criticados e suas perspectivas de integrar os compromissos de Kant de modo inteiramente satisfatório são rejeitadas. Finalmente, esboço um tratamento alternativo da concepção kantiana de extensão conceitual, o qual respeita os critérios de adequação que guiaram o exame dos modelos anteriores. Ele aponta, por sua vez, para uma reavaliação da noção kantiana de conteúdo conceitual.
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The aim of this study is to explore longing and its implication for health. The overall purpose is to develop a theory model of longing. The research question is: What is the substance of longing in a caring science perspective? The model is developed based on theoretical and empirical studies, which contains three different research materials; hermeneutic reading of texts by Augustine and Kierkegaard, and interpretation of research interviews with nine women in a cancer context. The design of the study is explorative and the ontological hermeneutics of Gadamer is chosen as a guidance for understanding. The main standpoint of the study is performed within the systematic caring science, which through basic research, generates knowledge about the human desire as crucial for the deeper health processes. Through the contextual study there is a link to the clinical caring science. In the ontology of the systematic caring science, the character of longing is in touch with two different aspects. Longing is rooted in the inner source of love of the ethos of the human where the inscrutable depth exists and contains the reality beyond the visible. Further, longing is essential for human being becoming in health and suffering, through holiness as a unit of body, soul and spirit. The results of the study are presented in a theory model. The model has by abduction provided new and deeper understanding of dimensions of longing related to health. On a general level the forces in longing unfolds in two perspectives; suffering and the basis of love. There appears to be a relationship between human and the source of love in all three materials. When human opens up his life in a larger perspective, resting in love, he can manage to stand in the thrill, and acknowledge loss and emptiness. In the transparency of an inner dialogue unfolding dispair, deeper longing can be opened up so that lives are released from the source of love. The holiness of the human desire has such appeal because the holiness of the source of love is always more than the suffering and the particular. The holiness in longing seems to satisfy the hearts deepest searching. The directon of longing is performed in relation to human and the source of love. The study reveals how longing is associated with the source of love, where the holiness of longing seems to drag the human and by that gives the answer to the seeking of the heart. Dynamics forces have direction from the human suffering in the foundation and a release of the power is given back to transform, deepen and reconcile life and suffering. The movements of the power released by longing are keys to understand the suffering of human in relation to the source of love, becoming in health. By this study, results contribute to deepen the ontological core of caring science. Firstly, human in his longing is connected to the inner ethos and by that the most sacred and absolute in itself so that parts of the potential of love can be released to health. Secondly, longing is the road of reconciliation and can further expand to authentic reconciliation, where human is becoming towards unity and holiness. Thirdly, the spirituality is unfolding through longing and the transcendental is received. In longing, human is in touch with the mystery, the longing exceeds the present and moving towards eternity and infinity, and is in what is yet to come. Such deep experience of longing moments leave an impression and show the longing fulfilled.