113 resultados para Identitário
Resumo:
Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Arquitetura, apresentada na Universidade de Lisboa - Faculdade de Arquitetura.
Resumo:
O presente trabalho surge como resultado da investigação efetuada ao longo das margens do rio Bestança, no concelho de Cinfães, consistindo este não só num contributo para a defesa, preservação, conhecimento e divulgação do notável património molinológico que as margens deste rio albergam, mas também, no estudo do seu estado atual e numa reflexão que questiona o futuro destas, outrora imprescindíveis, estruturas. No sentido de uma melhor fundamentação desta investigação, assim como do estudo e reflexão do tema, foi elaborado o inventário dos moinhos de água localizados nas margens do rio Bestança. Além do inventário, foi também recolhida, analisada e tratada, informação respeitante às suas características, ao seu estado de conservação, sistemas e materiais de construção utilizados. Para um melhor entendimento e contextualização dos temas (moinhos e património), apresentase, de forma sintética, no decurso deste trabalho, um resumo da evolução histórica e tecnológica dos moinhos, assim como uma descrição das várias tipologias existentes. Assim, e da mesma forma, se procede relativamente ao tema património, elaborando-se uma descrição da evolução que o conceito de património, da sua proteção, conservação e restauro, sofreu ao longo dos tempos, assim como de algumas teorias de intervenção a ele associadas. Este trabalho tem o intuito de não só alertar para o estado de degradação e abandono em que se encontra este importante património e de sensibilizar a população, e os poderes administrativos, da sua importância enquanto elemento cultural e identitário do vale do Bestança, como também de apresentar soluções que visem a sua recuperação e valorização, integrando-o de forma sustentável numa nova realidade. Para tal, apresenta-se no final deste trabalho uma proposta de recuperação e adaptação de um moinho a novas funções, que visem potenciar o desenvolvimento económico e social, do local onde este se insere. Apesar de esta investigação se limitar às margens do rio Bestança, foi possível apurar que este património se encontra disseminado por todo o vale, marginando os afluentes deste rio, com capacidade para mover "rodas", espera-se também, que este trabalho seja o mote inicial para a realização da inventariação, estudo, conservação e restauro de todo o extenso espólio patrimonial, molinológico ou não, do vale do rio Bestança.
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O estudo realizado analisa as experiências e vivências profissionais dos inspetores da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, tomando como pano de fundo a perspetiva de que o quotidiano da ação dos atores se configura como uma estruturação e ou restruturação de esquemas de desempenho específicos, mediada pela permanente criação e estabilização de alianças e negociações entre os atores. A partir duma abordagem qualitativa sobre as orientações profissionais, o sentido e a direção da satisfação profissional e as tendências das condições materiais e sociais das suas práticas quotidianas profissionais, conclui essencialmente o seguinte: por um lado, os entrevistados privilegiam uma nova ordem de modelo profissional para o seu grupo, com maiores margens de liberdade e ou de autonomia, e, por outro lado, os inspetores da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica vivem num dilema identitário, face às dificuldades de reconhecimento social da sua profissão como órgão de polícia criminal especializada; Authorithy for the Food and Economy Security and his Inspectors: a sociological analysis of professional group identity dilemmas Abstract: The study analyzes the professional experiences of ASAE inspectors, using as theoretical perspetive that actors everyday action is configured as a structuring and or restructuring of specific performance schemes, mediated by permanent creation and stabilization alliances and negotiations between the actors. Through a qualitative approach to professional guidance, job satisfaction meaning and direction, and trends about the material and social conditions of professional daily practices, I essentially concludes that: on the one hand, respondents are favor a new order of professional model for their group, with higher margins and freedom or autonomy, and, on the other hand, ASAE inspectors are living an identity dilemma, given the difficulties of social recognition of their profession as specialized criminal police corps.
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This article presents a reading of the novel The Brothers, by Milton Hatoum, focused on the narrator’s condition and his identity implications. Nael, the protagonist narrator, grew blended to a family of his own and random at the same time, without knowing his space amongst the group. The uncertainty of his origins have shaped a floating identity between the position of the son/grandson and the position of the employee aggregated to the group. The ambivalences of this identity are narrated searching for answers, the stabilization of Nael’s identity space. To this end, the main instrument is the memory, the only mean to resignify the past and fulfill the lack of wholeness which accompanies Nael: the wholeness is achieved with the agitation of the past, the memories and especially, the silences and the family forgetfulness. The reflections about the possible identity positions of the narrator find support in the theoretical concepts of memory and identity from a sociological and anthropological perspective. Key words: memory; identity; The Brothers.
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This paper aims to investigate the possible relationship between the polyhedral poetic of Murilo Mendes in Poliedro (1972) and the theory of Amerindian Perspectivism of Viveiros de Castro (1996) and Lima (1996). It is proposed to analyze the figurations of non-humans beings in Poliedro in order to demonstrate its uniqueness, indicating a possible underlying cosmopolitics to the murilian poetics. The approach made between the mentioned works points to an interspacing area, which is an intermundane cosmopolitan sphere, whose basic relational principle is a radical acknowledging of the possible alterities. In this sense, the considerations on murilian poetics are tied in the Cosmopolitical Proposal of Isabelle Stengers (2007), suggesting a reconfiguration of the relationships between antropology and fiction. From these considerations, it is advanced, finally, certain questions on the relationship between anthropology and fiction, which imply perhaps seeing poetics, fiction, not as we accounted drifting of ourselves, but as an invitation a spread transindividual and not inter-subjective metamorphosis and alteration process, intra-differentiated and non identitary.
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A obra Oré awé roiru’a ma: todas as vezes que dissemos adeus (2002), de Kaká Jecupé narra a história de um jovem índio que viu a cidade de São Paulo crescer desenfreadamente. O autor abordou em sua narrativa os fatores que interferiram nos costume e na qualidade de vida da comunidade indígena. Apresenta a necessidade de uma negociação entre os povos indígenas e a sociedade nacional para evitar “o extermínio do mundo indígena e do ecossistema”. É um escritor indígena e mediador cultural, cuja trajetória é marcada pelo hibridismo cultural, pois se relacionou com diversas outras etnias. Além do fascínio de escrever, encontrou uma forma aliada na luta pela afirmação identitária indígena. O Brasil é um país que apresenta uma pluralidade muito grande quando se refere ao seu povo e, consequentemente, a sua cultura. As diferenças etnicas que aqui existem devem ser respeitados e valorizadas, pois temos um povo mesclado, miscigenado. Dessa forma, a mestiçagem tornou-se um assunto comum da nação, constituindo o fator identitário do povo habitante deste país. Jecupé tem a preocupação de defender heranças culturais de seu povo através da literatura, através da escrita. Assim, os grupos minoritários podem assumir e defender suas diferenças culturais.
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RESUMO: A educação de surdos hoje no Brasil vive um período de transição, de conflitos e contradições: por um lado o discurso da diferença cada vez mais presente na fala de educadores e em parte da legislação educacional em vigor; por outro lado a “diferença” surda continua sendo representada nas práticas escolares em geral sob a ótica da normalização que insiste em invisibilizar as especificidades linguísticas e culturais dessa minoria, apesar dos avanços alcançados pelo decreto 5626. Com esse cenário em mente objetivamos refletir sobre as pressões normativas guiadas por ideologias monolíngues (BLACKLEDGE, 2000) que tentam formatar um suposto uso ideal de português e de Libras. O capítulo está dividido em três partes: primeiro, apresentamos algumas considerações no âmbito da legislação acerca do estatuto de Libras no Brasil. Em seguida, tematizamos o processo de (in)visibilização das línguas de sinais com vistas a mostrar que a (re)construção do conceito de língua como algo fixo, também, em relação às línguas de sinais, pode ser usado para sedimentar desigualdades em relação ao surdo na escola. Por fim, refletimos, a partir de alguns dados de pesquisa, sobre as tensões existentes entre as línguas nos contextos bi-multilíngues que caracterizam a escolarização de surdos e as ideologias linguísticas que geram efeitos de hierarquização sobre os usos de Libras e de Português.
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A Ilha de Timor, localizada a leste do arquipélago indonésio, corresponde a um território habitado há mais de 40 mil anos e conhecido desde há muitos séculos como fonte de sândalo de alta qualidade. Isso atraiu a atenção dos navegadores portugueses que passavam nesta região no princípio do século XVI. A partir de então, e por mais de 400 anos, Portugal explorou e ocupou esse território, mantendo um controle relativo dos povos locais, organizados em reinos independentes, e medindo forças com a estrutura colonial holandesa. Depois da Segunda Guerra Mundial, com consequências catastróficas para a ilha, as potências europeias enfrentaram os processos de descolonização. Quando a metade oriental da ilha declarou sua independência, o Timor Português daria lugar a República Democrática de Timor-Leste. No entanto, a invasão indonésia retardou por mais de vinte e quatro anos os anseios de liberdade do povo local. Com a participação decisiva da ONU, a resistência timorense obteve, enfim, sua vitória e, em 2002, essa nação pode começar a traçar seu próprio caminho de forma independente. Uma nova página começou a ser escrita, mas não com menos dificuldades e desafios. Nas entrelinhas desta história, a língua portuguesa percorreu uma estrada que a levou a ser escolhida como língua oficial da nação recém-formada. Os desafios gerados a partir desta opção se fundamentam em gerar política e planejamento linguísticos capazes assegurar a difusão e consolidação do português como traço cultural identitário e diferenciador do povo timorense, ao mesmo tempo em que possa acompanhar e fortalecer a tarefa maior da conquista da estabilidade social e política, consolidação da democracia e desenvolvimento desta jovem nação.