1000 resultados para Convicções de Saúde
Resumo:
Introduo: A regulamentao e a fiscalizao tm sido os principais instrumentos do Estado para promover a melhoria da segurana e da saúde no trabalho (SST). Neste estudo, argumenta-se que a combinao desses instrumentos com o uso de incentivos governamentais pode ser mais eficaz para promover essa melhoria. A questo que direcionou este estudo foi: "Quais incentivos governamentais, se implementados, seriam os mais promissores para influenciar a alta administrao das organizaes na melhoria da SST?". Metodologia: Na busca de respostas para essa questo foram entrevistados membros da alta administrao de cinco companhias que operam 11 terminais martimos para granis lquidos no pas. Utilizou-se um questionrio contendo 43 questes que permitiu coletar informaes sobre seis tipos de incentivos: flexibilizao das alquotas de contribuio do seguro acidente do trabalho (SAT), flexibilizao da ocorrncia das fiscalizaes programadas dos ambientes e condies de trabalho, reconhecimento pblico em SST, publicidade negativa em SST, publicidade de dados comparativos do desempenho da SST entre organizaes do mesmo segmento e estabelecimento de requisitos de SST nas licitaes pblicas. Resultados e concluso: Os incentivos estudados tm potencial para exercer influncia nas decises dos entrevistados, com exceo do incentivo na forma de estabelecimento de requisitos de SST nas licitaes pblicas, pois essas companhias no possuem relaes comerciais com o governo. Os incentivos na forma de flexibilizao das alquotas do SAT e na forma de flexibilizao da ocorrncia das fiscalizaes programadas foram apontados como os mais promissores para promover a melhoria da SST
Resumo:
O objetivo desta pesquisa foi desvelar o entendimento dos enfermeiros que atuam em uma Unidade Bsica de Saúde acerca da depresso puerperal. Foram entrevistados os cinco enfermeiros da Unidade entre outubro e dezembro de 2003, utilizando-se de entrevistas individuais, roteirizadas, semi-estruturadas. Os discursos produzidos foram analisados segundo a tcnica do Discurso do Sujeito Coletivo. Os resultados revelaram que apesar de os sujeitos compreenderem seu papel no reconhecimento dos sintomas depressivos nas mulheres, so cnscios de sua inexperincia e desconhecimento acerca do assunto e generalizam essas lacunas para o universo da doena mental. Colocam como principal responsabilidade encaminhar a paciente para outro profissional de saúde. Ainda que difusamente, percebem que o encaminhamento poderia ser apenas um dos elementos teraputicos no processo de reabilitao destas mulheres
Resumo:
Este artigo se prope a analisar o tipo de relao que as Unidades de Saúde estabelecem com os adolescentes no municpio de Fortaleza, CE, na perspectiva da violncia simblica de Pierre Bourdieu. Para tanto, foram organizados seis grupos focais constitudos de profissionais das Unidades Bsicas de Saúde da Famlia. O nmero de participantes variou de 10 a 15 pessoas. Os critrios de escolha das Unidades foram: aquelas que j realizaram algum projeto de promoo saúde ou preveno de doenas com adolescentes; que possuem profissionais que so reconhecidos por desenvolverem atendimento junto aos adolescentes. As falas do grupo foram anotadas e transcritas por um observador independente. O material coletado foi analisado de acordo com os critrios clssicos da anlise de contedo. Os resultados mostraram que h uma descrena na implantao de polticas pblicas para a saúde na adolescncia e que a sustentabilidade de programas e projetos fica fragilizada pela ausncia dessa estrutura de apoio s aes no cuidado aos adolescentes
Resumo:
Inicia-se uma discusso sobre as prticas de saúde e cuidado utilizadas pelos Kaiow e Guarani da Terra Indgena de Caarap no enfrentamento das doenas diarricas na infncia. Utilizou-se de uma contribuio etnogrfica, atravs do uso da tcnica da observao participante e de entrevistas aberta com moradores da comunidade. Em se tratando de uma sociedade que vivencia permanentes transformaes de ordem social advindas das relaes intertnicas e da sucessiva presena dos servios de saúde, observa-se que o significado de diarria infantil, assim como as decises relativas preveno e ao seu tratamento, refletem comportamentos diferenciados e complexos. A diarria, tambm conhecida como chiri, definida atravs de sinais que, de certa forma, so semelhantes aos biomdicos. No entanto, nem sempre as explicaes de causalidade e as formas de tratamento seguem, unicamente, a abordagem biomdica. A variedade de causas da doena diarrica entre as crianas indgenas implica na escolha do processo teraputico, que pode ser desde a procura por um especialista tradicional, realizao de chs e infuses e, ainda, procura pelos servios de saúde. Tais explicaes e formas de tratamento pressupem a existncia de um processo de negociao entre pessoas de uma mesma cultura e de culturas distintas. Neste sentido, os servios de saúde ao tratar a criana com diarria, devem considerar no apenas a perspectiva biomdica, mas tambm dialogar com a percepo e as prticas indgenas na identificao da causalidade, na definio do diagnstico e do tratamento, sobretudo, pela coexistncia destas prticas no contexto local
Resumo:
No presente artigo se abordam as relaes entre saúde mental e as tarefas atuais da democracia no Brasil e, nesse contexto, os desafios que os Hospitais de Custdia e Tratamento Psiquitrico representam para o campo da saúde mental. Considera-se ue os Manicmios Judicirios, sua lgica, sua populao constituem uma das ltimas fronteiras relativamente resistentes a avano do movimento antimanicomial. Com sua especificidade e ambiguidade, entre o crime e a loucura, eles produzeme reproduzem de maneira prtica o mito da periculosidade. Nesse contexto, o artigo examina, especificamente, a questo da responsabilidade do louco infrator
Resumo:
Os distrbios psiquitricos constituem um grave problema de saúde pblica. Por muitos anos, a nica teraputica disponvel ao portador de transtornos mentais era a internao em hospitais psiquitricos. Hoje a Organizao Mundial de Saúde recomenda os servios de base comunitria como modelo de tratamento em saúde mental. Assim, o objetivo descrever as caractersticas de uma rede de ateno saúde mental de base comunitria no municpio de Santo Andr, SP. Foi realizado um estudo retrospectivo do tipo descritivo, em dados secundrios do perodo de 1987 a 2006. O estudo incidiu sobre o histrico, a infra-estrutura, os recursos humanos, a produo, as prticas e processos de trabalho dos servios de saúde mental de Santo Andr. Foram analisados documentos do Programa Municipal de Saúde Mental, da Secretaria Municipal de Saúde, da Prefeitura de Santo Andr, da Associao Jos Martins de Arajo Jnior-Organizao Social De Volta Para Casa. A Secretaria Municipal de Saúde proveu meios para uma transformao dos servios de saúde mental no perodo estudado, partindo de um atendimento exclusivamente manicomial para uma rede de servios de saúde mental com modelo centrado na comunidade, focando a doena no aspecto psicossocial e com abordagem por equipe multiprofissional. Estas aes no municpio de Santo Andr foram corroborativas aos esforos da sociedade civil e o pleno desenvolvimento da mudana do modelo hospitalocntrico
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Nos ltimos 20 anos, houve uma melhoria de praticamente todos os indicadores da saúde materna no Brasil, assim como grande ampliao do acesso aos servios de saúde. Paradoxalmente, no h qualquer evidncia de melhoria na mortalidade materna. Este texto tem como objetivo trazer elementos para a compreenso deste paradoxo, atravs do exame dos modelos tpicos de assistncia ao parto, no SUS e no setor privado. Analisaremos as propostas de mudana para uma assistncia mais baseada em evidncias sobre a segurana destes modelos, sua relao com os direitos das mulheres, e com os conflitos de interesse e resistncias mudana dos modelos. Examinamos os pressupostos de gnero que modulam a assistncia e os vieses de gnero na pesquisa neste campo, expressos na superestimao dos benefcios da tecnologia, e na subestimao ou na negao dos desconfortos e efeitos adversos das intervenes. Crenas da cultura sexual no raro so tidas como explicaes 'cientficas' sobre o corpo, a parturio e a sexualidade, e se refletem na imposio de sofrimentos e riscos desnecessrios, nas intervenes danosas integridade genital, e na negao do direito a acompanhantes. Esta 'pessimizao do parto' instrumental para favorecer, por comparao, o modelo da cesrea de rotina. Por fim, discutimos como o uso da categoria gnero pode contribuir para promover direitos e mudanas institucionais, como no caso dos acompanhantes no parto
Resumo:
Apesar de predominar junto populao a idia de que a violncia sexual praticada por pessoas desconhecidas, na realidade a maioria desses crimes praticada por pessoa identificvel pela vtima. Alm de conseqncias fsicas e psicolgicas, tambm h risco em adquirir o vrus HIV. Para preveno deste, em situao de risco, h orientao para uso da quimioprofilaxia anti-retroviral. Esse uso, por 28 dias, pode trazer efeitos adversos com intensidades variveis. O conhecimento da sorologia anti-HIV do agressor torna-se fundamental para manter, ou suspender, com segurana, essa indicao. Este estudo descritivo, realizado no Conjunto Hospitalar de Sorocaba, teve como objetivo identificar os agressores e suas respectivas sorologias. Foi realizado a partir de fichas de notificao e os pronturios no perodo de julho de 2003 a dezembro de 2005. Encontraram-se 920 vtimas de violncia sexual, com idades entre oito meses e 77 anos, havendo predomnio do sexo feminino (86,5 por cento). Dentre os agressores, 76 por cento foram referidos como identificveis. Indicou-se profilaxia anti-retroviral para 24,9 por cento das vtimas. Para 80 (33,2 por cento) agressores localizados, a busca foi realizada atravs de contato telefnico. Encontrou-se 52,5 por cento em seus domiclios, 45 por cento em Presdio/Delegacia e 2,5 por cento no Pronto Socorro. Um agressor (1,3 por cento) apresentou sorologia positiva para HIV. As buscas encerraram-se, em sua maioria, em at seis dias (80 por cento), possibilitando a suspenso da quimioprofilaxia em 30,6 por cento dos casos. Concluiu-se que a busca ao denunciado permitiu conhecer sua sorologia anti-HIV e suspender, para um tero das vtimas, o uso da quimioprofilaxia anti-retroviral, diminuindo, com isso, a possibilidade de efeitos adversos
Resumo:
A comunicao sempre uma ao que acontece num contexto ou quadro social ou psicossocial,defi nido, entre outros atributos, por apresentarem um idioma de representaes sociais que os indivduos acessam para estabelecerem contatos uns com os outros. No campo da Saúde Coletiva, a tarefa de fazer com que os habitantes de determinadas sociedades, coletividades ou grupos contatem e acolham ideias e/ou prticas que permitam avanos no enfrentamento das diversas facetas do adoecer humano uma busca constante. Neste artigo, procuramos demonstrar como o Discurso do Sujeito Coletivo, como tcnica de pesquisa emprica para a recuperao do pensamento de coletividades, permite iluminar o campo social pesquisado, resgatando nele o universo das diferenas e semelhanas entre as diferentes concepes e vises sobre eventos de saúde e doena dos atores sociais ou sujeitos coletivos que o habitam. Assim, a comunicao em saúde deve trabalhar num contexto de tenso constante entre o semelhante e o diferente, considerando que o comunicador, educador ou promotor de saúde, para entender os indivduos com os quais interage, precisa ter em mente que eles aderem s representaes sociais por instinto gregrio, por necessidade de identificao coletiva e por interesses objetivos
Resumo:
O direito saúde recebeu - pela primeira vez - tratamento constitucional no brasil em 1988, fruto de grande participao popular. Neste estudo, se busca compreender a extenso dessa afirmao e verificar sua implementao normativa e jurisprudencial. A partir do estudo da evoluo dos conceitos de saúde e de direito, concluiu-se que o direito saúde deve implicar a constante participao popular para que possa ser delimitado. Verificou-se, tambm, que o arcabouo normativo vem sendo construdo em conformidade com as exigncias constitucionais. Quanto construo jurisprudencial, se percebeu que ela vem acontecendo de forma errtica e que os tribunais superiores raramente enfrentam a discusso da poltica de saúde desenhada na Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988. Concluiu-se que a afirmao constitucional tem demonstrado vigor, haja vista o grande desenvolvimento normativo conforme `compreenso contempornea; e que o controle judicial da realizao da poltica sanitria ainda incipiente