973 resultados para Habitos alimentares
Resumo:
Atualmente, a disponibilização de informações alimentares e nutricionais em estabelecimentos da área de alimentação não é obrigatória. Porém, os consumidores podem, fácil e rapidamente, obter informações precisas em sites confiáveis ou por meio de aplicativos sobre a composição nutricional e calórica de alimentos. Estudos recentes mostram a importância não só do controle da ingestão diária de calorias, mas também do consumo de carboidratos, que são os nutrientes mais responsáveis por elevar o nível de glicose no sangue. O objetivo deste trabalho é propor um modelo para reconhecimento de alimentos em imagens de refeições por meio de técnicas de Processamento Digital de Imagens, possibilitando assim, a estimativa dos valores nutricionais, calóricos e glicêmicos dos alimentos identificados. Serão analisadas imagens de refeições e mediante reconhecimento, serão estimados os valores calóricos, nutricionais e glicêmicos de cada alimento identificado e da refeição. O procedimento de construção do artefato será conduzido pelo método Design Science Research. O resultado esperado com a finalização do trabalho é o modelo de reconhecimento de alimentos em imagens de refeições e de disponibilização de informações nutricionais, calóricas e glicêmicas validado.
Resumo:
Um ritmo circadiano normal, hábitos alimentares saudáveis, prática de exercício físico regular e uma boa higiene de sono constituem fatores imprescindíveis para o bom funcionamento do organismo e para a prevenção de diversas doenças. Os universitários constituem uma população bastante vulnerável a ritmos circadianos anormais, hábitos alimentares pouco saudáveis, sedentarismo e problemas de sono, provenientes das alterações no seu estilo de vida bem como alterações a nível comportamental. O objetivo deste estudo é identificar o cronótipo (matutino, intermédio ou vespertino), os hábitos alimentares e de sono dos alunos universitários. Neste sentido utilizou-se uma amostra de 302 estudantes da Universidade Fernando Pessoa, no qual 238 são do sexo feminino e os restantes 64 são do sexo masculino. Com a finalidade da recolha de dados foi elaborado um questionário através do Formulários do Google. Para avaliar o tipo de cronótipo dos universitários aplicou-se o Morningness-Eveningness Questionnaire (MEQ) e os hábitos de sono foram avaliados a partir do Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI) e da Epworth Sleepiness Scale (ESS). Para avaliar os hábitos alimentares dos participantes formulou-se um conjunto de questões tendo em conta este objetivo. Estes dados foram recolhidos on-line, tendo sido enviado o questionário a todos os alunos da Universidade Fernando Pessoa através do respetivo correio eletrónico institucional. No final desta investigação, foi possível concluir que a maioria dos alunos universitários apresenta um cronótipo intermédio (50 pontos ± 9,43), hábitos alimentares saudáveis e equilibrados e apresenta ainda uma má qualidade de sono (8 pontos ± 2,86) e padrões de sono irregulares, no entanto, não exibem sonolência diurna excessiva (8 pontos ± 3,96).
Resumo:
Desde tempos remotos que as macroalgas marinhas são utilizadas por comunidades humanas, nomeadamente as orientais, como parte importante da sua dieta alimentar. A composição química das diferentes macroalgas marinhas (algas castanhas – Phaeophyta, algas vermelhas – Rhodophyta e algas verdes – Chlorophyta) confirma que além de terem um valor nutricional satisfatório podem ser uma fonte muito interessante de compostos bioativos como, por exemplo, os compostos fenólicos. Quimicamente os compostos fenólicos caracterizam-se por apresentarem um ou mais grupos hidroxilo ligados a um anel aromático. Estes compostos englobam desde moléculas simples até moléculas poliméricas de grandes dimensões. A maioria dos compostos fenólicos apresenta atividade antioxidante. O interesse pelo estudo de metabolitos secundários das macroalgas com propriedades antioxidantes surgiu, numa primeira fase, como uma tentativa de encontrar substitutos para os antioxidantes sintéticos usados como aditivos alimentares (nomeadamente o BHA e o BHT) que demonstravam possuir efeitos carcinogénicos. No entanto, rapidamente a comunidade científica reconheceu que a aplicação de novos compostos fenólicos naturais é muito mais vasta. Sabe-se hoje que é crucial para a promoção da saúde de um indivíduo que se verifique a manutenção do equilíbrio entre a produção de radicais livres e as respetivas defesas antioxidantes. Quando esse equilíbrio se altera e ocorre uma acumulação de radicais livres no organismo, este entra em stress oxidativo, situação que pode conduzir a danos dos lípidos celulares, proteínas e ácidos nucleicos, o que favorece o aparecimento de diversas doenças e acelera o envelhecimento celular. Assim, atualmente existe um crescente interesse por parte da indústria farmacêutica e da indústria da cosmética no estudo dos compostos fenólicos isolados de macroalgas. De entre estes, destacam-se os florotaninos, que para além das propriedades antioxidantes têm demonstrado possuir outras atividades farmacológicas importantes, tais como atividade antibacteriana, anti-viral, antineoplásica, anti-hipertensora e anti-diabética. Este trabalho consiste numa revisão bibliográfica sobre os diversos compostos fenólicos com atividade antioxidante isolados de macroalgas marinhas e que demonstraram vantagens na sua incorporação, quer em formulações cosméticas, quer em medicamentos, debatendo as suas ações farmacológicas, mecanismos de ação e possíveis aplicações futuras.
Resumo:
A doença celíaca é uma doença autoimune que se traduz numa sensibilidade alimentar crónica ao glúten, que ocorre em indivíduos geneticamente suscetíveis. Em consequência da ingestão de glúten o organismo desenvolve uma reação imunológica contra o próprio intestino. A dieta isenta de glúten é o único tratamento conhecido para esta patologia, adotada para toda a vida, deve ser rigorosa, completa, equilibrada e variada. O presente estudo pretende comparar preços entre categorias de produtos alimentares sem glúten e produtos equiparáveis com glúten. É também objetivo do estudo avaliar o impacto desta despesa no rendimento familiar associado ao cumprimento de uma dieta sem glúten e comparar os resultados da presente recolha de dados com um estudo anterior.
Resumo:
Introdução: A obesidade infantil é, atualmente, a doença nutricional pediátrica mais prevalente a nível mundial. Vários factores podem contribuir para o aparecimento desta patologia, contudo, são os de natureza ambiental, nomeadamente, o comportamento alimentar e o exercício físico, os que exercem maior influência na magnitude da expressão clínica da doença. Neste quadro, teve lugar em Coimbra, durante a última quinzena de Junho de 2014 a "Escola de Verão: Exercício, Alimentação e Saúde", a qual envolveu uma equipa multidisciplinar constituída por nutricionistas, enfermeiros, médicos e profissionais de educação física. Este campo de férias teve como objetivos: incutir estilos de vida saudáveis, baseados numa alimentação equilibrada e na prática regular de exercício físico, por forma a prevenir e/ou tratar a obesidade infantil; diminuir o sedentarismo inerente à época de férias; e, envolver os pais/familiares por forma a conseguir mudar comportamentos de forma efetiva. Metodologia: Participaram na Escola de Verão 36 crianças, as quais foram envolvidas em diversas atividades focadas na promoção de um estilo de vida saudável (alimentação equilibrada, exercício físico e promoção da saúde). Foram realizadas avaliações antropométricas (peso e estatura) e da composição corporal, usando um estadiómetro e uma balança de bioimpedância. Determinou-se o índice de Massa Corporal (IMC), utilizando as curvas de crescimento da OMS para classificar o estado nutricional. A pressão arterial foi avaliada segundo as recomendações da Sociedade Europeia de Hipertensão (ESH) de 2009. Resultados: As 36 crianças tinham uma média de idade de 8 anos (Desvio-Padrão (DP) =1 ano), 52,8% eram do sexo feminino e 47,2% do sexo masculino. No início do campo de férias, 45,7% (n=16) tinham excesso de peso, sendo que destas 34,3% (n=12) eram obesas. No que se refere ao IMC no final houve uma diminuição com significado estatístico (p<0,041) relativamente ao IMC Inicial. Não se verificaram alterações com significado estatístico no que se refere à massa gorda. Conclusões: Ao longo desta quinzena educativa, as crianças, no quadro das respetivas famílias, melhoraram os seus hábitos alimentares e tomaram consciência da relevância da atividade física na prevenção da obesidade e promoção da saúde. Programas deste tipo podem resultar numa abordagem eficaz na prevenção e tratamento da obesidade infantil.
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O aumento da longevidade e o consequente aumento do número de idosos coloca esta temática no plano central das sociedades modernas, nomeadamente na forma como se envelhece. Esta nova tendência demográfica, acarreta consigo novos desafios à responsabilidade individual e coletiva, com impacto significativo no desenvolvimento económico dos países, sendo um deles assegurar que os idosos vivam mais anos, com O presente estudo decorreu no Centro de Saúde de São Martinho do Bispo e teve como objetivos: caracterizar a QV qualidade de vida das pessoas com 60 e mais anos; analisar as variáveis sociodemográficas (idade, sexo, estado civil, coabitação, escolaridade e fonte de rendimento) com a QV qualidade de vida; analisar as variáveis estilos de vida (tabaco, álcool e hábitos alimentares) e o suporte social com a QV. Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo-correlacional. A amostra foi constituída por 74 participantes, selecionados e por amostragem acidental . Foi aplicado Oo instrumento de recolha de dados foi composto pela caracterização sociodemográfica da amostra e pelas escalas: WHOQOL-OLD (World Health Organisation Quality of Life) e MSPSS (Multidimensional Scale Perceived Social Support). OS idosos representados na amostra apresentam uma QV moderada (65,85%). Em termos de características sociodemográficas, os homens possuem melhor QV que as mulheres , (p=0,007) e, idosos com maior escolaridade também possuem melhor QV (p=0,008). No que concerne aos estilos de vida, os dados sugerem que as pessoas que consumem álcool de forma moderada , possuem melhor QV (p=0,006). O suporte social apresenta uma correlação significativa, positiva e de força fraca com a QV (r_s=0,377; p=0,001). Conclui-se assim ,que a QV é um fenómeno multidimensional, que vai para além das variáveis sociodemográficas, de estilos de vida e de suporte social, pelo que o seu estudo impele para a análise de outros fatores.
Resumo:
A etiologia da alveolite é desconhecida. Considera-se não haver uma causa específica, mas sim uma associação de factores inerentes ao seu aparecimento. O diagnóstico é realizado, geralmente, entre o 2º e 5º dia após exodontia, sendo bastante claro. Manifesta-se por uma dor aguda e pulsátil, mal controlada com analgésicos, e de apresentação clínica uma inflamação da mucosa em torno do alvéolo, com parcial ou total perda do coágulo, apresentando-se este vazio ou com tecido necrótico e/ou restos alimentares. Pode ainda haver uma exposição óssea. Diversas são as taxas de incidência, variando consoante os factores de risco predisponentes da doença. São estes a idade, género, ciclo menstrual e toma de contraceptivos orais (nas mulheres), trauma cirúrgico e experiência do médico, a indicação da extração, bem como características do dente a ser extraído, ainda as técnicas e anestesia usadas, bem como remanescentes ósseos e/ou radiculares, uso de retalhos e suturas, patologias sistémicas, medicação e cuidados pós-operatórios do doente. Todos estes podem ter impacto no desenvolvimento desta condição, devendo o médico dentista eliminá-los e reduzi-los ao máximo. A prevenção aplica-se a medidas não farmacológicas, como redução de factores de risco, em combinação a terapia farmacológica, de modo a favorecer uma correta cicatrização. Recurso a soluções antissépticas, medicação tópica (intra-alveolar) e prescrição sistémica de antibióticos e anti-inflamatórios não esteroides são algumas dessas medidas. Ao nível do tratamento, vários métodos e materiais estão disponíveis no mercado. Por ser uma condição que o próprio organismo “combate”, o objectivo terapêutico passa basicamente pela redução dos sintomas debilitantes do paciente e controlo bacteriano. A opção é individual, uma vez que não existe nenhum tratamento com características ideais, sendo os resultados na literatura bastante discrepantes. Limpeza do alvéolo, medicação intra-alveolar (tópica) e/ou sistémica, bem como terapia com laser de baixa intensidade, são algumas opções. A administração antibiótica deve ser reservada para casos especiais, não devendo ser abordada como método de rotina. Analgésicos são uma opção, podendo ser aconselhada consoante o quadro clínico doloroso. Também o reforço para uma higiene oral rigorosa, com irrigação do alvéolo para evitar detritos e impactação alimentar (no caso de não existirem obtundantes intra-alveolares) devem ser preocupação do médico dentista. Deve haver um seguimento regular do paciente, especialmente se aplicados medicamentos tópicos, para avaliação e renovação (se necessário) do curativo até recuperação. O médico dentista deve saber identificar um caso de alveolite, encontrando-se informado e consciente das várias opções preventivas e terapêuticas. Estudos mais claros e objectivos são necessários na procura de critérios de diagnóstico genéricos da doença, bem como terapêuticas preventivas e de tratamentos com taxas de sucesso altas e suportadas por evidência científica. Para que, desta forma, seja elaborado um protocolo universal a seguir na prática clínica.
Resumo:
Enquadramento: A investigação em enfermagem é escassa no que se refere a alterações relacionadas com a alimentação em doentes oncológicos pediátricos, durante os tratamentos, e às estratégias adaptativas utilizadas, sendo pertinente a realização de estudos nesta área. Objetivos: Com a presente investigação pretendeu-se identificar as alterações sentidas e problemas alimentares mais frequentes em crianças e adolescentes a realizarem quimioterapia; identificar as estratégias adaptativas utilizadas, assim como, identificar relações entre estas variáveis e as características sociodemográficas e clínicas. Metodologia: Realizou-se uma investigação quantitativa, descritivo-analítica, com uma amostra de 30 crianças/adolescentes, nos primeiros seis meses de tratamento de quimioterapia. Os dados foram colhidos através de entrevista coletiva e autorrelato respondendo a um questionário de variáveis sociodemográficas e clínicas; a um Inventário de alterações e problemas relacionados com a alimentação e a um Inventário de estratégias de adaptação relacionadas com a alimentação (adaptado de Rehwaldt et al., 2009). Os dados foram processados e analisados informaticamente com recurso ao Statistical Package for the Social Science (SPSS), na versão 22.0 para Windows. Resultados: Apesar de a maioria dos entrevistados manter o seu padrão alimentar, registou-se em várias crianças/adolescentes alterações no que se refere a alimentos (carne, alimentos fritos, lacticínios e peixe) e a bebidas (bebidas com gás). Tal poderá dever-se às alterações alimentares mais sentidas (perda significativa de paladar ou olfato mais apurado), ou aos problemas alimentares referidos mais frequentemente (náuseas, vómitos ou dificuldade em engolir). As estratégias consideradas mais eficazes pelas crianças/adolescentes foram: comer alimentos mais proteicos, beber mais água às refeições para ajudar a diminuir o mau sabor, escovar os dentes antes e/ou depois de comer. As estratégias referidas como menos eficazes foram: usar menos sal e diminuir a quantidade de temperos e especiarias. Foram encontradas diversas relações estatisticamente significativas entre as variáveis estudadas. Conclusão: É fundamental que o enfermeiro, como elemento da equipa multidisciplinar, centre os seus esforços na identificação de possíveis alterações e problemas alimentares nas crianças e adolescentes sujeitos a quimioterapia, de modo a personalizar os ensinos acerca da alimentação e a propor estratégias que se adequem a cada situação.
Resumo:
Con un diseño descriptivo de corte transversal se incluyeron 530 escolares: 295 mujeres (55,7) y 235 varones (44,3) en los que se calculó la prevalencia de sobrepeso y obesidad y sus factores asociados. El IMC fue calculado mediante tablas de distribución percentilar del Centro Nacional de Estadísticas de Salud de los EUA y los factores asociados mediante Razón de Prevalencias (RP) con un intervalo de confianza del 95(IC95). Resultados. La prevalencia de sobrepeso fue del 18,9y de obesidad del 15,3. El sobrepeso en las mujeres fue del 7,5y en los varones del 11,3. La obesidad fue del 4,5en las mujeres y del 10,8en los varones. Los factores asociados al sobrepeso fueron: la edad de 10 a 12 años, RP = 1,3 (IC950,9 - 1,9); sexo masculino RP = 2,2 (IC951,6 - 3,2); antecedentes de padres obesos RP = 1,4 (IC950,3 - 5,5); condiciones económicas regulares RP = 1,3 (IC950,9 - 1,9); hábitos nutricionales no saludables RP = 20,8 (IC9511,8 - 36,6) y poca actividad física RP 1,03 (IC950,6 - 1.6). Los factores asociados a la obesidad fueron: la edad de 5 a 6 años, RP = 1,6 (IC951,0 - 2,4); sexo masculino RP = 3,4 (IC952,2 - 5,3); antecedentes de padres obesos RP = 1,1 (IC950,3 - 3,5); las condiciones económicas regulares RP = 1,2 (IC950,8 - 1,8) y los hábitos nutricionales no saludables RP = 235,5 (IC9533,1 - 1672). La asociación con hábitos nutricionales no saludables y sexo masculino fue significativa tanto en el sobrepeso como en la obesidad (P = 0,0001). Implicaciones: la mayor parte de estudios transversales que identifican factores asociados al sobrepeso y obesidad así como el incremento de las tasas de prevalencia coinciden en señalar que el exceso de ingesta alimentaria, hábitos no saludables y actividad física sedentaria serían las principales determinantes. El sobrepeso y la obesidad infantil deben ser intervenidos con urgencia en prevención a sus efectos en la vida adulta. Es hora de incluir los conocimientos sobre una correcta nutrición en la niñez como parte de los programas educativos en general
Resumo:
Eventos climáticos extremos poderão ter conduzido à instabilidade de habitats e em última instância à sua fragmentação, causando repercussões ainda visíveis nos predadores de topo, tais como o boto (Phocoena phocoena). Consequentemente, os indivíduos que não se adaptaram, tiveram de procurar novos habitats com as respetivas condições ideais, nomeadamente os indivíduos da população de botos do Atlântico Este (norte e sul da Baía de Biscaia). O presente estudo focou-se em indivíduos da costa portuguesa (representando uma amostra da população residente a sul da Baía de Biscaia) e, recorrendo a informação proveniente de estudos previamente realizados, procurou salientar diferenças entre os botos que habitam ao longo do Atlântico Este. Foi aplicado um método de limpeza e branqueamento em crânios de boto, para posterior medição. Foram medidos 65 crânios de botos (programa Image J®), providenciados pela rede de arrojamentos de animais marinhos e obtidos no âmbito do projeto LIFE+ MarPro. As comparações das medidas dos crânios entre géneros foram realizadas a partir de modelos alométricos (programa GraphPad Prism ®) e as comparações entre géneros de cada estágio de desenvolvimento foram efetuadas com recurso a uma análise de PERMANOVA unifatorial (usando distâncias euclidianas), através do programa PAST® v. 2.12. Concluiu-se que na população em estudo, tanto as fêmeas como os machos apresentaram um modelo de alometria negativa. Reportou-se que as fêmeas apresentam comprimentos corporais superiores aos machos, assim como comprimentos e larguras cranianas. Comparativamente aos indivíduos da população a norte da Baía de Biscaia, a amostra de estudo da população do sul da Baía de Biscaia (representada pelos indivíduos da costa portuguesa) apresentou maiores comprimentos corporais e cranianos e maior largura craniana. Estes resultados corroboram observações prévias sobre a população de botos do Atlântico, que detetaram já diferenças genéticas e partilha limitada de genes, diferenças nos hábitos alimentares e habitats distintos nos botos de norte e sul da Baía de Biscaia.
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O golfinho-comum (Delphinus delphis) é uma das espécies de cetáceos mais abundantes e mais amplamente distribuídas em todo o planeta, sendo a espécie mais abundante ao longo da costa continental portuguesa. Algumas das suas principais presas apresentam um elevado interesse comercial estando por isso, muitas vezes, associado a capturas acidentais em artes de pesca. Contudo, estudos mais recentes sobre os hábitos alimentares desta espécie na costa portuguesa são escassos. Assim, este estudo visa contribuir para a avaliação da ecologia alimentar deste cetáceo na costa portuguesa através de índices de importância numérica, ocorrência e do peso estimado, permitindo descrever a dieta não só em termos qualitativos, mas também em termos quantitativos. Foram examinados os conteúdos estomacais de 55 golfinhoscomuns arrojados na costa continental portuguesa (norte e centro) entre 2004 e 2015. De um total de 6699 presas identificadas, 66% pertenciam à classe dos peixes, 32% eram cefalópodes e 3% eram crustáceos. As espécies-presa de peixes mais importantes em termos de importância numérica foram os góbios (Gobiidae) e o carapau (Trachurus sp.). Em relação à ocorrência foram o góbio (Gobiidae) e a sardinha (Sardina pilchardus), seguidas de carapau, as espécies predominantes. Relativamente ao peso, a sardinha foi a espécie-presa predominante, seguida de faneca (Trisopterus luscus) e carapau. Quanto aos cefalópodes, a lula-bicuda (Alloteuthis sp.) foi a espécie mais importante, tanto em termos de importância numérica como em termos de ocorrência. A lula-comum (Loligo sp.) foi a mais importante em termos de peso total estimado. As espécies demersais dominaram a dieta do golfinho-comum, com uma percentagem numérica de 40%. Foram detetadas diferenças entre machos e fêmeas na composição da dieta relativamente à sardinha. Foram detetadas diferenças entre indivíduos maturos e imaturos na composição da dieta relativamente à lula-bicuda. A diversidade de presas observada nos conteúdos estomacais do golfinho-comum sugere um comportamento oportunista, consumindo as presas mais abundantes, localmente. As interações com as artes de pesca podem levar a uma elevada mortalidade destes mamíferos marinhos. Deste modo, a realização de estudos sobre os hábitos alimentares de cetáceos permitem uma melhor compreensão das possíveis interações com a pesca, e a melhoria de estratégias de conservação para evitar a morte destes animais.
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O conhecimento de como os mamíferos carnívoros de médio e grande porte Neotropicais capturam e manipulam suas presas é incipiente, e algumas espécies podem somente ser investigadas por análises das fezes, e certos presupostos teóricos sobre forrageo podem ser aplicados e testados a partir da análise da dieta. Lontra longicaudis é um mamífero aquático cuja as fezes podem ser facilmente reconhecidas e coletadas para fornecer informação básica referentes a ecologia de forrageamento da espécie. Com base nessa situação, foram desenvolvidas duas questões relacionadas a dieta, como: (I) Se a 30 composição de presas na dieta varia entre as estações ao longo do ano? E qual o tamanho da magnitude do efeito deste fator? (II) Se a amplitude da dieta varia entre as estações? Nós respondemos estas questões por meio da análise das fezes. Foram realizadas 12 expedições mensais para as coletas, em um trecho de 13 quilômetros do baixo curso do Arroio Grande. Cada fezes foi coletada individualmente, e dados como data e posição geografica anotados. As presas foram classificadas por categorias alimentares (peixes, mamíferos, aves, anfíbios, serpentes, crustaceos e insetos) e em nível de família. A alimentação de L. longicaudis foi a baseada em peixes, com uma amplitude de dieta estreita. As famílias Cichlidae e Callichthyidae predominaram na dieta ao longo do ano. A composição de peixes na dieta variou sazonalmente, porém, a amplitude da dieta não variou. Assim Lontra longicaudis caça presas e mantém certo grau de felxibilidade alimentar ao longo do ano.
Resumo:
Os filmes são produzidos a partir de macromoléculas, que podem ser utilizados como embalagem, como os polissacarídeos, lipídeos e proteínas. As proteínas se destacam dos demais, pois possuem uma estrutura com 20 monômeros diferentes, que confere um amplo potencial de ligações intermoleculares. A incorporação de agentes ativos em filmes é uma alternativa como embalagem, para inibir ou retardar a multiplicação de microrganismos patógenos e deteriorantes em alimentos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade antimicrobiana de filmes à base de isolado protéico de anchoita (Engraulis anchoita) – IPA adicionados de ácidos orgânicos. Para tanto, foi elaborado o IPA, pela solubilização alcalina da proteína e precipitação no ponto isoelétrico a partir de carne mecanicamente separada. O IPA foi avaliado quanto a sua composição proximal, aminoacídica e por DSC. A solução formadora dos filmes foi elaborada a partir de IPA, água, glicerol e hidróxido de sódio. As formulações dos filmes foram elaboradas segundo um planejamento fatorial 23 . Foram avaliadas as propriedades físico-químicas de resistência a tração (RT) e elongação (E); espessura, solubilidade e permeabilidade ao vapor de água (PVA); a diferença de cor (∆E*) e opacidade (Y) e microscopia eletrônica de varredura (MEV) de filmes à base de IPA. Os filmes com diferentes concentrações de ácido sórbico (AS) ou ácido benzóico (AB) foram desenvolvidos a partir da condição cujo as propriedades físico-químicas foram as melhores, sendo comparados aos filmes controles. Estes, foram avaliados quanto a sua atividade antimicrobiana frente aos microrganismos Escherichia coli O157:H7, Listeria monocytogenes, Staphylococcus aureus e Salmonella Enteritidis pelo método de difusão em disco, além das propriedades físico-químicas, MEV e FT-IV. Os filmes com maior atividade antimicrobiana e os filmes controle foram aplicados sobre carne bovina, inoculados com os microrganismos inibidos no método de difusão em disco e armazenados a 5°C. Estes, foram avaliados a cada 2 dias durante 12 dias de armazenamento, pela método de contagem em gotas. O IPA apresentou 88,8% de proteína e 53,3% de aminoácidos polares e temperatura de desnaturação de 62,2°C. A espessura, PVA, ∆E* e Y dos filmes não foram afetados pelas variáveis estudadas no experimento. A menor solubilidade e maior RT dos filmes ocorreram em baixa concentração de IPA, glicerol e tratamento térmico, mas a E aumentou com o acréscimo dessas variáveis. As MEV das superfícies dos filmes foram homogêneas, para aqueles com leve tratamento térmico. O aumento da concentração de AS e AB na faixa de 0,50 a 1,50% resultou na diminuição da RT e aumento da E, solubilidade, ∆E* e Y. Houve mudança da organização molecular e interações intermoleculares entre as moléculas de IPA e AB testados pela avaliação do FT-IV. As MEV revelaram microporos em filmes com 1,50% de AS, o que resultou em filmes com menor homogeneidade. A maior atividade antimicrobiana foi verificada nos filmes com 1,50% de AS e AB frente a E. coli O157:H7, L. monocytogenes e S. Enteritidis. Estes filmes foram aplicados sobre carne bovina inoculada com E. coli O157:H7 e L. monocytogenes. Os filmes de AS frente a E. coli O157:H7 e L. monocytogenes apresentaram uma redução de 5 e 4 log UFC.g-1, respectivamente, em relação ao filme controle. O efeito do AB frente a estas bactérias, apresentou uma redução de 6 e 5 log UFC.g-1, ao final do 12° dia de armazenamento, respectivamente. Os filmes elaborados à base de IPA, adicionados de AS ou AB podem ser eficazes contra os patógenos alimentares testados.