Alveolite


Autoria(s): Leitão, Margarida Trindade de Almeida
Contribuinte(s)

Macedo, José Paulo

Data(s)

21/10/2016

21/10/2016

22/09/2016

Resumo

A etiologia da alveolite é desconhecida. Considera-se não haver uma causa específica, mas sim uma associação de factores inerentes ao seu aparecimento. O diagnóstico é realizado, geralmente, entre o 2º e 5º dia após exodontia, sendo bastante claro. Manifesta-se por uma dor aguda e pulsátil, mal controlada com analgésicos, e de apresentação clínica uma inflamação da mucosa em torno do alvéolo, com parcial ou total perda do coágulo, apresentando-se este vazio ou com tecido necrótico e/ou restos alimentares. Pode ainda haver uma exposição óssea. Diversas são as taxas de incidência, variando consoante os factores de risco predisponentes da doença. São estes a idade, género, ciclo menstrual e toma de contraceptivos orais (nas mulheres), trauma cirúrgico e experiência do médico, a indicação da extração, bem como características do dente a ser extraído, ainda as técnicas e anestesia usadas, bem como remanescentes ósseos e/ou radiculares, uso de retalhos e suturas, patologias sistémicas, medicação e cuidados pós-operatórios do doente. Todos estes podem ter impacto no desenvolvimento desta condição, devendo o médico dentista eliminá-los e reduzi-los ao máximo. A prevenção aplica-se a medidas não farmacológicas, como redução de factores de risco, em combinação a terapia farmacológica, de modo a favorecer uma correta cicatrização. Recurso a soluções antissépticas, medicação tópica (intra-alveolar) e prescrição sistémica de antibióticos e anti-inflamatórios não esteroides são algumas dessas medidas. Ao nível do tratamento, vários métodos e materiais estão disponíveis no mercado. Por ser uma condição que o próprio organismo “combate”, o objectivo terapêutico passa basicamente pela redução dos sintomas debilitantes do paciente e controlo bacteriano. A opção é individual, uma vez que não existe nenhum tratamento com características ideais, sendo os resultados na literatura bastante discrepantes. Limpeza do alvéolo, medicação intra-alveolar (tópica) e/ou sistémica, bem como terapia com laser de baixa intensidade, são algumas opções. A administração antibiótica deve ser reservada para casos especiais, não devendo ser abordada como método de rotina. Analgésicos são uma opção, podendo ser aconselhada consoante o quadro clínico doloroso. Também o reforço para uma higiene oral rigorosa, com irrigação do alvéolo para evitar detritos e impactação alimentar (no caso de não existirem obtundantes intra-alveolares) devem ser preocupação do médico dentista. Deve haver um seguimento regular do paciente, especialmente se aplicados medicamentos tópicos, para avaliação e renovação (se necessário) do curativo até recuperação. O médico dentista deve saber identificar um caso de alveolite, encontrando-se informado e consciente das várias opções preventivas e terapêuticas. Estudos mais claros e objectivos são necessários na procura de critérios de diagnóstico genéricos da doença, bem como terapêuticas preventivas e de tratamentos com taxas de sucesso altas e suportadas por evidência científica. Para que, desta forma, seja elaborado um protocolo universal a seguir na prática clínica.

The etiology of alveolitis is unknown. It is considered that there isn’t a specific cause, but rather a combination of factors inherents in its appearance. The diagnosis is made, usually between the 2nd and 5th days after the tooth extraction, is quite clear. It is manifested by a sharp, throbbing pain, poorly controlled with painkillers and clinically presents an inflammation of the mucosa around the alveoli, with partial or total clot loss, presenting empty or with necrotic tissue and/or food debris. Can still have a bone exposure. There are several incidence rates which depend on the predisposing risk factors of the disease. These are age, gender, menstrual cycle and taking oral contraceptives (women), surgical trauma and medical experience, as well as the extraction and tooth characteristics, also the techniques and anaesthesia used and remaining bone and/or roots in the alveoli, the use of flaps and sutures, systemic diseases, medication and postoperative care of the patient. All of these can have an impact on the development of this condition, the dentist should eliminate them and reduce them to the maximum. Prevention applies to non-pharmacological measures, such as the reduction of risk factors, and drug therapy, in order to promote proper healing. Use of antiseptic solutions, topical medications (intra-alveolar) and prescription of systemic antibiotics and anti-inflammatory drugs are some of these measures. In terms of treatment, various methods and materials are available in the market. As this is a condition that the organism itself "combats", the therapeutic goal is basically the reduction of the debilitating symptoms of the patient and the bacterial control. It’s a personal option, since there is no treatment with ideal characteristics, all of them with very different results presented in the literature. Alveolus cleaning, intra-alveolar (topical) and/or systemic medication, as well as low level laser therapy are some options. Antibiotic administration must be reserved for special cases, should not be used as a routine method. Analgesics are an option and may be recommended depending on the painful clinical picture. The reinforcement of a rigorous oral hygiene, with irrigation of the alveoli to prevent debris and food impaction (if there are no intra-alveolar obtundants) should be concern of the dentist. There should be a regular patient followup, especially if applied topical medications, for evaluation and replacement (if necessary) of the dressing until recovery. The dentist should be able to identify a case of alveolitis, beeing informed and aware of the various preventive and therapeutic options. Clearer and more objective studies are needed in the search for a generic criteria diagnosis of the disease as well as preventive and therapeutic treatments with high success rates and supported by scientific evidence. In order to be created a universal protocol to be followed in clinical practice.

Identificador

http://hdl.handle.net/10284/5599

Idioma(s)

por

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Medicina Clínica
Tipo

masterThesis