877 resultados para Educadoras de infância portuguesas
Resumo:
Os conhecimentos parentais sobre o desenvolvimento da criança na primeira infância são como a literatura mostra, fundamentais no modo como os pais interagem e atuam com os seus filhos, ou seja, nas práticas educativas parentais, sendo determinantes no comportamento e desenvolvimento futuro dos seus filhos. Muito pouco se tem investido neste tema, ao nível nacional, embora o mesmo não se verifique ao nível internacional. Neste sentido, parece especialmente interessante explorar esta dimensão em pais de crianças portuguesas com um instrumento também pouco conhecido na realidade portuguesa. O presente estudo tem como objetivo caraterizar os conhecimentos sobre o desenvolvimento infantil de um grupo de mães de crianças do pré-escolar, que frequentavam jardins-de-infância na margem sul do Tejo. Para tal pudemos contar com a colaboração de 110 mães de crianças com idades compreendidas entre os 3 e os 7 anos que acederam em participar, preenchendo um questionário com 58 itens, adaptado do “Knowledge of Infant Development Inventory - Preeschoolers” (KIDI-P); (MacPhee, 1981). Os dados obtidos através do KIDI-P, foram cruzados com diversas variáveis sociodemográficas, tendo-se verificado alguns resultados, significativos, nomeadamente no que se refere ao nível de instrução, de situação profissional e nível de rendimento familiar. O nível de instrução, apresenta uma correlação significativa com os conhecimentos maternais, sendo que quanto mais baixo, menor o número de respostas corretas. As mães empregadas conseguem dar um maior número de respostas corretas, demonstrando assim mais conhecimento sobre o desenvolvimento da criança, do que as que estão desempregadas, assim aquelas com nível baixo de rendimento familiar apresentam mais respostas erradas do que as que têm rendimento familiar mais elevado. Podemos assim concluir que algumas variáveis sociodemográficas estão relacionadas com o conhecimento das mães sobre o desenvolvimento da criança, confirmando vários dos estudos científicos realizados ao nível internacional.
Resumo:
O presente Relatório Final foi elaborado no âmbito da unidade curricular de Prática Educativa, tendo como finalidade a obtenção do grau de Mestre em Educação Pré-Escolar. Este documento pretende descrever o meu percurso enquanto estagiária em duas instituições de educação pré-escolar. O primeiro estágio realizado com crianças de berçário e o segundo estágio com crianças, com idades compreendidas entre os três e os seis anos. Ambos foram realizados em instituições de contexto urbano. Este relatório contém uma componente reflexiva bem como, uma componente descritiva. Assim, primeiramente contextualiza-se e caracteriza-se as instituições e o grupo de crianças, bem como as práticas das educadoras cooperantes. E a segunda parte é referente à análise critico-reflexiva de cinco experiências-chave, sendo uma sobre o estudo realizado com as crianças e que nos leva a compreender a perspetiva das mesmas sobre o Jardim-de-Infância.
Resumo:
O presente estudo enquadra-se no domínio das Ciências da Educação e na área específica da Análise da Acão Educativa. Não se afastando das preocupações inscritas nos objetivos de um mestrado de autor "A Criança em Diferentes Contextos Educativos”, também se compagina com as nossas determinações pessoais e profissionais, empreendidas na convicção da investigação como um projeto de vida. Para o efeito, arquitetámos o nosso universo de estudo a partir da observação naturalista em sete salas de creche e de jardim-de-infância do distrito de Évora. Da população estudada fizeram parte diferentes acores educativos, entre eles, as crianças dos 3 meses aos 6 anos de idade, as educadoras e as auxiliares de Acão educativa. Pretendemos, a partir dos sinais emitidos pelas crianças, retirar indicadores de necessidades educativas, para compreender as atitudes e comportamentos dos agentes educativos (educadores e auxiliares) na sua prática pedagógica, inferindo das suas próprias necessidades formativas. Procurámos saber como eram feitos os diagnósticos de necessidades (educativas das crianças e formativas dos educadores) e como organizavam a sua relação com outros acores educativos, no sentido de um desenvolvimento holístico da criança. Dada a natureza e o objeto de estudo, optámos por uma metodologia qualitativa de carácter interpretativo, configurada num estudo de caso. Utilizámos a linha de Investigação-Acão/Formação, preconizada por Luís Barbosa, integrada na sua "Escola Sensível e Transformacionista", que radica os seus fundamentos na ideia de que o jardim-de-infância, tal como outra qualquer organização educativa, deve ser um "Observatório de Caracterização de necessidades educativas das crianças e formativas dos sues agentes educativos”, gerido na perspetiva da mudança. Neste enquadramento de ideias, ao qual aderimos por convicção, utilizámos, para caracterizar o real, a Observação como técnica privilegiada, pese embora as limitações que lhe são subjacentes. Minimizámos este facto, triangulando os dados com entrevistas semiestruturadas e notas de campo. Suportámo-nos da Técnica do Espelhamento, da Pedagogia de Ajuda, da Renomeação de Experiências e da Extensibilidade de Si, às quais, pela sua importância demos ênfase no enquadramento teórico. O nosso estudo permitiu-nos inferir que, a relação diagnostica nos processos de ensino/aprendizagem, naqueles contextos, parece estar correlacionada com o facto de que os agentes educativos ainda necessitam de adquirir um leque variado de competências, relacionadas com o Saber-Ser e o Saber-Estar, que lhes permitam atitudes relacionais pró-activas e maior sensibilidade para captar as emoções e as sensações das crianças. Este facto vem corroborar o facto de termos verificado que os agentes educativos não usam o diagnóstico de necessidades como âncora de organização das suas práticas educativas o que não contribui de forma sustentável para a promoção do bem-estar e do desenvolvimento integral da criança. ABSTRACT: The present study lies within the field of Educational Sciences in the specific area of analysis of education. Not moving away from the concerns listed in the goals of an author master degree "The Child in Different Educational Contexts”, it also fits our personal and professional decisions, undertaken in the belief of research as a project of life. We chose the universe of our study from naturalistic observation in seven rooms of Nurseries and Infant Schools in the district of Évora. The study population consisted of children from three months to six years old, educators and assistants of education. From signals emitted by children, we intended to take indicators of educational needs to understand the attitudes and behavior of the educators and their assistants in their pedagogical practice, inferring their own educational needs. We tried to know how the diagnoses of needs were made (educational needs of the children and training needs of the educators) and how they organized their relationship with other educational agents towards a holistic development of children. Considering the nature and purpose of the study we opted for a qualitative methodology of interpretative nature, in a case study. We used the action research training line, advocated by Luís Barbosa in his work "Escola Sensível e Transformacionista" (Sensitive and Transformational School), whose reason lies in the idea that Infant Schools, like other educational organizations, should be centers for the characterization of children’s educational needs and educational agents' formative needs, managed in terms of change. ln this framework of ideas, that we adopted by conviction, we used the observation as the main technique, despite its limitations. To minimize them we triangulated the data with semi structured interviews and field notes. We used the techniques of Mirroring, Pedagogy of Help, renaming of Experiences and Extensibility of Yourself, and, because of their importance, we focused on them in the theoretical framework. This study allowed us to infer that the diagnostic relationship in the teachinglearning processes, in those contexts, seem to be correlated with the fact that the educational agents still need to acquire a wide range of skills related to the Know How To Be, to provide them with proactive relational attitudes and a bigger sensibility to get the children's emotions and sensations. We also found that the educational agents don't use a diagnostic of needs as anchor of the organization of their educational practices, what does not contribute in a sustainable way for the promotion of the well being and integral development of the child.
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Consultoria Legislativa - Área XVI - Saúde Pública e Sanitarismo.
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Francisco Manuel de Melo nasceu em Lisboa, em 23 de novembro de 1608 e morreu na sua quinta em Alcântara, em 13 de outubro de 1666. Estudou em colégio Jesuíta, especializando-se em Filosofia e Teologia. Aos dezessete anos, decidiu seguir carreira militar. Condenado por instigar homicídio, esteve preso por onze anos e, em 1655, foi degredado para o Brasil, para onde partiu na armada de Francisco de Brito Freire. Retornou a Portugal em 1658. De lá foi para Itália, onde permaneceu por alguns anos e começou, em 1664, a fazer uma edição completa de suas obras, as quais por motivo ignorado não deu continuidade. Transferiu-se para Lisboa onde veio a falecer. Historiador, poeta, orador e crítico moralista, Francisco Manuel foi um dos escritores mais eruditos e polidos. ‘Obras metricas’ reúne a produção lírica de D. Francisco Manuel e foi editada integralmente em 1665. O volume agrupa as seguintes composições poéticas: ‘Las tres musas dei Mellodino’, que fora publicada separadamente em 1649; o ‘Panthéon’; ‘As segundas três musas do Mellodino’, escrita em língua portuguesa; o ‘Auto do fidalgo aprendiz’ apensa ao ‘Pantheón’; e, por último, ‘El tercer coro de las musas dei Mellodino’
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348 p.: gráf. Nota: tesis impresa en español y portugués, defendida en ambos idiomas
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Esta tese discute cura e cuidado a partir da doença crônica infantil. Partimos da constatação de que a Biomedicina prioriza o diagnóstico, o conhecimento da doença e sua cura; a terapêutica fica habitualmente relegada à segundo plano. O impacto dos avanços tecnológicos nesta Medicina se faz notar nos atuais questionamentos sobre os limites da vida, da morte e da monstruosidade. Diante da doença grave, progressiva e incurável na infância a discussão destes limites se torna urgente. Ressaltamos o potencial, pouco explorado, de práticas e relações médico-sociais no tratamento de crianças com estas enfermidades bem como no cuidado de suas famílias. Valorizamos a busca de sentido, a percepção da doença pelo paciente, sua família e a equipe de saúde do hospital, a qualidade da relação médico-cliente (paciente-pais), a fé na cura e os grupos de ajuda mútua. Acreditamos na importância da construção contínua de um projeto possível para lidarmos com estas adversidades. Levantamos a perspectiva dos cuidados paliativos, num enfoque mais amplo para tratamento de qualquer paciente que não busque unicamente a cura da doença, mas também o acolhimento, o cuidado e a qualidade de vida daquele que sofre. A partir da pesquisa de campo visamos observar aproximações e distanciamentos entre a demanda da família e as possibilidades de oferta do serviço de saúde. Estas reflexões se baseiam na experiência profissional no Instituto Fernandes Figueira, hospital materno-infantil, público, terciário, da FIOCRUZ/Ministério da Saúde. Este trabalho se insere na linha de pesquisa desenvolvida no Instituto de Medicina Social que investiga práticas de saúde e racionalidades médicas, coordenada pela professora Madel T. Luz.
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O objetivo deste trabalho é investigar a proposta literária do escritor alagoano Graciliano Ramos que conceituamos como ficcionalização de si, a qual consiste na utilização de observação, experiência, imaginação e transpiração como ingredientes da elaboração ficcional. Para atingir a tal objetivo, buscamos traçar um breve panorama político-cultural da década de 1930, no sentido de situar a formação ideológica e a produção mais significativa do autor Caetés (1933), S. Bernardo (1934), Angústia (1936) e Vidas Secas (1938). Prosseguimos com a construção de um amplo painel sobre o papel da memória na escrita de si, concluindo sobre a impossibilidade da fidelidade absoluta na reprodução do real, uma vez que esta passa necessariamente pela subjetividade da linguagem, o que lhe confere um inegável caráter ficcional. Conceituamos autobiografia e refletimos sobre as profundas alterações percebidas no gênero autobiográfico, inserindo a produção de Graciliano Ramos no contexto memorialista. Defendemos a ideia de que o escritor antecipa, na década de 30, o que na década de 70 será denominado como autoficção. Construída a fundamentação teórica necessária, passamos a analisar e discutir trechos do romance Angústia, em contraponto com Infância. Confrontando as leituras destas obras, pudemos perceber o aproveitamento ficcional de acontecimentos traumáticos da infância do autor narrados em Infância na elaboração da fase infantil do personagem Luís da Silva, de Angústia
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Esta tese tem por objetivo investigar as memórias de infância na escrita autobiográfica de Graciliano Ramos, Oswald de Andrade, José Lins do Rego e Cyro dos Anjos, privilegiando as estratégias de autorrepresentação adotadas pelos autores nas obras Infância, Um homem sem profissão - sob as ordens de mamãe, Meus verdes anos e A menina do sobrado. Tal abordagem tem como objeto de reflexão os elementos que são relevantes para a configuração de uma identidade narrativa na escrita autobiográfica. Das diferentes formas de autofiguração retiramos as estratégias textuais. As estratégias a que recorre uma escrita de si em certo espaço, em certo tempo e em certa linguagem. Estabelecemos os procedimentos comuns na retórica de nossos autores, tais como a primeira lembrança, a elaboração da crônica familiar, os pais, os lugares da memória, a época de escola e a cena de leitura. Nossa perspectiva se apresenta como uma indagação sobre os procedimentos usados na construção da identidade, considerando que as cenas selecionadas pelo escritor elaboram a autoimagem que ele deseja construir
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Esta tese teve o objetivo de investigar o processo de apropriação do espaço por educadores que atuam nos berçários da Creche Institucional Doutor Paulo Niemeyer. Trata-se de um estudo de caso/intervenção o qual busca entender os significados e sentidos produzidos por esses sujeitos e as transformações dos arranjos espaciais provocadas pelas intervenções ocorridas em 2008, que enfocaram a formação em serviço através da participação dos mesmos como co-pesquisadores. Partimos do pressuposto de que o espaço/ambiente é um mediador das práticas pedagógicas e do desenvolvimento infantil. Discutimos a concepção de espaço e de outras categorias espaciais (ambiente, território e lugar) a partir da abordagem interdisciplinar (Filosofia, Geografia, Arquitetura, Psicologia e Educação), e histórico-cultural, destacando o caráter relacional do mesmo. Participaram da pesquisa 22 educadores e 37 crianças dos 3 agrupamentos de berçários, além da diretora. Para a produção dos dados, foram realizados os seguintes procedimentos metodológicos: entrevista com a diretora, observação e registro em diário de bordo e fotográfico dos arranjos espaciais e suas transformações, sessões reflexivas com os educadores e aplicação de um questionário nos educadores. Os resultados indicam que as intervenções, via ações colaborativas, propiciaram mudanças significativas nos arranjos espaciais, aumentando a quantidade e a qualidade da estruturação espacial. Igualmente, esta pesquisa possibilitou a reflexão da prática pedagógica e a ressignificação do papel do ambiente no fazer pedagógico. Esperamos que esta pesquisa contribua para a melhoria da qualidade da educação de crianças pequenas e que o uso desta metodologia, da qual os educadores participaram como co-pesquisadores, possa auxiliar no processo de formação em serviço desses profissionais e também em outras pesquisas que privilegiem o víeis interventivo no contexto de investigação.
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O excesso de peso tem sido cada vez mais reconhecido como um importante problema de saúde entre os adolescentes. Para identificar seus fatores de risco, recentemente, alguns pesquisadores têm incorporando fatores psicossociais em modelos explicativos, incluindo a violência familiar na infância. No entanto, a questão ainda é pouco explorada na literatura, sendo este o primeiro estudo nacional sobre o assunto. O objetivo deste estudo foi avaliar se a violência na infância é um fator de risco para o excesso de peso na adolescência. Para isso, foi realizado, em 2010, um estudo transversal (linha de base do Estudo Longitudinal de Avaliação Nutricional de Adolescentes / ELANA) com 1014 adolescentes entre 13 a 19 anos de idade pertencentes ao 1 ano do ensino médio de duas escolas públicas e quatro escolas particulares, localizadas na cidade e na região metropolitana do Rio de Janeiro. O estado nutricional foi avaliado pelo índice de massa corporal (IMC) e a violência familiar na infância por meio do Childhood Trauma Questionnaire (CTQ). Modelos hierarquizados de regressão linear múltipla foram utilizados nas análises. Dos 1014 adolescentes, 53,4% eram do sexo feminino e 50,2% estudavam em escola pública. A prevalência de excesso de peso foi de 26,7%. De acordo com o modelo multivariado, houve uma menor tendência ao excesso de peso na adolescência entre os meninos que sofreram violência do tipo negligência física na infância (β=0,196, 95% CI: 0,346; 0,045, p < 0,011), e de acordo com o aumento da idade para todas as dimensões da violência aferida pelo CTQ (estimativas variaram de 0,136 a 0,126, p < 0.002). O risco de excesso de peso foi maior entre os adolescentes cujos pais apresentavam excesso de peso. Estimativas das variáveis de IMC para mães e pais variaram de 0,065 a 0,066 (p < 0,001) e 0,051 a 0,053 (p < 0,001), respectivamente. Conclui-se que a exposição à violência na infância parece não estar associada com o excesso de peso na adolescência. Foi notada uma tendência de redução do índice de massa corporal em adolescentes do sexo masculino que foram vítimas de negligência física na infância.
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Esta tese consiste em uma investigação bibliográfica e documental sobre as políticas de assistência e proteção à infância no Brasil. Com relação a esta questão, pesquisei fios de nossa história desde o período colonial até o final da chamada Era Vargas. Inicio este percurso histórico num momento em que o abandono de crianças não era considerado um problema, e funcionavam engrenagens de proteção por proximidade; caminho até os anos de 1930, quando médicos e juristas se mobilizam no sentido de organizar a assistência e a proteção ao menor de idade, contribuindo para a criação de outros modelos de atendimento à infância, baseados na assistência social e na proteção de Estado. Neste ponto, faço uma breve análise da chegada de Getúlio Vargas ao governo e de sua permanência nele até 1945. Em seguida discuto as mudanças ocorridas na estrutura das relações entre capital e trabalho na sociedade capitalista européia, quando o social se configurou enquanto um novo domínio de saber que possibilitou a emergência dos chamados profissionais do social, apontando similaridades com o processo ocorrido no Brasil durante a Era Vargas. A análise se foca, então, nos movimentos de criação e implementação de ações específicas para tratar da criança dita desassistida durante o Estado Novo, implementadas a partir do funcionamento de dois órgãos: o Departamento Nacional da Criança (DNCr) criado em 1940 para coordenar todas as atividades relativas a proteção à maternidade, à infância e à adolescência e o Serviço de Assistência a Menores (S.A.M.) criado em 1941 para superintender todo o serviço de amparo a menores desvalidos e delinqüentes, buscando sempre identificar que noções de psicologia que se faziam aí presentes. À guisa de conclusão, compartilho descobertas, encontros e desencontros proporcionados pela realização deste trabalho.
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Este trabalho pretende realizar uma história cultural ou "arqueologia" dos abrigos espíritas para a infância no Brasil, construídos como verdadeiros"monumentos" da fé espírita, cuja materialização começa a ocorrer na segunda década do século XX, a partir de algumas iniciativas ou instituições que se tornaram pioneiras, tais como o Abrigo Thereza de Jesus, fundado em 1919 na cidade do Rio de Janeiro. Inspirados no lema "Fora da caridade não há salvação", um dos pilares do aspecto religioso do Espiritismo, os espíritas entram na milenar história das práticas de proteção à infância apenas na Idade Moderna. A doutrina espírita,procurando estabelecer, desde o seu "nascimento", a aliança entre Ciência e Religião, acaba adquirindo a feição de uma "religião moderna", reinvenção da tradição cristã em tempos de racionalismo e cientificismo. Entretanto, apesar da ênfase doutrinária no exercício da caridade individual e silenciosa como fundamento para a evolução espiritual, o movimento espírita acaba ampliando este sentido inicial presente nas obras de Allan Kardec, publicadas em Paris entre 1857 e 1869, tendo incorporado ou se apropriado de representações e práticas de caridade que foram desenvolvidas histórica e culturalmente dentro da tradição cristã mais antiga.
Resumo:
A creche vem sendo afirmada como espaço de educação para a infância, complementar à família. Devido à idade das crianças que frequentam a creche, o diálogo entre educadores e famílias têm sido valorizado, pois as atribuições de cada um são bem próximas. O objetivo desta tese foi investigar o processo de construção da relação creche-família, em um período de três anos (estudo longitudinal), através de oito aspectos desta relação. São eles: (1) expectativas e opiniões das famílias sobre a creche e vice-versa; (2) os motivos para o diálogo, (3) estratégias utilizadas, (4) dificuldades no diálogo, (5) negociações sobre o cuidado e educação à criança, (6) a inserção à creche, (7) a opinião de famílias sobre o desenvolvimento da criança, e (8) a creche como parte de uma rede de apoio. Esses aspectos foram definidos com base no referencial teórico sobre o tema e nos encontros da autora com educadores da creche onde a pesquisa foi realizada. Essa creche é pública municipal da Cidade do Rio de Janeiro. Os sujeitos foram as famílias e os educadores de crianças que entraram em 2009 e permaneceram na instituição até 2011. O referecial teórico foi norteado pela perspectiva sociohistorica do desenvolvimento, com estudos sobre família e sobre a relação desta com a creche. Os intrumentos utilizados foram: entrevistas, questionários, diário de bordo, videogravação e um bonequinho de pano artesanal. A análise contemplou dados qualitativos e quantitativos que foram organizados em oito eixos, correspondentes a cada aspecto que pretendeu investigar. Os dados evidenciaram que famílias e educadores buscavam o diálogo, através da empatia gerada entre eles e de negociações sobre a educação da criança. Por outro lado havia queixas de educadores quanto às expectativas de famílias por um trabalho individualizado ou a falta de valorização profissional. O bonequinho atingiu a finalidade de promover o diálogo entre famílias e educadores, especialmente no período da inserção das crianças. Os oito eixos de análise constituiram aspectos a serem aprofundados em futuras investigações sobre a relação creche-família. A pesquisa, ao acompanhar famílias e educadores durante três anos, propiciou momentos de reflexão sobre suas crenças e práticas, promovendo experiências e oportunidades de desenvolvimento qualitativamente diferentes para ambos e para as crianças. Novos significados sobre a relação educadores e famílias foram produzidos para esses sujeitos, transformando a história dessa relação.
Resumo:
Esta pesquisa parte da Carta das Cidades Educadoras para avaliar como o espaço urbano das periferias pode também ser usado como espaço para a educação e construção crítica dos alunos para não se configurar, no imaginário construído, apenas como espaços de exclusão e violência. O estudo aborda duas iniciativas no estado do Rio de Janeiro como paradigma: uma, anterior ao conceito de? Cidades Educadoras?, os Centros Integrados de Educação Pública, e outra, posterior e atual, o PEU Bairro-Escola de Nova Iguaçu. Os CIEPs foram utilizados como paradigma arquitetônico, principalmente por terem sido espaços diretamente pensados para o Programa Político Pedagógico da época e também por terem, ao longo de todos esses anos após sua criação, passado por sérias modificações em seu estado físico e em seu PPP, o que possibilitou uma reavaliação de sua posição como equipamento educacional e cultural. O PEU Bairro-Escola, e seus respectivos projetos, em aplicação no município de Nova Iguaçu, revelam uma iniciativa pública de reestruturação e requalificação urbanística de periferia, avaliando a relação ensino-aprendizagem dos discentes, dentro e fora dos edifícios escolares, procurando elencar os principais novos territórios onde estão acontecendo as ações educativas nas periferias.