846 resultados para Arquitetura residencial. Arquitetura moderna. Anos 1970. Organização espacial
Resumo:
Relatório da Prática Profissional Supervisionada Mestrado em Educação Pré-Escolar
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Esta dissertação trata dos critérios para a elaboração de projetos para edificações escolares, em especial destinadas para a educação infantil e ensino fundamental, considerando a sua inserção no contexto ambiental, constituindo, assim, uma concepção arquitetônica bioclimática. Nessa perspectiva a implantação, a geometria, a organização espacial e os parâmetros construtivos do edifício contribuem na materialização de espaços adequados aos requisitos didático-pedagógicos e funcionais e, em especial, às exigências de conforto ambiental dos usuários, de maneira que a escola, na sua configuração física, se constitua em um elemento promotor do desenvolvimento intelectual, social e afetivo da criança. A partir da concepção global baseada nos princípios da bioclimatologia, o trabalho estabelece as necessidades para condicionamento ambiental determinadas pela caracterização climática de Passo Fundo – RS (clima subtropical úmido de altitude), explorando as estratégias solares passivas que utilizam a própria envoltória da edificação na seleção daqueles elementos ambientais externos favoráveis ao aquecimento, resfriamento, ventilação, proteção à radiação solar e iluminação, a fim de agregar aos critérios funcionais de projeto para escolas a maximização do uso desses fatores naturais e a racionalização do uso de energias não-renováveis, tendo como objetivo contribuir para um gradual desenvolvimento sustentável O trabalho aborda a legislação existente pertinente às edificações escolares, bem como apresenta exemplos de escolas solares passivas, com a aplicação de estratégias válidas para as condições locais, confrontadas com estudo de caso simplificado, a fim de que a implementação das sugestões apontadas demostre a sua viabilidade de aplicação.
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Este trabalho tem como objetivo a análise de um conjunto de obras de filiação modernista brasileira, que têm como elemento comum a estrutura exposta. O período delimitado inicia em 1941 e termina em 1957, antes de Brasília, sempre considerando as datas dos projetos. Este é um período de afirmação da arquitetura brasileira. Situando os exemplares neste contexto, foram formuladas as hipóteses de vínculos conceituais com os movimentos artísticos e vertentes arquitetônicas da época no panorama internacional, da mesma forma que foram investigadas, internamente, no país, como se articularam as novas idéias. Num quadro amplo, a valorizada produção arquitetônica nacional destas décadas, repercutiu em todo o mundo. Fartamente publicada por revistas estrangeiras, no início dos anos 50, a arquitetura brasileira passa a gerar influência nos rumos do modernismo internacional. Afirmando-se através de uma linha tectônica do modernismo, com origem no racionalismo estrutural e eminentemente corbusiana, toma seu próprio caminho com base na cultura e possibilidades tecnológicas locais. Os edifícios com estruturas externas, como um exoesqueleto, contribuem para a consolidação da identidade arquitetônica brasileira. Nos exemplos aqui apresentados, de autoria de Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy e Lina Bo Bardi, de temas diversos, foram investigados os débitos e contribuições de cada projeto aos seus referenciais e à produção subseqüente. O texto escrito está acompanhado de muitas ilustrações, que são parte importante do trabalho, integram o todo e é material fundamental para o entendimento e conclusões do leitor.
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O estudo enfoca a arquitetura religiosa moderna, no intuito de apreender as permanências simbólicas e as conquistas figurativas alcançadas pelos arquitetos modernistas para dar forma e representação ao templo, em tempo dito ‘dessacralizado’ porque materialista e espiritualmente plural. Fundamentalmente, compila e sistematiza, por similaridades ideológicas, funcionais, simbólicas, tipológicas e formais, o legado eclesiástico projetado e/ou construído no mundo ocidental cristão entre os anos 1850 e 1960, grosso modo. Em sincronia, apresenta suas condições de origem, razões e significados e analisa como os pressupostos modernistas aplicaram-se ao fato arquitetural das novas catedrais, igrejas paroquiais, capelas locais e obras eclesiásticas várias, católicas e protestantes. Revela, também, seus produtores – financiadores, incentivadores, projetistas e construtores – analisando a atenção dada ao tema pelos mais eminentes nomes do período e realçando agentes inestimáveis, desprezados pela ‘bibliografia oficial’ do Movimento Moderno. Nas entrelinhas ensaia, ainda, discussão crítico-interpretativa de obras paradigmáticas ao debate por conjunção especial de fatores, no sentido de identificar as estratégias e signos modernos válidos à prática arquitetural contemporânea.
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This paper studies modern houses built in the neighborhoods of Cabo Branco, Tambaú and Manaíra by the seafront in Joao Pessoa, built between 1960 and 1974. We start from the already widespread notion that Brazilian Modern Architecture was inspired by foreign ways, mainly European but also American here recast, adapted, often innovating repertoire and ideas received (Y. BRUAND, 2005; H. SEGAWA, 2002; C. E. COMAS, 2002; C. E. COMAS, 2002; M. M. ACAYABA e S. FICHER, 1982; M. B. C. ARANHA, 2008; F. C. L. LARA, 2001; R. V. ZEIN, 2005; L. E. AMORIM, 1999, C. V. STINCO, 2010). With this look, after a field study, we collected 61 specimens in the collection of the Central Archive of João Pessoa City Hall, in order to identify which reformulations, adaptations or innovations would exist in modern houses built along the coast in João Pessoa. As we try to analyze the houses by what the bibliography had suggested (G. C. ARGAN, 1992; L. CORBUSIER, 2002; C.E.D. e M. ADRIÀ, 2007; K. FRAMPTON, 1997; H. H. HITCHCOCK, 1976; L. BENEVOLO, 2004; R. DE FUSCO, 1992, N . PEVSNER, 2002; M. RAGON, 1986; B. RISEBERO, 1982; E. ROBBINS, 1997; W. J. R. CURTIS, 1982; V. SCULLY, 2003; B. ZEVI, 1984; D. DUNST, 1999; A. COLQUHOUN, 2002; R. WESTON, 2005; A. IÑAKI, 2006; J. PETER, 1994) the starting idea seemed to us not sufficiently developed. So we decided, first, to undertake a literature review comparing speech and image of modern houses most often cited by international and national literature, following a script freely inspired the Vitruvian triad: the functional and spatial (sectorization, guidance, spatiality, movement); constructive aspects (structural elements, modulation, deck, sealing), and aesthetic aspects (composition, apertures, ornaments) (Cap.1), then cast a look under this same route in 61 specimens obtained initially, trying to verify any specificities they would have (Cap.2). Failing to deepen the analysis of all these examples, we chose 10 projects which were redesigned and described in more detail to which we supplement with the aspects of place - location / lot location, access, axiality. (E. C. MAHFUZ, 2002; J. C. MIGUEL, 2000; E. C. CHEREGATI, 2007; M. COTRIM, 2007). (Cap. 3). The documentation and description resulting allowed us to approach some related questions about the canonical transcripts hybridizing, adoptions and any vernacular innovations of modern houses along the coast, We conclude that the appellants and anachronistic elements isolates found in each of the studied bind to the Brazilian Modern Architecture
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O estudo da arquitetura Neocolonial presente em Belém - PA consiste em analisar a história arquitetônica paraense, a partir daquela, compreendendo a intencionalidade nas suas formas e retórica que marcam um momento considerado importante para o Brasil. Buscar suas referências, os projetistas destas residências, assim como o período de suas construções, será uma das formas de conhecer mais sobre esta fase da arquitetura brasileira que, nesta cidade, ganhou número considerável de adeptos, legando a “busca pela liberdade” que a arquitetura moderna ansiava alcançar. Tem-se por objetivo identificar a diversidade estilística do Neocolonial na sua produção no bairro de Nazaré, em Belém, relacionando as transformações morfológicas ocorridas nestes prédios edificados inicialmente para “arquitetura residencial, através das práticas dos métodos: etnográfico e estratigráfico, aos três objetos de estudo selecionados, bem como analisar a gramática compositiva e a morfologia nas residências Neocoloniais no bairro de Nazaré e as mudanças ocorridas e os grandes impactos, intervenções e perdas nos três prédios Neocoloniais escolhidos, assim como a sua relevância para o patrimônio arquitetônico paraense e brasileiro, a partir da discussão sobre a sua preservação.
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Esta dissertação pretende analisar a constituição da história urbana do entorno edificado do Mercado de São Brás, em Belém do Pará, no período de 1950 a 1970, uma construção eclética que remonta ao final do ciclo da borracha na Amazônia e da gestão do Intendente Antonio Lemos. O mercado é um monumento pertencente ao acervo patrimonial do Estado e se encontra em atividade, nos dias atuais. A partir da noção de trama urbana, buscou-se estabelecer relações entre os fatos históricos e arquitetônicos, no sentido de investigar como se processaram ao longo do tempo, resultando num espaço onde a arquitetura contribui para o desenvolvimento das relações sociais e comerciais. Partindo da hipótese de que a proximidade geográfica e a importância econômica de dois equipamentos urbanos, o Mercado de São Brás e a Estação de Ferro Belém-Bragança gerou uma dinâmica que atraiu outras arquiteturas, foi investigada a influência das políticas públicas de modernização e progresso, com reflexos para o surgimento do entorno edificado e relações tipológicas com o mercado. Utilizando a metodologia de estudo de caso com estratégias combinadas entre história interpretativo-qualitativa, o trabalho busca mostrar que as funções intrínsecas às construções cumpriram seu papel e que eventos realizados em seus espaços produziram fenômenos perceptivos no lugar existencial. O mercado público e seu entorno condensam práticas sociais que aliadas a estes fenômenos asseguram sua permanência na cidade, face ao contexto da sociedade contemporânea.
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Texto que aborda as contribuições do mestre que conquistou corações e mentes para a arquitetura no século XX.
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Este trabalho teve como propósito central analisar as relações entre o jornalismo e a literatura em Malhação do Judas Carioca (1975), de autoria João Antônio. A obra em análise mostrou ter sido estabelecida sob os auspícios da forma do conto-reportagem, com um regime de diálogo que ora se fixa na matriz jornalística, que ora se fixa no plano mais literário e ficcional. Para atingir tais objetivos, percorremos diversas etapas ao longo do desenvolvimento e elaboração do trabalho. Após delimitarmos conceitualmente as categorias de conto e reportagem e, assim, situarmos o lugar de João Antônio na imprensa e na literatura dos anos 1970, partiu-se, na segunda etapa da pesquisa, para a análise da obra Malhação. Este trabalho, fruto de pesquisa de iniciação científica para FAPESP, procurou se situar numa lacuna de estudos existente nos estudos de jornalismo autoral, dando especial ênfase à relação de João Antônio com o mundo jornalístico
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Modernism was a movement that began in the 1920s through the critical activities of Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Mário de Andrade and others who warned of the valuation of national roots. Thus exposed their ideas renewing groups of artists who begin to unite around a new aesthetic proposal. Modern architecture in Brazil had its origins in European avant-garde in the early twentieth century as well, represented by architect Antonio Moya. In 1923 arrives in São Paulo Warchavchik the architect, who always insisted on the same character "modern" time and "Brazil" in its architecture. Years following: architects claim in full, influencing young architects. This research aims to analyze the projects executed by some architects that have reshaped or rewrote the architecture in Brazil with modernism and artistic / visual interference with paneled walls and details entered in these buildings.
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Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
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O trabalho analisa a história da produção do edifício da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, projetado por João Batista Vilanova Artigas (1915-1985) em 1961 e concluído em 1969. Mais especificamente, o artigo se volta aos materiais do edifício, oferecendo insumos para uma discussão sobre o papel do chamado “brutalismo paulista” na década de 1960. O edifício da FAUUSP, como se sabe, é um marco na arquitetura moderna brasileira. Seu caráter paradigmático consiste na síntese das posições programáticas de Artigas, tanto em relação ao ensino de arquitetura como em relação à poética moderna, que ultrapassa o limite autoral e constitui uma escola. São características dessa escola – por vezes chamada de “paulista”, “brutalista” ou “artiguista” – alguns princípios como a continuidade espacial, o elogio das formas estruturais, a verdade dos materiais e o desenvolvimento das forças produtivas através da superação tecnológica. Esses princípios respondiam a algumas das questões mais urgentes da arquitetura moderna brasileira naquele período, deslocando a nova monumentalidade para uma dimensão construtiva. A nova poética, claramente exposta no projeto da FAUUSP, coincide com o surgimento de uma estética que atribuiu um novo valor político e crítico à produção. Passam a ser frequentes, por exemplo, interpretações do concreto armado brasileiro como síntese do subdesenvolvimento, por suas marcas de feitura artesanal e seus recordes tecnológicos. O objetivo deste artigo é contribuir com esse debate caracterizando em detalhe a produção do edifício em seus materiais: o concreto armado, a esquadria, os materiais de acabamento e os componentes industriais. O exame de aspectos históricos da produção do edifício, recolhidos em documentos originais e depoimentos, permite verificarmos de que modo a poética arquitetônica participa das decisões da obra e qual o seu impacto na economia do edifício e em sua forma de produção. Aprendemos, por exemplo, que o concreto armado apresenta manifestações visuais distintas e independentes de seu modo de produção (que foram pelo menos três: moldado in loco, protendido, e com agregados leves, sem função estrutural); que a empena da fachada exigiu uma fundação própria para seu cimbramento; que a modulação dos caixilhos não correspondia à modulação da estrutura; que a resina epóxi foi usada de modo pioneiro e experimental; que as fôrmas foram produzidas por um hábil carpinteiro português, mas as relações de trabalho eram precárias; que a contratação do projeto básico previa o detalhamento durante a obra pelo Escritório Técnico do Fundo para a Construção da Cidade Universitária. Essa noção ampla de material, entendida como a matéria mais o trabalho social que a define historicamente, nos permite tratar, simultaneamente, de aspectos técnicos, econômicos e artísticos da obra e assim compreender com maior exatidão dos termos do debate acerca da produção na arquitetura “brutalista” e seu papel político.
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Em conformidade com a dúvida de seu título, o difundido livro The New Brutalism: Ethic or Aesthetic? de Reyner Banham não é possível explicar o Brutalismo como manifestação artística coesa, dotada de consistência e reprodutibilidade formal. A citação de arquitetos famosos, porém divergentes, parece associar e comparar obras ásperas com a pretensão de reerguer uma arquitetura moderna considerada ascética, monótona e insuficiente e gera um teoricismo da aparência crua e do moralismo dos objetos. Discurso que oculta, ou desvia a atenção do retorno artístico à sublimidade e construção artesanal. O Brutalismo é aceito como evolução natural dos estágios modernos anteriores e sanciona artefatos toscos, pesados e inacabados como se fossem filiados ao processo moderno desinfestado. Esconde contradições e disfarça seu rompimento com o moderno para prolongar a expressão Movimento moderno. Mas o objeto claro, econômico e preciso é repudiado pelo consumidor e, por ser pouco representativo, o artista faz sua maquiagem com episódios contrastantes e monumentais na informalidade das cidades espontâneas. No entanto, parece possível suspender a noção positiva e corretiva do Brutalismo para entendê-lo como um recuo artístico vulgarizador que despreza aperfeiçoamento e afronta a atitude moderna com banalização conceptiva, exagero, figuralidade, musculação estrutural, grandeza tectônica, rudimento e rudeza. Assim, moralismo, retorno rústico e originalidade desqualificam a expressão International Style entendida como a culminação da arquitetura moderna do pós-guerra, ao depreciá-la como decadente, como produto imobiliário, comercial e corporativo a serviço do capital. Essa interpretação desvela uma crítica anti-industrial, portanto antimodernista e diversa da pós-modernidade, porém contestadora e realista para fornecer imagens à cultura e aos insensíveis à estrutura da forma moderna. Diverso da pós-modernidade pela dependência ao moderno e ausência de apelo popular. Tornada insignificante a configuração oportuna do artefato, o arquiteto tenta reter sua notabilidade artística, ou o prestígio que parece enfraquecer na aparência símile da especificação de catálogo, no rigor modular. Indispõe-se e repudia componentes, Standards e acabamentos impessoais da indústria da construção para insistir em autoria e inspiração, mas repete cacoetes estilísticos de época e o inexplicável uso intensivo de concreto bruto e aparente para sentir-se engajado e atualizado. Porém, é necessário distinguir obras de aparência severa concebidas pela atitude moderna mais autêntica das de concreto aparente em tipos ou configurações aberrantes. Para avançar na discussão do Brutalismo propõe-se entender este fenômeno com a substituição do juízo estético moderno de sentido visual postulado por Immanuel Kant (1724-1804) por um sentimento estético fácil e relacionado com a sensação da empatia, com a Einfühlung de Robert Vischer (1847-1933). Na época da cultura de massas, admite-se o rebaixamento das exigências no artefato e a adaptação brutalista com a transfiguração dos processos de arquitetura moderna. Assim, a forma é substituída pela figura ou pelo resumo material; a estrutura formal subjacente pelo ritmo e exposição da estrutura física; o reconhecimento visual pelo entusiasmo psicológico ou pelo impulso dionisíaco; a concepção substituída pelo partido, ou, ainda, pelo conceito; a sistematização e a ordem pela moldagem e a organização; a abstração e síntese pela originalidade e essencialidade, o sentido construtivo pela honestidade material; a identidade das partes pela fundição ou pela unicidade objetal e a residência pela cabana primitiva.
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Nas décadas de 1970 e 1980 houve a eclosão de experiências comunicacionais populares, em todo Brasil, com vasta produção de materiais, especialmente arquivados pelos centros de documentação. Em sua maioria, criados e financiados por setores progressistas da Igreja Católica e Protestante. Entre eles, o Centro de Pastoral Vergueiro (CPV) e o Centro de Comunicação e Educação Popular de São Miguel Paulista (CEMI) que também tiveram importante papel na construção e preservação da memória das lutas populares no período de reorganização social, no contexto de distensão da ditadura militar. No entanto, tais acervos estão em iminente risco, por falta de investimento e vontade política. O que seria um prejuízo histórico e científico para movimentos sociais atuais e à pesquisa acadêmica. O objetivo do estudo é identificar a que se deve este desinteresse. A abordagem se dá pelo método da história oral e como técnicas de investigação adotamos a pesquisa bibliográfica, documental e a pesquisa de campo, por meio da entrevista em profundidade. A falta de uma política pública que garanta a preservação dos documentos é sinal de que no Brasil predomina uma cultura que não privilegia a memória, sobretudo das camadas empobrecidas da população. Além do que, a memória pode ser subversiva. Afinal tais documentos expressam a força da participação popular no processo de transformação social e podem despertar novas ações, o que não interessa aos grupos que estão no poder.
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Recorrentemente apresentada como uma das mais importantes revistas culturais da Argentina no século XX e como uma das mais significativas publicações latino-americanas desse tipo na segunda metade do século passado, Punto de Vista, publicada entre 1978 e 2008, ainda não teve, não obstante a sua relevância, a devida atenção dos historiadores (e mesmo de especialistas de outras áreas). Nos estudos produzidos a seu respeito, os intérpretes se dedicaram predominantemente a analisar a revista durante a ditadura militar de 1976 a 1983, o chamado Proceso de Reorganización Nacional, e/ou se ocuparam, no máximo, de sua inserção na sociedade argentina nos primeiros momentos da redemocratização, após o término da ditadura. Caracterizada por desenvolver, durante os seus trinta anos de circulação, um projeto de crítica política da cultura atento à crítica cultural e literária, à produção ensaística e em periódicos, aos saberes e aos debates específicos como os da Psicologia/Psicanálise e da Arquitetura e aos outros objetos da cultura como as artes plásticas, o cinema, a fotografia, a música, os meios de comunicação (sobretudo a televisão) e a indústria cultural, a revista também problematizou a atuação dos intelectuais enquanto intérpretes da cultura e da política diante dos desafios e das transformações locais e internacionais dos anos 1970 em diante, ofereceu uma crítica da esquerda e do peronismo e se posicionou nos debates a respeito da democracia configurados na Argentina a partir da década de 1980. Punto de Vista foi tomada, neste estudo, como fonte e objeto e foi interpretada entre 1978 e 2008 a partir dos pressupostos da História Intelectual de inspiração francesa. Procurou-se evidenciar algumas das linhas de força da publicação, explicitando como a revista propôs certas políticas da cultura, constituiu uma perspectiva de análise da cultura intelectual e organizou uma avaliação das culturas políticas, além de estruturar um lugar social, político e cultural específico na Argentina, ao mesmo tempo próximo e distante das tradições e dos grupos da esquerda a partir dos quais o periódico se originou.