969 resultados para Enunciação discursiva
Resumo:
As diferentes relações entre tempo e aspecto, de um lado, e tempo e modalidade, de outro, são analisadas quanto à dêixis, para posterior análise do valor modal do tempo futuro. Ressalta-se o caráter dêitico-temporal da situação canónica da enunciação, ou ponto-zero do tempo, que o falante pode usar para identificar um dos possíveis estados-de-mundo e ao qual pode relacionar outros estados-de-mundo por meio de tempo e da modalidade.
Resumo:
O artigo trata de um tipo particular de nominalização e procura mostrar os efeitossemântico-enunciativos desse processo. Para tanto, aborda duas expressões:preservação da naturezae preservação da face.
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O presente trabalho trata do valor funcional das duas ordens de palavras naturais do português falado: SV(O) e VS. A ordem SV(O), que representa a relação tópico - comentário, implica transitividade relativamente alta. Em conseqüência, constitui geralmente a porção de figura do discurso, contribuindo, assim, para a progressão discursiva. A ordem VS, por sua vez, que apresenta apenas o comentário, implica baixa transitividade. Conseqüentemente constitui a porção de fundo, contribuindo, assim, para a montagem do cenário discursivo. As duas ordens configuram, portanto, juntamente com o grau de transitividade, marcas do relevo discursivo.
Resumo:
Partindo da hipótese de transitividade de Hopper & Thompson (1980), segundo a qual se mede a transitividade por uma série de traços e introduzindo algumas adaptações, decidimos analisar os dois pretéritos da língua portuguesa, o perfeito e o imperfeito, seguindo os parâmetros por eles apresentados. Para avaliar o grau de transitividade das orações em que se encontram esses dois tempos verbais, utilizamo-nos dos seguintes fatores: valor semântico do A1, que corresponde à agentividade, à volição e à kinesis, da hipótese de Hopper & Thompson, pessoa verbal, número de argumentos e grau de afetamento do A2 (objeto). Avaliamos o relacionamento entre esses vários fatores, que, na realidade, são parâmetros que medem o grau de transitividade, através de tabelas de freqüência, de cada um individualmente, por meio do programa Varbrul, bem como através do cruzamento de dados, pelo programa Crosstab. Procuramos relacionar os dados obtidos estatisticamente através de uma ótica discursiva. Constatamos haver relações entre o uso do perfeito e características de alta transitividade e o do imperfeito e traços de baixa transitividade, ligando-se o perfeito ao primeiro plano do discurso e o imperfeito ao segundo.
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Este artigo, voltado para a área do ensino de língua estrangeira, procura mostrar as contribuições que o modelo de Culioli, com a teoria das operações enunciativas, pode oferecer para uma reflexão sobre o ensino de leitura.
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Este artigo sugere, a partir de análise da operação de modalização, comum às diversas línguas, trabalho prático com texto, visando ao aprimoramento do ensino de leitura em língua inglesa.
Resumo:
Este artigo apresenta uma análise discursiva de uma amostragem de verbetes da primeira edição e de algumas das reedições do Dicionário da língua portuguesa, de António de Morais Silva (1789, 1813, 1831, 1844, 1858, 1877, 1889). A perspectiva teórica é a da Análise do Discurso de linha francesa, aliada ao campo da História das Idéias Lingüísticas. O corpus é formado de verbetes dos domínios de nomes de árvores, nomes de animais, nomes de partes do corpo, designações sociais, verbos de estado e movimento e verbos de ações sociais. Mostramos as transformações no discurso, as rupturas, os deslocamentos de sentido de uma edição a outra, explicitando a historicidade das definições e a configuração das formações discursivas.
Resumo:
Com base nas reflexões de Mikhail Bakhtin (1988) sobre cronótopo e nos estudos dos semióticos, principalmente no que tange ao percurso passional do sujeito, analisamos propagandas impressas e comerciais televisivos da Coca-Cola. O objetivo principal é traçar a trajetória discursiva da Coca-Cola desde sua entrada no Brasil, em 1941, até a campanha Gostoso é viver, lançada em 2001. O discurso da Coca-Cola apresenta valores positivos como a alegria, emoção e prazer. Entretanto, são eliminados valores negativos e ocultados interditos, como: Coca-Cola é um produto norte-americano e industrializado, portanto, não é natural, engorda e vicia. Constrói-se, assim, um discurso que privilegia aspectos temáticos voltados para os estados passionais eufóricos (paixão, emoção, alegria). A Coca-Cola também reforça a idéia de que está presente em todo tempo e lugar. Assim, as categorias espaço-temporais são elementos importantes para a construção de sentido de suas propagandas. Reafirmando os mesmos valores e mantendo as categorias cronotópicas para a construção de sentido de suas propagandas, a Coca-Cola consolida a idéia de onipotência, ou seja, ela tem o poder de refrescar, trazer alegria, provovar emoção e satisfazer prazeres. Cria-se, assim, um estilo, isto é, uma identidade calcada em categorias divinas, tais como onipresença e onipotência.
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Por meio da perspectiva teórica da semiótica greimasiana pretende-se, neste trabalho, observar como um texto de Nelson Rodrigues trata uma das manifestações passionais, no caso específico, o ciúme. Sem se preocupar em explicitar cada um dos elementos ordenadores do percurso gerativo de sentido, este trabalho procurará mostrar a dinâmica da constituição do sentido, engendrado nos três níveis de manifestação desse percurso, para chegar ao exame das estruturas de superfície, mais especificamente a enunciação e os temas. A partir desse exame das relações imanentes ao texto, pretende-se ainda mostrar que elas se interligam aos condicionantes sócio-históricos que incidem sobre o texto e que fazem parte também da organização de seu sentido.
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O objetivo deste artigo é estabelecer uma relação entre as formas que a criança encontra para se autodesignar em seus enunciados, fazendo uso de marcas como pronomes, verbos etc., e o processo de expressão desta subjetividade, discutindo até que ponto esses indícios são sufi cientes – ou não – para refl etir esse processo. Para tanto, partimos de uma concepção dialógica e discursiva (BAKHTIN, 1984, 1988) que considera, de um lado, que o sujeito se constitui, em seu discurso, por meio do encadeamento dos enunciados e dos movimentos de sentido trazidos por esses encadeamentos e, por outro lado, que esse sujeito pode ser “recuperado” por meio de uma construção do intérprete/receptor (FRANÇOIS, 1994). Os dados utilizados neste trabalho pertencem a A., registrado entre 20-33 meses (estudo longitudinal), em situações rotineiras de interação com os pais, como o momento das refeições, do banho etc. Os resultados confi rmam nossa hipótese de que estudar esse processo de aquisição não se resume a observar as categorias gramaticais produzidas pela criança, pois há outros indícios que podem indicar tal processo, como o posicionamento de oposição em relação ao outro quando a criança nega, mostrando seu desejo (discursivo), ou o tipo de entonação (não verbal) que ela utiliza.
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O Diário cumpre a função de registrar a fala dos deputados da primeira Assembléia Constituinte do Brasil do ano 1823. Nas sessões parlamentares, procuram construir os acontecimentos e, a partir destes, um lugar específico para uma parcela dos indivíduos do Brasil, tais como os negros e os índios. Dessa forma o Diário é analisado como uma arma discursiva que ora produz práticas de não-cidadania, ora produz alteridades. Às vezes traz expresso nas suas entrelinhas denúncias de que estes indivíduos silenciados tentam negar o lugar a eles dedicados. Quando isso acontece, dá-se uma ruptura na tentativa da fabricação do acontecimento.
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O estudo das inter-relações entre língua e sociedade, a partir de um corpus jornalístico, é o foco primordial desse livro. Trata-se da investigação do sistema de formas de tratamento nos jornais da Imprensa Negra paulista - movimento realizado por negros e destinado a essa população no período posterior à abolição da escravatura no Brasil - e em O Combate - jornal de circulação mais ampla na cidade de São Paulo no início do século XX. As formas de tratamento representam um exemplo privilegiado da relação entre a escolha linguística e seu motivador social. Elas foram analisadas a partir da relação de alguns pontos de vista teóricos, a saber: o estudo do jornal como um hipergênero, proposta de Bonini (2003, 2004, 2006), com o intuito de se avaliar as características peculiares de cada um dos gêneros do jornal; a proposta de análise da situação do interlocutor no momento da enunciação de Soto (2001); a investigação das marcas de interatividade, proposta por Andrade (2008); e a semântica do poder e da solidariedade de Brown e Gilman (1972 [1960]). O estudo desse fenômeno linguístico revelou à necessidade dos negros do período de conquistarem um espaço na sociedade paulistana da época e, dessa forma, a Imprensa Negra representava um espaço de circulação de sua voz na sociedade.
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Within the field of Discourse Analysis (Pêcheux) and psychoanalysis, this work states interdiction and silence as constituents and founders of the discourse. In short, we claim that what makes it possible to say anything is that it is not possible to say it all, so something must remain unsaid. The logic principle here is that the contradiction, the excluded founds the possible. For such task we use the logic square. We also propose and build a square of the saying or of the utterances. The analysis made here points toward the existence of the impossible in language, and also indicates how important a modal approach of language can be.
Resumo:
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
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Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)