358 resultados para Dialetic materialism
Resumo:
O estudo partiu do diálogo entre as políticas públicas de meio ambiente e o referencial teórico crítico da educação e da justiça ambiental. Ancorada na filosofia da práxis, uma categoria central do materialismo-histórico, busca ir além dos aspectos teóricos. A pesquisa tem o objetivo de contribuir para o entendimento e melhoria dos processos complexos e contraditórios de implementação da educação ambiental como condicionante de licença de operação e produção da indústria de petróleo e gás no Brasil. Tais projetos mitigatórios são conduzidos e monitorados pelo órgão ambiental, mas devem ser implementados e executados pelos próprios empreendedores que causam os impactos socioambientais nas localidades. Em contrapartida, projetos de educação ambiental crítica e participativa, desenvolvidos compulsoriamente no licenciamento offshore, estão voltados para os grupos socioambientais impactados. Preconizam o fortalecimento e a integração desses grupos diante do Estado e do próprio empresariado e devem estimular participação em processos decisórios da gestão ambiental local. A tese a ser demonstrada é a de que, neste campo de disputas pelo uso e gestão do território, os PEAs em sua práxis educativa e enquanto política pública no âmbito do licenciamento, constitui-se em um instrumento em potencial na construção de cidadania política. Na busca por investigar a efetividade desses PEAs, implementados na maior bacia petrolífera do país, a bacia de campos, a pesquisa faz primeiramente um estudo documental e posteriormente um estudo empírico com os atores sociais participantes dos projetos. A pesquisa documental revelou que existiam cinco PEAs desenvolvidos entre os anos de 2010 e 2012: o Projeto Pólen e o NEA-BC (Petrobras); o PEA ObservAção (PetroRio, antiga HRT); o PEA FOCO (Statoil) e o QUIPEA (Shell). A pesquisa empírica foi feita nos municípios de São Francisco de Itabapoana, São João da Barra, Armação dos Búzios e Cabo frio, contemplados com 80% dos projetos desenvolvidos na região e percorreu 17 localidades dos municípios e foram realizadas 52 entrevistas. Esta etapa da pesquisa traz as motivações acerca dos projetos, opiniões sobre o processo formativo, as transformações práticas vividas pelos atores a partir das vivências nos projetos e aspectos da participação desses atores sociais dentro e fora dos PEAs. 70% dos entrevistados trazem as crenças nos projetos devido às: propostas, objetivos e metodologias (discussões participativas, encontros de comunidades) e à equipe de executores (com os quais os atores têm uma relação de afeto e admiração); 28% abarcam as descrenças: lentidão e subjetividade dos resultados; o não entendimento acerca da origem dos projetos (mitigatórios, compesatórios, etc); conflito nas relações entre os quilombolas e os empresários; gastos com os projetos e não com a comunidade. Outras categorias surgem: remuneração/contratação; Obtenção de uma sede para o projeto; a excelência no processo formativo (onde alguns métodos devem ser repensados); a interação e a articulação entre os projetos. O estudo também revelou que os participantes passaram a participar de instâncias da gestão pública de seus territórios. As questões são apontadas para que esses projetos possam ser aperfeiçoados, mesmo diante de todas as contradições, tensões e conflitos que isso impõe em uma sociedade desigual, reduzindo a natureza, a mercadoria e a relações precificadas.
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O objetivo central deste estudo é examinar as novas formas de subjetivação e de mal-estar engendradas pelas exigências da sociedade do trabalho no contexto do capitalismo contemporâneo. A emergência de uma nova e perversa forma de sociabilidade e de uma subjetividade ligada a ela está intrinsecamente associada às transformações estruturais da sociedade capitalista e suas atuais condições da acumulação de capital. Considerando o caráter social e histórico da sociedade capitalista, do sujeito e da subjetividade, o foco deste trabalho deve ser o sujeito interpelado pela ideologia, clivado pelo inconsciente e individualizado pelo mercado. Busco, portanto, articular pontos teóricos entre os conceitos de ideologia, fetiche e inconsciente referenciados no materialismo histórico e na psicanálise. Ao apresentar o Capital como droga e o Trabalho como vicio, pretende-se de forma alegórica desvelar os impasses e sintomas de um sistema em crise que, apesar das sucessivas tentativas de recuperação, colapsa historicamente, levando sua dinâmica perversa aos limites do insuportável. Ao subordinar a reprodução da vida ao trabalho assalariado, ao mesmo tempo em que para se reproduzir tem sistematicamente de aboli-lo, o capitalismo engendra, na sua crise estrutural, uma das mais sofisticadas formas de dominação, sujeição e exploração: a utilização dos componentes do psiquismo e da subjetivação em nome dos interesses da ordem mercantil. No mundo globalizado pelo mercado, vem aumentando o uso de drogas lícitas, fruto ou não de prescrição médica, como um recurso para inibir todo tipo de mal-estar e impasse psíquico ou reações indesejáveis que possam comprometer a adequação dos indivíduos aos padrões da produtividade, a permanência no ambiente de trabalho, bem como o enfrentamento de conflitos e frustrações inerentes à condição humana. Essa manipulação química da subjetividade potencializa-se na atualidade, expandindo globalmente a drogadicção, no sentido amplo do termo, privando o sujeito da capacidade de pensar. Ela aponta também para as impossibilidades de o sujeito desenvolver suas faculdades ativas e criativas, assim como o diálogo com o outro, o que nos conduz cada vez mais a atitudes de intolerância e violência ou estados compulsivos e depressivos. Ao contrário do que o capitalismo podia propiciar em seu período de ascensão, os modos de inclusão imaginária engendrados pelo capitalismo pós-moderno estão baseados no consumo conspícuo e no gozo imediato, implicando novos contornos para o sofrimento psíquico, agora marcado por transtornos narcísico-identitários e saídas não-representacionais. A partir dessa reflexão, busco a crítica do conceito de sujeito configurado pelo trabalho e pelo psicologismo, que tem contribuído para práticas legitimadoras de exclusão no interior da própria psicologia. Esta crítica representa um compromisso ético-político pela desalienação do sujeito e pela superação do capitalismo, aqui entendido como um sistema que produz mercadorias e viciados em drogas.
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A presente dissertação busca realizar a descrição e sistematização de categorias analíticas que contribuam com análises sobre as relações econômicas, políticas e sociais que sustentam a forma como se constituem historicamente no Brasil o Estado e as políticas públicas na área social, com especial atenção para a área de saúde. Tal objetivo se constituiu na observação das novas estratégias utilizadas pelo Estado para a execução de ações na área de saúde, como os projetos sociais. Tomamos o método do materialismo histórico dialético como referencial teórico, com especial atenção às categorias da filosofia da práxis práxis, totalidade, historicidade e contradição e a teoria marxista sobre a formação do Estado capitalista e suas transformações históricas, com ênfase na teoria sobre o Estado ampliado e o papel da sociedade civil na disputa entre as classes pela hegemonia. No segundo capítulo, abordamos a organização contemporânea do Estado brasileiro, buscando discutir escolhas políticas e econômicas, suas implicações para a organização dos trabalhadores e para a correlação de forças na disputa entre as classes. Foi feito breve levantamento histórico sobre os modelos de desenvolvimento econômico e social nas sociedades contemporâneas, com atenção à consolidação do ideário neoliberal, sua conceituação, as adequações que sofreu a partir do final dos anos 1990 e sua relação com a ideologia desenvolvimentista. Dedicamos o terceiro capítulo ao conceito de capital social, como maneira de compreender a atual forma de desenvolvimento das políticas públicas e em especial as políticas de saúde. A partir deste conceito buscou-se compreender a relação entre Estado e sociedade civil na atualidade e como este influencia as transformações por que passaram o Estado e as políticas sociais. Abordou-se o desenvolvimento das políticas públicas da área social no Estado brasileiro até sua conformação no neoliberalismo; as concepções de saúde em disputa na sociedade brasileira, focando no conceito ampliado de saúde e no de determinação social da saúde; e de que forma estes conceitos são impactados pelas mudanças no contexto do neoliberalismo. Finalmente, foi possível observar como as orientações neoliberais alteraram significativamente a forma de organização e atuação do Estado, a concepção e aplicação de políticas públicas, bem como as políticas de saúde e seu ideário. Mudanças que fizeram pender a atuação do Estado ainda mais a favor dos interesses do capital.
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Williams, H. (2006). Ludwig Feuerbach's Critique of Religion and the End of Moral Philosophy. In Moggach, D. (Ed.), The New Hegelians: Politics and Philosophy in the Hegelian School (pp.50-66). Cambridge: Cambridge University Press. Introduction; Part I. Eduard Gans: 1. Eduard Gans on poverty and on the constitutional debate; 2. Ludwig Feuerbach's Critique of Religion and the end of moral philosophy; Part II. Ludwig Feuerbach: 3. The symbolic dimension and the politics of Left Hegelianism; Part III. Bruno Bauer: 4. Exclusiveness and political universalism in Bruno Bauer; 5. Republican rigorism and emancipation in Bruno Bauer; Part IV. Edgar Bauer: 6. Edgar Bauer and The Origins of the Theory of Terrorism; Max Stirner 7. Ein Menschenleben: Hegel and Stirner; 8. 'The State and I': Max Stirner's anarchism; Friedrich Engels: 9. Engels and the invention of the catastrophist conception of the industrial revolution; Karl Marx: 10. The basis of the state in the Marx of 1842; 11. Marx and Feuerbachian essence: returning to the question of 'Human Essence' in historical materialism; 12. Freedom and the 'Realm of Necessity'; Concluding with Hegel :13. Work, language and community: a response to Hegel's critics. RAE2008
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The purpose of this paper is the reconstruction of the theory of historical process elaborated at the Poznań School of Methodology. The heuristic tool will be Popper’s model of knowledge, according to which, the development of scientific theory went through the phase of the posing of the scientific problem, proposing a tentative theory, a critical discussion and its modification. Proposed by Leszek Nowak the adaptive interpretation of historical materialism was transformed – under the influence of the elaboration of the idealizational theory of science and the categorical interpretation of dialectics – into the generalized version of historical materialism. This version includes theory of the class and primitive societies. Difficulties in the building of the theory of real socialism led to the transformation of adaptive historical materialism into the non-Marxian historical materialism where some tenets of Marxism were refuted (e.g. the domination of economy over politics). In the course of the building of the adaptive interpretation of historical materialism and the non-Marxian historical materialism some primary notions were defined and modified satisfying the criteria of falsification. Although Popper severely criticized the possibility of theoretical history, the theory of history as developed at the Poznań School of Methodology satisfies his criteria of falsification. This throws doubt upon the validity of Popperian critique of theoretical history.
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La doctrina de la Proliferación teórica de Paul Karl Feyerabend ha sido interpretada por sus especialistas como un intento de salvaguardar el ideal del progreso científico. Aunque tales estudios hacen justicia, en parte, a la intencionalidad de nuestro filósofo no explicitan la crítica fundamental que implica para Feyerabend el pluralismo teórico. La proliferación teórica constituye en sí misma una reductio ad absurdum de los distintos intentos del positivismo lógico y del racionalismo crítico por definir la ciencia a expensas de lo metafísico. Este artículo presenta la proliferación teórica como una reivindicación del papel positivo que ocupa la metafísica en el quehacer científico. Se consigna la defensa que hace Feyerabend de la metafísica en cuanto que ésta constituye la posibilidad de superar el conservadurismo conceptual, aumentar de contenido empírico de la ciencia y recuperar el valor descriptivo de las teorías científicas.
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The popularity in Britain of Elgar's _The Dream of Gerontius_ was triggered by the successful reception of the work in Germany in December 1901 and May 1902. By examining some of the writings on Elgar by German critics in this period, I explain that what may have particularly have appealed to German audiences was the composer's engagement with mysticism, something that as well as being a distinct strand of German theology since medieval times had acquired a new popularity among German artists in a number of fields as part of a reaction to the materialism of Wilhelmine Germany. Through a reading of the work that takes into account both its Catholic theology and ideas of mysticism more generally, I propose that the two Parts of the work should be conceived as taking place simultaneously, rather than successively, and that the work is thus best understood as belonging to the genre of epic rather than drama. ©2013 The Royal Musical Association
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Terry Eagleton devoted considerable thought to the nature of postmodernism during the heyday of the postmodernist debate in the Eighties and Nineties, and always expressed strong reservations about it.1 It is worth noting that these reservations do not imply any hostility to formal experimentation, or to the registering of alienation in its postmodern form. Rather, he seeks to show how there might be a politically and morally engaged art which was very much of our time. His position is consistent with those he adopts in dealing with other subjects, and may be illuminated by reference to those works where he does so. Of all these other subjects, the most illuminating for understanding his work is that of Irish literature, for it was during this period that Eagleton became a major figure in Irish studies, and his thinking on postmodernist relativism was developed alongside his critique of revisionism in Irish historiography.
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This article explores recent developments in cultural studies debates regarding the representation of class in British and Irish life.
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This collection offers a diachronic analytical study of new and alternative social movements in Spain from the democratic transition to the first decade of the 21st century, paying attention to anti-war mobilizations and the use of new technologies as a mobilizing resource. New and alternative social movements are studied through the prism of identified linkages among the left, movement identities and global processes in the Spanish context. Weight is given to certain important historical aspects, like Spain’s relatively recent authoritarian past, and certain value-added factors, such as the weak associationalism and materialism exhibited by the Spanish public. These are complemented by exploring insights offered by key theoretical approaches on social movements (political opportunities structures, resource mobilization). The volume covers established social movement cases (gender, peace, environmental movements) as well as those with a more explicit connection to the current context of global contestation (squatters’ and anti-globalization movements).
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If there is one uncontroversial point in nuclear weapons politics it is that uninventing nuclear weapons is impossible. This article seeks to make this claim controversial by showing that it is premised on attenuated understandings of invention and the status of objects operative through familiar but problematic conceptual dualisms. The claimed impossibility of uninvention is an assertion that invention is irreversible. Drawing on “new materialism” this article produces a different understanding of invention, reinvention, and uninvention as ontologically similar practices of techno-political invention. On the basis of empirical material on the invention and re-invention of nuclear weapons, and an in-depth ethnography of laboratories inventing a portable radiation detector, both the process of invention and the “objects” themselves (weapons and detectors) are shown to be fragile and not wholly irreversible processes of assembling diverse actors (human and non-human) and provisionally stabilizing their relations. Nuclear weapons cannot be uninvented! Why not?
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This paper focuses attention on the fortunes of Darwin's theory among the English-speaking community in Cape Colony during the latter part of the nineteenth century. The paper begins with a review of early encounters with Darwin dwelling particularly on the response of figures like Roderick Noble - professor and editor of the Cape Monthly Magazine, the geologist John Shaw, and Sir Henry Barkly, governor of the colony. Besides these more theoretical responses, Darwin's ideas were also mobilised in a range of scientific inquiries on such subjects as birds and butterflies. But most conspicuous was the use of evolutionary thought-forms in the work of the eminent philologist Wilhelm Bleek, cousin of Darwin's leading German apologist, Ernst Haeckel. The prevailing sense is of a liberal intelligentsia calmly interacting with a novel theory with all due deference. During the 1870s, an address by Langham Dale at the South African Public Library injected new energy into the Darwin discussion. Dale expressed disquiet over some of the anthropological implications of evolution as well as its apparent reductionism, and this stimulated a range of reactions. Several anonymous commentators responded but the most sustained evaluation of Dale's position emanated from the Queenstown physician and later politician, Sir William Bisset Berry. Then, in 1874, copious extracts from John Tyndall's infamous 'Belfast Address' were printed in the Cape Monthly and this added yet further impetus to the debate. Tyndall's seeming materialism bothered a number of readers, not least Hon William Porter, former attorney-general of Cape Colony. To figures like these the materialist extrapolations of radical Darwinians such as Haeckel were deeply disturbing, not just for religious reasons, but because they seemed to destabilise the moral and pedagogic progressivism that lay at the heart of their civilising credo. While reservations about Darwin's proposals were certainly audible, taken in the round Darwinian conversations among the English-speaking literati at the Cape were conducted with liberal sentiments, not least when evolutionary science approached questions of race. For Darwin's writings were seen to confirm a monogenetic account of the origin and unity of the human race, and could readily be called upon to justify the paternalistic ideology that governed colonial affairs.
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A tese tem como foco quatro eixos centrais: o ensino superior, a sociedade civil, a cidadania e a hegemonia. Na primeira parte da tese, estes eixos teórico-conceptuais são explanados numa perspectiva da promoção de uma compreensão mais ampla da sociedade civil e do estado, nomeadamente o contratualismo, o liberalismo, o materialismo e o neoliberalismo. Um protagonismo fundamental é atribuído às concepções de Antonio Gramsci de sociedade civil, cidadania e estado aplicadas no ensino superior no Sul da Amazónia brasileira. A segunda parte da tese concentra-se num estudo de caso com três premissas de análise: a fragmentação do ensino superior brasileiro; a reconfiguração da cidadania e hegemonia; e o ensino superior no contexto do Amazonas. O ensino superior no Brasil teve início com as escolas jesuíticas, que, depois de encerradas pelo Marquês de Pombal não tiveram sucessoras em solo brasileiro, ao nível do que poderia ter sido o embrião de um sistema de ensino superior. A chegada da Corte Imperial Portuguesa, em 1808, permite reinstalar novos cursos. A primeira unidade de ensino superior no Amazonas surge apenas no princípio do século XX. Um século depois, tem início o processo de expansão com a implantação de unidades no interior do estado. O ensino superior no Brasil, nas últimas décadas, assumiu um caráter híbrido e de massificação. A massificação, no entanto, ainda é uma realidade a ser alcançada. Apesar dos avanços realizados na última década, ainda subsiste ainda uma forte exclusão de estudantes. O enfoque sobre o ensino superior e a cidadania, no contexto do Amazonas, surge na articulação de um conjunto de informação empírica, extraída de entrevistas realizadas com atores chave locais, com as categorias de pensamento de Antonio Gramsci, que sustentam teoricamente o estudo. Esta articulação tem no ensino superior a possibilidade de desenvolver a cidadania como o princípio organizador e fim último deste nível de ensino. Neste sentido, a hegemonia ganha um estatuto de orientação e direção que permite aos sujeitos envolvidos no ensino superior maior possibilidade de autonomia, liberdade, justiça social, empregabilidade e desenvolvimento social. O modelo de universidade para a cidadania apresenta-se como uma possibilidade de mudanças no horizonte social, económico e também político, no interior da própria universidade. O ensino superior, perspectivado como um instrumento essencial para a cidadania, tem como objetivo primordial a qualificação de professores para a educação de base, Reflexivamente, esta qualificação não deixará potencialmente de produzir retornos positivos na própria expansão e abrangência numérica e educativa do próprio ensino superior. Desta forma, a cidadania no ensino superior é perspectivada neste estudo como um deslocamento de lógicas de compreensão individual e de individualização elitista dos benefícios para lógicas assentes em construções mais coletivas, portadoras de benefícios sociais. A interiorização do ensino superior no Amazonas é assumida no estudo como uma possibilidade de formação académica para o desenvolvimento de práticas pedagógicas e científicas críticas e mais conscientes, constituindo um horizonte determinante para a ativação de processos de integração regional e nacional. Em suma, os pontos de confluência entre o ensino superior, a sociedade civil, a cidadania e as propostas de Gramsci, estão relacionados com a formação, a conscientização política, e o bem-estar económico e social.
Resumo:
Relatório da prática de ensino supervisionada, Mestrado em Ensino de Filosofia no Secundário, Universidade de Lisboa, 2014