998 resultados para Gestão e coordenação de obra
Resumo:
Neste artigo se discute o conceito de subjetividade utilizado nas prticas de sade. Parte-se da tese de que a concepo de subjetividade predominante no pensamento dos trabalhadores no campo da sade no est em sintonia com valores e pressupostos de renovao de conceitos e prticas, neste mbito, na atualidade. Defende-se o carter processual e coletivo dos processos de produo de subjetividade, contra o carter individualista, apriorstico e objetificado prevalente nas prticas em psicologia e campos afins. Desdobra-se desta reflexo a defesa das transformaes dessas prticas tendo como norte as articulaes entre gestão no trabalho e processos de subjetivao, com base nos pressupostos terico-filosficos da obra de M. Foucault e na ergologia de linhagem francesa. Nessa direo de anlise, afirma-se a importncia de se pesquisar as articulaes entre organizao do trabalho, produo de sade-doena e processos de subjetivao em curso. O foco das anlises a escola pblica.
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Esta pesquisa tem a inteno de descrever as caractersticas do trabalho gerencial de gestores educacionais, iniciando-se de estudo realizado com gestores escolares, coordenadores pedaggicos que atendem s escolas multisseriadas da secretaria de educao do municpio de Santa Maria de Jetib (ES). Buscou-se caracterizar a ao gerencial desses gestores partindo das percepes deles sobre os trabalhos realizados junto aos demais membros da comunidade escolar, equipes de gestão e gestão da secretaria municipal, no deixando de lado as particularidades da rea educacional, principalmente sobre gestão democrtica e autonomia. Para se entender a diversidade, a complexidade e as dinmicas relaes dos gestores, foram realizadas entrevistas semiestruturadas que contriburam para aprofundamento nessas dinmicas. Documentos foram analisados para conhecimento e caracterizao da formatao da estrutura organizacional da secretaria de educao. Os relatos das entrevistas apresentaram fragmentos que puderam nortear ideias para um melhor tratamento dos dados, que foram realizados analisando os contedos apresentados pelos gestores entrevistados. As conversas realizadas com esses entrevistados mostraram ambiguidade, dinamismo e pluralidade no desenvolvimento das funes gerenciais dos gestores educacionais, que so lderes, companheiros e executores de trabalhos junto aos demais componentes das relaes do ambiente educacional. Assim, as expectativas so de que esta pesquisa possa fazer com que novos dilogos surjam para discutir as relaes dos gestores educacionais, principalmente sobre as aes dos coordenadores que atuam junto s escolas multisseriadas.
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Com base em pesquisa bibliogrfica e documental, e fazendo uso da anlise de contedo, este trabalho tem como objetivo geral analisar a meta erradicar a pobreza at 2025, constituinte do Plano de Desenvolvimento Esprito Santo 2025. Compreendemos que essa meta faz parte do modelo de desenvolvimento sustentado elaborado pela burguesia capixaba, organizada no Movimento Empresarial Esprito Santo em Ao, e em articulao com o executivo estadual e a Petrobrs, sem que tenha havido participao de trabalhadores na elaborao do Plano mencionado. Seguem-se as principais concluses. A meta em questo foi construda sob o marco ideopoltico e terico da internacionalizao do combate pobreza, transpondo-se para o territrio estadual o discurso hegemnico de erradicao daquela condio social, entendida como sendo, em ltima anlise, de responsabilidade do indivduo, e no enquanto consequncia direta do modo de produo capitalista. Alm disso, os pobres so compreendidos, na elaborao da meta, de forma dual: ora identificados atravs do pressuposto da falta, ora enquanto agentes livres para construir seu prprio futuro. Em consequncia dessa dualidade, so propostas duas vias de ao tidas como essenciais para erradicar a pobreza: uma, centrada na transferncia de renda para os que vivem na pobreza mais acentuada, e outra, na concesso de (micro)crdito para os pobres no miserveis, com vistas a possibilitar que se tornem empreendedores. A meta analisada visa contribuir para promover a paz social, atravs da conteno dos pobres e de sua latente revolta diante de sua degradada condio de vida em territrio esprito-santense, o que demonstra sua funcionalidade para naturalizar e gerir a barbrie que marca a contemporaneidade capitalista.
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Esta dissertao investiga o unheimlich em portugus, 'estranhamente familiar' -, conceito psicanaltico desenvolvido por Sigmund Freud, em obras que fazem parte de 4 (quatro) sries do trabalho do artista plstico Attilio Colnago: "Do Retorno s Meias Verdades", 10 + 1 Perigosas Maneiras de Amar", "Minas das Liberdades Gerais" e "Dilogos com a Paixo". Aproxima as obras do artista j to conhecidas por seus aspectos principais tais como a presena da figura humana, os espaos interiores, o sagrado em um contraponto com o profano, e as memrias do estranhamente familiar. Para tanto, pesquisou-se a bibliografia ligada ao tema, que teve como ponto de partida o ensaio de Freud de 1919, "Das Unheimliche", traduzido para o portugus como "O Estranho" e prosseguiu-se atravs de escritos de outros autores que se interessam pelo conceito de estranhamente familiar, trazendo-o para a contemporaneidade e associando-o a outras reas do conhecimento, entre eles Nicholas Royle, Anneleen Masschelein e Anthony Vidler. Com base na teoria estudada foram selecionadas, dentre as sries escolhidas, as obras mais significativas em relao ao tema para serem analisadas. Busca-se desvendar e analisar um lado ainda no investigado da obra do artista e ao mesmo tempo mostrar a importncia de se estudar o conceito de estranhamente familiar no campo das artes plsticas.
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Este trabalho aborda aspectos referente produo do processo de trabalho no cotidiano da gestão da Estratgia Sade da Famlia (ESF) em um municpio do Esprito Santo, a partir dos discursos dos prprios gestores envolvidos no processo. Valoriza a discusso sobre a produo das relaes institucionais neste contexto, assim como questes que dizem respeito ao processo de trabalho no dia a dia deste servio. O percurso metodolgico foi orientado pela abordagem qualitativa, sendo utilizado como instrumento metodolgico para a coleta de dados a observao direta de uma equipe de ESF, a construo de um dirio de campo e entrevistas individuais semiestruturadas aos gestores (secretrio municipal de sade, coordenador da ateno bsica, integrante do ncleo da ESF e coordenador de unidade de sade da famlia) da ESF desse municpio. A partir do trabalho de campo e da anlise do material produzido, pode-se apreender um cotidiano marcado pelas subjetividades prprias de cada profissional, um cotidiano construdo a partir das relaes produzidas em cada espao de atuao dos gestores com os profissionais de sade e com os usurios. De maneira geral, os discursos dos gestores evidenciam um dia a dia complexo de operar. Alm disso, observa-se as que as atividades voltadas para as tomadas de deciso so centradas no papel do gestor formal da instituio de sade. O organograma da secretaria de sade do municpio refora a hierarquizao das relaes, principalmente as que se referem s tomadas de deciso, de forma que, pode-se observar que um dia a dia marcado por tenses, conflitos e controle. As relaes produzidas so baseadas em relaes de poder, perpetuando caractersticas de uma gestão clssica, apesar da concepo e da tentativa de realizar uma gestão pautada na cogestão.
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A Reserva Extrativista Marinha (RESEXMAR) do Corumbau foi criada no ano de 2000, a partir de uma ao coletiva, iniciada em 1997 por meio das lideranas de pescadores locais, na busca de instrumento jurdico que garantisse o acesso exclusivo dos recursos pesqueiros contra a atividade da pesca comercial de camaro sete-barbas que se instalou na dcada de 1980. Durante o processo de criao da RESEXMAR do Corumbau, os pescadores obtiveram apoio de rgos governamentais, como a Coordenação Nacional de Populaes Tradicionais (CNPT) e de entidades ambientalistas do terceiro setor Associao Pradense de Proteo Ambiental (APPA), e posteriormente a Conservation International do Brasil (CI-Brasil). Entretanto, aps a criao da RESEXMAR do Corumbau entre os anos 2000 e 2002 foi elaborado o Plano de Manejo que orientaria a gestão da Unidade de Conservao (UC). O documento foi capitaneado pela equipe tcnica e cientfica vinculada CI-Brasil, tendo como ponto de destaque a criao de reas de excluso total da atividade da pesca, por meio da Zona de Proteo Marinha (ZPM). A ideia de uma ZPM, para a CI-Brasil, era que de forma indireta e em mdio e longo prazo, os pescadores se beneficiariam com o possvel aumento de produo de pescado, contanto que 30% de cobertura de recifes tivesse algum tipo de proteo dos processos ecolgicos, tais como reproduo e crescimento de espcies. Durante as discusses do Plano de Manejo e atualmente uma parcela de pescadores locais contestaram os limites da ZPM, pois iria restringir o acesso aos recursos pesqueiros. No entanto, tal contestao foi suprimida pelas relaes no formais que os membros da CI-Brasil possuam com o ncleo familiar principal da Vila do Corumbau, forando os demais em um acordo formal temporrio. Tal questionamento evidenciou um conflito de conjunto de normas distintas entre pescadores artesanais em relao CI-Brasil e IBAMA: a pesca artesanal um tipo de ao que segue normas especficas das quais elementos humanos e no humanos interagem conjuntamente, evidenciando um conhecimento prtico e corporizado constituindo um modelo compreensivo de mundo e de natureza; conceitos modernos e globalizantes de uma natureza totalmente desvinculada das prticas locais artesanais, com forte articulao de uma entidade ambientalista de alcance internacional, guiada pela emergncia das questes ambientais, imprimindo no local (o lugar da prtica da pesca tradicional) a ideia de um espao (reas Marinhas Protegidas), desencaixado de formas especficas de natureza/culturas.
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A administrao desde seu incio desenvolveu vrios modelos de gestão a fim de obter eficincia. Treinar, capacitar e desenvolver o pessoal esteve na maioria desses modelos como algo imprescindvel para se alcanar os resultados desejados. O governo que h vrios anos busca um servio pblico profissional e de qualidade publicou o decreto n. 5.707/2006 que regulamenta o desenvolvimento de pessoal da administrao pblica autrquica e fundacional. Neste decreto ele institui que o desenvolvimento de servidores dever seguir o modelo de Gestão por Competncias. Este trabalho trata de verificar a possibilidade da implantao desse novo modelo de gestão para confeccionar o programa de capacitao dos servidores tcnicos administrativos em educao da Universidade Federal do Esprito Santo (UFES) elaborando uma proposta de projeto. Nesse sentido, faz-se uma reviso dos conceitos de treinamento, capacitao, desenvolvimento, competncias e gestão por competncias e atravs de seus constructos levanta-se a viabilidade de implantao de um programa de capacitao que inter-relacione as exigncias do cargo com as habilidades e competncias apresentadas ou no pelo servidor e o contedo dos treinamentos e cursos oferecidos pelo Departamento de Desenvolvimento de Pessoas da UFES.
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Por intermdio deste trabalho, foi possvel detectar o acmulo de recomendaes, o que possivelmente possa indicar a presena de falhas na gestão. Dessa forma o objetivo deste trabalho investigar as causas e propor solues que contribuam para o atendimento das recomendaes pendentes e para a melhoria de tomada de decises administrativas. Tomou-se como apoio o Relatrio de Auditoria Anual de Contas n 201305863 e forma apresentadas ferramentas que auxiliem a gestão no processo gerencial de tomadas de decises. O universo pesquisado compe-se dos gestores do IFES, que vivem a rotina burocrtica dessa instituio de ensino, o que possibilita obter uma percepo do inter-relacionamento profissional junto AUDIN (Auditoria Interna). A coleta de dados foi feita por meio de questionrio, tendo foco na percepo dos gestores de como os trabalhos de auditoria so realizados no IFES, e, paralelamente, buscou informaes capazes de municiar a AUDIN com ferramentas capazes de melhor auxiliar no assessoramento administrativo. A pesquisa sugere que a Auditoria Interna e os gestores incorporem diversos conhecimentos para se obter um melhor desempenho frente s demandas do controle interno e externo. Foi observado um acmulo significativo de recomendaes, o que indica a presena de possveis falhas na gestão do referido rgo. Assim sendo, a pesquisa apresentou resultados que posicionam a Auditoria Interna margem do processo gerencial do IFES.
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No mbito da Democracia Participativa, cujos elementos foram inseridos na democracia brasileira pela Constituio Federal de 1988 (CF/88), ao legitimar a participao do usurio na administrao pblica direta e indireta, prevendo mecanismos de controle social, destacamos as ouvidorias pblicas, e dentre elas as ouvidorias universitrias, como instrumentos de interlocuo e intermediao entre os cidados e as instituies pblicas. Embora existam importantes estudos acerca das ouvidorias pblicas, sobretudo nas reas da sade e judiciria, ainda h escassez no campo da gestão pblica quanto a estudos especficos sobre as ouvidorias universitrias, restando uma lacuna que necessita ser preenchida. Nesse sentido, a presente pesquisa teve o propsito de investigar a atuao da Ouvidoria Geral da Universidade Federal do Esprito Santo (UFES), buscando responder seguinte questo: Qual a importncia da Ouvidoria Geral da UFES na gestão pblica dessa instituio? E, com isso, trazer tona aspectos relevantes e peculiares das ouvidorias universitrias, que certamente alcanam, a exemplo da Ouvidoria Geral da UFES, ouvidorias de outras instituies pblicas de ensino superior, dando maior visibilidade a um instituto por vezes desconhecido ou tratado sem a ateno devida. Para tanto, foi realizada uma pesquisa qualitativa a partir do procedimento tcnico do estudo de caso, com utilizao de anlise documental, observao espontnea e aplicao de entrevistas. Assim, alm de abordar aspectos estruturais e conjunturais que envolvem a Ouvidoria, esse estudo traz a percepo de cidados que utilizaram os servios do rgo, propiciando a ampliao da discusso sobre o tema na Academia e, porventura, a induo de mudanas organizacionais.
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Prope-se um estudo acerca da recepo da obra de Paulo Coelho pela crtica literria e pelo leitor, envolvendo a indstria cultural, sob a perspectiva da Sociologia da Literatura. A pesquisa justifica-se pela grande proporo de leitores que a obra atinge: traduzida para 81 idiomas e lida em 168 pases, tendo boa aceitao por diferentes perfis de leitores e por muitos crticos literrios de outros pases. No Brasil, a produo do escritor recebida com uma certa reserva pela crtica literria. As intervenes da indstria cultural so discutidas por meio de um dilogo estabelecido entre Theodor W. Adorno, Max Horkheimer, Pierre Bourdieu, Umberto Eco, Luiz Costa Lima e Muniz Sodr. Em seguida, estabelece-se uma discusso sobre valor esttico em relao literatura contempornea. Posteriormente, so mostradosos elementos temticos recorrentes e a proximidade da narrativa coelhana com a oralidade, a partir da influncia das canes compostas em parceria com Raul Seixas e da operao dos gneros parbola e fbula.A recepo da crtica analisada, baseando-se em estudos de Mrio Maestri, Elosio Paulo, teses e dissertaes, artigos, entre outros. A recepo do leitor tem como aporte terico Antonio Candido e Roger Chartier, dentre outros, apoiando-se na Esttica da Recepo, especificamente nos estudos de Hans Robert Jauss e Regina Zilberman. analisada a recepo da obra de Paulo Coelho pelos leitores da rede social Skoob, a fim de verificar o gnero, a idade,o nvel de escolaridade, a condio socioeconmica e cultural e as impresses de leitura destes. Compreendendo esses sujeitos-leitores, historicamente, e valendo-se de outros aspectos (em vez dos estticos) apontados pela Sociologia da Literatura, possvel estabelecer dilogos entre as preferncias desses leitores com obras j legitimadas pela teoria e crtica literrias, ampliando o repertrio destes e contribuindo para a mediao e a promoo da leitura, no Brasil.
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O Sistema nico de Sade (SUS) pode ser considerado uma das maiores conquistas sociais consagradas na Constituio de 1988, representando a materializao de uma nova concepo acerca da sade no Brasil. As diretrizes do SUS so importantes instrumentos indutores de mudanas e modernizao da gestão, incluindo aspectos relativos organizao da assistncia, como sua humanizao e tambm a busca de maiores nveis de desempenho e responsabilidade institucional para com os resultados alcanados. Diversos autores tem se debruado sobre o tema gestão, porm, qual o modelo de gestão que conseguiria combinar um papel ativo, de liderana e de coordenação para gestores com autonomia? Este estudo objetiva analisar a prtica da gestão nos servios de sade do municpio de Itapemirim/ES, buscando compreender as mltiplas e complexas dimenses que orientam essa prtica, tendo como principal fonte as entrevistas de seus gestores. O municpio adota uma poltica de gestão participativa na sade com vrias instncias formais e pratica um investimento em sade acima do preconizado pela Constituio Federal o que permite um investimento em estruturao e oferta de servios pblicos. Do ponto de vista metodolgico, o estudo adota a abordagem qualitativa atravs de entrevistas semiestruturadas, focalizando a gestão como um mundo social e expresso dos processos presentes nas organizaes e que atravessam os relatos coletados. Foram entrevistados trs gestores, sendo esses, Secretrio Municipal de Sade, Diretora da Ateno Primria em Sade e Coordenadora de Estratgia Sade da Famlia do municpio de Itapemirim. A anlise do material emprico teve como um de seus eixos o estudo do percurso profissional dos gestores, especialmente os processos que os levaram funo de gestão. A contingncia marca essas trajetrias que se desenrolam em um contexto em que, em alguns dos casos, percebe-se que no existe qualquer exigncia quanto formao de gestão. Outro eixo abordado so as prticas de gestão onde so examinados os sentidos que o exerccio da funo de gestor tem para os sujeitos, como tambm as suas estratgias de trabalho, planejamento e ferramentas de uso. O exame das prticas de gestão norteia-se pela anlise das possibilidades e limites para desencadear processos de mudana. Os depoimentos apontam as caractersticas dessas experincias de gestão, que procuram construir condies para processos de mudana, seja atravs das experincias anteriores desses gestores ou das estratgias de trabalho e do sistema de gestão articulado que procuram desenvolver. Os projetos profissionais dos gestores entrevistadas vo claramente se definindo no mbito da gestão: se veem, no mais como profissionais de sua rea de formao original (enfermeiro, farmacutico ou cirurgio dentista), mas acima de tudo como gestores, alimentados pelo reconhecimento de suas capacidades de mobilizao e de desenvolvimento de mudanas relativas a outras realizaes no campo da gestão.
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A pesquisa busca mostrar como o discurso religioso do gnero sermo, na voz do enunciador Frei Gregrio Jos Maria de Bene, pode influir na estratgia de adeso e convencimento dos escravos da regio de Serra, provncia do Esprito Santo, para a construo da igreja do Queimado. O sermo citado o recorte fundamental do discurso literrio O Templo e a Forca (1999), recriado por Luiz Guilherme Santos Neves, analisado a partir de cena englobante legitimadora. O trabalho insere-se nos estudos da Analise do Discurso (AD) de linha francesa, pelo referencial terico de Dominique Maingueneau, que nos orientar quanto s cenografias do padre, sua imagem de enunciador, as condies de produo do sermo, ressaltando elementos que interagem no embate, visando sociedade da poca e s questes culturais dos envolvidos na ecloso da revolta. O principal objetivo examinar as cenas de enunciao e como se constri o ethos religioso em cada cena e suas variadas funes. elementar dizer que o religioso se reconstri a cada momento a partir do comprometimento com as situaes de comunicao. Para maior entendi-mento, dizemos que essas diversas reconstrues apresentam nos discursos diferentes encenaes desse to fomentado religioso com suas estratgias de adeso, apresentando-se ora com a imagem daquele que fala em nome de Deus, preza a docilidade da vida do campo sombra das andirobeiras gigantes onde se pode sentir o silncio que convida contemplao e prece; ora aquele comprometido com seus propsitos interesseiros e pessoais. Fala para no ser entendido, e o que vale erguer a casa de So Jos sem poupar a carne e o sangue das mortes que viro. Importa ressaltar que sempre h possibilidade de olhar ingnuo sobre texto religioso, que, conforme Main-gueneau (2010), s legvel relacionado a vasto intertexto que contribuir para estruturar o discurso. Para enriquecer ainda mais este estudo, afora o gnero sermo usamos recortes que estruturam o discurso de Neves e sinalizam as variadas cenografias e a forma como se constituem enquanto gneros: Dilogo interior momentos solitrios do frade Viso do frade e Monlogo; Dilogo Compartilhado segmenta dilogos entre o enunciador e seus vrios co-enunciadores, que estruturam os acontecimentos do discurso; e o gnero exortao, do padre aos escravos. Os recortes so momentos de grandes embates recriados pelo autor, em discurso leve fazendo seu leitor transitar prazerosamente junto ao frade entre as suas variadas imagens nos discursos. Levando o leitor a acreditar tratar-se de cenas relacionadas ao gnero cmico. E talvez o fosse, se no terminasse em revolta.
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Nesta dissertao discutimos os movimentos em torno da temtica da apropriao evidenciando o deslocamento do objeto de uso comum para o campo da arte em trs movimentos paradigmticos: o Dadasmo, o Surrealismo e o Novo Realismo, e seus desdobramentos na arte contempornea no sentido de legado cultural. Permitimo-nos transitar pelas demais vertentes dos processos de apropriao na arte nova-iorquina e europeia seguindo as propostas da arte com objetos. Investigamos os processos envolvidos nas controvrsias do ready-made, executado por Marcel Duchamp desde 1913, para dar partida ao percurso histrico das manifestaes onde ocorre o objet trouv, a colagem e a assemblagem. Nosso objetivo responder pergunta com a qual o filsofo Arthur C. Danto inicia suas investigaes filosficas acerca das apropriaes e condies que fazem de um objeto comum uma obra de arte. Para tanto buscamos as teorias de Abrahan Moles e Jean Baudrillard acerca do objeto industrializado e Roland Barthes com as questes metalingsticas de sua funo-signo. Para discutir tais relaes da arte com os objetos, recorremos aos textos de Peter Brger, Andr Breton, Pierre Restany, Gregory Battcock, Walter Benjamin, Hal Foster e outros. Destacamos alguns trabalhos artsticos, evidenciando o objeto caixa, tratado como um utilitrio com forma e finalidade definidas, reafirmando-se como objeto de consumo, no discurso sobre a potica do espao de Gaston Bachelard. A pesquisa prope analisar as transformaes radicais das estruturas conservadoras da arte e especular sobre o gesto de apropriao dos objetos, com algumas reflexes direcionadas sobre o objeto e a transgressividade da apropriao como experincia de tenso e poder.
Resumo:
O estudo teve como objetivo compreender de forma crtica como se caracteriza a gestão participativa no campus Serra do Ifes, a partir do entendimento e do processo interativo dos servidores Tcnico-administrativos (TAEs) das classes C, D e E, e das chefias imediatas. Para tanto, a Teoria da Ao Comunicativa (TAC) de Jrgen Habermas, bem como sua proposta de democracia deliberativa foram empreendidas como marco terico para compreenso desse processo e os conceitos norteadores da TAC (atos de fala, mundo da vida, sistema, colonizao do mundo da vida, esfera pblica, ao comunicativa e instrumental ou estratgica) foram empregados como elementos de anlise das estruturas relevantes identificadas na pesquisa. Esse trabalho caracteriza-se como uma pesquisa de abordagem qualitativa e possui um enfoque crtico com viso dialtica da realidade social. A anlise foi realizada considerando o duplo efeito que a prtica da gestão participativa pode significar: como comprometimento com o desempenho e reforo do sistema capitalista; e como resistncia dos trabalhadores organizados s formas de dominao e controle. Os dados empricos foram produzidos por meio de pesquisa documental, observao participante e entrevista semiestruturada. Foram entrevistados oito TAEs subordinados e 13 chefias imediatas, selecionados conforme o critrio da bola de neve. Utilizou-se a anlise de contedo para o tratamento das informaes obtidas nas entrevistas. Os resultados apontam para a construo de aes participativas de cunho instrumental, estabelecidas a partir dos interesses da gestão, de grupos especficos e individuais. Sendo assim, a prtica da gestão participativa caracteriza-se como um espao estratgico para alcance do xito e no do entendimento, onde os TAEs so corresponsveis no processo de manuteno e construo dos fenmenos que emperram o desenvolvimento de uma participao democrtica.