1000 resultados para Representações sociais Cabo Verde


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paradoxal que localizando-se o arquiplago de Cabo Verde no meio do oceano, a sua populao sofra de carncia de gua. Na verdade, essa carncia de gua de qualidade, com baixo teor em sais, adequada para o consumo humano e agricultura. Ao longo dos sculos o engenho dos habitantes, aliado ao trabalho duro, tem permitido s populaes locais lutar com as condies climticas adversas e produzir o seu sustento recorrendo a poos, galerias e furos. Este trabalho pretende retratar a situao atual e os recursos disponveis em Cabo Verde, bem como as formas encontradas para exponenciar os escassos recursos hdricos existentes e garantir a sustentabilidade da populao crescente do pas. Pode dizer-se que a dependncia centenria das guas subterrneas est a diminuir gradualmente, medida que diminuem as suas disponibilidade e se vai degradando a sua qualidade. Situao esta que levou a que se tenha recorrido a novas formas de obter da gua, caso da dessalinizao da gua do mar e se tenha intensificado a captao das guas superficiais. A dessalinizao atualmente indispensvel para abastecer os grande centros populacionais, apesar do elevado consumo energtico que lhe est associado e da manifesta insuficincia e reduzida eficincia das redes de distribuio existentes. No entanto, o investimento em infra-estruturas de abastecimento de gua em zonas rurais uma ferramenta demogrfica importante e deve ser utilizado para evitar o xodo rural. O atual investimento do estado em barragens e grandes diques uma aposta correta para satisfazer as necessidades agrcolas. No entanto, a experincia do passado tem demonstrado a necessidade de construo simultnea de obras de correo fluvial e de um conjunto significativo de pequenos diques nas bacias de captao para evitar o assoreamento rpido das novas barragens.

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Inquirir sobre a trajectria histrica do ensino secundrio cabo-verdiano, propondo uma matriz holstica para sua compreenso constitui elemento primordial para sua (re) configurao. Este caminho permite identificar os marcos estruturantes da sua concepo poltica e discursiva, destacando as suas ideias-fora e as estratgias da sua atrelagem, com sucesso ou no, s vises e medidas de desenvolvimento econmico e social do pas. De igual modo, autoriza avaliar o grau de exequibilidade relativamente ao amontoado de propsitos, apoteosamente assumidos, em determinadas conjunturas, mas estranhamente silenciados e, algumas vezes estrategicamente recuperados. Este posicionamento constitui ponto de partida para as inovaes que se pretende introduzir, pois elas no acontecero se no se conhecer o percurso, a prtica e o contexto que lhes outorgam corpo e significados. A nvel mundial, o ensino secundrio tem enfrentado diversos dilemas em relao sua configurao curricular e de programas de formao (pedaggica) docente, estes que vm debatendo e incorporando novas competncias pedaggicas. O assunto interessa a Cabo Verde, no quadro do discurso de transformao do pas. A presente investigao perscrutou profundamente as implicaes dessas assunes. A nvel metodolgico, a investigao orientou-se pela metodologia qualitativa. Efectuou-se uma profunda explorao histrica e terica. Aplicou-se entrevistas aos vrios sujeitos da educao secundria e realizou-se um grupo de discusso com subdirectores pedaggicos das escolas secundrias do interior da ilha de Santiago. Os resultados da investigao so vastos, pertinentes e desafiadores. Desde logo, a dbil localizao do ensino secundrio na idiossincrasia cultural e histrica cabo-verdiana. Por outro lado, a demonstrao de que o ritmo de amontoamento de atribuies ao ensino secundrio no foi acompanhado pela igual capacidade de materializao dos propsitos assumidos. Ainda, a assuno de que a trajectria de formao dos docentes do ensino secundrio fragmentada, descontnua e com interminveis contornos e debilidades de concepo cientfica e pedaggica, no obstante os importantes ganhos. Baseado nas lices e alguns silncios identificados, preciso repensar a formao dos docentes do ensino secundrio. Neste mbito, um leque alargado de competncias pedaggicas foi sugerido com base no debate terico, anlise dos documentos estratgicos do pas, e propostas dos entrevistados.

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Cabo Verde, descoberto no sculo XV, viveu sob o domnio de Portugal at ao processo de descolonizao, que culminou na independncia do arquiplago. A 5 de julho de 1975, o PAIGC, partido binacional, que j estava no Poder na Guin-Bissau, tomou conta do Poder em Cabo Verde, passando ambos os pases a viver sob o regime de partido nico. Esta unio foi mantida at ao golpe de Estado de 1980, em Bissau, que levou ciso dos dois Estados, dando lugar a um novo partido, o PAICV, que passou a governar Cabo Verde a partir de 1981. No entanto, o regime continuou a ser de partido nico. Em 1990, o Conselho Nacional do PAICV decidiu proceder abertura poltica, permitindo que outros partidos concorressem s eleies. Assim, as eleies legislativas, as presidenciais e as autrquicas de 1991, foram vencidas de forma clara pelo nico partido da oposio que cumpria as exigncias legais para concorrer, o MpD. O estudo da evoluo poltica do arquiplago permite constatar que a democracia est no caminho da consolidao, tendo havido alternncia poltica nas eleies de 2001. Por isso, Cabo Verde tem sido apontado como um exemplo no que concerne ao regime democrtico na frica no apenas Lusfona. O objetivo desta dissertao analisar a evoluo poltica de Cabo Verde, desde o processo de descolonizao at abertura poltica e traar uma viso prospetiva sobre o pas.

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A agricultura cabo-verdiana caracterizada pela baixa e irregular produtividade e no consegue produzir mais do que 20% das necessidades alimentares do pas, sendo que a insegurana alimentar e a pobreza esto intimamente ligadas fraqueza da base produtiva. A horticultura considerada como um dos sectores mais rentveis, com um papel importante na segurana alimentar e no oramento das famlias. A presente dissertao tem como objectivo principal o estudo da importncia da horticultura no rendimento e segurana alimentar das famlias, atravs da venda e consumo de produtos hortcolas. Foi realizado um estudo de caso s familias com e sem produo hortcola na ilha do Fogo em Cabo Verde e verificou-se que os agregados com regadio tm um rendimento anual bastante superior aos rendimentos auferidos pelos agregados sem regadio e a horticultura teve um contributo notvel na formao desse rendimento. A nvel da alimentao verificou-se que os agregados com regadio tem um consumo calrico superior aos agregados sem regadio. Verificou-se igualmente que os agregados com regadio tem uma alimentao mais diversificada, quer pela frequncia de consumo diria de produtos hortcolas e frutas quer pelo consumo per capita dos mesmos.

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Os sucessivos anos de seca tm agravado a crnica falta de gua que marca o quadro hdrico de Cabo Verde. No arquiplago verifica-se a perda de um grande volume de gua que se escoa para o mar, aquando das grandes chuvadas, e que estimado em milhes de m3/ano. Para atenuar a problemtica da falta de gua, principalmente no setor agrcola, o Governo Cabo-verdiano tem apostado na poltica de construo de barragens. No ano de 2006 com o objetivo de aumentar os recursos hdricos disponveis e concomitantemente alargar a rea irrigada e diminuir a pobreza, foi inaugurada a barragem do Poilo, a primeira do arquiplago, no interior da ilha de Santiago no concelho de So Loureno dos rgos. Baseado no pressuposto que as barragens so estruturas de grande impacte ambiental e socioeconmico, antes, durante e depois da sua construo, o presente trabalho tem como objetivo principal avaliar o desempenho ambiental, socioeconmico e cultural da Barragem de Poilo. Para tal, o trabalho segue uma metodologia DPSIR1e a aplicao de inquritos e entrevistas, procurando integrar o conhecimento e a perceo da paisagem na rea de influncia da albufeira por parte de diversos atores locais. Espera-se colher subsdios que sirvam de base para os estudos futuros das demais barragens projetadas e a serem construdas em Cabo Verde.

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Este documento faz a anlise do associativismo em Cabo Verde nos territrios rurais da ilha de Santiago. Apresenta o estudo de caso de trs associaes comunitrias da ilha, focaliza os principais parceiros, as actividades desenvolvidas, o seu funcionamento e o contributo dos mesmos no desenvolvimento local/comunitrio. A Analise comparativa demonstra uma proximidade dessas associaes quanto a origem, (impulso da ajuda externa), objectivos e as aces desenvolvidas apesar de localizarem em reas geogrficas distintas. As aces desenvolvidas variam de acordo com a necessidade de cada comunidade e so desenvolvidas com base nos contratosprograma. A participao defendida como o ideal para a implementao dos projectos e o funcionamento da organizao ficou explcita no trabalho de campo, que na realidade muitos dos membros no o exercem. Espera-se que este documento venha a contribuir para o conhecimento da actividade associativa em Cabo Verde em geral e na ilha de Santiago em particular.

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Identificam-se os principais estudos respeitantes cartografia e classificao dos solos da Repblica de Cabo Verde. A partir desses estudos analisam-se as principais caractersticas morfolgicas, fsicas e qumicas, o enquadramento taxonmico e, de forma muito geral, a distribuio dos solos de Cabo Verde. Consideram-se as principais lacunas a este respeito e algumas aces a empreender para aumentar o respectivo conhecimento. Finalmente, definem-se aces fundamentais a desenvolver para a organizao funcional da informao disponvel sobre os solos da Repblica de Cabo Verde, tendo em vista o desenvolvimento agrrio, o ordenamento do territrio, a gesto dos recursos naturais e a qualidade ambiental.

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As razes da escolha do tema O Futuro do Ensino Superior Pblico em Cabo Verde (Prioridades de Custo e Financiamento), pretende-se com: a vontade de aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo do curso de Gesto e Planeamento da Educao, a vontade de dar um contributo que se julga necessrio na identificao das prioridades do pas em matria do Ensino Superior, que contribua para uma eventual necessidade do pas em termos de pessoas com maiores competncias, de conhecimentos mais slidos e abrangentes, dispostos a aceitar a mobilidade profissional, para enfrentar a sociedade do futuro de forma eficaz e criativa. O presente trabalho encontra-se dividido em cinco captulos: Diagnstico da Situao; A Procura Futura do Ensino Superior; Os Grandes Desafios do Ensino Superior; Que Estratgias; Concluses e Recomendaes. No primeiro captulo aborda-se informaes de vrios caracteres como a importncia do Ensino Superior para o desenvolvimento de um pas, o historial do Ensino Superior pblico em Cabo Verde e a sua evoluo, informaes sobre as IES Pblico existentes em Cabo Verde, o financiamento das IES pblico de Cabo Verde. Tambm so destacadas informaes sobre o quadro jurdico e regulamentar do Ensino Superior, metas que o pas tem a alcanar, que estratgias de curto mdio prazo (2006-2011) que o pas traou e feita uma anlise SWOT do Ensino Superior em Cabo Verde. O segundo captulo retrata a procura futura do Ensino Superior em Cabo Verde com a elaborao de dois cenrios. O cenrio de base que parte do pressuposto que o futuro ter a mesma tendncia de hoje, e o cenrio optimista que pressupe que aumentar a procura para o Ensino Superior no futuro. No terceiro captulo destaca-se os grandes desafios do pas no que diz respeito ao Ensino Superior, no quarto captulo as estratgias do actual governo para o Ensino Superior, e no quinto captulo as concluses e recomendaes. Este trabalho destina-se ao Instituto Superior de Educao para complemento do Plano curricular do curso de Licenciatura em Gesto e Planeamento da Educao iniciado no ano lectivo 2002/2003.

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Comunicao apresentada s 1 Jornadas sobre a Agricultura de Cabo Verde, organizadas pelo Instituto Nacional de Investigao Agrria de Cabo Verde, Instituto de Investigao Cientfica e Tropical e Instituto Superior de Agronomia, que tiveram lugar em Lisboa em 23/25 de Outubro de 1990. Os autores so, respectivamente, professor catedrtico e professor auxiliar convidado do ISCTE. Lisboa.

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Este trabalho produz uma avaliao das caractersticas geolgicas e geotcnicas de um territrio da ilha de Santiago, Cabo Verde, incidindo sobre a cidade da Praia e a rea envolvente. Os objectivos principais do trabalho so a representao cartogrfica das unidades litolgicas, com uma proposta de coluna litolgica sinttica, a correlao com as unidades geolgicas definidas por outros autores, bem como a realizao de um conjunto de ensaios in situ e anlises laboratoriais visando a caracterizao dos parmetros fsicos e mecnicos das diferentes unidades litolgicas definidas para a rea em estudo. efectuada uma compilao sobre as principais investigaes geolgicas realizadas em Cabo Verde, desde o sc. XIX at a actualidade, assim como a descrio das caractersticas geolgicas da ilha de Santiago e dos principais processos de formao e evoluo das formas de relevo e dos recursos naturais (hdricos e solos). A pesquisa incluiu uma reviso dos conceitos descritivos de caracterizao dos vulcanitos e vulcanoclastitos presentes e compreendeu a redefinio das unidades litolgicas da regio, a respectiva representao cartogrfica na escala 1: 10.000 (com maior detalhe do que a informao pr-existente) e o levantamento de campo dos principais alinhamentos estruturais. So igualmente apresentados os resultados do tratamento das bandas espectrais de imagens de satlite que suportam a definio das unidades litolgicas, bem como dos principais alinhamentos tectnicos que afectam as unidades da rea de estudo. Para a caracterizao das diferentes unidades litolgicas com base nas propriedades in situ, recorreu-se a perfis-tipo, estabelecendo uma descrio das caractersticas mineralgicas, petrogrficas, texturais e estruturais das materiais presentes. Os materiais foram igualmente ensaiados in situ e amostrados para uma caracterizao laboratorial. Os resultados dos ensaios geotcnicos, geomecnicos, mineralgicos e de radioactividade natural permitiram refinar a cartografia proposta e estabelecer parmetros de comportamento para as 30 unidades litolgicas consideradas, a partir de intervalos de valores no homogneos, contudo representativos da variabilidade observada. Com base nestes resultados so apresentados valores indicativos de aptido dos materiais, nomeadamente para fundaes de edifcios, aterros, construo e potencial hidrogeolgico.

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Em Cabo Verde os recursos hdricos subterrneos desempenham um papel fundamental, constituindo a principal fonte de abastecimento de gua para as populaes de pequenos aglomerados urbanos. O trabalho que se apresenta enquadra-se num estudo alargado de caracterizao de guas subterrneas; foi efectuado nos seis concelhos da ilha de Santiago a maior do pas, em captaes do tipo poo, furo e galeria destinadas ao abastecimento da populao atravs de chafarizes e resulta de uma parceria entre o Instituto Nacional de Gesto dos Recursos Hdricos de Cabo Verde (INGRH) e o Instituto Nacional de Sade, Porto de Portugal (INSA-Porto). Com base nos dados obtidos, e no sentido de uma cooperao alargada, prope-se a criao do Observatrio de guas Subterrneas nos Pases Africanos de expresso Portuguesa.

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Cabo Verde largamente dependente do exterior no que diz respeito a alimentos. A produo local escassa, mas relevante para a segurana alimentar. A presente dissertao tem como objectivo estudar o papel que a produo agrcola, designadamente a produo de hortcolas, a de sequeiro e a de cana-de-acar, tem na gerao de rendimentos, na segurana alimentar e na melhoria da qualidade de vida das famlias. Foi realizado um estudo de caso no concelho de Ribeira Grande, ilha de Santo Anto. Foram efectuados 105 inquritos nas localidades de Ribeiro e Gara de Cima, distribudos igualmente pelos diferentes produtores agrcolas. Verificou-se que os produtores de cana-de-acar apresentam um rendimento mdio anual superior aos de hortcolas e aos de sequeiro (402154, 337602 e 259764 ECV, respectivamente). Em termos de indicadores de qualidade de vida as famlias produtoras de hortcolas e as de cana-de-acar apresentam resultados similares, superiores aos das produtoras em sequeiro. Quanto a alimentao, as diferenas no so relevantes. Os horticultores apresentam um consumo calrico de 2959,71, os produtores de sequeiro 2926,65 e os de cana-de-acar 2888,86 kcal/EH/d. Relativamente ao consumo proteico, os horticultores apresentam um consumo de 103,12, os produtores de sequeiro 97,23 e os de cana-de-acar 92,05 g/EH/d.

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A lo largo de esta investigacin se ha intentado estudiar el grado en el que el tema de gnero est incorporado dentro de las polticas agrarias de Cabo Verde, as como el impacto que estas generan sobre la modificacin de los patrones sociales convencionales. Para ello, se ha realizado un anlisis socioeconmico de gnero en dos comunidades del interior de la isla de Santiago, que son beneficiadas por la implementacin de lo que hasta hoy es considerado como el proyecto hdrico con fines agrcolas ms importante del pas: la presa de Poilo. El estudio antropolgico llevado a cabo en estas comunidades ha ayudado a comprender la realidad cotidiana de la poblacin rural caboverdiana, especialmente en todo lo referente a las relaciones de poder y a las relaciones de gnero existentes en la actualidad.

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A temperatura mdia global do planeta superfcie elevou-se de 0,6 a 0,7 C nos ltimos 100 anos, com acentuada elevao desde a dcada de 60. A ltima dcada apresentou os trs anos mais quentes dos ltimos 1000 anos da histria recente da Terra. Hoje, atravs das anlises sistemticas do Painel Intergovernamental de Mudana do Clima (IPCC), sintetizando o conhecimento cientfico existente sobre o sistema climtico e como este responde ao aumento das emisses antropognicas de gases do efeito estufa (GEE) e de aerossis, h um razovel consenso de que o aquecimento global observado nos ltimos 100 anos causado pelas emisses acumuladas de GEE, principalmente o dixido de carbono (CO2), oriundo da queima de combustveis fsseis - carvo mineral, petrleo e gs natural - desde a Revoluo Industrial e, em menor escala, do desmatamento da cobertura vegetal do planeta, e o metano (CH4), e no por eventual variabilidade natural do clima. A mudana global do clima j vem se manifestando de diversas formas, destacando-se o aquecimento global, a maior frequncia e intensidade de eventos climticos extremos, alteraes nos regimes de chuvas, perturbaes nas correntes marinhas, retraco de geleiras e elevao do nvel dos oceanos. A menos que aces globais de mitigao do aumento de emisses de gases de efeito estufa sejam efectivamente implementadas nas prximas dcadas (seria necessria uma reduo de cerca de 60% das emisses globais de GEE para estabilizar suas concentraes em nveis considerados seguros para o sistema climtico global), a demanda futura de energia, principalmente nos pases em desenvolvimento, medida que suas economias se expandem, ter como consequncia alteraes climticas significativamente mais graves, como por exemplo, um aumento das temperaturas mdias globais entre 1,4 e 5,8 graus Celsius (C) at o final do sculo, acompanhadas por substantivas e perturbadoras modificaes no ciclo hidrolgico em todo o planeta. A Conveno do Clima surgiu em resposta s ameaas das mudanas climticas para o desenvolvimento sustentvel, a segurana alimentar e os ecossistemas do planeta, como um tratado internacional de carcter essencialmente universal foi firmada e ratificada por praticamente todos os pases. O objectivo da Conveno o de estabilizar a concentrao dos gases de efeito estufa na atmosfera, em nveis tais que evitem a interferncia perigosa com o sistema climtico. Ora, tal estabilizao somente pode ser obtida pela estabilizao das emisses lquidas (emisses menos remoes) dos gases de efeito estufa. Por outro lado, j impossvel evitar completamente a mudana global do clima. O Protocolo de Quioto representa o principal avano obtido na Conveno, estabelecendo limites para a emisso de GEE dos pases do Anexo I (Membros da OCDE e economias em transio), que em seu conjunto devero no perodo 2008-2012 reduzi-las em 5,2% do total emitido por eles em 1990. Negociado em 1997, assinado por praticamente todos os pases, e ratificado por uma grande maioria, o Tratado de Quioto entrou em vigor em 16 de Fevereiro de 2005. No entanto, os Estados Unidos (EUA) decidiram no buscar a sua ratificao, no que foram seguidos pela Austrlia, embora esta ltima tenha declarado que limitar as suas emisses como se houvesse ratificado. Para os pases em desenvolvimento e, sobretudo, para as maiores economias em desenvolvimento como China, ndia e Brasil, que devem, ao mesmo tempo, inserir-se na moderna economia globalizada e superar seus passivos social e econmico, o Protocolo de Quioto um dos itens prioritrios na agenda ambiental. A importncia do instrumento se d, principalmente, por dois motivos: do ponto de vista poltico, o facto de os pases do Anexo I terem metas, e os pases em desenvolvimento no as terem, representou o claro fortalecimento do princpio das responsabilidades comuns, porm diferenciadas, um dos pilares da posio dos pases em desenvolvimento nas negociaes internacionais sobre mudana do clima. Do ponto de vista econmico, o facto de os pases fora do Anexo I no terem metas assegura flexibilidade para seus projectos de desenvolvimento. Nesse contexto, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Quioto cria grande expectativa no pas pelos benefcios que poder trazer para Cabo Verde. Por um lado, os projectos a serem realizados no mbito do MDL representam uma fonte de recursos financeiros para projectos de desenvolvimento sustentvel e, por outro, esses projectos devero incentivar o maior conhecimento cientfico e a adopo de inovaes tecnolgicas. Os pases em desenvolvimento so de facto os mais vulnerveis mudana do clima, em funo de terem historicamente menor capacidade de responder variabilidade natural do clima. A vulnerabilidade de Cabo Verde em relao mudana do clima se manifesta em diversas reas: por exemplo, aumento da frequncia e intensidade de enchentes e secas, com perdas na agricultura e ameaa biodiversidade; mudana do regime hidrolgico, expanso de vectores de doenas endmicas. Alm disso, a elevao do nvel do mar pode vir a afectar todas as ilhas do arquiplago, em especial as ilhas mais planas. Cabo Verde , indubitavelmente, um dos pases que podem ser duramente atingidos pelos efeitos adversos das mudanas climticas futuras, j que tem uma economia fortemente dependente de recursos naturais directamente ligados ao clima, a agricultura e no turismo. Para um pas com tamanha vulnerabilidade, o esforo de mapear tal vulnerabilidade e risco, conhecer profundamente suas causas, sector por sector, e subsidiar polticas pblicas de mitigao e de adaptao ainda incipiente, situando-se aqum de suas necessidades.