Lacertid lizards as bioindicators of agricultural contamination

Apesar do recente aumento no n��mero de estudos, os lagartos persistem como um dos grupos menos estudados em ecotoxicologia e o desconhecimento em rela����o �� sua resposta �� contamina����o ambiental �� enorme. A n��vel europeu, os lacert��deos t��m sido identificados como potenciais esp��cies modelo para a ecotoxicologia com r��pteis. O principal objectivo deste projecto era determinar se um lacert��deo abundante pertencente ao g��nero Podarcis, podia ser utilizado como bioindicador de exposi����o e toxicidade em zonas agr��colas. Para atingir este objectivo, utiliz��mos uma estrat��gia integrada com tr��s fases. Numa primeira fase realizou-se um estudo de campo para documentar o tipo de exposi����o e par��metros populacionais de popula����es de lacert��deos que ocorrem em zonas de uso intenso de pesticidas e zonas de agricultura org��nica. A segunda fase consistiu num estudo de mesocosmo em que se expuseram juvenis a um conjunto de pesticidas em condi����es controladas durante um per��odo de um ano. Finalmente, a terceira fase incluiu um estudo laboratorial sobre os efeitos do clorpirifos, um dos insecticidas mais utilizado a n��vel global, em lagartixas. No t��rmino de cada um dos estudos, analisaram-se diversos biomarcadores e par��metros de exposi����o e toxicidade a pesticidas nos diferentes indiv��duos. Este conjunto abrangente de par��metros foi analisado em diferentes n��veis de organiza����o biol��gica, incluindo par��metros populacionais, bem como comportamentais, fisiol��gicos, bioqu��micos e histol��gicos. Em geral, detectaram-se poucas diferen��as estat��sticas significativas entre as popula����es dos campos expostos a pesticidas e popula����es refer��ncia. Confirmando a dificuldade que existe em isolar os efeitos de diferentes contaminantes sobre as popula����es de outros factores locais, ciclos sazonais ou eventos estoc��sticos. As popula����es de P. bocagei parecem ser capazes de lidar com o n��vel observado de exposi����o a pesticidas. No entanto, indiv��duos que vivem em locais expostos a pesticidas parecem estar menos adaptados ecologicamente do que aqueles que vivem em locais refer��ncia, apresentando um estado de deple����o nutricional e sinais de stress metab��lico. Os resultados obtidos com os animais da experi��ncia de mesocosmo parecem refor��ar estes resultados. Os animais prosperaram relativamente bem em todos os mesocosmos, independentemente do tratamento ou n��o com pesticidas, apresentando uma ampla gama de comportamentos naturais. A abordagem laboratorial confirmou P. bocagei como um valioso indicador de exposi����o sub-letal a doses ambientalmente realistas de clorpirifos. De acordo, com o conjunto d resultados obtidos, P. bocagei parece ser um bioindicador adequado de exposi����o a pesticidas.

Metodologia h��brida de desenvolvimento centrado no utilizador: aplicada ao software educativo

No panorama atual do desenvolvimento de software educativo �� importante que os processos de desenvolvimento sejam adequados e compat��veis com o contexto em que ser��o utilizados este tipo de recursos. Desta forma, �� importante melhorar continuamente os processos de desenvolvimento bem como se proceder �� avalia����o de forma a garantir a sua qualidade e viabilidade econ��mica. Este estudo prop��e uma Metodologia H��brida de Desenvolvimento Centrado no Utilizador (MHDCU) aplicada ao software educativo. Trata-se de um processo de desenvolvimento simples, iterativo e incremental que tem como ���alicerces��� princ��pios do Design Centrado no Utilizador, especificados na International Organization for Standardization - ISO 13407. Na sua base encontra-se a estrutura disciplinada de processos de desenvolvimento, bem como pr��ticas e valores dos m��todos ��geis de desenvolvimento de software. O processo �� constitu��do por 4 fases principais: planeamento (gui��o did��tico), design (storyboard), implementa����o e manuten����o/opera����o. A prototipagem e a avalia����o s��o realizadas de modo transversal a todo o processo. A metodologia foi implementada numa Pequena e M��dia Empresa de desenvolvimento de recursos educacionais, com o objetivo de desenvolver recursos educacionais com qualidade reconhecida e simultaneamente vi��veis do ponto de vista econ��mico. O primeiro recurso que teve por base a utiliza����o desta metodologia foi o Courseware Sere ��� ���O Ser Humano e os Recursos Naturais���. O trabalho seguiu uma metodologia de investiga����o & desenvolvimento, de natureza mista, em que se pretendeu descrever e analisar/avaliar uma metodologia de desenvolvimento de software educativo, i.e., o processo, bem como o produto final. O estudo �� fundamentalmente descritivo e explorat��rio. A metodologia de desenvolvimento do software (primeira quest��o de investiga����o) foi proposta, essencialmente, com base na revis��o integrativa da literatura da especialidade e com base nos resultados que emergiram das Fases 2 e 3. Do ponto de vista explorat��rio, foi avaliado, por um lado, o potencial t��cnico e did��tico da 1�� vers��o do software inserido no Courseware Sere (segunda quest��o de investiga����o), e, por outro lado, analisar os pontos fortes e as fragilidades da metodologia utilizada para o seu desenvolvimento (terceira quest��o de investiga����o). Como t��cnicas de recolha de dados recorreu-se a dois inqu��ritos por question��rio e �� observa����o direta participante (mediada pela plataforma moodle). Quanto ��s t��cnicas de an��lise de dados optou-se pela an��lise estat��stica descritiva e pela an��lise de conte��do. Os resultados indicam que o recurso desenvolvido possui qualidade t��cnica e did��tica. Relativamente a an��lise da Metodologia H��brida de desenvolvimento Centrado no Utilizador foram propostas algumas melhorias relacionadas com o envolvimento do utilizador e introdu����o de novos m��todos. Apesar de identificadas algumas limita����es, este projeto permitiu que a empresa melhorasse significativamente os processos de desenvolvimento de recursos (mesmo os que n��o s��o informatizados), bem como permitiu o aumento do seu portef��lio com o desenvolvimento do Courseware Sere.

Conhecimento comum e perce����o do risco na gest��o territorial costeira

As zonas costeiras, pelas suas caracter��sticas naturais, disponibilizam �� sociedade m��ltiplas oportunidades e servi��os, o que favorece uma ocupa����o desmedida deste territ��rio e a ocorr��ncia de transforma����es relevantes provocadas pela interven����o humana. A simultaneidade da influ��ncia das atividades e interven����es humanas e da ocorr��ncia das fun����es naturais deste territ��rio, revestidas de um forte car��ter din��mico, encontra-se na base do desenvolvimento quer de conflitos do tipo socioambiental, quer de situa����es de risco costeiro. A contribuir para esta situa����o, surge tamb��m a problem��tica das altera����es clim��ticas, com impactos em dom��nios diversos, como por exemplo biodiversidade, pesca ou turismo, com um registo de aumento e intensidade de acidentes naturais associados a fen��menos meteorol��gicos. Apesar da exist��ncia de um conjunto de instrumentos de preserva����o dos recursos naturais e de ordenamento e gest��o territorial, a degrada����o do sistema natural costeiro �� muito vis��vel, com impactos negativos de complexa recupera����o. Refira-se, tamb��m, o car��ter de exce����o dos planos de ordenamento da orla costeira, em particular em frentes urbanas consolidadas ou em consolida����o, permitindo o cont��nuo aumento da urbaniza����o na orla costeira. A atua����o das entidades respons��veis pela gest��o do territ��rio costeiro tem sido desenvolvida com um baixo n��vel de envolvimento da popula����o e maioritariamente no sentido de dar resposta ��s situa����es de perigo que v��o surgindo, com a implementa����o de estruturas de defesa costeira, suportadas pelo er��rio p��blico, cujos impactos se traduzem num agravamento do estado da zona costeira portuguesa, em geral. A regi��o de Aveiro �� um exemplo da problem��tica exposta, onde se registam frequentemente epis��dios de perigo costeiro, considerando-se urgente a tomada de medidas que contribuam para a sustentabilidade deste territ��rio, associada a uma vis��o de longo prazo, e que dever��o passar pela integra����o do risco na gest��o territorial costeira. Esta investiga����o, com a qual se pretende aumentar o conhecimento cient��fico, desenvolver uma abordagem integrada de diversos dom��nios disciplinares, demonstrar a relev��ncia da valoriza����o do conhecimento comum e da perce����o social na gest��o do territ��rio, bem como desenvolver uma ferramenta de suporte �� gest��o territorial da zona costeira, tem como prop��sito contribuir para a preserva����o do sistema natural costeiro e para o aumento dos n��veis de seguran��a humana face ao risco costeiro. Nesse sentido, desenvolveu-se um estudo de perce����o social em aglomerados urbanos costeiros da regi��o de Aveiro, para avalia����o da perce����o do risco costeiro e da gest��o do territ��rio e recolha de conhecimento comum sobre a din��mica costeira. Concebeu-se, tamb��m, um sistema de informa����o geogr��fica que permite ��s entidades de gest��o do territ��rio costeiro uma atua����o facilitada, articulada e de car��ter preventivo, suportada na integra����o de conhecimentos cient��fico, t��cnico e comum, de perce����es e aspira����es, de limites, propostas e condicionantes de planos de ordenamento e gest��o do territ��rio existentes, entre outra informa����o, e com potencialidade para evoluir simultaneamente para um sistema de aviso de acidentes. Como resultados do estudo emp��rico destacam-se a forte liga����o da popula����o ao mar, de car��ter afetivo ou pela pretens��o de utiliza����o da praia, a desvaloriza����o do risco costeiro, apesar do reconhecimento do recuo da linha de costa, a valoriza����o das estruturas de defesa costeira, a escassa disponibiliza����o de informa����o �� popula����o acerca do risco costeiro a que est�� exposta, e a import��ncia atribu��da �� participa����o da popula����o no processo de gest��o territorial costeira. O sistema de informa����o geogr��fica foi validado para o caso da Praia de Esmoriz, permitindo identificar, por exemplo, para cada propriet��rio de habita����o localizada em ��rea de risco, a disponibilidade para participar no processo de gest��o territorial costeira ou a abertura para aderir a um processo de relocaliza����o da habita����o. Face �� pertin��ncia do tema e �� expectativa do mesmo ser considerado uma prioridade da pol��tica da atualidade, considera-se a necessidade de desenvolvimentos futuros de aprofundamento de conhecimentos em paralelo com uma aproxima����o ao sistema institucional de gest��o territorial costeira, no sentido da minimiza����o dos conflitos entre din��mica costeira e uso do territ��rio e da preven����o do risco costeiro, particularmente risco de inunda����o e de eros��o.

S��ntese e transforma����o de 4-quinolonas e quinolinas

Compostos do tipo quinolin-4(1H)-ona e quinolina est��o presentes em diversas mol��culas biologicamente ativas, desde alcal��ides naturais a f��rmacos sint��ticos dispon��veis comercialmente, sendo que, as quinolin-4(1H)-onas destacam-se essencialmente pela sua atividade antibi��tica de largo espectro. Este tipo de compostos t��m sido alvo de intensa pesquisa na procura de novas mol��culas com potencial aplica����o na ind��stria farmac��utica. Nesta disserta����o estabeleceram-se novos m��todos de s��ntese de quinolin-4(1H)- onas e quinolinas e estudou-se a sua reatividade em algumas transforma����es qu��micas. No primeiro cap��tulo apresenta-se uma breve revis��o bibliogr��fica sobre a ocorr��ncia natural, atividade biol��gica e m��todos de s��ntese de (E)-2- estirilquinolin-4(1H)-onas e acridin-9(10H)-onas. Seguidamente, descreve-se a s��ntese de novas (E)-2-estirilquinolin-4(1H)-onas a partir da cicliza����o de (E)- N-(2-acetilfenil)-3-arilacrilamidas, que s��o obtidas atrav��s da rea����o da 2���- aminoacetofenona com derivados do ��cido cin��mico. Neste cap��tulo est��o tamb��m descritas as transforma����es das (E)-2-estirilquinolin-4(1H)-onas em acridin-9(10H)-onas atrav��s de rea����es de Diels-Alder com a Nmetilmaleimida. No entanto, antes de se proceder ao estudo da rea����o de Diels-Alder foi necess��rio efetuar a prote����o do grupo amina da 4-quinolona para evitar rea����es secund��rias na rea����o de cicloadi����o. O estudo da prote����o direta do grupo amina das (E)-2-estirilquinolin-4(1H)-onas conduziu �� sintese de derivados da 2-estiril-4-metoxiquinolina como produtos secund��rios. A falta de regiosseletividade na rea����o de prote����o levou a uma altera����o da estrat��gia e as (E)-2-estiril-1-metilquinolin-4(1H)-onas foram sintetizadas a partir da rea����o de metila����o das (E)-N-(2-acetilfenil)-3-arilacrilamidas seguida de cicliza����o in situ. As rea����es foram efetuadas tamb��m sob irradia����o com micro-ondas e verificou-se que a principal vantagem desta tecnologia est�� relacionada com a diminui����o dr��stica do tempo de rea����o. O segundo cap��tulo centra-se no estudo de rea����es catalisadas por pal��dio. Apresenta-se uma breve revis��o bibliogr��fica sobre a ocorr��ncia, propriedades biol��gicas e m��todos de s��ntese de (E)-3-estirilquinolin-4(1H)-onas e furo[3,2- c]quinolinas. Seguidamente, descreve-se a s��ntese da 3-iodoquinolin-4(1H)- ona a partir da rea����o da 2���-aminoacetofenona com o formato de metilo, seguida de ioda����o na posi����o 3. A 3-iodoquinolin-4(1H)-ona ser�� usada como precursor de novas (E)-3-estirilquinolin-4(1H)-onas atrav��s de rea����es de Heck com derivados do estireno. Verificou-se, no entanto, que a rea����o conduzia a baixos rendimentos e a estrat��gia utilizada para contornar esta situa����o foi a prote����o do grupo amina da quinolona de partida, levando assim �� sintese de novas (E)-3-estiril-1-metilquinolin-4(1H)-onas em bons resultados. Em alguns casos, as rea����es de Heck deram origem a derivados do produto secund��rio ramificado, verificando-se que a rea����o procede por duas vias mecan��sticas. Este estudo foi tamb��m efetuado sob irradia����o com microondas, no entanto, verificou-se que neste caso esta tecnologia conduz a uma diminui����o do tempo, mas tamb��m a uma diminui����o dos rendimentos. Estudou-se tamb��m a reatividade da 3-iodoquinolin-4(1H)-ona com derivados de arilacetileno em rea����es de Sonogashira, tendo-se estabelecido novas rotas de s��ntese de 2-arilfuro[3,2-c]quinolinas e, em alguns casos, de 2-aril-3- (feniletinil)furo[3,2-c]quinolinas como produtos secund��rios. A 3-iodo-1- metilquinolin-4(1H)-ona foi tamb��m usada como reagente de partida em rea����es de Sonogashira com o fenilacetileno levando �� forma����o de novas 2- fenil-5-metilfuro[3,2-c]quinolin-4(5H)-onas. No terceiro cap��tulo apresenta-se uma breve revis��o bibliogr��fica sobre a ocorr��ncia natural, atividade biol��gica e m��todos de s��ntese de pirrolo[3,2- c]quinolinas e descreve-se a s��ntese de novos derivados destes compostos usando a 4-cloro-3-iodoquinolina como sint��o. Assim, fez-se reagir a 4-cloro-3- iodoquinolina, preparada a partir da 3-iodoquinolin-4(1H)-ona, em rea����es de Sonogashira, levando ao estabelecimento de novas rotas de s��ntese de 3- (ariletinil)-4-cloroquinolinas. Seguidamente estudou-se a reatividade das 3- (ariletinil)-4-cloroquinolinas em rea����es de substitui����o nucleof��lica com v��rias aminas, levando �� forma����o das intermedi��rias aminoquinolinas que ap��s cicliza����o conduzem �� s��ntese das novas pirrolo[3,2-c]quinolinas. Em alguns casos estes compostos foram tamb��m sintetizados num s�� passo usando como precursor as 3-(ariletinil)-4-cloroquinolinas, embora em piores rendimentos. Neste cap��tulo �� tamb��m testada a reatividade da 3-(ariletinil)-4- cloroquinolina e da 4-cloro-3-iodoquinolina com a azida de s��dio, tendo-se obtido as 4-aminoquinolinas correspondentes. Todos os novos compostos sintetizados foram caracterizados estruturalmente recorrendo a estudos de espectroscopia de resson��ncia magn��tica nuclear (RMN), incluindo espectros de 1H e 13C e estudos bidimensionais de correla����o espectrosc��pica homonuclear e heteronuclear e de efeito nuclear de Overhauser (NOESY). Foram tamb��m efectuados, sempre que poss��vel, espectros de massa (EM) e an��lises elementares ou espectros de massa de alta resolu����o (EMAR) para todos os novos compostos sintetizados.

Toxicity assessment of essential metals in aquatic detritivores

Os contaminantes provenientes quer de fontes naturais quer como consequ��ncia da atividade humana, t��m contribu��do para a degrada����o dos ecossistemas aqu��ticos. Entre estes encontram-se os metais que podem, ou n��o ser essenciais mediante o papel que desempenham no metabolismo dos organismos. O cobre e o zinco s��o exemplos de metais essenciais, contudo quando atingem concentra����es elevadas podem tornar-se t��xicos. Os detrit��voros aqu��ticos desempenham um papel fundamental na decomposi����o da mat��ria org��nica, alimentando-se de carca��as e partes de plantas que caem nos cursos de ��gua. Assim, estes organismos permitem que o ciclo dos nutrientes se complete e servem como elo de liga����o entre todos os grupos funcionais do ecossistema mantendo o seu equil��brio estrutural e funcional. Sendo a mat��ria org��nica a sua principal fonte de energia est��o sujeitos �� contamina����o existente no meio, pelo que �� de todo o interesse proceder-se �� avalia����o dos efeitos da toxicidade de metais nestes organismos. Uma vez que as diferen��as comportamentais consequentes desta exposi����o podem originar varia����es na densidade e diversidade, o que se refletir�� a n��vel das comunidades, originando altera����es na estrutura e funcionamento do ecossistema. Tendo em vista a avalia����o dos efeitos da contamina����o por metais em detrit��voros, o principal objetivo deste trabalho foi comparar a sensibilidade a metais essenciais de dois detritivoros aqu��ticos, o camar��o Atyaephyra desmarestii e o anf��pode Echinogammarus meridionalis. Para tal, avaliaram-se os efeitos do cobre e do zinco a diferentes n��veis de organiza����o biol��gica. Primeiro, foram determinadas as prefer��ncias alimentares de A. desmarestii e E. meridionalis considerando tanto a ��rea das folhas como a contamina����o por metais das folhas. Em seguida, avaliaram-se os efeitos do cobre e do zinco na sobreviv��ncia e inibi����o alimentar de ambas as esp��cies. Finalmente, avaliaram-se os efeitos destes mesmos metais a n��vel bioqu��mico utilizando uma bateria de biomarcadores que incluiu enzimas de stresse oxidativo, o sistema de defesa antioxidante e as colinesterases. Ambos os organismos n��o mostraram prefer��ncia em rela����o a folhas de ��rea diferente. A presen��a de uma maior ou menor concentra����o de metais essenciais no alimento n��o teve qualquer influ��ncia na sua escolha pelo alimento (contaminado ou n��o). Os ensaios agudos de cobre e zinco mostraram que o cobre �� mais t��xico para ambas as esp��cies do que o zinco. O camar��o demonstrou ser mais sens��vel ao zinco que o anf��pode, tendo este sido mais sens��vel ao cobre ( CL50 do cobre para A. desmarestii foi de 0,128 mg.l-1 e o de E. meridionalis foi de 0,050 mg.l-1; os valores correspondentes para o zinco foram 7,951 e 11,860 mg.l-1, respectivamente. Em rela����o aos efeitos subletais, o cobre teve efeitos not��rios na taxa de alimenta����o de E. meridionalis, mas n��o afectou a de A. desmarestii. No que diz respeito �� exposi����o ao zinco, ambas as esp��cies parecem apresentar tend��ncia para inibir a alimenta����o. A caracteriza����o das colinesterases revelou que a principal forma presente em ambas as esp��cies �� a acetilcolinesterase, a qual que n��o foi afetada pela presen��a dos metais, no caso do camar��o, mas parece ser inibida pelo zinco no caso do anf��pode. O cobre inibiu o sistema de defesa enzim��tico de ambas as esp��cies, sem sinais de danos lip��dicos. Para al��m disto, inibiu uma das enzimas antioxidantes (GPx) do anf��pode. Apesar de n��o ter ocorrido dano lip��dico ap��s exposi����o ao cobre, observou-se um ligeiro aumento dos n��veis das LPO, o que pode ser indicativo de uma potencial exist��ncia de dano oxidativo, como resultado da falha do sistema de defesa antioxidante. Por outro lado, o zinco induziu o sistema de defesa em E. meriodionalis prevenindo o dano lip��dico. Enquanto em A. desmarestii o sistema enzim��tico antioxidante n��o respondeu, tendo ocorrido dano celular oxidativo considerando-se, assim, que o sistema de defesa antioxidante do camar��o pode ser comprometido por exposi����o a metais. Ainda que os danos celulares oxidativos tivessem ocorrido a baixas concentra����es de zinco. A exposi����o a este metal tamb��m induziu a actividade da GST de E. meriodionalis. Considerando que a taxa de alimenta����o foi severamente reduzida no caso deste organismo, o zinco parece ser o metal cuja concentra����o no ecossistema requer maior aten����o. Integrando as respostas dos biomarcadores parece tamb��m evidente que A. desmarestii responde de uma maneira geral a maiores concentra����es dos dois metais, enquanto a resposta de E. meridionalis ocorre a concentra����es inferiores. Pelo que, E. meridionalis parece ser mais sens��vel ao n��vel bioqu��mico. Neste trabalho, os dois detrit��voros, com ligeiras diferen��as no modo como utilizam a mat��ria org��nica dispon��vel, apresentam diferen��as na sensibilidade aos metais essenciais a v��rios n��veis de organiza����o biol��gica, sendo o zinco o metal que poder�� causar maior preocupa����o a n��vel bioqu��mico, enquanto o cobre parece ser o mais t��xico ao n��vel do organismo, causando mortalidade a concentra����es mais baixas.

Gorgonians of the South of Portugal: biology, ecology and conservation

O papel ecol��gico das gorg��nias (Octocorallia: Alcyonacea) nos fundos marinhos rochosos �� mundialmente reconhecido. Contudo, a informa����o acerca da ecologia e biologia das esp��cies de gorg��nias nas zonas temperadas do NE Atl��ntico �� manifestamente escassa, especialmente tendo em considera����o as actuais perturba����es globais, regionais e locais. Nos fundos rochosos da costa algarvia at�� aos 30 m, verificouse que v��rias esp��cies de gorg��nias s��o abundantes e frequentes, nomeadamente Eunicella labiata, Eunicella gazella, Eunicella verrucosa, Leptogorgia lusitanica e Leptogorgia sarmentosa. As popula����es de gorg��nias s��o co-dominadas por diferentes esp��cies que apresentaram elevados ��ndices de associa����o, indicando reduzidos n��veis de competi����o entre elas. Em todo o caso, a estrutura dos povoamentos diferiu com as condi����es locais. Todas as esp��cies evidenciaram padr��es de distribui����o semelhantes ao longo do gradiente de profundidade, i.e. a abund��ncia aumenta significamente com a profundidade ap��s os 15 m. A profundidades mais baixas (at�� aos 15 m), a distribui����o das gorg��nias parece ser condicionada por factores abi��ticos e pela competi����o com algas. Com efeito, os padr��es de distribui����o espacial das esp��cies de gorg��nias na costa algarvia s��o determinados pela interac����o de press��es naturais e antropog��nicas (ex. pesca). Ainda que as col��nias de maior tamanho n��o tenham sido restritas a ��reas menos pescadas, em ��reas mais perturbadas pela pesca, a distribui����o dos tamanhos das col��nias estava maioritariamente desviada para tamanhos mais pequenos. Os efeitos das perturba����es naturais nas popula����es de gorg��nias foram evidenciados pela ocorr��ncia de padr��es demogr��ficos distintos em ��reas vizinhas sujeitas a n��veis semelhantes de press��es antropog��nicas. Estes estudos demonstraram, ainda, que os efeitos na distribui����o de frequ��ncias de tamanho das col��nias s��o dependentes das esp��cies de gorg��nias em causa: Eunicella labiata n��o parece ser afectada; Leptogorgia sarmentosa �� tendencialmente afectada por press��es antropog��nicas; Eunicella gazella e Leptogorgia lusitanica aparentam ser afectadas, quer por press��es naturais, quer por press��es antropog��nicas. Os efeitos verificados nos padr��es da distribui����o de frequ��ncias de tamanho, particularmente a tend��ncia para o desvio destas frequ��ncias para tamanhos mais pequenos em ��reas sujeitas a perturba����es, poder��o ter consequ��ncias para a biodiversidade dos fundos sublitorais rochosos na costa algarvia. Com efeito, o presente estudo apoia o paradigma geral de que os corais s��o habitats que suportam comunidades de elevada biodiversidade e abund��ncia. Num dos poucos estudos que examinam a rela����o entre as gorg��nias e as suas comunidades de invertebrados epibent��nicos, foi verificado que as gorg��nias (Eunicella gazella e Leptogorgia lusitanica) sustentam comunidades ricas (11 phyla, 181 taxa) e abundantes (7284 indiv��duos). Estas comunidades s��o dominadas por anf��podes, mas os poliquetas tiveram um grande contributo para os n��veis elevados de biodiversidade. Verificou-se, igualmente, que o tamanho da col��nia desempenha um papel fundamental na biodiversidade, na medida em que as col��nias de menor tamanho apresentaram um contributo mais baixo, comparativamente ��s m��dias e grandes. Ainda que ambas as gorg��nias partilhem a maioria das esp��cies amostradas, 11 e 18 taxa foram exclusivos de Eunicella gazella e Leptogorgia lusitanica, respectivamente (excluindo indiv��duos com presen��as ��nicas). No entanto, a maioria destes taxa eram ou pouco abundantes ou pouco frequentes. A excep����o foi a presen��a de plan��rias (Turbellaria) de colora����o branca nas col��nias de Eunicella gazella, provavelmente beneficiando do efeito de camuflagem proporcionado pelos ramos com a mesma colora����o. Com efeito, a complementaridade entre as comunidades epibent��nicas associadas a ambas as gorg��nias diminuiu quando usados os dados de presen��a/aus��ncia, sugerindo que os padr��es de biodiversidade s��o mais afectados pelas altera����es na abund��ncia relativa das esp��cies dominantes do que pela composi����o faun��stica. As comunidades de epifauna bent��nica associadas a estas gorg��nias n��o s�� apresentaram valores elevados de ��-diversidade, como de ��- diversidade, resultantes de padr��es intrincados de variabilidade na sua composi����o e estrutura. Ainda que o conjunto de esp��cies dispon��veis para coloniza����o seja, na generalidade, o mesmo para ambos os locais, cada col��nia apresenta uma parte deste conjunto. Na sua totalidade, as col��nias de gorg��nias poder��o funcionar como uma metacomunidade, mas a estrutura das comunidades associadas a cada col��nia (ex. n��mero total de esp��cies e abund��ncia) parecem depender dos atributos da col��nia, nomeadamente superf��cie dispon��vel para coloniza����o (altura, largura e ��rea), complexidade e heterogeneidade (dimens��o fractal e lacunaridade, respectivamente) e cobertura epibent��nica ���colonial��� (ex. fauna colonial e algas macrosc��picas; CEC). Numa primeira tentativa para quantificar a rela����o entre as gorg��nias e os invertebrados epibent��nicos a elas associados (em termos de abund��ncia e riqueza espec��fica), verificou-se que a natureza e a intensidade destas rela����es dependem da esp��cie hospedeira e variam para os grupos taxon��micos principais. No entanto, independentemente do grupo taxon��mico, a riqueza espec��fica e a abund��ncia est��o significativamente correlacionadas com a CEC. Com efeito, a CEC provavelmente devido a um efeito tr��fico (aumento da disponibilidade alimentar directo ou indirecto), combinado com a superf��cie dispon��vel para coloniza����o (efeito esp��cies-��rea) foram as vari��veis mais relacionadas com os padr��es de abund��ncia e riqueza espec��fica. Por outro lado, ainda que a complexidade estrutural seja frequentemente indicada como um dos factores respons��veis pela elevada diversidade e abund��ncia das comunidades bent��nicas associadas a corais, a dimens��o fractal e a lacunaridade apenas foram relevantes nas comunidades associadas a Leptogorgia lusitanica. A validade do paradigma que defende que a complexidade estrutural promove a biodiversidade poder�� ser, ent��o, dependente da escala a que se realizam os estudos. No caso das gorg��nias, o efeito da complexidade ao n��vel dos agregados de gorg��nias poder�� ser muito mais relevante do que ao n��vel da col��nia individual, refor��ando a import��ncia da sua conserva����o como um todo, por forma a preservar a diversidade de esp��cies hospedeiras, o seu tamanho e estrutura. Actividades antropog��nicas como a pesca, podem, ainda, ter efeitos negativos ao n��vel da reprodu����o de esp��cies marinhas. Analogamente ao verificado para os padr��es de distribui����o espacial das popula����es de gorg��nias na costa algarvia, a informa����o relativa �� sua reprodu����o �� igualmente escassa. Os estudos realizados em popula����es de Eunicella gazella a 16m de profundidade, demonstraram que o desenvolvimento anual das estruturas reprodutivas �� altamente sincronizado entre os sexos. A raz��o entre sexos na popula����o foi de 1.09 (F:M), encontrando-se perto da paridade. A espermatog��nese estende-se por 6 a 8 meses, enquanto que a oog��nese �� mais demorada, levando mais de um ano para que os o��citos se desenvolvam at�� estarem maduros. Antes da liberta����o dos g��metas, foi observada uma elevada fecundidade nas f��meas (27.30��13.24 o��citos p��lipo���1) e nos machos (49.30��31.14 sacos esperm��ticos p��lipo���1). Estes valores encontram-se entre os mais elevados reportados �� data para zonas temperadas. A liberta����o dos g��metas (n��o h�� evid��ncia de desenvolvimento larvar, nem �� superf��cie da col��nia, nem no seu interior) occorre em Setembro/ Outubro, ap��s um per��odo de elevada temperatura da ��gua do mar. As f��meas emitem o��citos maduros de elevadas dimens��es, retendo, todavia, os o��citos imaturos que se desenvolvem apenas na ��poca seguinte. Ainda que o efeito da pesca nas popula����es de gorg��nias da costa do Algarve seja percept��vel, ��s taxas actuais, o mergulho recreativo n��o aparenta afectar seriamente estas popula����es. Contudo, sendo uma ind��stria em expans��o e conhecendo-se a prefer��ncia de mergulhadores por ��reas rochosas naturais ricas em esp��cies bent��nicas, futuramente poder�� vir a afectar estes habitats. A monitoriza����o de mergulhadores na costa algarvia mostrou que a sua maioria (88.6 %) apresenta comportamentos que podem impactar o habitat, com uma taxa m��dia de contactos de 0.340��0.028 contactos min���1. Esta taxa foi mais elevada em mergulhadores com moderada experi��ncia e na fase inicial do mergulho (0���10 min). Os contactos com as barbatanas e m��os foram comuns, resultando, maioritariamente, na resuspens��o do sedimento, mas geralmente apresentando um impacto reduzido. Todavia, a fauna tamb��m foi afectada, quer por danos f��sicos, quer pela interac����o com os mergulhadores, e num cen��rio de expans��o significativa desta actividade, os impactos na fauna local poder��o aumentar, com consequ��ncias para os ecossistemas de fundos rochosos da costa sul de Portugal. Na sua globalidade, a informa����o recolhida nos estudos que contemplam esta tese, por ser em grande parte totalmente nova para a regi��o, espera-se que contribua para a gest��o da zona costeira do Algarve.

Forma����o de professores de ci��ncias para o uso de tecnologias

Na atualidade, torna-se premente que os alunos exer��am um papel ativo face a problem��ticas de cariz cient��fico e tecnol��gico na sociedade em que se inserem. Neste contexto, tem sido recomendada a promo����o da Educa����o em Ci��ncias, com orienta����o Ci��ncia-Tecnologia-Sociedade (CTS) para o desenvolvimento da Literacia cient��fica dos alunos, em particular, do Ensino B��sico (EB). As Tecnologias da Informa����o e Comunica����o (TIC) t��m-se assumido, cada vez mais, como recursos privilegiados para os alunos aprenderem ci��ncias. Portanto, �� fundamental que os professores de Ci��ncias do EB considerem os aspetos pedag��gico-did��ticos relacionados com a integra����o das TIC no processo de ensino e aprendizagem (E/A) das Ci��ncias. No entanto, v��rios estudos t��m revelado que a maioria dos professores parece n��o integrar as TIC no processo de E/A, o que se relaciona, entre outros obst��culos, com a falta de forma����o a este n��vel. Por outro lado, em Portugal, s��o escassos os estudos relacionados com a forma����o de professores de Ci��ncias do EB para o uso de TIC no processo de E/A, com orienta����o CTS. O presente estudo tem como finalidade a cria����o de uma proposta de esquema referencial para o desenvolvimento de programas de forma����o (PF) de professores de Ci��ncias do EB com orienta����o CTS (inicial, cont��nua e p��s-graduada), com vista ao desenvolvimento de ���compet��ncias TIC��� destes (futuros) profissionais. Para tal, procurou-se responder a duas quest��es de investiga����o: Que componentes curriculares privilegiar em PF de professores do EB, que contribuam para o desenvolvimento de compet��ncias de integra����o das tecnologias no processo de E/A, em geral, e das Ci��ncias, em particular?; e Qual o contributo de um PF na promo����o de pr��ticas pedag��gico-did��ticas com orienta����o CTS de Professores de Ci��ncias do EB? O estudo organizou-se em duas fases. A Fase I designou-se ���Forma����o de Professores do Ensino B��sico em Tecnologia Educativa���, decorreu entre janeiro de 2009 e novembro de 2009, e teve um car��ter explorat��rio com vista a descrever estrat��gias para a promo����o do desenvolvimento pessoal, social e profissional, em particular, na dimens��o do Conhecimento Pedag��gico Tecnol��gico de Conte��do (CPTC), de estudantes/professores do EB (inicial, cont��nua e p��s-graduada). O CPTC representa o conhecimento de professores do EB para integrar as TIC no processo de E/A das Ci��ncias, de acordo com a Perspetiva de Ensino por Pesquisa (EPP). A recolha de dados envolveu: a an��lise documental de vinte e tr��s unidades curriculares (UC) de Tecnologia Educativa (TE) de Cursos de Educa����o B��sica (1.�� Ciclo de Bolonha), de dezassete Institui����es de Ensino Superior P��blico Portugu��s; e o inqu��rito por entrevista a quatro Investigadores Portugueses em TE. A an��lise de conte��do do corpus recolhido possibilitou a identifica����o dos componentes curriculares a privilegiar em PF de professores do EB neste ��mbito, tais como: i) a ���compet��ncia digital��� de ���pesquisa, sele����o e organiza����o de informa����o���; ii) a ���compet��ncia pedag��gica com TIC��� de ���planifica����o e/ou implementa����o de atividades de E/A���; iii) a ���compet��ncia pedag��gica com TIC de n��vel avan��ado��� de reflex��o cr��tica; iv) o conte��do curricular centrado na colabora����o online; v) a estrat��gia/atividade de E/A de trabalho de projeto; vi) o cen��rio de E/A misto (b-learning); vii) as ferramentas da web 2.0 (ex. Blog); e viii) a avalia����o formativa de portef��lios digitais desenvolvidos pelos estudantes/professores do EB em forma����o. A Fase II denominou-se ���Forma����o de Professores de Ci��ncias do Ensino B��sico com Orienta����o CTS���, decorreu entre dezembro de 2009 e maio de 2011, e teve um car��ter interventivo, com o intuito de conceber, produzir, implementar e avaliar um PF com esta orienta����o. O PF foi integrado nas UC de ���TIC e Educa����o em Ci��ncias��� (TIC_EC) e de ���Did��tica das Ci��ncias Integradas II��� (DCI_II) do Mestrado em Did��tica, ��rea de especializa����o das Ci��ncias, da Universidade de Aveiro (no 2.�� semestre do ano letivo 2009/2010). O Mestrando dirigiu-se a um p��blico profissionalizado, em particular, Educadores de Inf��ncia, Professores do 1.�� CEB e Professores de Matem��tica e Ci��ncias Naturais do 2.�� CEB. A avalia����o do PF foi cont��nua durante todo o seu processo de desenvolvimento, o que implicou a recolha das perce����es dos principais envolvidos (os dois Docentes de DCI_II e de TIC_EC, os nove Mestrandos, um especialista externo em TE e a Investigadora do estudo). Para tal recorreu-se ao inqu��rito por question��rio e por entrevista, �� observa����o participante da Investigadora e �� an��lise dos portef��lios digitais desenvolvidos pelos Mestrandos durante o PF. A avalia����o final do PF ocorreu no final do mesmo e dez meses ap��s a forma����o ter terminado (maio de 2011). A an��lise de conte��do do corpus recolhido permitiu demonstrar que o PF foi exequ��vel e eficaz no contexto em que se projetou, o que se comprova na evid��ncia de pr��ticas pedag��gico-did��ticas de utiliza����o das TIC no processo de E/A das Ci��ncias, com orienta����o CTS, por parte de Mestrandos envolvidos no PF. O esquema referencial resultante do estudo integra a ���estrat��gia de investiga����o conduzida pelo professor���, pressup��e a sinergia entre as ��reas cient��ficas da Did��tica das Ci��ncias (DC) e da TE, e implica a integra����o da dimens��o do CPTC ao n��vel da forma����o de professores de Ci��ncias do EB (inicial, cont��nua e p��s-graduada). Neste ��mbito, sugere-se o desenvolvimento de projetos CTS pelos (futuros) profissionais, com recurso ��s TIC, e tendo em conta a perspetiva de EPP. Considera-se que estudos desta natureza poder��o ser um contributo para impulsionar a Educa����o em Ci��ncias com orienta����o CTS recorrendo ��s potencialidades educativas das tecnologias, em particular no EB. Assim, preconiza-se a necessidade de se investir na transfer��ncia, expans��o e avalia����o do referencial a outros contextos de forma����o de professores de Ci��ncias.

Efeito da presen��a de outros metais na remo����o de merc��rio com corti��a

O Homem sempre utilizou processos produtivos com o intuito de satisfazer as suas necessidades b��sicas. Com o aumento da popula����o mundial, atualmente superior a sete mil milh��es de indiv��duos, a quantidade de res��duos produzidos pela atividade humana, atrav��s da atividade industrial e descarga de res��duos dom��sticos e agr��colas, tomou dimens��es desmesuradas, que s��o respons��veis por gerar um elevado volume de res��duos contendo diversos elementos e compostos prejudiciais ao ambiente, e, consequentemente, para a sa��de humana, entre os quais se incluem alguns metais. O presente trabalho tem como principais objetivos estudar a remo����o de merc��rio pela corti��a em ��guas sint��ticas (agua MilliQ) e naturais (��gua de abastecimento p��blico), na presen��a de outros metais (Cd, Pb e Cu) e avaliar a influ��ncia destes metais no processo de remo����o. Os resultados permitiram verificar que 2,5mg/L de corti��a �� uma quantidade adequada para remover merc��rio de uma solu����o com concentra����o inicial de 50��g/L de metal (percentagem de remo����o de 70%), na aus��ncia de outros contaminantes (c��dmio, chumbo e cobre). Nestas condi����es, a quantidade m��xima de merc��rio removido pela corti��a ap��s 96 horas de contacto foi de 11,6mg de merc��rio por grama de corti��a. A presen��a de chumbo e cobre ou uma mistura deles reduziu a taxa de remo����o de merc��rio pela corti��a e a velocidade inicial de remo����o; a presen��a de c��dmio afetou a velocidade inicial de remo����o. Mesmo com a adi����o de outros contaminantes, como c��dmio, chumbo e cobre e na presen��a de ��gua de abastecimento p��blico, observou-se que a corti��a apresenta capacidade de remo����o de merc��rio. O modelo de pseudo segunda ordem foi o que apresentou um melhor ajuste aos resultados obtidos e o processo de remo����o de merc��rio pela corti��a aparenta ser controlado quer pela difus��o no filme quer pela difus��o no poro.

Thiram in the environment: effect of humic substances and Cu(II) ions

Em Portugal, o tirame �� um dos fungicidas mais utilizados, cujas vendas aumentaram significativamente nos ��ltimos anos, sendo tamb��m um dos fungicidas mais utilizados em todo o mundo. No entanto, em compara����o com outros pesticidas, existe falta de informa����o na literatura sobre o seu comportamento em sistemas ambientais, nomeadamente, no que diz respeito �� sua degrada����o no solo ou em ��guas e produtos a que d�� origem. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi estudar a influ��ncia das subst��ncias h��micas e i��es cobre no comportamento e destino do tirame no meio ambiente. Foram realizados v��rios estudos para analisar o comportamento do tirame em solos com diferentes conte��dos de mat��ria org��nica e de i��es cobre, e em ��guas naturais, estudando como as subst��ncias h��micas, os i��es cobre e a luz solar podem afetar a sua degrada����o. Os estudos de adsor����o-desadsor����o do tirame nos solos revelaram que a mat��ria org��nica do solo e o conte��do de cobre afetavam os processos de adsor����o-desadsor����o do tirame, influenciando a sua lixivia����o e persist��ncia no solo. De facto, verificou-se que o teor de cobre do solo tinha um efeito bastante marcante no processo de adsor����odesadsor����o do tirame. Verificou-se a ocorr��ncia de rea����es entre o tirame e os i��es cobre, cuja extens��o durante os estudos de adsor����o pode ser fortemente dependente do teor de cobre do solo e da concentra����o inicial de tirame em solu����o. Assim, a escolha do tempo de equil��brio em estudos de adsor����o e a determina����o das isot��rmicas de adsor����o ao solo torna-se uma tarefa dif��cil. Al��m disso, os complexos formados com o cobre existente no solo s��o persistentes, n��o sendo facilmente lixiviados para as ��guas subterr��neas. Conclui-se que os i��es cobre(II) podem contribuir para a imobiliza����o do tirame no solo e o aumento da persist��ncia dos seus res��duos ligados ao cobre. A partir de estudos de recupera����o do tirame em ��guas naturais verificou-se a ocorr��ncia de uma r��pida degrada����o do tirame, devido provavelmente aos i��es met��licos, nomeadamente, i��es cobre. Verificou-se que dependendo da raz��o tirame:Cu podiam ocorrer dois processos: (i) complexa����o entre o tirame e o cobre, quando n��o h�� excesso de i��es cobre, sendo o complexo formado mais persistente que o tirame; (ii) ou, quando h�� um grande excesso de i��es cobre, a degrada����o do tirame e a estabiliza����o dos produtos de degrada����o por complexa����o, podendo formar-se complexos que permanecem sem altera����o em solu����o durante pelo menos dois meses. No geral, foi poss��vel, pela primeira vez, identificar alguns dos complexos de cobre formados ao longo do tempo. Por fim, estudou-se a cin��tica de fotodegrada����o do tirame em solu����o aquosa sob a a����o da luz solar e identificaram-se, pela primeira vez, tr��s fotoprodutos. Verificou-se um aumento da velocidade de fotodegrada����o do tirame na presen��a de subst��ncias h��micas. Assim, podemos concluir que a mat��ria org��nica, os i��es cobre(II) e a luz solar t��m um efeito importante no comportamento do tirame no meio ambiente. Contudo, os i��es cobre t��m um efeito mais marcante na degrada����o e persist��ncia dos produtos que s��o formados.

Estudo aerodin��mico e estrutural de um autogiro

O trabalho apresentado teve como principal objetivo a caracteriza����o dos problemas aerodin��micos e estruturais a serem observados no projeto de um Autogiro. Numa primeira etapa do trabalho, alguns conceitos b��sicos dos princ��pios da aerodin��mica que gera for��as durante o voo destas aeronaves s��o delineadas. Numa segunda parte os componentes integrantes de um autogiro s��o modelados, onde alguns ser��o examinados por elementos finitos. Seguidamente foi realizado um c��lculo �� sustenta����o da asa, de modo a que o autogiro consiga levantar voo. Posteriormente, realizaram-se c��lculos em algumas liga����es aparafusadas, que se consideraram ser mais importantes para a intensidade das for��as. Este c��lculo teve como o objetivo, determinar se as liga����es aparafusadas respeitam o crit��rio de seguran��a. Finalmente, executou-se uma an��lise em elementos finitos na estrutura e no rotor, de maneira a avaliar o comportamento em termos da distribui����o de tens��es. Nesta etapa final tamb��m foi realizada uma an��lise ��s vibra����es do autogiro, determinando as frequ��ncias naturais na estrutura e asa do rotor.

S��ntese de ��steres catalisada por fosfatos e fosfonatos met��licos(IV)

No ��mbito do Mestrado em Qu��mica, com especializa����o em Qu��mica Org��nica e Produtos Naturais, ser�� apresentado nesta disserta����o o trabalho desenvolvido sobre a s��ntese e caracteriza����o de fosfatos e fosfonatos met��licos tetravalentes, assim como a avalia����o da sua capacidade catal��tica em rea����es de esterifica����o. Iniciou-se este trabalho pela s��ntese de v��rios fosfatos e fosfonatos met��licos tetravalentes, que apresentam a f��rmula geral MIV(HXO4)2.nH2O e MIV(RXO3)2.nH2O, respetivamente, onde MIV = Zr, X = P, W, Mo e R = grupo org��nico. Os compostos sintetizados foram caracterizados por espetroscopia de infravermelho, difra����o de raios-X de p��s e por an��lise elementar e termogravim��trica. Os fosfatos e fosfonatos met��licos tetravalentes foram avaliados como catalisadores em rea����es de esterifica����o de Fischer entre os ��cidos ac��tico, ou benz��ico, e diferentes ��lcoois. Ap��s esta avalia����o foram efetuados estudos de otimiza����o das condi����es reacionais para a s��ntese de cada ��ster. Em cada um dos casos foi utilizado o catalisador com o qual se obtiveram os melhores rendimentos nos estudos iniciais, ou seja com o molibdato-fenilfosfonato de zirc��nio(IV), ZrMoPhP. Todas as rea����es foram monitorizadas por cromatografia gasosa ou por cromatografia l��quida de alta press��o. Todos os ��steres foram identificados por compara����o com os padr��es correspondentes.

Natural substances and high pressure processing to preserve sea bass

Esta tese teve como objectivo estudar estrat��gias de conserva����o de pescado fresco, recorrendo ao uso de extractos e ��leos essenciais de plantas e do processamento por alta press��o (HPP), usando filetes de robalo como um caso de estudo modelo. Relativamente aos extractos e ��leos essenciais, avaliaram-se as suas propriedades antibacterianas e antioxidantes. Os extractos aquosos quente de poejo e de or��g��o e o ��leo essencial de cravinho apresentaram a maior actividade antioxidante. Os ��leos essenciais foram mais eficientes do que os extractos para inibir o crescimento das estirpes bacterianas testadas, tendo-se observado os menores valores de concentra����o m��nima inibit��ria nos ��leos essenciais de or��g��o, citronela, alho e or��g��o Espanhol. De seguida, estudou-se o efeito dos ��leos essenciais de or��g��o Espanhol e de lim��o na conserva����o de filetes de robalo fresco tendo em conta crit��rios microbiol��gicos, qu��micos, f��sicos e sensoriais. A aplica����o do ��leo essencial de or��g��o Espanhol aumentou o tempo de vida ��til dos filetes sob o ponto de vista bacteriano, mas n��o em termos sensoriais. A combina����o dos ��leos essenciais de or��g��o Espanhol e de lim��o melhorou o efeito antioxidante e reduziu a intensidade do odor e a sua efic��cia em rela����o ��s Enterobacteriaceae, comparando com o tratamento com ��leo essencial de or��g��o Espanhol per se. No sentido de reduzir o odor conferido pelos ��leos essenciais realizou-se um estudo de conserva����o para avaliar o efeito de pel��culas com ��leos essenciais (citronela, alho e tomilho) em filetes de robalo, recorrendo a uma teste de desafio bacteriano. As pel��culas sem ��leos essenciais aumentaram o tempo de vida ��til sob o ponto de vista bacteriano, mas este efeito n��o foi observado com a incorpora����o dos ��leos essenciais nas pel��culas. Em rela����o ao HPP, testaram-se diversas condi����es (n��vel de press��o, tempo de pressuriza����o e taxa de pressuriza����o) e avaliaram-se os efeitos na actividade enzim��tica, na qualidade global e na conserva����o de filetes de robalo fresco. Em geral, o aumento do n��vel de press��o e do tempo de pressuriza����o diminuiu a actividade da fosfatase ��cida e das enzimas proteol��ticas, a carga bacteriana e a capacidade de reten����o de ��gua, enquanto que os filetes ficaram mais brancos. O HPP revelou potencial para o desenvolvimento de novos produtos: mais brancos, n��o transl��cidos, mais firmes e com maior tempo de frescura e estabilidade microbiol��gica. Em conclus��o, os ��leos essenciais e o HPP t��m potencial para conservar pescado fresco, devido aos seus efeitos na qualidade bacteriana. Ainda assim, mais esfor��os devem ser feitos no sentido de reduzir a transfer��ncia de odor dos ��leos essenciais para o pescado e os efeitos do HPP no aspecto do pescado e na oxida����o lip��dica.

S��ntese de azacalixarenos para o reconhecimento molecular de ani��es

No ��mbito desta disserta����o s��o apresentados novos recetores sint��ticos baseados na plataforma macroc��clica tetraazacalix[2]areno[2]triazina incorporando bases de purina ou unidades de amino��cidos naturais. Estes recetores foram preparados tendo como objectivo o reconhecimento seletivo de f��rmacos e ani��es biologicamente relevantes. No primeiro cap��tulo �� apresentada uma revis��o bibliogr��fica sobre recetores derivados de tetraazacalix[2]areno[2]triazina demonstrando-se que a funcionaliza����o desta plataforma, nos an��is de triazina ou nos an��is benz��nicos, encontra-se ainda na inf��ncia bem como a investiga����o das suas afinidades para ani��es. Subsequentemente, considerando os ani��es principais estudados nesta tese, ani��es carboxilatos alif��ticos, arom��ticos e amino��cidos �� apresentada uma revis��o bibliogr��fica sobre os estudos de reconhecimento molecular reportados na literatura, entre derivados de calix[4]areno e este tipo de ani��es. No segundo cap��tulo descrevem-se as s��nteses de recetores com uma ou duas unidades de amino��cido, L-alanina (AC1A, AC2A) e L-triptofano (AC2T), ancoradas nos an��is benz��nicos da plataforma tetraazacalix[2]areno[2]triazina. Como demostrado no cap��tulo 3, os grupos N-H dos azotos em ponte s��o locais de reconhecimento de ani��es. Neste contexto, estes macrociclos foram tamb��m metilados nos azotos em ponte (Me4AC2A e Me4AC2T) de modo a direcionar o reconhecimento cooperativo de ani��es exclusivamente atrav��s dos grupos N-H das unidades de amino��cidos. A lipofilicidade destas mol��culas foi alterada por substitui����o dos ��tomos de cloro das triazinas por dihexilamina. Os compostos sintetizados foram caracterizados atrav��s de t��cnicas espetrosc��picas complementadas em alguns compostos por difra����o de raios X de cristal ��nico. No cap��tulo 3 apresentam-se os estudos de reconhecimento molecular entre os recetores sintetizados e ani��es derivados de ��cidos carbox��licos (mono, di e tricarbox��licos) alif��ticos, arom��ticos, isom��ricos e ani��es inorg��nicos. Estes estudos foram efetuados em DMSO-d6 ou em CDCl3 por titula����es de RMN de 1H com determina����o das respetivas constantes de associa����o. Para os recetores AC1A e AC2A o reconhecimento da maioria dos ani��es estudados ocorre simultaneamente atrav��s dos grupos N-H dos azotos em ponte e do N-H da amida do bra��o da L-alanina. Contudo, no caso do isoftalato e tricarboxilato, com dois e tr��s grupos carboxilato em posi����o meta, ocorre preferencialmente atrav��s dos dois bra��os de L-alanina como sugerido por estudos de din��mica molecular em DMSO. Os estudos de associa����o realizados para os macrociclos que cont��m unidades de L-triptofano, AC2T e Me4AC2T, mostraram que o reconhecimento de ani��es �� efetuado preferencialmente atrav��s de liga����es de hidrog��nio estabelecidas com os grupos amida e amina do grupo indole dos bra��os de amino��cido em detrimento das aminas em ponte como em AC1A e AC2A. Para a s��rie dos carboxilatos alif��ticos verifica-se que o recetor Me4AC2A tem maior afinidade com o ani��o glutarato (K= 389 M-1, DMSO-d6) enquanto o recetor Me4AC2T associa-se mais fortemente com o ani��o oxalato (K= 776 M-1, CDCl3). Todas as Job plots efetuadas confirmaram que as entidades estudadas obedeciam a uma estequiometria recetor/ani��o de 1:1.

Polin��mios de Appell multidimensionais e sua representa����o matricial

Nesta disserta����o �� apresentada uma abordagem a polin��mios de Appell multidimensionais dando-se especial relev��ncia �� estrutura da sua fun����o geradora. Esta estrutura, conjugada com uma escolha adequada de ordena����o dos mon��mios que figuram nos polin��mios, confere um car��cter unificador �� abordagem e possibilita uma representa����o matricial de polin��mios de Appell por meio de matrizes particionadas em blocos. Tais matrizes s��o constru��das a partir de uma matriz de estrutura simples, designada matriz de cria����o, subdiagonal e cujas entradas n��o nulas s��o os sucessivos n��meros naturais. A exponencial desta matriz �� a conhecida matriz de Pascal, triangular inferior, onde figuram os n��meros binomiais que fazem parte integrante dos coeficientes dos polin��mios de Appell. Finalmente, aplica-se a abordagem apresentada a polin��mios de Appell definidos no contexto da An��lise de Clifford.

Interacting agents on complex networks and stochastic processes in them

Nas ��ltimas d��cadas, um grande n��mero de processos t��m sido descritos em termos de redes complexas. A teoria de redes complexas vem sendo utilizada com sucesso para descrever, modelar e caracterizar sistemas naturais, artificias e sociais, tais como ecossistemas, intera����es entre prote��nas, a Internet, WWW, at�� mesmo as rela����es interpessoais na sociedade. Nesta tese de doutoramento apresentamos alguns modelos de agentes interagentes em redes complexas. Inicialmente, apresentamos uma breve introdu����o hist��rica (Cap��tulo 1), seguida de algumas no����es b��sicas sobre redes complexas (Cap��tulo 2) e de alguns trabalhos e modelos mais relevantes a esta tese de doutoramento (Cap��tulo 3). Apresentamos, no Cap��tulo 4, o estudo de um modelo de din��mica de opini��es, onde busca-se o consenso entre os agentes em uma popula����o, seguido do estudo da evolu����o de agentes interagentes em um processo de ramifica����o espacialmente definido (Cap��tulo 5). No Cap��tulo 6 apresentamos um modelo de otimiza����o de fluxos em rede e um estudo do surgimento de redes livres de escala a partir de um processo de otimiza����o . Finalmente, no Cap��tulo 7, apresentamos nossas conclus��es e perspectivas futuras.