1000 resultados para Antropologia da civilização
Resumo:
Os três conceitos propostos para reflexão nestes Encontros remetem para a crise actual da nossa civilização. O ponto de partida para o seu entendimento é a invocação do novo relacionamento com a Natureza surgido na Renascença e que arrastou a uma desvalorização do Homem. O poder instrumental da Técnica que não tem cessado de crescer desde então, deve ser hoje gerido por variáveis societais e contemplar fins culturais. Verificamos que uma nova sociedade surgiu nos nossos dias - a Sociedade do Conhecimento e da democracia de massa. E uma sociedade muito complexa,onde surgem promessas e ameaças à humanidade, sendo necessário fixar um sentido aos movimentos criadores do espírito pela recuperação dos valores intelectuais, éticos e estéticos. O nominalismo contemporâneo, que caracteriza a Sociedade da Informação, deve ser superado por um verdadeiro humanismo.
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O combate está na ordem do dia. E, curiosamente, hoje, os discursos veiculados por aqueles que dirigem e defendem os combates, afirmam que estes não visam a agressão ou a conquista mas, unicamente, a "pacificação" do mundo. Deste modo, estes homens consagram-se, a si próprios, como "figuras iluminadas" que, cumprindo uma função quase divina, desempenham na Terra, o papel criador, estabilizador e normativo de uma divindade. Não fossem, regra geral, tão estúpidos e ignorantes, e eu acreditaria que eles radicavam a sua postura, num estudo aprofundado sobre a "função combatente" do faraó no Egipto Antigo. Senão vejamos: Existem dois conceitos, na civilização egípcia, que estão profundamente ligados: o conceito de "Estado unificado"^ e o conceito de "faraó"
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A expressão "guerra na Internet" coloca à partida um problema conceptual, que se prende com as várias dimensões com que podemos tomar esta expressão e o próprio conceito de Intemet. Como fenômeno situado no cruzamento das esferas técnica e social, a Internet é susceptível de múltiplas definições. Do ponto de vista tecnológico, podemos entendê-la como rede global que permite a todos os computadores a ela ligados, mesmo que dotados de sistemas operativos diferentes, comunicar e partilhar informações. Mas a Intemet é também, cada vez mais, um espaço social, com imediatas implicações políticas (na perspectiva interaccionista do político), um espaço de trocas econômicas, um espaço de transmissão e transformação culturais, um espaço psicológico e lingüístico. É também, em cada uma destas dimensões, um espaço dotado de lógica própria, muitas vezes inovadora - se bem que interdependente das estruturas da realidade social em que se insere - e caracterizado por uma dinâmica fundada na interacção entre pessoas e colectivos, de um lado, e os dispositivos tecnológicos usados na comunicação, do outro. É assim que a sociologia ou a economia desenvolvem definições de Intemet distintas, relativas aos respectivos centros de interesse e dispositivos teóricos e conceptuais, distinção extensível a áreas do conhecimento como a história, a lingüística, a psicologia, a antropologia ou o direito. E é assim que o tema "guerra na Intemet" é susceptível de abordagem a partir de todas essas áreas.
Da festa indo-europeia à festa transmontana: o uso da máscara na comemoração do solstício de inverno
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Sobrevivem ainda em Trás-os-Montes determinados comportamentos festivos coincidentes com os finais do ano. Uma observação atenta revela- -nos que, entre as diferentes leituras possíveis sobre esses comportamentos, ressaha a da conotação remota com as festas de Invemo dos antigos povos de origem indo-europeia, onde claramente, apesar de todo um sistema evolutivo de transformações, se enconfra a sua origem. As características que actualmente ainda se manifestam nas mascaradas transmontanas permitem- -nos recuar até ao tempo desses povos, num processo paralelo aquele que seguimos para o estudo da língua, dos costumes, da religião, da arquitectura e da arte em geral. Não se pretende, pois, estudar aqui propriamente a festa transmontana, mas tão só destacar, através da referência aos comportamentos que da remota Antigüidade lhe deram origem, a sua ancestralidade e o processo de cristianização que, singularmente, permitiu a sua sobrevivência. A comemoração de um novo ano com rituais próprios remonta à pré- -história. Na civilização dita ocidental, é-nos já descrita na Grécia no contexto dos rituais dionisíacos. Dioniso era o deus da vitalidade, em honra do qual as Bacantes, no Invemo, subiam dançando às montanhas, devorando animais selvagens.
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O Tema da Festa tem uma enorme importância comunicacional para o sector social do associativismo e voluntariado. É na Festa e pela Festa que se afirmam muitos dos valores simbólicos e factores materiais que condicionam a vida das organizações; Estado, empresas e associativismo. Desde logo convém recordar que uma percentagem muito significativa das populações dos países mais desenvolvidos investem uma parte importante do seu tempo e dinheiro nas Organizações Não Govemamentais (ONGs ) por várias razões. Como forma de celebrar e glorificar certas entidades colectivas, certas datas, certos rituais. As Grandes Festas Religiosas sempre foram formas de Celebrar e Glorificar momentos importantes da vida colectiva. No Natal e na Páscoa por exemplo, milhões de pessoas por todo o Mundo e centenas de milhares de organizações celebram estas Festas com um grande investimento simbólico e material na solidariedade humana e no Amor ao Próximo. Neste aspecto podemos interrogar-nos; constituem estas e outras grandes Festas momentos de Relações Públicas para pessoas e organizações ou verdadeiros momentos de transformação social e espiritual? Todas as Grandes Religiões prometeram e prometem uma Nova Civilização plena de Amor e de Harmonia que seria o contraponto do Antigo e Actual mundo materialista impregnado de ódio, violência e desejos materialistas.
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Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Antropologia - Área de especialização de Natureza e Conservação
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O texto aqui apresentado é produto de uma pesquisa' onde procurámos analisar por um lado, a experiência da velhice no contexto de um Lar, e, por outro, perceber como através da memória os residentes do Lar reconstroem a sua identidade, tendo em conta as particularidades do seu trajecto biográfico e as condicionantes da situação presente. Julganios que o conceito de experiência, cujo uso tem sido defendido na antropologia contemporânea (Turner e Bruner: 1986; Hastrup: 1995; Kleinman: 1996; Kleinman e Kleinman:1997; Willis: 2000; Throop: 2003), possa ser uma ferramenta importante na verificação compreensiva da articulação entre memória e identidade. O conceito de experiência a que nos reportamos está em sintonia com a definição proposta por Arthur Kleinman (1996) para uma 'etnografia da experiência'. Segundo este autor, a experiência não é um fenômeno subjectivo, antes um meio interpessoal de vivenciar as dinâmicas sociais e culturais, constitutivas dos processos e práticas experienciados no quotidiano (Kleinman, 1996: 97). Kleinman (1996) também refere que a prática etnográfica permite apenas aceder ao fluxo da experiência social em contextos limitados de espaço e de tempo, em determinados 'mundos morais locais', a que chama os 'microcontextos da experiência'. É o caso do contexto que foi analisado, o Lar. Aqui, a vida quotidiana é gerida segundo a trajectória de cada sujeito no espaço social e as especificidades culturais e históricas exercidas sobre esse mesmo 'microcontexto da experiência'
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Assumindo-se que "não há uma leitura mas inúmeras espécies de leituras" (Escarpit e Barker, 1973: 113), o sentido em que o vocábulo "leitura" é desenvolvido no presente texto é o do seu exercício enquanto acto a que estão associadas diferentes variáveis do foro social. Mais do que um comportamento expresso pela idéia de hábito ou do que uma acção de descodificação cognitiva de símbolos ou referenciais, o acto de ler é aqui entendido como uma prática - traduzida num conjunto de modalidades de apropriação do discurso impresso em papel ou fixado noutros suportes (Chartier, 1988, 1995, 1997; Furtado, 2000) e tomado público - portadora de usos e formas para indivíduos e gmpos. Reconhecendo-se a dimensão discursiva como essencial na fecunda polissemia do conceito, as próximas linhas não se ocuparão, todavia, da leitura enquanto discurso, elemento ordenador da realidade e valor de troca no comércio das idéias nos universos comunicacionais e representacionais. Idéia que trilhou um caminho de integração na agenda das ciências sociais, a leitura sedimentou uma posição cardinal nos esforços diligenciados nos domínios de pesquisa e reflexão de áreas como a Sócio-Semiótica, os Estudos Culturais, a História Cultural, a Sociologia das Práticas Culturais, a Antropologia da Literatura, a História do Livro ou a Sociologia da Leitura. Ponto de intersecção destes campos, o tema da leitura foi-se construindo como um conceito central nas respectivas propostas de exame e experimentação intelectual tanto como um pretexto legitimador das aspirações de credenciação institucional dessas mesmas propostas.
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A comunicação interlinguística constitui, por imperativos da socialização e da mobilidade dos povos, um dos factores determinantes da própria evolução dos idiomas. A língua latina, associada, pelo menos, à fundação de Roma (753 a. C), ainda que desde sempre em contacto com o osco e o úmbrico, viu-se, desde o século VII, confrontada com a colonização grega, ao Sul do território itálico, na zona chamada, por tal motivo Magna Grécia. Na bagagem, traziam os habitantes do Egeu e do Jónio a sua língua polidialectal, juntamente com a sua economia, a sua cultura e a sua civilização. Mas é, sobretudo, a expansão romana que, com a tomada de Cápua e Nápoles (c. de 340), de Tarento (272) e de Siracusa, na Sicília (212), já no decorrer da I Guerra Púnica, permite à nova potência militar e marítima assimilar novas informações, novos conhecimentos e novas posturas reflexivas perante a Vida, a Natureza e a condição humana. As Ciências Matemáticas e Físicas, integradas na matriz questionadora da Filosofia grega, desempenharam, desde os Pré-Socráticos, papel preponderante na formação de um corpus lexical que paulatinamente se foi impondo entre os cidadãos mais ilustres de Roma. O próprio Direito Romano, tão importante na mentalidade e na legislação que dirigia o comportamento colectivo e dirimia as questões conflituais, está estruturado sobre a chamada Lei das Doze Tábuas, inspirada na consulta de três cidadãos, no século V, a Atenas, sobre as leis de Sólon e dos costumes de outras cidades gregas.
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A longínqua Antigüidade não se encontra distante hoje apenas pelo rodar dos séculos. Vêmo-la, talvez, e cada vez mais, desfasada do nosso tempo pelo alheamento a que progressivamente fica votada pelo desconhecimento das línguas e dos saberes clássicos. Gera-se um círculo vicioso que agrava continuamente a ignorância das nossas origens culturais: se não se estudam as línguas grega e latina, também não haverá quem as ensine e, se elas não são conhecidas, não poderá haver investigação profunda sobre a cultura clássica e sobre a História da Ciência na Antigüidade. Daí que, cada vez mais, nos espante o alto grau de conhecimentos que se afingiu na época greco-romana, não apenas num ou noutro aspecto gnoseolôgico mas, em geral, em todos os domínios da ciência, no sentido tradicional de especialização nos vários saberes e, como é próprio da evolução das coisas, numa propedêutica que marcou toda a civilização dita ocidental até à era do positivismo e, ultrapassado este, até à noção actual de conhecimento científico. Vitrúvio, no seu tratado De Architectura, consubstancia-se como uma das fontes mais importantes para a nossa abordagem da epistemologia do conhecimento científico na Anfiguidade. Esta obra em dez livros, escrita nos finais do terceiro quartel do séc. I a. C. por um engenheiro militar de Júlio César, divide-se em três partes; Edificação, Gnomônica e Mecânica. Só a primeira diz respeito directamente à arquitectura, sendo a mais desenvolvida ao longo de oito livros.
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Tese apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Doutor em Antropologia Social e Cultural
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Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Ciências da Conservação, Departamento de Conservação e Restauro
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A procura dos significados, dos signos que se escondem por detrás dos sinais que enchem o nosso quotidiano, não constitui um campo científico com muito relevo dentro da geografia portuguesa, apesar de existirem importantes trabalhos fora do nosso país; no entanto, a necessidade de ir além da descrição dos factos geográficos e da sua representação "ingénua" faz entrar nesse domínio. As disciplinas que aparecem mais ligadas à problemática da semiótica são a arquitectura, a antropologia, a soc iologia, as ciências da comunicação, a linguística e a psicologia. Os sistemas de significação afectam os de representação e a ambiguidade dos conceitos apresenta-se como uma limitação que é preciso ter em conta . O debate e o aprofundamento da temática têm o máximo interesse para a geografia teórica, colocando-se as seguintes questões que orientam a reflexão a fazer: O pragmat ismo das sociedades modernas e, portanto, a prática científica actual, reduz a importância da procura incessante das significações, da pesquisa sistemática? Estas preocupações teóricas são compatíve is com o empirismo que tem caracterizado a geografi a? Quais são as implicações e os impactos desta abordagem na disciplina geográfica ? A apropriação da paisagem pelos sistemas sociais e económicos, nomeadamente como código publicitário, tem efeitos na prática geográfica?
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Durante muito tempo interroguei-me por que razão a civilização egípcia era, simultaneamente, tão simples e tão atraente para as crianças. Há anos atrás, quando ouvi Arthur Rubinstein falar de Mozart dizendo que ele era demasiado fácil para as crianças e excessivamente difícil para os adultos, julguei encontar, finalmente, a resposta para a minha questão. Para uma criança, em Mozart, como no Egipto, o apelo é o da simplicida de, da naturalidade, do se ns íve l, da "melodiosa cor". Mas o adulto descobre-lhe s as diferentes camadas de sentido e mergulha numa complexidade que parece desvanecer o encanto original. Que me perdoe Mozart a quem continuadamente chamo para o horizonte egípcio, mas assim como ele "acordou" os homens e os deuses com a sua música, também os hieróglifos, os "pequenos de senhos animados" que tocam as crianças, despertaram o mundo e os homens do Egipto antigo.
Resumo:
Tese apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Doutor em Antropologia do Espaço e das Cidades