607 resultados para Gênese
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Considerando a gravação de 1947 The Bud Powell Trio como a gravação referência de trio de piano de jazz moderno, esta tese centra-se no surgimento e evolução do trio de jazz moderno cujo líder é pianista. Começando por apresentar, uma resenha dos estilos e técnicas para piano de da época pre-Powell, esta tese investiga a génese dos trios de piano jazz e examina três dos mais influeciais pianostas de jazz e lideres dos mais legendários trios de piano jazz modernos: Bud Powell, Bill Evans e Keith Jarrett. Esta tese também abordará o paradoxo inerente a um sistema democrático - a expressão própria do individuo, em justaposição com a responsabilidade para com o todo – e a sua inequivoca analogia com o gestalt do trio de piano de jazz moderno. Desde a primeira gravação de um trio de jazz com pianista como líder em 1935, o trio de jazz moderno, evoluiu tornando-se um exemplo de democracia – um contexto de igualdade em que as funções rítmicas, harmónicas, e melódicas estão igualmente distribuídas entre os três instrumentistas, que são ao mesmo tempo solistas e acompanhadores. Esta tese sublinha a eficácia do trio de jazz moderno – o seu início, e porque subsiste – baseado na sua força e beleza estética; ABSTRACT: THE TWENTIETH CENTURY JAZZ PIANO TRIO – The Rise of an Iconic Jazz Paradigm by Susan Muscarella Designating Bud Powell’s 1947 recording, The Bud Powell Trio, as the modern jazz piano trio benchmark, here, this thesis traces the emergence and evolution of the pianistled, piano-bass-drums-comprised modern jazz piano trio. Beginning with a general overview of pre-Powell jazz piano styles and techniques, this thesis investigates the earliest, most salient pre-Powell jazz piano trios, and examines three seminal modern jazz pianists and leaders of legendary modern jazz piano trios, Bud Powell, Bill Evans and Keith Jarrett. This thesis also brings to the fore the paradox inherent in a democratic system – individual self-expression juxtaposed with responsibility to the whole – and its unequivocal analogy to the modern jazz piano trio gestalt. From the earliest recording of a primarily piano-dominated piano-bass-drums-comprised jazz piano trio in 1935, the modern jazz piano trio has evolved to become a paragon of democracy – an egalitarian playing field in which rhythmic, harmonic and melodic roles are evenly distributed among all three instrumentalists who have come to serve as both soloists and accompanists.
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Dissertação de Mestrado apresentada ao Instituto Superior de Psicologia Aplicada para obtenção de grau de Mestre na especialidade de Psicologia Clínica.
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O desenvolvimento da arquitetura paleocristã decorreu do anterior modelo romano das basilicae públicas, e dirigindo-se com a oficialização da nova religião após os Éditoa de Constantino a um culto coletivamente participativo, convergente na exaltação e contemplação do divino, dando origem a formas específicas que desembocaram nos vindouros modelos da própria arquitetura europeia. Aa primeiras fases desta génese de um património edificado cristão vieram assim assinalar um evidente sentido de memória, associada aos fundadores, e, no exato momento dos primeiros exemplos construídos, proporcionando uma aproximação ao próprio sentido de referenciação clássica, em modos que possibilitam então a abordagem dos mesmos primeiros exemplos de aedificatio em períodos ou ainda romano-cristãos ou imediatamente subsequentes do território português.
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Esta obra trata da sucessão cultural registada na Estremadura portuguesa desde a emergência das sociedades complexas do Calcolítico até à chegada dos Romanos, correspondendo a um lapso de tempo entre os finais do IV milénio e os finais do século II a.C. Embora corresponda apenas a intervalo temporal de aproximadamente três mil anos, é o que, no registo material da nossa Pré-História e Proto-História, se afigura mais rico e diversificado de informação, com o desenvolvimento e fixação de regionalismos culturais, que na Estremadura cunharam identidades próprias, as quais persistiram nalguns casos até época recente, no quotidiano dos seus habitantes. A percepção geral desta evolução, bem como as suas determinantes, é o primeiro, e talvez mais importante objectivo desta obra, a par de outros a seguir enunciados: – a génese dos povoados fortificados calcolíticos, em resultado da crescente intensificação económica e da especialização das produções – a Revolução dos Produtos Secundários (RPS), que decorreu ao longo de boa parte do III milénio a.C. – a par do crescimento demográfico, que determinou, por seu turno, a competição inter-grupos, com a consequente necessidade de fortificação; – a monumentalização / fortificação de alguns dos sítios habitados como expressão da coesão social da respectiva comunidade, acompanhada da emergência de diferenciações inter e intra-comunitárias, indício de diferenciação social, em crescente afirmação, decorrente do processo de desenvolvimento económico complexo, característico do Calcolítico; – as arquitecturas defensivas do III milénio a.C., como expressão pública indissociável da monumentalização acima referida: exemplos mais importantes no território estremenho, distribuição geográfica, características principais, semelhanças e diferenças; neste âmbito, importa conhecer as diversas teorias explicativas para o seu surgimento, desde o modelo difusionista e orientalista vigente em Portugal (dos anos 40 aos anos 70), passando pelo modelo indigenista (anos 80), até às formas difusionistas mitigadas, de expressão regional, dos finais da década de 80 em diante, e principais argumentos invocados; – a desarticulação do modelo de sociedade calcolítica, caracterizada pela concentração da população em sítios fortificados ou pelo menos implantados predominantemente em locais altos e defensáveis; – os moldes em que se processou a acentuação das influências mediterrâneas no decurso do Calcolítico (em especial na metade meridional do território): a generalização do comércio transregional calcolítico e a intensificação e especialização das produções, no quadro da Revolução dos Produtos Secundários (RPS), exemplificada pela exploração de jazidas cupríferas, como veículo de difusão de novas técnicas (metalurgia), matérias-primas exógenas (marfim) e artefactos ideotécnicos de características até então desconhecidas (generalização do culto da divindade feminina e correspondentes expressões simbólicas, algumas de âmbito estritamente regional), acompanhada da difusão, de Sul para Norte, de novas arquitecturas funerárias (tholoi); – sobre o Campaniforme, fenómeno cultural com identidade própria da fase média e tardia do Calcolítico estremenho, serão discutidas as características e cronologia da sua emergência, na Estremadura (um dos pólos mais importantes, a nível europeu) no quadro da sociedade calcolítica pré-existente: tipo de povoamento e de necrópoles, bem como as relações estabelecidas com as comunidades de tradição cultural mais antiga; o faseamento interno do “fenómeno”, com base nas diferenças identificadas no registo material (em particular a tipologia das cerâmicas); e principais tipos artefactuais que o integram. O campaniforme deverá ser entendido como uma expressão material específica, associada a um novo tipo de povoamento, que resultou do decréscimo do interesse oferecido pelos sítios fortificados edificados no início do Calcolítico. Neste sentido, corresponde a período de transição para a Idade do Bronze: existem argumentos, com base no registo arqueológico (jóias de ouro, artefactos de prestígio) que ilustram o incremento do processo de diferenciação social, então verificado, ao contrário do que uma abordagem mais superficial, com base simplesmente no reordenamento demográfico, faria supor; – o registo arqueológico do Bronze Pleno configura a acentuação dos regionalismos, apesar de similitudes do sistema de povoamento face ao período imediatamente anterior, o que indicia realidades socioeconómicas comparáveis. Importa, assim, conhecer as principais características dos escassos povoados identificados, bem como a organização social a ele subjacente, a partir dos testemunhos arqueológicos conhecidos, incluindo os de carácter funerário; – segue-se o Bronze Final, período dominado pela plena afirmação do comércio transregional atlântico-mediterrâneo, favorecido pela própria realidade geográfica do território português. Devem valorizar-se os testemunhos materiais desse período e as respectivas balizas cronológicas: Assim, deverão os leitores ficar familiarizados com as produções de carácter atlântico, como as armas, objectos utilitários e respectivas tipologias e com as de cunho mediterrâneo (com destaque para objectos de indumentária e de carácter cultual, embora estes últimos quase se desconheçam na área estremenha), cujo comércio e difusão foi suportado pela existência de solidariedades económicas transregionais, baseadas em prováveis pactos formalmente estabelecidos entre comunidades vizinhas. Os respectivos territórios, de norte a sul do País, apresentar-se-iam cada vez melhor delimitados; o mesmo deverá ter-se verificado na Estremadura. A caracterização da respectiva economia será, por isso, objecto da análise e discussão; embora de base agro-pastoril (com importância evidente na Estremadura dadas as características dos solos e a quase inexistência de minérios de cobre ou de estanho), a produção de peças metálicas de bronze assumiu importância crescente, como se conclui pelas ocorrências conhecidas. O reforço e a consolidação das elites então verificada, eram necessários para a boa gestão de grandes povoados muralhados que despontam no Bronze Final; na Estremadura, embora os testemunhos de tais centros demográficos não sejam particularmente evidentes, no fim da Idade do Bronze desponta um vigoroso povoamento de altura; seria a partir desses locais que as elites da época, de cunho guerreiro, administrariam territórios bem delimitados. Também a existência de outros testemunhos arqueológicos são concorrentes para a percepção da realidade social: as jóias auríferas, tornadas então relativamente frequentes, deixam transparecer influências ora atlânticas ora mediterrâneas, por vezes reunidas numa única peça (técnicas e tipologias decorativas), expressivas das correntes culturais que, então, se faziam sentir na Estremadura; também as armas, são testemunho da afirmação das elites guerreiras, encontrando-se representadas por exemplares cujas principais características devem ser conhecidas. As diversas práticas funerárias, apesar de escassamente representadas, revelam influências continentais (cremação e campos de urnas, já fora da área estremenha, mas dela próxima: caso dos campos de urnas de Tanchoal e de Meijão, Alpiarça) e mediterrâneas (inumações na tholos da Roça do Casal do Meio, Sesimbra), que traduzem um mosaico cultural complexo, reforçando a ideia de se tratar de região receptora de influxos culturais de diversas áreas geográficas em simultâneo: é, no essencial, a comprensão global desta realidade, a um tempo económica, social e cultural, coroando um longo processo de diferenciação social, por um lado e, por outro, de intensificação económica e interacção cultural, que lhe está subjacente, que deverá ter-se presente. Por último, segue-se o estudo e caracterização das principais estações e materiais da Idade do Ferro, de início (I Idade do Ferro) profundamente marcadas pela presença, directa ou indirecta, de colonizadores fenícios; depois, pelos comerciantes de origem púnica (II Idade do Ferro) e, enfim, pelos exércitos itálicos. Trata-se, em suma, de processo de características próprias, sempre determinado pelas influências mediterrâneas, largamente dominantes face às originárias do interior peninsular, as quais cunharam uma realidade cultural com características próprias, que persistiu no decurso da dominação romana.
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A importância da encenação de uma transição entre o mundo secular e a vida em clausura, no contexto da arquitectura cartusiana, é amplamente demonstrada através dos percursos de entrada dos conjuntos mais relevantes, bem como em muitos daqueles representados nas gravuras presentes no livro Maisons de l’Ordre des Chartreux – Vues et Notices, uma obra do início do século XX que inclui gravuras da quase totalidade dos 282 mosteiros cartusianos distribuídos por quase toda a Europa. Na maioria das cartuxas podem observarse transições indirectas e prolongadas, capazes de tardar o passo e dar significado à passagem para a clausura – características espaciais que São Bruno, fundador da casa cartusiana, considerava primordiais para a implantação do seu eremitério. A partir de uma cuidada análise dessa transição, nas cartuxas em geral, e da sua evolução morfológica, na cartuxa de Évora em particular – estimulada pela descoberta de dados aqui analisados e interpretados pela primeira vez – apresenta-se, em continuidade com a sua história e tendo como premissa a consolidação do processo de entrada, uma proposta de redefinição da estrutura monacal de Santa Maria Scala Coeli. Esta estrutura originária do século XVI encontra-se incompleta e degradada, em particular na ala sul onde se encontra o seu principal acesso, sendo fundamental o completamento desta área para o cabal reconhecimento da unidade do conjunto e da intenção na qual se traduz a sua génese. De resto, a estratégia de investigação e de projecto descrita nesta dissertação pode ser encarada como um processo plausível de ser utilizado no caso de futuras intervenções noutras estruturas cartusianas, contribuindo assim para a recuperação e preservação do conceito fundador da identidade da arquitectura cartusiana que, no decorrer da expansão da ordem, se foi perdendo; The Architecture of the Carthusian Monastery of Santa Maria Scala Coeli: About the process of entrance. ABSTRACT: The importance of staging a transition between the secular world and life cloistered in the context of Carthusian architecture is amply demonstrated through the input paths of the most important collections, as well as many of those represented in the pictures in the book Maisons de l’Ordre des Chartreux – Vues et Notices, one of the early twentieth century work that includes prints of almost all of the 282 Carthusians monasteries spread across almost all of Europe. In most of Carthusian the transitions that can be observed are indirect and long, able to delay the step and give meaning to the passage to the life cloistered - spatial characteristics that St. Bruno, founder of the Carthusian Order, considered essential for the implementation of his hermitage. From a careful analysis of this transition, looking through the Carthusian in general, and its morphological evolution, in the Charterhouse of Évora in particular, encouraged by the data discovery here analyzed and interpreted for the first time - it is presented in continuity with its history and having premised on the consolidation of the entry process, a proposal for a redefinition of the monastic structure of Santa Maria Scala Coeli. This original structure of the sixteenth century is incomplete and degraded, particularly in the south wing where it is the main access, and where is fundamental the completion of this area to the full recognition of the unity of the whole and to understand the intent in which translates its genesis. Moreover, the research strategy and project described in this paper can be seen as a plausible case to be used in case of future interventions in other cartusianas structures, thus contributing to the recovery and preservation of the founder of the identity concept of the Carthusian architecture that, during the expansion of the order, was missing.
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Académico - Licenciaturas
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Dissertação de Mestrado para a obtenção do grau de Mestre em Arquitectura, apresentada na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa.
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Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Arquitectura, apresentada na Universidade de Lisboa - Faculdade de Arquitetura.
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Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Arquitectura com especialização em Urbanismo, apresentada na Universidade de Lisboa - Faculdade de Arquitetura. Assuntos:
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Dissertação de Mestrado para obtenção do grau de Mestre em Design de Comunicação, apresentada na Universidade de Lisboa - Faculdade de Arquitectura.
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Dissertação Mestrado para obtenção do grau de Mestre em Arquitectura, apresentada na Universidade de Lisboa - Faculdade de Arquitectura.
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Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Arquitectura, apresentada na Universidade de Lisboa - Faculdade de Arquitectura.
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Tendo por base o contexto histórico e patrimonial no qual se desenvolveu o interesse pelo património industrial em Portugal, a partir do último quartel do século passado, este trabalho procura ser um contributo para a valorização histórica e patrimonial de um espaço industrial de grandes dimensões como foi o caso do Complexo Industrial da C.U.F. no Barreiro. O trabalho estrutura-se em duas partes, na primeira parte abordamos o tema Património Industrial na sua génese e enquadramento histórico como conceito e suas perspetivas de preservação e valorização; seguidamente faremos uma pequena síntese histórica do Barreiro até ao Complexo Industrial da C.U.F., onde abordaremos também o aumento populacional e o crescimento urbano, passando pelo problema da habitação e o surgimento dos Bairros Operários até aos espaços de lazer e catividades culturais ligadas ao Operariado, não esquecendo as estruturas de saúde, assistência, lazer e as politicas sociais. Na segunda parte abordaremos a importância de valorizar o património industrial e consequentemente o Complexo Industrial com a proposta de um programa de valorização do mesmo, através da criação de núcleos museológicos e de um roteiro de Património Industrial. ABSTRACT: The Human Facet of the Industrial Complex of C.U.F.- a Heritage to Preserve The foundation of this Project is the historical heritage for which developed the interest in Portugal's industrial heritage from the last quarter of the past century. This project has the intention to contribute to the historical and heritage valorization of one of the biggest industrial complexes, which was the case of the Industrial Complex C.U.F. in Barreiro. This project has two parts, the first part will be about defining the theme of industrial heritage and its genesis and the historical setting as a concept and its perspectives of preservation and valorization; afterwards, we will do a small historical synopsis of Barreiro including the Industrial Complex of C.U.F., where we will also refer to the increase in population growth and the urban development, followed by the housing problem and consequently the increase of working class neighborhoods, even to the prices of leisure and culture activities related to the working class, not forgetting the health structures, assistance, leisure and social politics. ln the second part, we will also talk about the importance of valorizing industrial heritage, and subsequently the Industrial Complex, with a proposal of a valorization programme of the Complex with the creation of a museological core as well as an industrial heritage guide.
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INTRODUÇÂO: A presente dissertação decorre do trabalho elaborado no âmbito da disciplina de Projecto Avançado III desenvolvido durante o programa Erasmus na Technische Universitãt Dlesden, Alemanha em pareceria com a L’Université de Strasburg, França. O enunciado do exercício dado, intitulado Künstlerhaus\ tinha como premissa a elaboração de um projecto num proeminente quarteirão de esquina no bairro de AuBete Neustadt em Dresden. Pretendia-se a elaboração de uma estratégia que definisse o limite sudoeste do bairro através de um programa cultural, uma Kunstlemaus, residência de artistas, restaurante, zona de exposição, workshops e um auditório - relacionando o programa com a atmosfera artística e alternativa do bairro. A necessidade e entender as forças de estruturação desse bairro, com particularidades extremamente específicas do ponto de vista da interligação de espaços, leva ao estudo e análise de casos que, pela sua semelhança, possam ajudar a esclarecer e informar futuras decisões projectuais. Esta investigação, pelo interesse que foi acumulando, deixa de ser um simples suporte para o caso prático de Neustadt, mas antes uma base de interpretação desta realidade específica, útil e válida para qualquer caso prático em contexto similar. Contrariamente à estruturação inicial, esta investigação adquire maior relevância, no que diz respeito ao seu contributo, e apresenta-se como peça central deste trabalho. Assim, efectua-se uma divisão em dois capítulos: o primeiro denominado "Der Hinterhof- Investigação aplicável”; e o segundo "Caso prático: Aplicação em projecto". Este caso prático não tem a pretensão de ser paradigmático, mas antes uma possibilidade de utilização, ou forma de aplicação dos conceitos apreendidos na primeira instância - esclarecendo, por conseguinte, o sentido desta dissertação. Relativamente á escolha dos elementos a investigar, e de forma mais concreta, esta passou por identificar situações e operações que tivessem como base bairros com princípios urbanos similares dos de Neustadt, bem como características históricas e sociais também semelhantes. Nesse sentido, é analisado o caso da lnternationale Beuausstellung Berlin (IBA) de 1987, pelo tipo de abordagem, em rotura com a tida até então, no que diz respeito à recuperação de centros históricos; é ainda investigada a situação de Kreuzberg, Berlim, pelas suas semelhanças, ao nível do modelo, com AuBere Neustadt; e por fim, é analisado um caso prático - integrado nestes dois contextos (IBA e Kreuzberg)- realizado pelo Arquitecto Siza Vieira, com a intenção de entender a metodologia utilizada na aplicação dos principies pré-estabelecidos. "A cidade, tal como a realidade histórica, nunca é independente das etapas por que passou na sua evolução: é uma actualização dessas etapas e a sua projecção em direcção ao futuro" Berlim e Dresden, cidades do século XIX e XX, tiveram a sua (re)definição urbana na Revolução Industrial e Idade Contemporânea - ambas estas épocas cruciais para o desenvolvimento e reconstrução destas cidades, assim como para a formação de singularidades, nomeadamente a utilização especifica do espaço vazio do quarteirão na estrutura urbana destas cidades. Dresden procura, nos tempos actuais, reencontrar a sua identidade perdida após ter sido palco do maior massacre na II Guerra Mundial (1939-1945) e cobaia do regime da Deutsche Demokratische Republik (DDR). No entanto, uma pequena parcela da cidade manteve-se intacta desde a sua elementar constituição no século XVIII: Aubere Neustadt. Um bairro operário que, com o desenvolvimento histórico, social e político, viu os espaços vazios dos seus quarteirões, associados à rigidez do traçado urbano, serem transformados em concepções personalizadas pelos sobreviventes da guerra e por comunidades alternativas ligadas sobretudo ao mundo das artes. Esse fenómeno iniciou-se na Revolução Industrial com a ocupação fabril dos espaços ainda não construídos da cidade, nomeadamente dentro dos quarteirões, assistindo-se à sobreposição dos interesses económicos sobre o desenho urbano existente. Devido à ausência de um projecto base, essas estruturas foram sendo ocupadas e modificadas por comunidades distintas, compondo o espaço actual numa gramática complexa. Falar de identidade, é falar de apropriar um todo, e compreendê-lo como um acto de unificação. A conjuntura social alemã é a génese de vários factores históricos, alguns dos quais considerados dramáticos. Nos territórios de Dresden e Berlim, inscrevem-se algumas das cicatrizes mais profundas do século XX. Nesse sentido, não são cidades como acto violento contra a natureza, mas antes demonstrações da natureza violenta do homem. Sendo a cidade o reflexo mais imediato das relações humanas e organização em sociedade, as cicatrizes patentes dessa violência criaram um impacto nas estruturas urbanas, socais, históricas e políticas. Morfologicamente, o quarteirão é um elemento urbano que mistura, agrupa e, ao mesmo tempo, divide os espaços públicos dos privados - muitas vezes detentor de ambiguidades na separação destas duas atmosferas. Importa entender o motivo social que leva a que existam espaços semi-públicos e semi-privados. O Hinterhof (espaço urbano vazio do quarteirão) prima, normalmente, por um carácter mais privativo por se encontrar distante da rua. No entanto os seus acessos, nos casos particulares de Dresden e Berlim, são maioritariamente de livre passagem, dando lugar a pátios, jardins, espaços para congregar as pessoas (esplanadas de bares, parques de estacionamento, workshops, parques de crianças, lugar para estender a roupa, festas de bairro, convívio particular, ateliers, horta comunitária, organização de picnics ao fim de semana ...) Os seus papeis não se conseguem definir, tal a sua pluralidade. O pensamento de "partiha" alemão, ainda hoje presente, possibilitou a criação desses espaços plurais semi-privados e semi-públicos. Devido ao facto de terem sido, outrora, o espaço comum de habitação de inúmeros trabalhadores fabris, com um sentido comunitário fixado no pós-guerra, também reflexo das dificuldades e sentido de entre-ajuda social com a imposição do regime da DDR.
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Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Arquitectura, apresentada na Universidade de Lisboa - Faculdade de Arquitectura.