958 resultados para Booklet Viver é Lutar
Resumo:
O presente trabalho decorre da importnciada Seleo dos Materiais no Design de produtos como um fator tecnolgico para a inovao e minimizao de falhas de projetos. Assim, a investigao dos fatores importantes para a determinao dos seus requisitos ou objetivos torna-se primordial para se estabelecer uma seleo adequada na proposta, buscando determinar o grau de satisfao do consumidor atravs do atendimento s variveis objetivas e subjetivas dos projetos que foram abordadas neste estudo. Em funo do grande nmero de diferentes materiais existentes, este processo apresenta-se de forma complexa. Desse modo, a investigao realizada, sobre os diferentes meios de interpretao dos materiais, direcionou a pesquisa abordagem do estudo de caso de uma Materioteca, referenciandoum sistema de seleo de materiais, onde a incluso das variveis subjetivas no processo vem determinar vantagens, estimulando a percepo ttil e visual do projetista. A grande participao conjunta e simultnea do Design e da Engenharia, buscando atrelar aspectos estticos e subjetivos s viabilidades tcnicas e produtivas, foram identificadas neste sistema, onde a avaliao da forma, da textura, da funcionalidade, da durabilidade, da sustentabilidade, do conceito, entre outros itens, apontam para a obteno de novos requisitos com elevado grau de prioridade. Assim, pode-se dizer que o reconhecimento dos valores subjetivos (percepo) dos materiais, uma vez adaptados em projetos, agregam maior valor ao produto resultante, instigando o Designer a cada vez mais confrontar novos quesitos no momento da projetao, reforando a potencialidade conceitual expressiva contida nos objetos de consumo, como, por exemplo, a marca do produto e o status social que este possa agregar, baseados na forma de pensar e na maneira de viver do consumidor, em funo de suas percepes, com base nos principais rgos dos sentidos. Em suma, os resultados obtidos neste estudo podem ser utilizados em diversas reas do Design e da Engenharia, agregando-secomo uma ferramenta na orientao de projetos do setor caladista.
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Esta pesquisa investigou a construo de um cotidiano organizacional intercultural a partir da convivncia entre brasileiros e estrangeiros em trs organizaes multinacionais que possuem sedes administrativas em Curitiba-Pr. A interao entre profissionais cria um cotidiano intercultural que constitudo de aspectos estruturais como as relaes hierrquicas, o processo decisrio, a metodologia de trabalho e os indicadores de desempenho. Tambm formado por aspectos subjetivos e informais que englobam a percepo e o compartilhamento de valores e normas, os elementos do relacionamento inter e intrapessoal, a negociao e a gesto de conflitos, a motivao e o comprometimento. As referncias tericas foram formadas por uma base interdisciplinar que contou com contribuies da Psicologia Social, Sociologia, Antropologia e Histria para interpretao e anlise do cotidiano, alm dos fundamentos e pesquisas do campo dos Estudos Organizacionais, especificamente sobre a administrao intercultural. A pesquisa foi do tipo exploratrio e descritivo, de abordagem qualitativa e interpretativista. O mtodo empregado foi a etnometodologia, pois ela visa o conhecimento e interpretao de um grupo de indivduos acerca de suas interaes e atividades cotidianas. Foi utilizada a entrevista semi-estruturada como instrumento principal de coleta de dados. Ao todo, foram realizadas trinta e trs entrevistas com trs tipos de respondentes: a) gestores de mobilidade internacional; b) profissionais estrangeiros; e c) profissionais locais que convivem com estrangeiros no ambiente de trabalho. Tambm foram coletados documentos oficiais das trs organizaes que tratavam de suas diretrizes oficiais e suas polticas de mobilidade internacional. Foram encontradas representaes, estratgias e tticas comuns as trs organizaes, bem como alguns aspectos especficos de cada cotidiano organizacional. Concluiu-se que quanto mais o indivduo participa de ambientes multiculturais e de interaes interculturais, mas ele trata com desembarao as questes ligadas s rotinas de trabalho e a convivncia com chefias, subordinados e colegas de outras culturas. Isto refora o conceito de mobilidade como capital apresentado por Freitas (2009). Este tipo de interao demanda abertura e desprendimento, principalmente quando em misso internacional, na qual o indivduo precisa adaptar comportamentos e costumes. As misses internacionais auxiliam no processo de capacitao intercultural dos profissionais e no desenvolvimento de competncias culturais no que diz respeito melhoria da leitura do cenrio organizacional e de negcios; superao de preconceitos culturais e forma etnocntrica de ver o mundo, o trabalho e as pessoas; conduo de aes derivadas de estratgias globais; ao entendimento das capacidades e limitaes dos outros e as suas prprias; ao entendimento e aceitao das diferentes formas de perceber as tarefas cotidianas de trabalho. Isto ocorre no somente com aqueles que aceitam o desafio de viver no estrangeiro, mas tambm com aqueles que recebem estes profissionais e com eles convivem cotidianamente.
A inveno da infncia generificada : a pedagogia da mdia impressa constituindo as identidades de gnero
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O objetivo da Dissertao analisar as diferentes formas como revistas brasileiras sobre a temtica infncia (Crescer em Famlia, Pais & Filhos e Meu Nen e Famlia) operam discursivamente na constituio das identidades de gnero na infncia. Para a realizao da anlise, foram utilizados, como referencial terico, os Estudos Culturais e algumas contribuies dos Estudos de Gnero, entendendo-se gnero como as possveis formas de se viver a feminilidade e a masculinidade, enfatizando seu carter contingente, transitrio e social. As revistas em questo foram escolhidas na medida em que desempenham uma funo pedaggica, ensinando mes e pais a como agir com suas/seus filhas/filhos, como devem vesti-los, que ambientes e brinquedos lhes devem proporcionar, assim produzindo subjetividades, identidades e saberes. Foram analisadas 53 edies dos anos de 2000 a 2002, das quais foram selecionadas as matrias que envolvessem questes de gnero dentro da faixa etria dos 0 a 6 anos a chamada primeira infncia. As anlises foram agrupadas em quatro temticas - 1) artigos sobre decorao de quartos de beb e crianas, 2) matrias sobre brinquedos, 3) matrias sobre moda infantil e 4) matrias sobre educao, sade, alimentao, etc. Atravs delas buscaram-se tanto as recorrncias quanto os deslocamentos e rupturas nos discursos dominantes. Observou-se como os comportamentos femininos e masculinos so vistos de forma dicotomizada na maioria dos textos e como os discursos das reas biolgicas e psi so os que legitimam tais posies Dessa forma, as caractersticas dos sujeitos femininos pressupostas remetiam, em sua maioria, ao espao domstico, maternidade e seduo, enquanto as caractersticas dos sujeitos masculinos remetiam prtica de esportes e s aes ligadas a carros e armas. Observou-se, ainda, uma maior flexibilidade quanto a comportamentos, esportes, estilos e cores de roupas permitidos s meninas; em relao aos meninos, a prtica de atividades como bal, brincar com boneca, vestir-se de bailarina e usar a cor rosa continuam sendo vistas como problemticas.
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A organizao do trabalho apresenta-se como um elemento particular nos espaos de trabalho. No sistema capitalista, muitas pesquisas analisaram e descreveram a relao entre a organizao do trabalho e os danos sade mental dos trabalhadores. No Brasil, atualmente, as transformaes que o trabalho vem sofrendo impulsionaram novas propostas para gerar emprego e renda a um grande nmero de trabalhadores, desempregados, fora do mercado formal de trabalho. Esses trabalhadores encontraram a reinsero social atravs de experincias econmicas de carter solidrio. Mas o trabalho solidrio somente possvel com novas formas de organizao do trabalho e de relao com a produo. Essas formas, para tornarem-se uma organizao econmica inovadora, devem construir tambm uma nova relao com a sade e o trabalho, possibilitando uma organizao autogestionvel, controlada pelos trabalhadores. Esta pesquisa aborda as vinculaes entre o prazer e/ou sofrimento e a organizao do trabalho no cotidiano dos(as) trabalhadores(as) de uma cooperativa. Como proposta do estudo articulamos uma interpretao macrossocial com uma anlise microssocial nas atividades de corte, costura e serigrafia desenvolvidas no empreendimento solidrio. Obtivemos, como consideraes finais, a identificao dos trabalhadores com o cooperativismo, bem como a possibilidade das relaes solidrias e do gerenciamento transformando o sofrimento em prazer, favorecendo a sade mental atravs da rediscusso constante da organizao do trabalho e da criao de novos modos de viver o trabalho.
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A impossibilidade de se viver o lazer, ou seja, a busca de bem-estar, satisfao e prazer, a possibiblidade de auto-realizao e auto-estima, nas organizaes, cuja prtica legitimada por uma teoria organizacional de carter ideolgico
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Esta dissertao tem como objetivo compreender o relacionamento do Movimento Negro e Estado brasileiro no processo de criao da Secretaria Especial de Polticas de Promoo da Igualdade Racial (SEPPIR). Pretendemos jogar luz sobre a relao entre Movimento Negro e Estado na constante luta pelo sentido e significado da desigualdade racial. Ser que a constituio de uma Secretaria, com status de Ministrio de Estado, capaz de promover mudanas na viso de desigualdade racial institucionalizada pelo Estado brasileiro? Nosso estudo busca entender como o conflito sobre o sentido da desigualdade racial incorporado s Polticas Pblicas. Utilizamos a categoria analtica Movimento Social para compreender o Movimento Negro, identificando alguns frames que orientam a sua ao. Evidenciamos que estes frames se relacionam na constituio do lugar (entendido como uma srie de ligaes, nas quais os sentidos das relaes sociais so construdos, onde h disputas de poder sobre esses sentidos) da SEPPIR. A ao do Movimento Negro coloca em conflito os sentidos institucionalizados pelo Estado, que se utiliza da cooptao para desmobilizar o Movimento. Ao discutirmos a relao entre Movimento e Estado, relacionamos os frames identificados com a naturalizao da desigualdade racial. Essa verso institucionalizada atribui principalmente ao nosso passado escravocrata a causa dessa desigualdade, no apontando para a compreenso do papel do racismo na manuteno dessa desigualdade. Sugerimos, assim, que a noo de justia, reposicionada pelo reconhecimento, e a discusso de direitos humanos podem ser um caminho, no apenas para lutar contra esta naturalizao, mas tambm para irmos alm da cooptao.
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Atravs da comparao entre dois diferentes modelos de cenrio, criados por dois diferentes arquitetos, para uma mesma rede de restaurantes, este estudo pde identificar como os mesmos contriburam para a formao do valor percebido da experincia de cada cliente. Embora haja quase um consenso entre os pesquisadores de que o cliente percebe o cenrio de forma holstica, a autora no encontrou nenhuma pesquisa focada em que sensaes so passadas pelos diferentes conjuntos de elementos (em geral, organizados conforme um tema). Este gap precisava ser suprido, uma vez que estas sensaes constituem benefcios emocionais que contribuem para o posicionamento e para o valor percebido do estabelecimento. Os benefcios emocionais so particularmente importantes para o setor de restaurantes, afinal, num restaurante o cliente no paga apenas para receber uma boa comida; paga tambm para viver bons momentos, ou experincias. A pesquisa usou uma metodologia qualitativa (grupos de discusso), apoiada na perspectiva fenomenolgica, para abordar um tema complexo, que mexe com percepes e sensaes. Dois complementos foram usados para auxiliar a construo do caso: entrevistas junto a profissionais do Rscal e anlise dos materiais impressos. O principal resultado apresentado foi a identificao das sensaes provocadas nos clientes por duas diferentes combinaes de elementos (ou temas). Como resultados secundrios, foram identificados: o principal fator moderador na percepo do cliente da experincia no restaurante, as reaes dos clientes antigos s novidades feitas em modelos de cenrio j existentes e o papel da logomarca e dos materiais de comunicao em sua composio.
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Esta pesquisa originou-se do pensador Gilles Deleuze (2006). Deleuze contrasta o pensamento sedentrio enquanto linear e reconhece o pensamento nmade como estriado, cheio de nervuras, em uma palavra morfognica, a germinar formas inusitadas. O sedentrio, no est altura de fazer frente a contextos ou ambientes onde predominam complexidade, incerteza e caos, no lida com diversidade. J o pensamento nmade movido pelo desejo de fazer do pensar um fluxo, um devir que se assemelhe realidade instvel, mutante, surpreendente, improvvel na qual vive. O sedentrio era rei nos tempos onde buscvamos a estabilidade, a repetio, os padres, as previses com as quais podamos regular o processo de pensar, gerir e viver. A vida til dos paradigmas vem sofrendo uma contrao temporal, dificultando o estabelecimento de plats de serenidade. Einstein (1930), em uma carta de dirigida a seu filho Eduard instrui: A vida como andar de bicicleta. Para manter o equilbrio, preciso se manter em movimento. No campo da Administrao emergem pesquisadores buscando entender neste novo contexto qual forma de pensar e agir mais eficaz: se deviramos mudar a percepo que temos do mundo ou obrar para alter-lo. Ao contrrio dos que retiram suas leis da imobilidade, da regularidade, da estabilidade, da repetio, frutos de uma abstrao, de uma tradio cartesiana equivocada, so os que interpretam e compreendem o mundo a partir de sua turbulncia das singularidades, do inusitado, do indito e que romperam com a representao clssica, liberando assim o pensar de sua funo recognitiva -- do uso de ferramentas analticas, de diagnsticos, de mtodos como o SWOT (Foras, Oportunidades, Debilidades e Ameaas) os que fazem do pensamento uma potncia criadora, a gerar as inovaes que alimentam o sucesso empresarial. possvel, ento, afirmar que o modelo mental predominante do executivo pode ser classificado, seja como nmade, seja como sedentrio -- usando as expresses cunhadas por Deleuze (2006)para avaliar sua adequao ao novo ecossistema empresarial. Nossa hiptese que o pensador nmade est mais bem preparado para lidar com o ambiente contemporneo. Na primeira parte desta dissertao desvelamos a teoria que sustenta a hiptese formulada. Na seguinte justificamos o porqu de formular uma boa pergunta, propor uma explicao, avanar baseado numa hiptese e enunciar uma lei pode ser to eficaz quanto uma pesquisa emprica para fazer avanar a compreenso dos fenmenos organizacionais, Na quarta e ltima parte detalhamos a hiptese ora proposta e sugerimos como continuidade num futuro prximo, um roteiro para uma pesquisa emprica.
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O presente estudo visa determinar quais os fatores de sofrimento e os fatores de resilincia (de proteo) utilizados pelos trabalhadores de duas unidades industriais de um mesmo grupo multinacional, buscando compreender um pouco mais a relao entre o trabalho, seus sentidos e significados, e a sade fsica e mental das pessoas encarregadas de execut-lo, explorando o fato de que os indivduos, em geral, conseguem evitar a doena e o sofrimento apesar das presses que devem enfrentar em seu dia-a- dia. O problema fundamental da pesquisa era o de identificar, as causas mais freqentes de sofrimento entre os trabalhadores de uma empresa e os mecanismos ou fatores de suporte existentes que lhes garantissem obter, atravs das atividades desempenhadas, o senso de utilidade, conferindo-lhes assim dignidade e a possibilidade de auto-realizao. Procurava-se ainda definir, se possvel, aes capazes de alterar o destino de sofrimento dos mesmos e favorecer sua transformao, de modo a fortalecer a identidade dos indivduos, aumentando assim suas resistncias aos riscos de desestabilizao psquica e somtica. Os resultados indicaram que entre as principais causas de sofrimento nas organizaes encontram-se a presso e responsabilidade do trabalho, a incapacidade de aceitar prprias falhas, a culpa pela desinformao, a falta de tempo para a famlia, a falta de apoio de pares / superiores, a frustrao e a falta de domnio sobre o futuro, a falta de reconhecimento, o contedo significativo" do trabalho insuficiente (pouca liberdade de criao, autonomia das atividades, rotina), tarefas estafantes, repetitivas e pesadas e que demandem esforo fsico elevado, doena e suas conseqncias (discriminao, vergonha e sentimento de inutilidade), medo da perda do emprego, obrigao de ter que efetuar cortes, enxugamento ou reduo de pessoal e por fim, assdio Moral. Por ltimo, foi possvel identificar nas falas dos entrevistados os mesmos fatores de proteo encontrados na literatura clssica sobre sobreviventes de situaes traumticas, conhecidos como fatores de resilincia, isto : vontade de viver, auto-estima, amor-prprio, respeito prprio, esperana, crena, autonomia, iniciativa pessoal, autodeterminao, busca de significado para a vida, auto-afirmao, preservao da identidade, curiosidade e capacidade de estabelecer bons relacionamentos.
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This research is in the domains of materialism, consumer vulnerability and consumption indebtedness, concepts frequently approached in the literature on consumer behavior, macro-marketing and economic psychology. The influence of materialism on consumer indebtedness is investigated within a context that is characterized by poverty and by factors that cause vulnerability, such as high interest rates, limited access to credit and to quality affordable goods. The objectives of this research are: to produce a materialism scale that is well adapted to its environment, characterizing materialism adequately for the population studied; to compare results obtained with results of other studies; and to measure the relationship between materialism, socio-demographic variables, attitude to debt and consumption indebtedness. The primary data used in the analyses were collected from field research carried out in August, 2005 that relied on a probabilistic household sample of 450 low income individuals who live in poor regions of the city of Sao Paulo. The materialism scale, adapted and translated into Portuguese from Richins (2004), proved to be very successful and encourages new work in the area. It was noted that younger adults tend to be more materialistic than older ones; that illiterate adults tend to be less materialistic than those who did literacy courses when they were already adults; and that gender, income and race are not associated with the materialism construct. Among the other results, a logistic regression model was developed in order to distinguish those individuals who have an installment plan payment booklet from those who do not, based on materialism, socio-demographic variables and purchasing and consumer habits. The proposed model confirms materialism as a behavioral variable useful for forecasting the probability of an individual getting into debt in order to consume, in some cases almost doubling the chance of occurrence of this event. Findings confirm the thesis that it is not only adverse economic factors that lead people to get into debt; and that the study of demand for credit for consumption purposes must, of necessity, include variables of a psychological nature. It is suggested that the low income materialistic consumer experiences feelings of powerlessness and exclusion because of the gap that exists between their possessions and their desires. Lines of conduct to combat this marginalization from the consumer society are drawn targeting marketing professionals, public policy makers and vulnerability researchers. Finally, the possibility of new studies involving the materialism construct, which is central to literature on consumer behavior, albeit little used in empirical studies in Brazil, are discussed.
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Esta dissertao coloca-se no campo de discusso sobre trabalho e subjetivao. Neste campo, especificamente, enfoca-se a temtica da reabilitao profissional de trabalhadores hospitalares. A escolha do tema foi motivada pela minha trajetria como psicloga do trabalho vinculada a estes trabalhadores e instigada pelo desafio cotidiano da prtica em busca de ferramentas terico-reflexivas que instrumentalizem e ampliem as possibilidades de interveno. Esta temtica aborda o hospital como um campo de prticas e o adoecimento do trabalhador como acontecimento/ruptura. Este estudo se configurou como uma pesquisa-interveno junto aos trabalhadores em processo de reabilitao profissional no Hospital de Clnicas de Porto Alegre. Atravs do grupo, como um dispositivo, buscamos a construo coletiva do conhecimento acerca da vivncia da reabilitao profissional, acompanhando os movimentos de fixidez e ruptura nas trajetrias destes trabalhadores. Percorrendo os caminhos apontados por eles, fomos levados problematizao da constituio do sujeito fundamentada, sobretudo, no pensamento foucaultiano e nas contribuies de Butler (1997). Ainda, tomando estas referncias, abordamos as relaes de trabalho enquanto relaes de poder e os modos de sujeio produzidos no mbito do trabalho. O rompimento com o trabalho pelo adoecimento e seus efeitos na vida dos trabalhadores foram analisados com base na noo de ruptura-acontecimento de Carreteiro (2003). As experincias dos trabalhadores demonstraram que os fluxos desta trajetria organizam-se como jogos num campo de luta onde possvel produzir interdies, rupturas e protagonismos. Estar em reabilitao significa, sobretudo, espera e dependncia. Estes sentimentos evocam a trajetria de trabalho e de trabalho no hospital, demonstrando que a dependncia j se formulava na disciplinarizao trazida pelo trabalho. Sair do lugar de trabalhador em reabilitao significa repensar a condio mesma de trabalhador, de modo a redefinir projetos e modos de viver.
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Esta dissertao aborda um dos problemas da democracia representativa, a responsabilizao (accountability) dos representantes da sociedade, partindo da exigncia de que prestem contas de suas aes ao escrutnio pblico e que se submetam a possvel aplicao de sano, caso suas justificativas apresentadas no sejam consideradas satisfatrias. Apresentaremos alguns mecanismos existentes na democracia representativa, que podem ser ativados pela ao poltica da sociedade civil, obrigando os representantes a agir de forma mais transparente e comprometida com os resultados para a coletividade. Tais mecanismos vo alm dos incentivos eleitorais, podendo ser disponibilizados para que sejam acionados no decorrer dos mandatos. Frente o destaque que tem sido dado participao da sociedade civil nos assuntos pblicos, abordaremos como ela pode contribuir para a construo de um contexto poltico mais responsabilizvel. Para que ocorra, imprescindvel que a transparncia permeie todos as decises e aes que afetam a coletividade e que existam arenas e instrumentos de participao e contestao disposio dos cidados, alm de possibilidades de sanes para atos que forem considerados no representativos. Dada a impossibilidade da participao de todos os cidados nos assuntos pblicos (caso contrrio, poderamos viver em uma democracia direta), as demandas coletivas so, em grande parte, defendidas por grupos organizados, que compem a parcela da sociedade conhecida como sociedade civil organizada, composta por ONGs, movimentos sociais, fruns, etc. A atuao da sociedade civil organizada pode variar nas diversas reas de defesa de direitos, tornando muito difcil a realizao de uma anlise geral. Sendo assim, foi escolhida uma rea especfica para este estudo: a do combate violncia sexual contra crianas e adolescentes. O presente trabalho visa a analisar a atuao poltica da sociedade civil organizada, no sentido de: (1) influenciar a agenda pblica, incluindo temas e chamando a ateno para polticas antes negligenciadas pelo Estado e, dessa forma, aumentando o escopo da exigncia por prestao de contas; e (2) acionar, direta ou indiretamente, mecanismos de responsabilizao, sejam eles horizontais ou verticais. Atuando dessa forma, a sociedade civil organizada pode contribuir para a efetivao dos mecanismos de responsabilizao existentes ou propor a criao de novas formas. Podemos observar que a utilizao de mecanismos no institucionais (campanhas, mobilizao da mdia, etc.) predominam sobre os institucionais. A utilizao dos mecanismos no institucionais contribui fortemente para a educao para a cidadania, pois amplificam as demandas e/ou denncias de um determinado grupo, geralmente com o auxlio da mdia, atingindo boa parte da populao, conscientizando-a de seus direitos e incentivando-a a exigir que estes sejam cumpridos. No entanto, sua efetividade depende de mecanismos institucionais de responsabilizao exercendo controle horizontal. A anlise da atuao poltica da sociedade civil permite-nos observar que suas organizaes incorrem em alguns dos mesmos problemas da democracia representativa, como questes de representao e responsabilizao. No existem mecanismos que garantam que as organizaes da sociedade civil que controlam o governo, ou seja, que influenciam e monitoram suas decises e aes, sejam realmente representativas da populao, nem que sejam obrigadas a prestar de contas e sujeitar-se a eventuais sanes.
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prprio do amor carregar as virtualidades que o renovam e transformam em cada dobra do tempo-espao. Essas se atualizam, mas no se esgotam, continuando a provocar novos devires. A questo, aqui, acompanhar alguns movimentos subjetivos de uma garota que procura viver o amor no contemporneo, tomando seus desdobramentos como modos de viver esse tempo, como processos que afirmam uma criao de si, e, porque no dizer, uma despersonalizao. A dificuldade se encontra em colocar o amor em relao s singularidades desse tempo, sem que com isso se faa uma leitura nostlgica, dramtica, claustrofbica dos movimentos que, hoje, se insinuam. O conceito escolhido para essa leitura foi o conceito de outrem em Deleuze. Com esse, busca-se garantir as transformaes subjetivas ocorridas por quem se aventura amorosamente no contemporneo em seus diferentes desdobramentos.
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Um ser glorificado, realizador de grandes feitos e exemplo de sucesso social e profissional. Argumenta-se que os novos cenrios do trabalho, e os modos de trabalhar que o dinamizam, forjam um trabalhador que precisa se caracterizar, mais do que nunca, pela busca em ser um empreendedor. As novas configuraes do mundo do trabalho refletem, entre outros aspectos, nos modos de insero no mercado de trabalho, na sua organizao, no tipo de relaes humanas que se estabelecem, e na forma de se fazer negcios. Nesta pesquisa buscou-se analisar o impacto desta demanda contempornea, por uma disposio empreendedora e imaterial, na construo da subjetividade de sujeitos empreendedores. Na reviso terica discute-se o trabalho imaterial e as transformaes que vm ocorrendo no mundo do trabalho. Na discusso sobre o sujeito empreendedor busca-se pensar o que vem a ser o empreendedorismo, assim como, quem o sujeito empreendedor, analisando as abordagens existentes sobre o tema. Discute-se, em seguida, a realidade do dono do prprio negcio, abordando a lgica econmica em que as organizaes capitalistas esto inseridas, pregando pressupostos como sobrevivncia, lucratividade e competitividade. Por fim, realizada uma reflexo sobre a conjuno entre trabalho imaterial e demanda empreendedora na realidade do empreendedor. Esta pesquisa definida como qualitativa, com delineamento exploratrio. O instrumento de coleta utilizado foi a entrevista semi-estruturada enriquecida por narrativas. Ao todo foram pesquisados 12 sujeitos empreendedores dos mais diversos perfis. A anlise foi dividida em dois momentos particulares, mas conseqentes. Num primeiro momento buscou-se fazer uma anlise vertical da histria de cada sujeito, preservando as particularidades de cada realidade. Num outro momento realizou-se uma anlise horizontal das narrativas dos empreendedores pesquisados, com o intuito de mapear as divergncias e convergncias dos pontos de vista. A anlise foi feita luz do referencial terico norteador, entretanto, sem se restringir a este, estando aberta a novas categorias e relaes emergentes do campo. Os principais tpicos tratados foram: trajetria profissional de cada entrevistado at abrir o seu negcio prprio; as atividades e a rotina destes empreendedores, seus planos para o futuro, os relacionamentos que estabelecem, os conflitos que vivenciam, sentimentos e experincias. O empreendedor demandando pela dinmica empreendedora e pelo trabalho imaterial se caracteriza por ser um sujeito auto-gestionrio, autnomo, auto-controlado, polivalente, super-qualificado, com habilidades inter-pessoais hiper-desenvolvidas, com um senso de responsabilidade internalizado, adaptvel e centrado no mercado. Um perfil glamoroso que parece imperativo para quem quer bem viver a vida de empreendedor, ao invs de ser engolido por ela. Entretanto, o impacto desta demanda vai atingir cada empreendedor de uma maneira diferente, tanto que em alguns casos a demanda no sentida como tal, mas sim, vai ao encontro da natureza de alguns. Em outros casos, a resposta do empreendedor no parece corresponder s exigncias da dinmica empreendedora e do trabalho imaterial, revelando o exerccio de atividades estritamente operacionais, baixa qualificao e competncia reduzida de gesto. Esses casos, caracterizam um perfil de empreendedor incapaz de corresponder nova demanda contempornea, ficando a margem dos holofotes.
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Paulo Egydio Martins conta neste livro sua participao ou viso dos acontecimentos que lhe foram dados viver ou testemunhar. Expe valores que o nortearam na vida pblica e privada. Descreve as realizaes de seu governo, como as aes na rea da Sade, a criao do Instituto do Corao, a criao da Unesp Universidade Estadual Paulista, a construo da rodovia dos Bandeirantes e a criao do Seade Sistema Estadual de Anlise de Dados. Narra sua origem e extensa ramificao familiar, dramas e sonhos, viagens, misses diplomticas e comerciais, apresenta amigos, personalidades polticas e empresariais. Conta a sua verso da polmica invaso da puc, interpreta a histria a partir de documentos que guardou ciosamente e com os instrumentos que a memria lhe permite. No tempo presente, acerta suas contas com o passado.