995 resultados para Exposição materna Efeitos adversos
Resumo:
Nos ltimos 20 anos, houve uma melhoria de praticamente todos os indicadores da sade materna no Brasil, assim como grande ampliao do acesso aos servios de sade. Paradoxalmente, no h qualquer evidncia de melhoria na mortalidade materna. Este texto tem como objetivo trazer elementos para a compreenso deste paradoxo, atravs do exame dos modelos tpicos de assistncia ao parto, no SUS e no setor privado. Analisaremos as propostas de mudana para uma assistncia mais baseada em evidncias sobre a segurana destes modelos, sua relao com os direitos das mulheres, e com os conflitos de interesse e resistncias mudana dos modelos. Examinamos os pressupostos de gnero que modulam a assistncia e os vieses de gnero na pesquisa neste campo, expressos na superestimao dos benefcios da tecnologia, e na subestimao ou na negao dos desconfortos e efeitos adversos das intervenes. Crenas da cultura sexual no raro so tidas como explicaes 'cientficas' sobre o corpo, a parturio e a sexualidade, e se refletem na imposio de sofrimentos e riscos desnecessrios, nas intervenes danosas integridade genital, e na negao do direito a acompanhantes. Esta 'pessimizao do parto' instrumental para favorecer, por comparao, o modelo da cesrea de rotina. Por fim, discutimos como o uso da categoria gnero pode contribuir para promover direitos e mudanas institucionais, como no caso dos acompanhantes no parto
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Procurou-se relacionar as informaes disponveis sobre os organoclorados e os efeitos crnicos provocados pela exposição. Os compostos organoclorados so os praguicidas mais persistentes j fabricados. Embora sejam geralmente eficientes no controle das pragas, so importantes poluentes ambientais e potenciais causas de problemas de sade para o homem, tendo sido proibidos ou controlados na maioria dos pases. Com poucas excees, os efeitos tardios desses compostos sobre a sade humana so difceis de detectar, em funo de dificuldades metodolgicas e da extrapolao dos resultados. A genotoxicidade est entre os mais srios dos possveis danos causados por esses compostos e merece ateno especial, devido natureza irreversvel do processo. Outro ponto a ser considerado o aumento na incidncia de alteraes no desenvolvimento do trato reprodutivo e na fertilidade masculina observada nas ltimas dcadas provavelmente decorrente do aumento da exposição intra-uterina a compostos estrognicos e anti-andrognicos, como os organoclorados.
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OBJETIVO: Dentre os efeitos da poluio ambiental na sade da criana, destaca-se o aumento de internaes por pneumonias. O objetivo do estudo foi estimar a associao dessas internaes com o aumento dos poluentes atmosfricos. MTODOS: Trata-se de estudo ecolgico de sries temporais, realizado na cidade de So Jos dos Campos, SP, nos anos de 2000 e 2001. Foram utilizados dados dirios sobre o nmero de internaes por pneumonia, dados dirios de poluentes (SO2, O3 e PM10) e de temperatura e umidade do clima. Foram estimadas as correlaes entre as variveis de interesse pelo coeficiente de Pearson. Para estimar a associao entre as internaes por pneumonia e a poluio atmosfrica, utilizaram-se modelos aditivos generalizados de regresso de Poisson. Foram estimados os acrscimos das internaes por pneumonia para o intervalo interquartil para cada um dos poluentes estudados, com um intervalo de confiana de 95% RESULTADOS: Os trs poluentes apresentaram efeitos defasados nas internaes por pneumonia, iniciada trs a quatro dias aps a exposição e decaindo rapidamente. Na estimativa de efeito acumulado de oito dias observou-se ao longo desse perodo que para aumentos de 24,7 g/m na concentrao mdia de PM10 houve um acrscimo de 9,8% nas internaes. CONCLUSES: O estudo confirma que o potencial deletrio dos poluentes do ar sobre a sade pode ser detectado, tambm, em cidades de mdio porte. A magnitude do efeito foi semelhante ao observado na cidade de So Paulo. Alm disso, mostra a elevada susceptibilidade das crianas aos efeitos adversos advindos da exposição aos contaminantes atmosfricos.
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OBJETIVO: As condies ambientais do trabalho rural, em especial a exposição s poeiras orgnicas e minerais, tm sido associadas ao aumento de doenas respiratrias. O objetivo do estudo foi avaliar a prevalncia de sintomas respiratrios entre agricultores e sua associao com fatores de risco ocupacionais. MTODOS: Estudo de delineamento transversal com 1.379 agricultores, de Antnio Prado e Ip, na Serra Gacha, em 1996. Foram coletados dados sobre caractersticas sociodemogrficas e produo agrcola, bem como a exposição a poeiras orgnicas e minerais. Os sintomas respiratrios foram aferidos por meio de questionrio da American Thoracic Society-Division of Lung Disease modificado. Foi realizada anlise de regresso logstica mltipla, controlada para fatores de confuso. RESULTADOS: A maioria (52%) dos entrevistados trabalhava em atividades com exposição intensa a poeiras. Os trabalhadores de estabelecimentos com melhores indicadores econmicos referiram menor freqncia de sintomas respiratrios do que os demais agricultores. Os avicultores relataram maior prevalncia de sintomas de doena respiratria crnica (OR=1,60; IC 95%: 1,05-2,42). Os agricultores com exposição intensa a poeiras apresentaram uma elevao de mais de 70% no risco de sintomas de asma (OR=1,71; IC 95%: 1,10-2,67), como tambm de doena respiratria crnica (OR=1,77; IC 95%: 1,25-2,50). CONCLUSES: Os trabalhadores rurais apresentaram grande exposição ocupacional a poeiras orgnicas e minerais. Agricultores expostos a concentraes mais elevadas, como os avicultores, tiveram maior risco de apresentar sintomas respiratrios relacionados ao trabalho. Recomenda-se a implementao de programas de proteo respiratria, principalmente para os trabalhadores envolvidos com a produo de aves.
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O objetivo do estudo foi descrever os eventos adversos clnicos e laboratoriais secundrios ao uso dos agentes anti-retrovirais em indivduos submetidos quimioprofilaxia. Foram avaliados 37 funcionrios de um hospital universitrio submetidos quimioprofilaxia com quatro esquemas de medicao anti-retroviral aps exposição ocupacional a fluidos de pacientes contaminados com infeco pelo vrus da imunodeficincia humana. Trinta e dois (86,5%) desenvolveram eventos adversos clnicos ou laboratoriais. A profilaxia teve que ser suspensa em dois profissionais (5,4%) em virtude das reaes ocorridas. Os eventos adversos relacionados quimioprofilaxia para infeco por HIV em funcionrios de sade, vtimas de acidente ocupacional foram freqentes. Porm, raramente foi necessrio retirar a medicao anti-retroviral.
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OBJETIVO: Analisar a associao entre exposição diria poluio do ar e funo respiratria de escolares. MTODOS: Estudo de painel com uma amostra aleatria de 118 escolares (seis a 15 anos de idade) da rede pblica do Rio de Janeiro (RJ), residentes at 2 km do local do estudo. Dados sobre caractersticas das crianas foram obtidos por questionrio, incluindo o International Study of Asthma and Allergies in Childhood. Exames dirios de pico de fluxo foram realizados para medir a funo respiratria. Dados dirios dos nveis de PM10, SO2, O3, NO2 e CO, temperatura e umidade foram fornecidos por um monitor mvel. As medidas repetidas de funo respiratria foram associadas aos nveis dos poluentes por meio de modelo multinvel ajustado por tendncia temporal, temperatura, umidade do ar, exposição domiciliar ao fumo, ser asmtico, altura, sexo, peso e idade das crianas. RESULTADOS: O pico de fluxo expiratrio mdio foi 243,5 l/m (dp=58,9). A menor mdia do pico de fluxo expiratrio foi 124 l/m e a maior 450 l/m. Para o aumento de 10 g/m de PM10 houve uma diminuio de 0,34 l/min na mdia do pico de fluxo no terceiro dia. Para o aumento de 10 g/m de NO2 houve uma diminuio entre 0,23 l/min a 0,28 l/min na mdia do pico de fluxo aps a exposição. Os efeitos do CO e do SO2 no pico de fluxo dos escolares no foram estatisticamente significativos. O O3 apresentou um resultado protetor: o aumento de 10 g/m de O3 estaria associado, um dia depois da exposição, a aumento de 0,2 l/min na mdia da funo respiratria. CONCLUSES: Mesmo dentro de nveis aceitveis na maior parte do perodo, a poluio atmosfrica, principalmente o PM10 e o NO2, esteve associada diminuio da funo respiratria de crianas residentes no Rio de Janeiro.
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OBJETIVO: Estimar a prevalncia de exposição aos campos magnticos gerados por linhas de transmisso (LT) e caracterizar a populao exposta. MTODOS: Informaes sobre LT da Regio Metropolitana de So Paulo foram fornecidas pelas concessionrias de energia e mapeadas usando sistema de informao geogrfica (SIG). Dados demogrficos e socioeconmicos foram obtidos por meio do Censo 2000 e includos no SIG em outra camada. Foram considerados expostos os domiclios e seus habitantes localizados a uma distncia da LT suficiente para gerar um campo magntico 0,3 T (microteslas). A prevalncia foi estimada por meio da rea de corredores de exposição ao longo das LT. A largura dos corredores de exposição se baseou em duas abordagens: uma consistiu em larguras pr-definidas pela tenso da LT e a outra por meio de clculo do campo magntico. As informaes socioeconmicas entre expostos e no expostos foram comparadas pela aplicao do teste de duas propores (α= 5%). RESULTADOS: Nos corredores com larguras pr-definidas a prevalncia de exposição foi de 2,4% e nos corredores calculados, foi de 1,4%. Ambos os mtodos indicaram maior prevalncia de exposição na populao mais jovem, com menores nveis de renda e escolaridade (p < 0,001). CONCLUSES: A prevalncia de exposição aos campos magnticos gerados por LT na regio metropolitana de So Paulo ficou abaixo do observado em outros pases. Os resultados indicam desigualdade na exposição aos campos magnticos nessa rea urbana, com maiores riscos s populaes vulnerveis, como crianas e pessoas socioeconomicamente desfavorecidas.
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Resumo Uma estratgia de avaliao e preveno de riscos na exposição a agentes qumicos deve ter sempre em conta que a vigilncia do ambiente de trabalho e a da sade dos trabalhadores so aspectos complementares de uma mesma realidade os riscos resultantes da interaco entre um agente qumico e os trabalhadores a ele expostos. Se Vigilncia Ambiental compete apreciar o risco, pela caracterizao do agente no ambiente de trabalho, a Vigilncia Biolgica pronuncia-se sobre a interaco entre o txico e o organismo, avaliando a resposta agresso qumica e a evoluo das reaces de adaptao ou de desajuste face absoro do txico. Os Indicadores Biolgicos, deste modo, assumem um estatuto de instrumento privilegiado na vigilncia da sade dos trabalhadores expostos, na medida em que medem a quantidade de txico que efectivamente penetrou e foi absorvido, ou o resultado (efeito) determinado por essa mesma dose. O presente estudo procura contribuir para a definio de um quadro metodolgico de utilizao dos Indicadores Biolgicos na avaliao/gesto da exposição profissional ao chumbo, designadamente apreciando a variao da protoporfirina-zinco (PPZ), indicador at ao presente ainda no utilizado em Portugal. O chumbo um metal de ocorrncia natural, cujos nveis nos diversos ecossistemas resultam, principalmente, das actividades antropognicas de natureza domstica e industrial. A sua capacidade poluente assinalvel, representando uma fonte de exposição permanente para o homem, demonstrvel pela sua constante presena no organismo apesar de no desempenhar qualquer tipo de funo fisiolgica. So actualmente inmeras as suas aplicaes, tornando a exposição profissional ao chumbo uma realidade vasta: indstrias de acumuladores elctricos, de vidros, de plsticos e de munies, construo civil, manuteno e reparao automvel e de navios, fabrico de tintas, indstrias electrnicas, fundies e actividades de soldadura so, entre outras, situaes onde uma realidade a ter em conta. A penetrao dos compostos inorgnicos de chumbo no organismo efectua-se principalmente por via respiratria, no sendo, no entanto, desprezvel, a sua penetrao por via digestiva. As partculas absorvidas so transportadas pelo sangue principalmente ligadas aos eritrocitos (95%), distribuem-se pelos tecidos moles e depositam-se essencialmente no tecido sseo, onde representam mais de 90% da carga corporal do total absorvido e tendo a um elevado tempo de semi-vida (mais de 20 anos). No metabolizado no organismo e a sua eliminao efectua-se essencialmente por via renal,sendo igualmente excretado, em menor escala, atravs das fezes, do suor, da saliva, das faneras e do leite materno. O conhecimento cientfico evidencia que concentraes sanguneas de chumbo entre 20 e 50 mg/dL so susceptveis de determinar efeitos adversos no homem, podendo ser afectados o sistema hematopoitico, o sistema nervoso, o sistema cardiovascular, o sistema reprodutor e o sistema imunitrio. Contudo, ainda muito h a clarificar no mbito da toxicidade do chumbo. Os nveis de exposição a que correspondem as alteraes nos diversos rgos e sistemas continuam a ser motivo de alguma controvrsia. As caractersticas carcinognicas e mutagnicas do chumbo so, ainda, um campo de vasta exigncia de investigao. A intoxicao por chumbo e seus sais (Saturnismo) de origem ocupacional reconhecida em Portugal como doena profissional (grupo 1 - Doenas Provocadas por Agentes Qumicos, da Lista das Doenas Profissionais). uma intoxicao do tipo crnico, fruto da absoro contnua de doses relativamente pequenas durante longo perodo, evidenciando-se no seu incio por sinais e sintomas vagos e difusos de grande inespecificidade, que podem incluir, nomeadamente, perda de apetite, sabor metlico na boca, palidez, mal-estar e fadiga, cefaleias, mialgias e artralgias, irritabilidade, tremores finos, obstipao, clicas abdominais, insnias, dficit da memria de curto prazo e da capacidade de concentrao. Um importante conjunto de indicadores biolgicos pode ser utilizado na vigilncia peridica da sade de trabalhadores nestas condies de exposição. Tais indicadores (de dose ou de efeito), encerram diferentes significados e comportam distintas exigncias, competindo ao Mdico do Trabalho, no mbito dos programas de preveno dos efeitos adversos relacionados com a exposição profissional a chumbo, seleccionar a sua utilizao e interpretar a sua informao, de modo a avaliar a interaco do txico com o organismo numa fase de reversibilidade. O presente estudo envolveu 180 trabalhadores dos quais 110 apresentavam plumbmias (Pb-S) iguais ou superiores a 40 mg/dL. Alm da Pb-S, a todos foi doseada a protoporfirina-zinco (PPZ) e efectuado o Hemograma e a cerca de 25% foi determinada a concentrao do cido d-aminolevulnico urinrio (ALA-U). Os doseamentos da PPZ efectuados em amostra de sangue capilar atravs de um hematofluormetro porttil revelaram-se de total fiabilidade, dando significado a uma tcnica de fcil execuo e baixo custo. A avaliao do tipo de colheita urinria para doseamento do ALA-U concluiu pela necessidade de recurso a urinas de 24 horas.Os resultados do estudo evidenciaram uma elevada associao entre a PPZ e a Pb-S, com uma maior magnitude e de incio mais precoce do que o que registado na associao da Pb-S com o ALA-U. Revelaram, ainda, fracos nveis de associao da hemoglobina (e outros parmetros hematolgicos) com a Pb-S. E demonstraram para um cut-off de 100 mg/ dL de PPZ, taxa de falsos negativos e falsos positivos, para plumbmias a partir de 70 mg/dL, inferiores a 20%. Assim, concluiu-se que, nos protocolos de vigilncia de sade de trabalhadores expostos a chumbo, o doseamento da PPZ por hematofluormetro, em sangue de colheita capilar, adequado, fivel e de realizao preferencial em relao ao do ALA-U. Concluiu-se, tambm, que a realizao do hemograma apenas se justifica em situaes individuais que clinicamente o tornem aconselhvel. E que estes protocolos devem incluir a realizao da Pb-S e da PPZ, podendo, em situaes de controlo rigoroso (ambiental, biolgico e clnico), basear-se apenas na determinao da PPZ reservando os outros indicadores para aprofundar a investigao mdica nos casos de taxas elevadas desta ou de situaes limitantes. Rsume Une stratgie dvaluation et de prvention des risques dexposition aux agents chimiques doit toujours tenir en considration que la vigilance du lieu de travail et de la sant des travailleurs sont des aspects complmentaires dune mme ralit les risques rsultant dune interaction entre lagent chimique et les travailleurs exposs. Si cest la Vigilance Ambiantale de juger le risque, par la caractrisation de lagent dans le lieu de travail, la Vigilance Biologique, elle, se prononce sur linteraction entre le toxique et lorganisme, valuant la rponse lagression chimique et lvolution des ractions dadaptation ou de rupture face labsorption du toxique. Les Indicateurs Biologiques assument ainsi un statut dinstrument privilgi de vigilance de la sant des travailleurs exposs, dans la mesure o ils dterminent la quantit de toxique qui a effectivement t pntr et absorb, ou le rsultat (effet) dtermin par cette dose. Cette tude-ci cherche contribuer la dfinition dun cadre mthodologique dutilisation des Indicateurs Biologiques dans lvaluation/ gestion de lexposition professionnelle au plomb inorganique, valuant spcialement le comportement de la protoporphirine-zinc (PPZ), indicateur pas encore utilis au Portugal.Le plomb est un mtal doccurrence naturelle dont les niveaux dans les diffrents cosystmes en rsultent, principalement, des activits anthropogniques de nature domestique et industrielle. Sa capacit polluante peut tre signale, reprsentant une source dexposition permanente pour lhomme, celle-ci dmontrable par sa prsence continue dans lorganisme, mme si elle ny accomplit aucune fonction physiologique. Actuellement ses applications sont innombrables, faisant de lexposition professionnelle au plomb une ralit de grande ampleur : industries daccumulateurs lectriques, de verre, de plastique et de munitions, btiments, manutention et rparation automobile et navale, fabrication dencres, industries lectroniques, fontes et activits de soudure sont, entre autres, des situations relles a en tenir compte. La pntration du plomb inorganique dans lorganisme se fait principalement par voie respiratoire, pouvant se faire galement par voie digestive. Les particules absorbes sont transportes par le sang, surtout lies aux rythrocytes (95%), se repartent travers les tissus mous et se dposent essentiellement dans le tissu osseux, o elles reprsentent plus de 90% de la charge corporelle de ce qui a t absorb et ont un temps de demi-vie lev (plus de 20 ans). Le plomb nest pas mtabolis dans lorganisme et son limination se fait essentiellement par voie rnale, pouvant tout de mme, une moindre chelle, tre excrt dans les fces, de la sueur, de la salive, des ongles, des cheveux et du lait maternel. La connaissance scientifique met en vidence que des concentrations sanguines de plomb entre 20 et 50 mg/dL sont susceptibles de dterminer des effets adverses dans lhomme, pouvant les systmes hmatopotique, nerveux, cardiovasculaire, reproducteur et immunitaire en tre affects. Cependant, il en reste beaucoup claircir dans le domaine de la toxicit du plomb. Les niveaux dexposition auxquels correspondent les modifications des divers organes et systmes, demeurent toujours sujet de quelque controverse. Les caractristiques carcinogniques et mutagniques du plomb restent toujours un champ dinvestigation dune grande exigence. Lintoxication par le plomb et ses sels (Saturnisme) dorigine occupationnelle est reconnue, au Portugal, comme une maladie professionnelle (groupe 1- Maladies Provoques par des Agents Chimiques, de la Liste des Maladies Professionnelles). Cest une intoxication du tipe chronique, due labsorption continue de doses relativement petites pendant une longue priode, mise en vidence travers des signes et des symptmes vagues et diffus sans grande spcificit, lesquels peuvent inclure, particulirement, le manque dapptit, got mtallique dans la bouche, pleur, malaise et fatigue, cphales, myalgies et arthralgies, irritabilit, tremblements fins, constipation, coliques abdominales, insomnies, dficit de la mmoire court terme et de la capacit de concentration.Un ensemble important dindicateurs biologiques peut tre employ dans la vigilance priodique de la sant des travailleurs dans ces conditions dexposition. Ces indicateurs (de dose ou deffet) renferment diffrentes significations et comportent diverses exigences, devant le Mdecin de Travail, dans le domaine des programmes de prvention des effets adverses qui sont en relation avec lexposition professionnelle au plomb, slectionner son utilisation et interprter son information de faon valuer linteraction de llment toxique avec lorganisme un stade de rversibilit. Ltude ci-prsent engloba 180 travailleurs desquels 110 prsentaient des plombmies (Pb-S) gales ou suprieures 40 mg/dL. part la Pb-S, la protoporphyrine-zinc (PPZ) leur a t prise en dosage et un Hmogramme fut effectu et fut dtermin lacide d- aminolvulinique urinaire (ALA-U) sur environ 25% des travailleurs. Le dosage de la PPZ efectu en chantillon de sang capillaire par un fluorimtre portable, sest accomplit dune fiabilit total, donnant du sgnificat une tchnique de facile execution et bas prix. Lvaluation de la prise urinaire par dosage du ALA-U conclut au besoin dun recours aux urines de 24 heures Les rsultats de ltude ont mis en vidence une association leve entre la PPZ et la Pb- S, avec une intensit majeure et de dbut plus prcoce par rapport celui qui fut registr lors de lassociation de la Pb-S avec la ALA-U. Ces rsultats ont galement montr de faibles niveaux dassociation entre lhmoglobine (et autres paramtres hmatologiques) et la Pb-S. Ils ont dmontr aussi, une valeur de cut-off de 100 mg/dL de PPZ, des taux de faux ngatifs et faux positifs, pour des plombmies de 70 mg/dL, infrieurs 20%. On peut donc conclure que dans les protocoles de vigilance de la sant des travailleurs exposs au plomb, le dosage de la PPZ par fluorimetrie dans le sang capillaire est adquat, fiable et de ralisation prfrentielle par rapport celui du ALA-U. On peut galement conclure que la ralisation de lhmogramme ne se justifie que dans les cas individuels o, cliniquement, celui-ci est conseill. De plus, ces protocoles doivent inclure la ralisation de la Pb-S et de la PPZ, pouvant, en cas de contrle rigoureux (ambiantal, biologique et clinique), sappuyer que dans la dtermination de la PPZ rservant les autres indicateurs pour approfondir linvestigation mdicale dans les cas o les taux de celle-ci sont levs ou dans les cas de situations limitantes. Summary Any strategy to evaluate and prevent the risks of chemical agents exposure must always regard the work environment and workers health as complementary aspects of one reality - the resulting risks from the interaction between the chemical agent and the exposed workers. It is the responsibility of Environmental Monitoring to evaluate the risks of exposure by the characterization of the chemical agent in the work environment. Biological Monitoring, on the other hand, pronounces itself over the toxin and body interaction, evaluating human response to the chemical aggression and the body adaptations to the toxic absorption. Biological Exposure Indices (BEI) assume, therefore, a privileged status among exposed workers' health monitoring instruments, as they measure the actual penetrated and absorbed toxic quantity and the effect it produces. This research study aims to contribute to the definition of a methodological strategy on the utilization of BEIs in evaluating inorganic lead's occupational exposure, more specifically appreciating the zinc protoporphyrin (ZPP) variation, an index that has never been taken under consideration in Portugal until now. Lead is a natural metal whose ecosystems levels are mainly due to domestic and industrial anthropogenic activities. Its pollutant capacity is notable, representing a permanent exposure risk shown by its constant presence in the human body, although it has no physiologic function. Nowadays, lead's applications are countless, turning its professional exposure a huge reality: storage batteries industries, glass industries, plasterers and munitions industries, building construction, ships and motor car maintenance and repairing, ink manufacture, electronics industries, foundries and other soldering activities are, among so many other, realities to attend to. Respiration is the main cause of human body's inorganic lead absorption, although digestive pathway must not to be ignored. The absorbed particles are transported by blood, essentially bounded to erythrocytes (95%). It is distributed by soft tissues and settled mainly on bone tissues, where it represents approximately 90% of the total body charge and has a high half-life time (more than 20 years). It is not metabolized by the organism, its elimination being effectuated by renal activity and, in smaller scale, through lees, sweat, saliva, nails, hair and maternal milk.Scientific knowledge shows that concentrations of lead in blood between 20 e 50 mg/dL are susceptible to determine adverse effects in man and able to affect the hematopoietic system, the nervous system, the cardiovascular system, the reproductive system and the immunological system. Nevertheless, there's still much to be learned and clarified about lead's toxicity. The correlation between exposure levels and human's systems and organs alteration levels continues to be a centre of controversies. Still, lead's carcinogenic and mutagenic characteristics continue to be a high demanding research field. Intoxication by lead and its compounds (saturnism), from occupational origin, is recognized in Portugal as an occupational disease, included in Group 1 - Chemical Agents Caused Diseases, on the Occupational Diseases List. It is a chronic intoxication caused by a continuous absorption of small doses, throughout a long period of time. Its signs and symptoms are diffuse and imprecise, of great unspecificity, such as loss of appetite, metallic flavor in the mouth, paleness, ailment and fatigue, headaches, myalgia and arthralgia, irritability, thin tremors, constipation, abdominal pain, insomnias, short memory loses and inability to concentrate. A considered number of BEIs can be used in Periodic Health Monitoring of workers in such exposure conditions. Such BEI (dose indices or effect indices) provide different meanings and imply different procedures, being Occupational Doctors responsibility, in the context of lead related adverse effects preventive programmes, to select and interpret its information, in order to evaluate the interaction between toxic and organism in a reversible phase of the toxic action. The present research study involved 180 workers, 110 of which presented blood lead levels (PbB) above or equal to 40 mg/dL. Besides PbB, all workers has been evaluated for zinc protoporphyrin levels (PPZ) and submitted to a haemogram. About 25% of the workers were selected for d-aminolevulinic urinary acid (ALA-U) determination. The evaluation of PPZ, by a portable hematofluorometer using capillary blood samples, turned out to be an easy procedure with low costs and total warrantability. As in regard for ALA- U procedure, it was concluded the necessity of 24 hours urine samples. This research results underlined a strong connection between ZPP and PbB, which was found to to be stringer and to begin earlier than it was registered for PbB and ALA-U association. The same study also revealed a low association level between PbB and hemoglobin or other hematological indices. It was also verified less than 20% of false negatives and false positives cases when admitted a ZPP 100 mg/dL cut off value for PbB 70 mg/dL. As in result it was concluded that in Health Monit
Exposição profissional a citostticos: caracterizao da exposição em unidades hospitalares portuguesas
Resumo:
Os citotxicos constituem um grupo farmacoteraputico que interfere por vrios mecanismos de ao com o DNA, levando destruio celular. Estes agentes teraputicos so preparados diariamente em Unidades Hospitalares Portuguesas, e utilizados no tratamento de vrias doenas, nomeadamente neoplasias. Dependendo do mecanismo de ao, estes frmacos podem ser agrupados em vrios subgrupos: agentes alquilantes, antibiticos, antimetabolitos, geradores de radicais livres e inibidores mitticos (Despacho n 21 844/2004). Os agentes alquilantes interagem diretamente com o DNA de clulas tumorais; os antibiticos interferem com a transcrio de DNA; os antimetabolitos bloqueiam a sntese de DNA e RNA; os geradores de radicais livres produzem radicais livres reactivos que se ligam ao DNA e, finalmente, os inibidores mitticos actuam no mecanismo mittico necessrio cariocinese. Os frmacos antineoplsicos so cada vez mais utilizados quer na teraputica de doenas malignas quer com intuitos profilticos (teraputica adjuvante) e num espetro crescente de patologia benigna (doenas autoimunes, doenas inflamatrias crnicas do foro gastroenterolgico ou reumatolgico, entre outras). Tm em comum o facto de poderem lesar o genoma celular (efeito genotxico). Idealmente, deveriam afetar apenas as clulas neoplsicas; os frmacos disponveis, no entanto, embora afetem preferencialmente as clulas malignas, so relativamente inespecficos, afetando simultaneamente o genoma das clulas normais e condicionando assim efeitos adversos para a sade quer dos doentes tratados quer dos profissionais de sade a eles expostos. Neste contexto importa aprofundar o saber em 3 vertentes essenciais: a caracterizao das exposies, os critrios de avaliao das repercusses sobre o organismo e os processos de organizao dos programas preventivos. O estudo que se apresenta visou, assim, desenvolver conhecimento nas 3 vertentes assinaladas, designadamente, a exposição, a monitorizao biolgica e a programao da preveno. Julgmos relevante o seu desenvolvimento face a dois grandes aspectos, designadamente a atualidade do estudo cientfico e a inexistncia de estudos sobre esta realidade em hospitais portugueses. O estudo que se props pretendeu contribuir para a caracterizao da exposição a citotxicos num contexto profissional especfico (salas limpas da Farmcia Hospitalar e Hospitais de Dia), identificando os fatores que a condicionam e os eventuais efeitos para a sade dos trabalhadores decorrentes dessa exposição.
Resumo:
Tendo por referncia a diretiva 2006/95/CE, o trabalho desenvolvido no contexto da disciplina de Dissertao/Projeto/Estgio do Mestrado de Engenharia de Instrumentao e Metrologia, decorreu nas instalaes do IEP (Instituto Electrotcnico Portugus) e teve como objetivo principal o desenvolvimento de um procedimento de avaliao dos efeitos fotobiolgicos no olho e pele provocados por fontes de emisso contnua (LED), doravante designado mtodo alternativo ao de referncia. Os dois mtodos, alternativo e de referncia, utilizam respectivamente um foto-radimetro multicanal e um espetro-radimetro. O procedimento desenvolvido (mtodo alternativo) de acordo com a norma EN/IEC62471) consiste na aquisio dos valores de irradincia com recurso a um foto-radimetro e posterior determinao dos valores da radincia, com os quais se faz a avaliao dos efeitos fotobiolgicos, para fontes de luz LED (Light Emitting Diode) ou GLS (General Lighting Service). A consulta detalhada da norma EN/IEC62471 e a pesquisa sobre os conceitos, definies, equipamentos e metodologias relacionadas com o tema em causa, constituiu o primeiro passo deste projecto. Com recurso aos dois equipamentos, uma fonte de luz LED (mdulo de 12 lmpadas LED) avaliada em relao aos perigos (ou riscos) actnico UV e UV-A, ao perigo da luz azul e ainda o perigo trmico na retina e trmico na pele, permitindo fazer uma anlise comparativa dos resultados. O mtodo alternativo revelou-se bastante flexvel e eficaz, proporcionando bons resultados em termos da irradincia e radincia dos referidos efeitos fotobiolgicos. A comparao destes resultados com os valores limites de exposição mencionados na norma EN/IEC6247 permitiu afirmar que a fonte de luz LED avaliada no representa perigo fotobiolgico para a sade humana e classifica-se no grupo de risco isento. Uma vez cumpridos os objectivos, entendeu-se que seria uma mais-valia para o trabalho j realizado, estudar outro caso prtico. Sendo assim, fez-se a avaliao da radiao de apenas um dos LEDs que constituam a fonte usada nos ensaios anteriores, com o espetro-radimetro (mtodo de referncia) e com uma distncia de 200 mm entre a fonte e o medidor. Neste caso verificaram-se diferenas significativas nas quantidades obtidas quando comparadas com os valores normativos. Concluiu-se que o efeito fotobiolgico da luz azul insere-se no grupo de isento, sem perigo para a sade. Contudo, o efeito trmico da retina apresenta um aumento considervel da quantidade de radincia, embora dentro do grupo de risco isento. Esta classificao de grupos de risco. Face aos resultados obtidos, pode confirmar-se que as lmpadas LED apresentam segurana fotobiolgica, atendendo aos baixos valores de irradincia e radincia dos efeitos fotobiolgicos estudados. Pode ainda afirmar-se que a utilizao do foto-radimetro em alternativa ao espetro-radimetro se revela mais eficaz do ponto de vista de metodologia prtica. Este trabalho demonstra a robustez desses dois equipamentos de avaliao dos efeitos fotobiolgicos, e procura estabelecer uma linha de orientao para a preveno dos efeitos adversos na pele e olhos de todos os seres humanos sujeitos radiao tica artificial. Quanto s incertezas de medies, em relao ao processo de medio com foto-radimetro, a sua estimao no se realizou, devido a no rastreabilidade entre as medies indicadas pelo fabricante, no certificado de calibrao e as medidas realizadas por outras entidades. Contudo, prope-se a sua realizao em trabalhos futuros dentro desse mbito. As incertezas dos resultados de medies com espetro-radimetro foram parcialmente estimadas. Atendendo s potencialidades do sistema de medio, prope-se como trabalho futuro, a aplicao da norma IEC62478, que faz parte da aplicao da norma EN/IEC62471 na avaliao do efeito da luz azul, com base na determinao da temperatura de cor correlacionada (CCT) de lmpadas ou sistemas de lmpadas incluindo luminrias. Os valores de irradincia e radincia adquiridos nos processos de avaliao, tanto com foto-radimetro como espectro-radimetro foram gravados em ficheiro Excel para um CD e anexados a este trabalho.
Resumo:
Introduo: Os efeitos adversos das partculas em suspenso na sade humana expressam-se sob efeitos agudos e crnicos, no existindo nenhum limiar abaixo do qual se considere que a exposição a partculas no origine efeitos na sade da populao. semelhana de outras capitais europeias, a cidade de Lisboa apresenta elevados nveis de partculas, principalmente nas reas de maior trfego. Objectivo: Neste estudo procurou-se analisar os efeitos na sade humana decorrentes da exposição ambiental a partculas em suspenso na atmosfera (PM10 e PM2.5). Metodologia: O estudo centrou-se nos efeitos das partculas inalveis na sade respiratria da populao infanto-juvenil residente em Lisboa. Para o efeito, foram caracterizados os nveis de partculas (PM10 e PM2.5) em Lisboa e procedeu-se a uma avaliao da morbilidade respiratria, utilizando mtodos indirectos relacionados com a procura e utilizao dos servios de sade em situao de urgncia, tendo como base os atendimentos da Urgncia Peditrica de um Hospital de Lisboa. Resultados: Verificou-se que um tero das urgncias peditricas hospitalares de natureza respiratria, destacando-se quatro principais patologias: infeco aguda das vias areas superiores, infeco aguda das vias areas inferiores, asma e pneumonia. Os modelos estatsticos explicativos foram desenvolvidos com vista a aferir as variveis ambientais mais relevantes para avaliar os impactes da poluio atmosfrica por PM na sade respiratria infantil, identificando-se um desfasamento temporal, de poucos dias, entre as ocorrncias de elevadas concentraes de partculas e os efeitos respiratrios. Concluso: Nestes modelos a temperatura mnima surge como importante varivel explicativa, assim como as concentraes de partculas medidas em estaes de fundo (mais representativas dos nveis de concentraes de PM de zonas residenciais) em detrimento das estaes de trfego. Foi evidente uma relao entre a zona de residncia das crianas com problemas respiratrios atendidas na urgncia e as reas da cidade com maiores nveis de partculas.
Resumo:
RESUMO - O ozono o principal componente da poluio fotoqumica do ar. Como agente irritante do aparelho respiratrio, os seus efeitos sobre a sade caracterizam-se, essencialmente, por tosse, dispneia, desconforto torcico e alteraes da funo pulmonar, encontrando-se tambm associadas exposição ambiental a O3 tanto uma maior frequncia e gravidade de crises de asma como a ocorrncia de quadros clnicos de irritao conjuntival. sobretudo a partir dos anos 50, com a descoberta de concentraes elevadas de ozono em ambientes de trabalho respeitantes actividade de soldadura a arco, que aquele gs passa a ser encarado como factor profissional de risco. No incio dos anos 60 surgem os primeiros estudos de exposição a O3 em cabinas de avio, suscitados pela ocorrncia, em tripulantes e passageiros, de queixas clnicas de irritao do tracto respiratrio. Esta sintomatologia era, at ento, atribuda aco de outros factores, designadamente o sistema de ventilao e o baixo teor de humidade do ar. Posteriormente, alguns estudos revelaram que, em voos comerciais subsnicos, os teores elevados de O3 observados no interior das cabinas poderiam ser provocados pela sua insuficiente destruio nos sistemas de entrada de ar.O presente estudo, efectuado em voos de longo curso realizados em aeronaves Airbus A340-300 numa nica rota comercial, teve por objectivo avaliar a exposição a ozono no ar interior em cabina de avio. Os teores mdios de concentrao de ozono observados foram inferiores aos valores susceptveis de provocarem efeitos adversos sobre o aparelho respiratrio. Como valor mximo instantneo, foi atingida a concentrao de 152 ppb. Adicionalmente, foi constatada a influncia das estaes do ano nos teores de O3. O conjunto dos resultados obtidos permite concluir que as concentraes de ozono no ar interior nas cabinas de avio estudadas so inferiores s correspondentes concentraes mximas admissveis, tendo, em todos os voos, sido observado o cumprimento da norma da FAA respeitante proteco da exposição ao ozono em cabinas de aeronaves de aviao comercial.
Resumo:
RESUMO - Os nanomateriais manufaturados (NMs), isto , fabricados deliberadamente para fins especficos, apresentam propriedades fsico-qumicas nicas como a dimenso, rea superficial ou funcionalizao, que lhes conferem caratersticas mecnicas, ticas, eltricas e magnticas muito vantajosas para aplicaes industriais e biomdicas. Efetivamente, a tecnologia baseada nos NMs, ou nanotecnologia, foi identificada como uma key enabling technology, impulsionadora do crescimento econmico dos pases industrializados, devido ao seu potencial para melhorar a qualidade e desempenho de muitos tipos de produtos e de processos. Contudo, a expanso da utilizao de NMs contrasta com a insuficiente avaliao de risco para a sade humana e para o ambiente, sendo considerados como um risco emergente para a sade pblica. As incertezas sobre a segurana dos NMs para a sade pblica advm sobretudo de estudos epidemiolgicos em humanos expostos a nanomateriais produzidos como consequncia dos processos e atividades humanas e da poluio. Uma das principais preocupaes relativamente aos efeitos adversos dos NMs na sade humana o seu potencial efeito carcinognico, que sugerido por alguns estudos experimentais, como no caso dos nanomateriais de dixido de titnio ou dos nanotubos de carbono. Para avaliar em curto termo as propriedades carcinognicas de um composto, utilizam-se frequentemente ensaios de genotoxicidade em linhas celulares de mamfero ou ensaios em modelos animais, em que se analisa uma variedade de leses genticas potencialmente relacionados com o processo de carcinognese. No entanto, a investigao sobre as propriedades genotxicas dos NMs no foi, at hoje, conclusiva. O presente estudo tem por objectivo principal caracterizar os efeitos genotxicos associados exposição a nanomateriais manufaturados, de forma a contribuir para a avaliao da sua segurana. Constituram objectivos especficos deste estudo: i) avaliar a genotoxicidade dos NMs em trs tipos de clulas humanas expostas in vitro: linfcitos humanos primrios, linha celular de epitlio brnquico humano (BEAS-2B) e linha celular de adenocarcinoma epitelial de pulmo humano (A549); ii) avaliar a sua genotoxicidade num modelo de ratinho transgnico; iii) investigar alguns mecanismos de aco que podero contribuir para a genotoxicidade dos nanomateriais, como a contribuio de leses oxidativas para a genotoxicidade induzida pelos NMs in vitro, e a investigao da sua bioacumulao e localizao celular in vivo. Foram analisados os efeitos genotxicos associados exposição a duas classes de NMs, dixido de titnio e nanotubos de carbono de parede mltipla, bem como a um NM de xido de zinco, candidato a ser utlilizado como controlo positivo de dimenso nanomtrica. Os xx NMs utilizados foram previamente caracterizados com detalhe relativamente s suas caractersticas fsico-qumicas e tambm relativamente sua disperso em meio aquoso e no meio de cultura. A metodologia incluiu ensaios de citotoxicidade e de genotoxicidade in vitro, designadamente, ensaios de quebras no DNA (ensaio do cometa) e nos cromossomas (ensaio do microncleo) em clulas humanas expostas a vrias concentraes de NMs, por comparao com clulas no expostas. Tambm foram realizados ensaios in vivo de quebras no DNA, quebras cromossmicas e ainda um ensaio de mutaes em vrios rgos de grupos de ratinhos transgnicos LacZ, expostos por via intravenosa a duas doses de dixido de titnio. Foi investigada a existncia de uma relao dose-resposta aps exposição das clulas humanas ou dos animais a NMs. A contribuio de leses oxidativas para a genotoxicidade aps exposição das clulas aos NMs in vitro foi explorada atravs do ensaio do cometa modificado com enzima. Realizaram-se estudos histolgicos e citolgicos para deteo e localizao celular dos NMs nos rgos-alvo dos ratinhos expostos in vivo. Os resultados demonstraram efeitos genotxicos em alguns dos NMs analisados em clulas humanas. No entanto, os efeitos genotxicos, quando positivos, foram em nveis reduzidos, ainda que superiores aos valores dos controlos, e a sua reprodutibilidade era dependente do sistema experimental utilizado. Para outros NMs, a evidncia de genotoxicidade revelou-se equvoca, conduzindo necessidade de esclarecimento atravs de ensaios in vivo. Para esse fim, recorreu-se a uma anlise integrada de mltiplos parmetros num modelo animal, o ratinho transgnico baseado em plasmdeo contendo o gene LacZ exposto a um NM de dixido de titnio, NM-102. Embora tenha sido demonstrada a exposição e a acumulao do NM no fgado, no se observaram efeitos genotxicos nem no fgado, nem no bao nem no sangue dos ratinhos expostos a esse NM. Neste estudo concluiu-se que algumas formas de dixido de titnio e nanotubos de carbono de parede mltipla produzem efeitos genotxicos em clulas humanas, contribuindo para o conjunto de evidncias sobre o efeito genotxico desses NMs. As diferenas observadas relativamente genotoxicidade entre NMs do mesmo tipo, mas distintos em algumas das suas caractersticas fsico-quimicas, aparentemente no so negligenciveis, pelo que os resultados obtidos para um NM no devem ser generalizados ao grupo correspondente. Para alm disso, a genotoxicidade equvoca verificada para o NM-102 em clulas humanas expostas in vitro, no foi confirmada no modelo in vivo, pelo que o valor preditivo da utilizao dos ensaios in vitro para a identificao de NMs com efeitos genotxicos (e portanto potencialmente carcinognicos) ainda tem de ser esclarecido antes de ser possvel extrapolar as concluses para a sade humana. Por sua vez, como a informao aqui produzida pelas metodologias in vitro e in vivo no reflete os efeitos de exposição continua ou prolongada, que poder conduzir a efeitos genotxicos distintos, esta xxi dever ser complementada com outras linhas de evidncia relativamente segurana dos NMs. Perante a incerteza dos nveis de exposição real do organismo humano e do ambiente, a segurana da utilizao dos NMs no pode ser garantida a longo prazo e, tendo em conta a elevada produo e utilizao destes NMs, so prementes futuros estudos de monitorizao ambiental e humana.
Resumo:
OBJETIVO: avaliar o efeito do uso crnico do nelfinavir sobre o peso de ratas albinas prenhes e seus conceptos, bem como o nmero de implantaes, fetos, placentas, reabsores e mortalidade materna e fetal. MTODOS: 50 ratas albinas EPM-1 Wistar, prenhes, foram aleatoriamente divididas em cinco grupos: 2 controles, Contr1 (controle do estresse) e Contr2 (controle do veculo), e trs experimentais, Exp40, Exp120 e Exp360, que receberam, respectivamente, 40, 120 e 360 mg/kg por dia de nelfinavir por via oral. A droga e o veculo (gua destilada) foram administrados por gavagem em duas tomadas dirias (12/12 horas), desde o primeiro dia at o dia 20 da prenhez. No ltimo dia do experimento, todos os animais foram anestesiados e sacrificados. Foram avaliados a evoluo do peso, nmero de implantaes, reabsores, fetos, placentas, bitos intra-uterinos, o peso dos fetos e das placentas e malformaes maiores. A anlise estatstica foi realizada pela anlise de varincia (ANOVA) completada pelo teste de Kruskal-Wallis. RESULTADOS: em relao ao ganho de peso das ratas, houve ganho normal em todos os grupos, no sendo constatadas diferenas significantes entre eles. ANOVA mostrou ausncia de diferenas significativas entre os grupos quanto aos parmetros estudados. As mdias do nmero de fetos foram: controles = 9,70,50; grupos tratados com nelfinavir = 9,70,81. Para as mdias de nmeros de placentas e implantaes, controles = 9,70,50; grupos tratados com nelfinavir = 9,70,78. Quanto s mdias de pesos fetais, controles = 4,040,50; grupos tratados com nelfinavir = 3,910,33 g. Finalmente, para as mdias de pesos de placentas, controles = 0,640,02; grupos tratados com nelfinavir = 0,670,02 g. Alm disto, no foram observadas reabsores, mortalidade das matrizes, bitos e malformaes fetais. CONCLUSES: o nelfinavir, em todas as doses administradas, no influiu no ganho de peso das ratas prenhes e no mostrou efeitos deletrios sobre os conceptos.
Resumo:
Grvidas podem depender do uso de medicaes para minimizar os agravos da doena preexistente. A gravidez, por si s, pode causar situaes que comprometem o bem-estar materno, como nuseas e vmitos, as quais necessitam de tratamento. O obstetra deve estar atento transferncia placentria de drogas e exposição do feto a agentes teratognicos ou txicos, que podem comprometer o seu desenvolvimento ou mesmo sua vida futura.O transporte atravs da placenta envolve o movimento de molculas entre trs compartimentos: sangue materno, citoplasma do sinciciotrofoblasto e sangue fetal. Esse movimento pode ocorrer pelos seguintes mecanismos: difuso simples, difuso facilitada, transporte ativo, bombas classe P, V, F e grande famlia ABC e endocitose. Com o uso de anticonvulsivantes a incidncia de malformaes maiores em recm-nascidos expostos de 4 a 6%, comparado com 2 a 4% na populao geral. A politerapia mais lesiva, especialmente se o cido valprico e a hidantona fazem parte da associao. Para as pacientes epilpticas clinicamente assintomticas h dois anos recomenda-se a suspenso da drogas em uso, porm se apresentam crises, torna-se prudente consultar neurologista para discusso da terapia anticonvulsivante com melhores benefcios e menores efeitos colaterais. Os anestsicos locais e os opiides so largamente utilizados durante a resoluo da gestao. A lidocana utilizada como anestsico por via perineal para episiotomia, na dose fixa de 400 mg, apresenta alta concentrao plasmtica materna e alta taxa de transferncia placentria no momento do nascimento, que vem alertar para o cuidado no uso de doses repetidas. A bupivacana administrada por via epidural representa anestsico seguro, apresentando-se na forma racmica e com transferncia placentria em torno de 30%. A fentanila, anestsico opiide, utilizado por via epidural na resoluo por cesariana, na dose fixa de 0,10 mg, apresenta alta taxa de transferncia placentria, da ordem de 90%, o que vem alertar para cautela no uso de doses repetidas em analgesia durante o trabalho de parto.