999 resultados para Análise Dialógica do Discurso
Resumo:
Este trabalho visa contribuir para uma melhor compreensão da problemática das bibliotecas públicas durante o período da I República (1910-1926). Pretende-se, assim, apreender à luz do ideário educativo republicano, qual foi a visão doutrinária e as propostas para a criação e/ou reorganização das bibliotecas públicas apresentadas por parte do poder político e de distintos eruditos que pensaram e escreveram sobre esta temática. Neste sentido, a análise documental privilegiou como fontes principais, os diplomas legais considerados mais significativos e estruturantes para o sector bibliotecário, promulgados pelos governos republicanos, bem como os textos doutrinários versados em artigos e ensaios escritos por Raul Proença, António de Bettencourt Ataíde e António Ferrão, os quais deram um importante contributo para a dinamização desta área. O trabalho está organizado em três capítulos: no primeiro, procedemos a uma breve abordagem do contexto político e histórico que favoreceu o desenvolvimento das bibliotecas públicas; no segundo, centramo-nos na análise de legislação referente às bibliotecas Eruditas, Populares e Móveis e, no terceiro, procuramos sinalizar as principais temáticas que mobilizaram os autores acima referidos em torno das Bibliotecas. As bibliotecas públicas, nas suas diferentes tipologias, deveriam constituir-se como espaços complementares à escola, ao serviço da instrução e da cultura, facilitando o acesso ao livro, ao saber, à informação e ao conhecimento e, deste modo, contribuírem para elevar o nível de Educação de todos os cidadãos.
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Este estudo buscou investigar, a partir de entrevistas voltadas aos professores e diretores pedagógicos de uma escola de educação básica da rede privada da cidade de Aracaju – Sergipe – Brasil, se eles se aperceberam das mudanças ocorridas no mundo, no século XXI, no qual tivemos como variáveis a Globalização, a Tecnologia, Meio Ambiente, Informação e Mudanças na Educação. Tomando conhecimento dessas alterações, procurou-se analisar quais práticas foram adotadas para responder às novas demandas. Questionou-se sobre o que os atores educacionais estão a fazer para preparar o cidadão para o enfrentamento e adaptação a essas mudanças, ou seja, a aplicabilidade dos Quatro Pilares da Educação para o século XXI, tendo como reverência o Relatório Delors (1999). As entrevistas foram divididas em dois momentos: o primeiro considerou as cinco variáveis que caracterizam as mudanças ocorridas no mundo e que fomentaram questões sobre cada uma delas; o segundo, baseado nos pilares educacionais, levantou interrogações quanto à vivência deles na prática escolar. Ao analisar as entrevistas constatou-se que os entrevistados se aperceberam das mudanças no mundo: as fragilidades dos relacionamentos, o aumento da desigualdade social, os benefícios e malefícios das tecnologias, a discreta mudança de postura das empresas e Estado frente ao meio ambiente, o excesso de informações que temos recebido e a falta de capacidade de gerenciá-las e as políticas educativas. A essas mudanças, a Escola reage, considerando todos os saberes necessários para a Educação do século XXI, ou seja, os pilares propostos pela Unesco. A postura dessa Escola, perante as demandas, concretiza o discurso e colabora para a dissipação dessas práticas para outras escolas, o que responde de forma positiva à problemática levantada.
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O tema deste trabalho é a (in)disciplina em contexto de sala de aula, colocando - se o enfoque nas representações alunos do 3º ciclo, pais e professores sobre esta problemática e as suas perceções sobre o tipo de ocorrências e causas. Este estudo de caso procura um entendimento da indisciplina, reconhecendo-se a existência de uma miríade de fatores subjacentes a este conceito, cruzando diferentes olhares da psicologia, sociologia e pedagogia. O conceito de indisciplina é definido com referência ao conceito de disciplina traduzindo um comportamento disruptivo que emerge na relação pedagógica. A construção da relação interpessoal entre professor/aluno e a gestão do comportamento dos alunos assegura a manutenção de um clima que permite a efetividade do processo ensino – aprendizagem. Realiza-se uma abordagem numa perspetiva conceptual, procurando-se o conhecimento e natureza do conceito, a identificação das causas centrados no aluno desde as suas características psicológicas, sócio – económicas, de contexto familiar e culturais, as causas centradas no professor e na organização escolar, bem como as causas sociais que influenciam a ocorrência de (in)disciplina. Explanam-se formas de gestão e resolução de comportamentos disruptivos, atendendo a diferentes e possíveis abordagens. Efetua-se, numa perspetiva empírica, na tentativa de compreender o impacto da interação pedagógica na ocorrência de atos disruptivos, a análise e interpretação de dados obtidos por triangulação de métodos, a partir de uma população de alunos de 3ºciclo, professores e pais, permitindo uma reflexão e confrontação sobre as representações destes atores e as realidades observadas.
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Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Municipal de São Caetano do Sul
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VIEIRA, Sirlei Tereza Pitteri. Competências Territoriais para o Desenvolvimento: uma análise sobre a região Metropolitana da Baixada Santista (RMBS). 2012. 208f. Dissertação (Doutorado em Administração) - Universidade Municipal de São Caetano do Sul, São Caetano do Sul, 2012.
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O presente trabalho se propõe realizar uma análise discursiva da constituição do discurso fonoaudiológico. O objetivo do mesmo é refletir, à luz da teoria da Análise do Discurso de linha francesa, acerca dos efeitos do discurso médico e do discurso pedagógico no processo de constituição do discurso da fonoaudiologia. Propomos um releitura da história da fonoaudiologia, partindo da noção de historicidade, que nos permitiu ver que o fazer terapêutico é atravessado por suas relações históricas, sociais e ideológicas. Buscamos, no processo histórico da Educação no Brasil e, posteriormente, na instauração de diversas disciplinas que compõem o arsenal técnico-científico da modernidade, as bases da constituição da fonoaudiologia. Realizamos uma reflexão centrada na passagem da fonoaudiologia, enquanto uma disciplina vinculada à instituição escolar, para uma disciplina que vai delineando-se como Clínica. Neste sentido, abordamos diferentes concepções de Clínica e as aproximações da clínica fonoaudiológica com a clínica médica. Na instância da terapêutica, evidenciamos a presença do discurso pedagógico como aquele que efetivamente sustenta os procedimentos terapêuticos. Partindo da premissa de que a linguagem não é passível de ser ensinada, buscamos uma alternativa à noção de linguagem preconizada pela fonoaudiologia, deslocando a idéia de que a mesma é fruto de um processo de ensino-aprendizagem. Finalmente fazemos uma discussão do estatuto da Terapêutica na fonoaudiologia. Rompendo com concepção que equipara terapêutica e ação pedagógica, propomos uma re-significação do olhar e da escuta clínica no campo da terapêutica da linguagem.
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O presente trabalho pretende analisar as fugas das Sonatinas nº3 e nº6 para piano de Camargo Guarnieri, através de uma análise estilística e tendo em vista os procedimentos utilizados pelo compositor especificamente no tratamento da fuga como técnica composicional. Guarnieri compôs 8 sonatinas para piano escritas entre 1928 e 1982, período que abrange grande parte da vida criativa do compositor. A análise das duas as fugas enfocará cinco parâmetros, conforme o esquema analítico de Jan LaRue: Som, Harmonia, Melodia, Ritmo e Crescimento. Através desses parâmetros, verificaremos como se desenvolvem estruturalmente as fugas, destacando os aspectos mais importantes que caracterizarão o discurso musical desenvolvido pelo compositor.
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Partindo da definição de discurso interior e da análise do processo de formação de conceitos abstratos desenvolvidos pelo psicólogo Lev Vygotsky, faz-se uma aproximação com a teorização do cineasta Sergei Eisenstein sobre as possibilidades de incorporação do discurso interior pelo cinema. Analisam-se as relações entre o conteúdo eminentemente icônico das imagens cinematográficas e os aspectos sensoriais não-verbais presentes no discurso interior, indicados por Vygotsky, com o objetivo de investigar as formas como o discurso cinematográfico articula seus recursos expressivos através da montagem, visando reproduzir em sua organização formal os processos cognitivos que têm lugar no pensamento e que são expressos pelo discurso interior; para isso, o foco de análise centra-se nos métodos de montagem estabelecidos por Eisenstein. Investiga-se também os modos de produção de sentido através da articulação de signos icônicos não-verbais pela montagem cinematográfica, ressaltando o papel que os componentes afetivos da cognição e do intelecto desempenham no processo de produção de conceitos pelo cinema, especialmente o cinema caracterizado nos textos e reflexões teóricas de Eisenstein. Conclui-se que o tipo de discurso interior produzido pelo cinema em geral e o eisensteiniano em particular é aquele que foi definido por Vygotsky como discurso cotidiano ou espontâneo, motivado afetivamente e ligado ao contexto da situação concreta em que emerge.
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A propaganda política, enquanto modo dos agentes sociais colocarem-se na esfera de visibilidade pública, procura desenvolver práticas discursivas capazes de persuadir a audiência desde os parâmetros espetaculares da lógica midiática. Ao mesmo tempo, os governos devem prestar contas à sociedade que os elegeu. Nesta perspectiva, esta dissertação analisa o programa de televisão “Cidade Viva” da Prefeitura de Porto Alegre (RS), sob a administração da Frente Popular. Com uma metodologia relacionada aos estudos de discurso, são investigados os recursos publicitários e jornalísticos que transformam o “Cidade Viva” num programa com estratégias híbridas de comunicação. Tais estratégias levam em conta um contexto simbólico onde o campo da mídia parece exercer, cada vez mais, papel central.
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Este trabalho investiga, na fala do aluno em situações de discurso acadêmico, as figuras metaenunciativas da modalização autonímica que afloram nos quatro eixos das não-coincidências do dizer (interlocução, discurso com ele mesmo, palavras com as coisas, palavras com elas mesmas) e remetem às relações dialógicas do locutor com sua fala, do locutor com o alocutário e do locutor com a palavra do outro. Analisa, outrossim, essa modalidade de fala como variante do Discurso de Divulgação Científica. Aborda essas questões, buscando ancoragem no universo das Teorias da Enunciação, especificamente em Jacqueline Authier-Revuz, acessando dois exteriores teóricos: o dialogismo bakhtiniano e a releitura de Freud feita por Lacan a respeito do inconsciente. Investiga um corpus composto por dezessete horas de gravação em fitas de videocassete, com a participação de cento e trinta informantes, analisando oitenta dos trezentos e quarenta enunciados colhidos. Conclui que as formas relativas à modalização autonímica, ao se configurarem no campo das não-coincidências, revelam o tecido do processo enunciativo desse universo específico de fala como constitutivamente heterogêneo e dialógico.
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Na presente tese, buscamos investigar o discurso do psicólogo sobre o sujeito dependente de drogas para analisar os aspectos ideológicos constitutivos deste discurso, tendo como referencial teórico-analítico a Análise do Discurso de linha francesa. Escolhemos como espaço discursivo o discurso do psicólogo sobre o sujeito dependente de drogas e o discurso do sujeito usuário e dependente de drogas onde analisamos o funcionamento das designações utilizadas para referir-se ao sujeito que depende de drogas. Por conseguinte, trabalhamos com o discurso sobre e com o discurso do sujeito dependente. Dividimos nossa investigação em duas partes. Na primeira parte apresentamos os conceitos que sustentarão o trabalho, entre eles o conceito de sujeito e sentido, determinados pelas posições ideológicas em jogo no processo sócio-histórico em que o discurso é produzido e pela intervenção do inconsciente. Trabalhamos com os conceitos de imaginário, real e simbólico e com a designação bem como com categorias que nela intervêm como silêncio e memória. Ao final desta primeira parte, mostramos as repercussões decorrentes da concepção de sujeito e sentido da Análise do Discurso para a analise do trabalho clínico. Na segunda parte da tese apresentamos nossa metodologia, mostramos a constituição do corpus e preparamos as análises. Fazem parte do corpus discursivo desta tese seqüências discursivas extraídas do discurso de oito psicólogos; de dois sujeitos dependentes de drogas em tratamento e de quatro sujeitos usuários de drogas que não estão em tratamento. Dividimos o corpus em dois Recortes. No primeiro Recorte, analisamos as imagens que o psicólogo tem de seu lugar e seu discurso sobre o sujeito dependente de drogas e, no segundo Recorte, estudamos o discurso do sujeito usuário e dependente de drogas sobre o sujeito dependente de drogas. No percurso do trabalho, foi possível identificar que todas as posições-sujeito ocupadas pelo psicólogo estão inscritas numa mesma formação discursiva, existindo deslizamentos de sentidos que não representam uma ruptura com a formação ideológica. A prática discursiva do psicólogo está determinada pelo seu próprio processo histórico de constituição, que impõe a neutralidade e objetividade na clínica assim como os sentidos que devem circular sobre os sujeitos a serem tratados. Nossas análises indicam que não existe neutralidade na prática discursiva do psicólogo: os sentidos que se produzem nessa formação discursiva são regulados pelas identificações com os sentidos dominantes da Psicologia. Comparando o discurso dos psicólogos com o do próprio sujeito dependente, não existem posições ideologicamente contrárias. De acordo com a análise de nosso corpus o sujeito dependente de drogas e em tratamento se encaixa nas expectativas do psicólogo e faz um movimento de incorporação dos sentidos do discurso do psicólogo.
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A orientação teórica que divide a nossa sociedade em um modelo Industrial e em um modelo Pós-Industrial vem ganhando cada vez mais espaço e importância no estudo das organizações. Vários estudos acadêmicos nacionais e estrangeiros relatam o fato de que as organizações atuais mudam rapidamente o seu discurso a fim de adaptar-se às modificações que ocorrem nos processos produtivos e na gestão de pessoas, porém a implementação prática destas mudanças não ocorre de modo tão rápido quanto quer a mudança no discurso. Dado este período de transição, a distância entre a teoria professada e a prática efetiva nas organizações aumenta, surgindo maiores contradições entre discurso e prática, o que tem conseqüências para a produtividade. Estudamos neste projeto dois modelos de Gestão de Pessoas: O modelo Instrumental e o Modelo Político. Muitas organizações dizem que adotam o modelo Político, mas na prática mantém estruturas próximas ao modelo Instrumental. Neste relatório realizamos dois estudos de caso: Um em uma grande empresa nacional, a Souza Cruz, onde a empresa conseguiu superar a dicotomia discurso-ação implantando gradualmente o modelo Político de Recursos Humanos em consonância com a implementação de um sistema de informação que modificou toda a área de gestão de pessoas. Em segundo lugar, apresentamos um outro estudo de caso realizado em uma grande cooperativa Agro-Industrial onde já havia se consolidado práticas relativas ao modelo Político de Gestão de Pessoas e a implementação do modelo Instrumental, em uma ação top-down pelo presidente provocou fenômenos de resistência à mudança e a não implementação efetiva do ERP Entreprise Resource Planning na organização. Comparamos assim um estudo de caso que confirma a problemática levantada pela revisão da literatura (o da cooperativa) e um outro estudo de caso que oferece pistas de como evitar-se este problema, construir um sistema organizacional coerente e seguir em frente monitorando um sistema de aprendizagem baseado no modelo Político de Recursos Humanos.
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A orientação teórica que divide a nossa sociedade em um modelo Industrial e em um modelo Pós-Industrial vem ganhando cada vez mais espaço e importância no estudo das organizações. Vários estudos acadêmicos nacionais e estrangeiros relatam o fato de que as organizações atuais mudam rapidamente o seu discurso a fim de adaptar-se às modificações que ocorrem nos processos produtivos e na gestão de pessoas, porém a implementação prática destas mudanças não ocorre de modo tão rápido quanto quer a mudança no discurso. Dado este período de transição, a distância entre a teoria professada e a prática efetiva nas organizações aumenta, surgindo maiores contradições entre discurso e prática, o que tem conseqüências para a produtividade. O Conceito de paradoxos organizacionais, tema clássico em administração desde os anos 50, volta a ganhar espaço nos estudos organizacionais dado os problemas emergentes nas organizações envolvendo contradições cada vez maiores entre o discurso e a prática. Após realizar uma revisão bibliográfica em 176 estudos e artigos representativos da produção acadêmica sobre o tema paradoxos, a grande maioria estudos acadêmicos estrangeiros e nacionais dos 5 últimos anos, constatamos que estes estudos inserem-se no paradigma pós-moderno e em estudos críticos que seguem 3 linhas de análise: Trabalhos baseados na Crítica à burocracia, trabalhos baseados na corrente psicodinâmica e trabalhos baseados no Interacionismo Simbólico e na Sociologia Interpretativa. Apresentamos neste relatório estas correntes, fazendo uma síntese dos pressupostos teóricos que embasam cada uma e a forma como cada uma trata do tema paradoxo e sua influência nas organizações.
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O presente trabalho tem o propósito de investigar o discurso proverbial enquanto ferramenta para propagação do preconceito contra a mulher. Filiandose à Análise do Discurso de linha francesa, analisa-se a questão do preconceito presente nos ditados populares, procurando demonstrar o quanto a figura feminina é discriminada na sociedade através de chavões institucionalizados ao longo dos tempos que são transmitidos como verdades universais. A grande questão que atravessa esse trabalho é a força que esse ditos têm em reafirmar a incapacidade da mulher para qualquer atividade que não esteja ligada ao lar. Mesmo após a mulher, nas últimas décadas, ter provado e comprovado sua plena capacidade para assumir responsabilidades iguais ou superiores às do homem, esses ditos, antigos ou novos, mantêm o mesmo grau de preconceito, senão até mais elevado. Sendo assim, no texto desta investigação, encontra-se uma explanação do que é entendido como provérbio e algumas questões que envolvem conceitos ligados à Análise do Discurso, cultura, senso comum, poder e preconceito, buscando, desta forma, estabelecer um referencial teórico para a análise. Na parte dedicada à análise propriamente, apresentam-se os cinco tipos de provérbios que foram identificados, nos quais examina-se a questão do preconceito e a presença/ausência de determinantes, demonstrando que estes – os determinantes - são utilizados de forma bastante diversa daquela mencionada nas gramáticas da nossa língua.
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Este trabalho aborda a Reforma do Estado dentro do período Collor e tem como material os pronunciamentos proferidos por ele, sob o foco da Análise do Discurso. A preocupação foi verificar como o discurso estrutura um campo de disputas em torno da Reforma do Estado. Foram abordados os principais aspectos e teorias deste tema, quer no mundo, quer no Brasil em especial. A Tese inicia com um detalhamento do pilar ideológico da Reforma do Estado no período Collor: o neoliberalismo; a seguir apresenta-se uma gênese do Estado brasileiro da década de 30 à de 70 do século XX definindo contra o que a proposta de Reforma do Estado de Collor de Mello veio. Após, o texto traz uma caracterização da Crise do Estado brasileiro nos anos 80. O estudo permitiu ver que era premente a solução de problemas fiscais, a melhoria dos serviços públicos e o resgate da dívida social. A Reforma do Estado iniciada neste governo teve um importante papel, muito embora feita sob o uso excessivo de Medidas Provisórias. Entretanto, não é dito como os atores políticos se posicionaram quer frente ao quadro externo (realidade econômica e teorias), quer frente às questões internas de cada país, o que constitui uma lacuna. Com intuito de preenche-la, faz-se uma descrição do conteúdo da Reforma do Estado no período, e se apresentam os resultados com os pronunciamentos mostrando a visão do presidente sobre processo e atores nele envolvidos. As hipóteses foram: 1) que a Reforma do Estado esteve presente nos pronunciamentos desqualificando o Estado precedente, relacionando essa desqualificação com os problemas enfrentados durante a transição; 2) que, junto com a resolução deles, impor-se-ia também a necessidade de combater a corrupção e a urgência em implementar uma nova matriz de Estado (neoliberal), para que se pudesse chegar a um futuro de justiça social, associando as reformas com o desenvolvimento e a modernização. Os estudos realizados apontam para a confirmação delas. Destacase sobretudo a presença constante da idéia de que um Estado esbanjador, ineficiente, em crise é responsável em grande parte pelos males que a população vivia, por um clima de imoralidade, falta de democracia, cidadania e direitos e também é o resultado da atuação de uma elite anacrônica e antipatriótica (opositores). A isto o presidente quis opor um projeto modernizador, calcado no que conceitua por democracia, resgate da cidadania e dos direitos, economia de livremercado e Reforma do Estado. Tudo isto é entendido como parte de um projeto de modernização e de reconstrução nacional, tendo sido o governo entendido como o implementador destas reformas por estar agindo em consonância e em nome da Nação, sobretudo da classe trabalhadora. Neste sentido suas ações foram tidas como positivas e como passos dados para romper com o passado e implementar um futuro promissor. Os poderes Legislativo e Judiciário, quando não identificados como aliados naturais foram conclamados a juntarem-se ao Executivo. As oposições foram entendidas como elites anacrônicas, antidemocráticas, imorais e antipatrióticas. O processo de Impeachment foi passado como uma reversão.