722 resultados para Sexual and reproductive health and rights
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This study analyzes civic activity, citizenship and their gendered manifestations in contemporary Russia. It is based on a case study conducted in the city of Tver , located in the vicinity of Moscow, during 2001-2005. The data consists of interviews with civic activists and municipal and regional authorities; observations of civic organizations; and a quantitative survey conducted among local civic groups. The theoretical and methodological framework of the study draws upon a micro perspective on organization, discourse analysis, gender and citizenship theories and Pierre Bourdieu s theory of fields and capital. This study develops theoretical understanding of the characteristics and logic of civic organization in Russia. It shows that social class centrally structures the field of civic activity. Organizations can be seen as a vehicle of the educated class to advocate their interests, help themselves and seek both social and individual-level change. The study also argues that civic organizations founded during the post-Soviet era are often an institutionalized form of informal social networks. Networks, which were a central element of everyday interaction in Soviet society, are a resource and often the only resource available that can be made use of in contemporary organizational activities. The study argues that gender operates as a key structuring principle in the Russian socio-political community. Civic activity is often discursively associated with femininity and institutional politics with masculinity. Women tend to participate more than men in civic organizations, while men dominate the formal political domain. The study shows that civic organizations are important loci of communality. This communality, however, differs from the communality envisioned in the communitarian and social capital debates in the West. It is selective communality , as it is restricted to the members of the organizations and does not create generalized reciprocity and trust. Civic organizations tend to build upon and reproduce the traditional Russian organizational form of circles , kruzhki. Along with the analysis of civic activities, the study also examines the redefinition of the role and functions of the state. The authorities interviewed in this study understand civic organizations as serving those goals and interests determined by the authorities, instead of viewing them as sites of citizens self-organization around interests and problems citizens themselves deem important, or as a counterforce to the state. By contrast, civic activists understand the core of organizational activity to be advocacy of their interests and rights, tackling social problems, the pursuit of wider social change and self-help. Co-operation between authorities and organizations tends to be personified and based upon unequal, hierarchical patron-client arrangements, which inhibits the development of democratic governance. The study will be published in Routledge Contemporary Russia and Eastern Europe Series later this year.
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This study approaches the problem of poverty in the hinterlands of Northeast Brazil through the concept of structural violence, linking the environmental threats posed by climate change, especially those related to droughts, to the broader social struggles in the region. When discussions about potentials and rights are incorporated into the problematic of poverty, a deeper insight is obtained regarding the various factors behind the phenomenon. It is generally believed that climate change is affecting the already marginalized and poor more than those of higher social standing, and will increasingly do so in the future. The data for this study was collected during a three month field work in the states of Pernambuco and Paraíba in Northeast Brazil. The main methods used were semi-structured interviews and participant observation, including attending seminars concerning climate change on the field. The focus of the work is to compare both layman and expert perceptions on what climate change is about, and question the assumptions about its effects in the future, mainly that of increased numbers of ‘climate refugees’ or people forced to migrate due to changes in climate. The focus on droughts, as opposed to other manifestations of climate change, arises from the fact that droughts are not only phenomena that develop over a longer time span than floods or hurricanes, but is also due to the historical persistence of droughts in the region, and both the institutional and cultural linkages that have evolved around it. The instances of structural violence that are highlighted in this study; the drought industry, land use, and the social and power relations present in the region, including those between the civil society, the state and the private agribusiness sector, all work against a backdrop of symbolic and moral realms of value production, where relations between the different actors are being negotiated anew with the rise of the climate change discourse. The main theoretical framework of the study consists of Johan Galtung’s and Paul Farmer’s theory of structural violence, Ulrich Beck’s theory of the risk society, and James Scott’s theory of everyday peasant resistance.
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Trata-se de uma pesquisa qualitativa cujo objeto é a percepção da enfermeira sobre a prática do aleitamento materno no contexto da feminilização da Aids. Tem por objetivos: analisar a percepção das enfermeiras de maternidade sobre a prática do aleitamento materno e a feminilização da Aids e discutir a prática da enfermeira em relação ao aleitamento materno a partir da feminilização da Aids. Os sujeitos do estudo foram nove enfermeiras de três maternidades municipais do Rio de Janeiro que possuem título de Hospitais Amigo da Criança. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas semi-estruturadas. A técnica de análise do conteúdo foi baseada em Bardin. Emergiram três categorias: a) A percepção da enfermeira sobre sua prática quanto ao aleitamento materno; b) As percepções da enfermeira sobre a feminilização da Aids; c) A prática da enfermeira em relação ao aleitamento materno a partir da feminilização da Aids. Constatamos que a enfermeira percebe sua prática em relação ao aleitamento materno sob influência das Políticas Públicas voltadas para a promoção e proteção do mesmo, como a Iniciativa Hospital Amigo da Criança e o Alojamento Conjunto. Em relação à Aids, o advento da feminilização surpreende as enfermeiras que reagem com indignação, tristeza, medo e angústia. Estes sentimentos justificam-se, pois, para elas, pensar soropositividade em mulheres significa privá-las de exercer sua saúde reprodutiva e sexual plenamente, ou seja, os papéis esperados socialmente de uma mulher, como ser mãe e amamentar. A condição social e sexual da mulher (gênero) também emergiu dos depoimentos como determinantes para soropositividade. Ao perceberem sua prática às mulheres soropositivas nas maternidades, as enfermeiras apontam dificuldades geradas pela dicotomia (incentivo ao aleitamento materno e inibição da lactação) tanto para elas profissionais quanto para as mulheres que não podem amamentar. O processo de feminilização e os investimentos e recursos voltados para este acarretaram mudanças na prática da enfermeira, que refere mais segurança pessoal após disponibilização de teste rápido para HIV e cursos de capacitação para os profissionais. Além da prática voltada para as questões técnicas, apontam uma nova abordagem às mulheres soropositivas, como o objetivo de não expô-las às outras puérperas nas enfermarias de alojamento conjunto. Desta maneira, constatamos que as mudanças ocorridas nas práticas das enfermeiras estão relacionadas com o estabelecimento de políticas públicas voltadas para a amamentação e o HIV/Aids. Os valores pessoais ainda interferem na prática das enfermeiras, e a Aids ainda é vista como uma doença possuidora de estigmas tanto sociais quanto culturais. Reforçamos a necessidade de estratégias que possam diminuir a divergência das Políticas de Incentivo ao Aleitamento Materno e as de Prevenção à Transmissão Vertical, a fim de qualificar a prática de enfermagem às mulheres soropositivas.
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O estudo analisa os discursos de homens e da revista Mens Health acerca do corpo, saúde e sexualidade. Para a construção dos discursos dos homens, realizamos entrevistas semi-estruturadas com 19 homens leitores e nove não leitores. E dois eventos de grupos focais que reuniram 11 homens no total. Foi entrevistado também o editor da revista. Os principais conceitos norteadores deste trabalho foram os de gênero, sexualidade, poder e masculinidades hegemônicas e subalternas. Evidenciou-se que a revista está fortemente atrelada à sociedade de consumo ao estimular a inserção dos homens em um mercado de produtos e serviços até então estranhos a esse gênero. E que suas concepções sobre saúde estão relacionadas a de bem-estar e de individualização que se articulam com os discursos hegemônicos que vêm dando sentido às concepções de saúde e doença atualmente. A publicação investe fortemente na ideia de um corpo musculoso que proporcionará ganhos sociais, sexuais e profissionais aos sujeitos, nem sempre atrelado às questões de saúde. Ela ratifica a heterossexualidade do leitor projetado, expondo o corpo feminino e o sexo heterossexual e silenciando sobre outras formas de sexualidade. Por isso consideramos que a revista se vincula a uma concepção tradicional da masculinidade. Seus discursos, no entanto, não são monolíticos ou isentos de contradição, e também manifestam nuances relativas a um modelo mais contemporâneo de masculinidade, como quando apresenta a ideia de uma nova pedagogia da sexualidade e a valorização dos cuidados estéticos e de saúde com o corpo, aspectos considerados pouco próximos da masculinidade tradicional. Com relação aos discursos dos homens, evidenciou-se que a classe social e a geração são as variáveis mais importantes nas suas concepções sobre corpo, saúde e sexualidade masculina. Que, entre os não leitores, de modo geral, há evidências mais fortes de flexibilização com relação aos padrões mais tradicionais entre os homens mais jovens e/ou de classes mais altas. Enquanto os homens com idade acima dos 30 anos e das classes populares estão mais atrelados às concepções tradicionais. Entre os leitores, observou-se uma grande reflexividade com relação aos discursos da revista demonstrando que eles vêm se apropriando de forma importante dos discursos da revista e ressignificando suas concepções e práticas sobre os três temas da pesquisa a partir desses discursos. E, assim como os discursos da revista, os discursos dos homens, leitores ou não, também apresentaram aspectos contraditórios, ora demonstrando mais afiliação a um novo modelo de masculinidade, ora ao modelo mais tradicional.
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O estudo tem como objeto as relações estabelecidas pela mulher entre o processo de abortamento e as situações de violência vivenciadas durante a gestação. A violência e o aborto caracterizam-se por serem temáticas de grande complexidade, envolvendo questões interdisciplinares de gênero, saúde, saúde reprodutiva, religião, movimentos sociais, ética e direitos humanos. No aprofundamento do objeto de estudo, traçamos os seguintes objetivos: identificar os tipos de situações de violência vivenciados, durante a gravidez, pela mulher em processo de abortamento; descrever a vivência de violência sob a ótica da gestante em processo de abortamento e analisar as relações estabelecidas pela gestante em processo de abortamento e a ocorrência de situações de violência na gestação. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que teve como sujeitos 15 mulheres com o diagnóstico de abortamento, internadas em maternidades públicas da cidade de Niterói/Rio de Janeiro. A coleta de dados foi iniciada com a busca nos prontuários do diagnóstico e, posteriormente, foram realizadas entrevistas com roteiro semi-estruturado, gravadas atendendo à legislação vigente acerca das diretrizes de pesquisas com seres humanos. Na análise dos dados utilizamos a técnica de Análise de Conteúdo de Bardin. Os resultados demonstraram a visão ampliada da mulher sobre a violência, sendo de gênero e psicológica as mais apontadas. O aborto foi indicado como uma das manifestações de violência contra a mulher, tanto nos processos espontâneos como nos induzidos. Esse fenômeno, assim como o da violência, é permeado por determinantes sociais, éticas, morais e religiosas. Quando espontâneo, pode ser visto como um fracasso da mulher diante de sua capacidade vital de ser mãe gerando culpa e derrota diante de companheiros e familiares, além da possibilidade de ser vista como pecadora e/ou criminosa, em decorrência do princípio social, religioso e legal do aborto como crime, acarretando o desgaste psicológico. As relações estabelecidas pelas mulheres acerca da violência na gestação e o processo de abortamento versaram basicamente sobre os dilemas vivenciados nas gestações indesejadas; sobre o cotidiano feminino nos espaços públicos e privados, refletidos em conflitos; o excesso da dupla jornada de trabalho; e sobre a violência institucional perpetuada pelos serviços de saúde, principalmente na busca por uma assistência digna e humanizada nas unidades de emergência.
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O presente estudo busca analisar a percepção das profissionais de saúde sobre a assistência à mulher em situação de violência sexual em um hospital de emergência do município do Rio de Janeiro. Considerando que as mulheres que vivem em situação de violência são mais expostas a problemas de saúde diversos, o desempenho da equipe de saúde que atua no setor de emergência pode exercer um papel primordial na assistência e prevenção da violência sexual. O grupo social da investigação referiu-se à equipe multiprofissional, composta por médicas, assistentes sociais, psicólogas e equipe de enfermagem. Considerou-se a pesquisa qualitativa como a mais apropriada para a análise do objeto em questão. A técnica adotada para a produção de dados foi a entrevista individual semi-estruturada. Buscou-se analisar a percepção das profissionais de saúde sobre violência sexual no contexto da emergência, estabelecer relações entre os discursos sobre a atuação profissional na assistência à violência sexual e as respostas oferecidas para o enfrentamento da problemática. O estudo indicou que, no caso de muitas profissionais de saúde, o conhecimento acerca da violência sexual parte dos casos atendidos no cotidiano da emergência. Nesse sentido, a herança cultural solidifica percepções, sentimentos e ações sexistas, reducionistas e preconceituosas contra as mulheres, reproduzindo um padrão hegemônico de relações assimétricas. Por outro lado, as entrevistadas indicaram a importância das capacitações para maior reflexão sobre a violência sexual contra a mulher. A adoção da categoria gênero pela equipe multiprofissional poderia, portanto, resultar em uma compreensão mais crítica da violência sexual contra a mulher, proporcionando respostas mais adequadas com a realidade desta população.
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A AIDS é a primeira pandemia do mundo globalizado que por meio de uma resposta condicionada por fatores estruturais retratam essa forma global de funcionar: enfraquecimento dos Estados nacionais, forte ênfase na eficiência tecnocrática, aumento da pobreza além de as organizações internacionais terem ocupado o lugar dos experts, indicando o melhor modelo de saúde a ser seguido. Este estudo é uma pesquisa documental que pretende mapear as orientações da organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em relação às questões referentes à sexualidade e ao combate da epidemia de HIV/AIDS a partir dos documentos publicados em seu site. A OCDE se constitui num fórum de países desenvolvidos que pretendem contribuir para o desenvolvimento da economia mundial a partir de uma efetiva cooperação entre seus membros. Congrega os participantes em comunidades de influência partilhando perspectivas de ações sobre questões cuja expertise modela as agendas nacionais e de outras organizações internacionais. Dentre os resultados encontrados, destaca-se a ideia do primado do econômico em detrimento de outras dimensões (social, política e cultural), principalmente nos debates sobre a globalização. A lógica econômica é o referencial de todo o tipo de intervenção silenciando os outros discursos como a discussão da sexualidade e dos direitos. Se queremos prevenir a transmissão do HIV pela via sexual, a mais importante em termos globais, significa que necessariamente temos que interferir na sexualidade das pessoas. Dois campos então se apresentam: um que se apoia na ideia que a sexualidade é uma dimensão fundamental da vida humana, é parte de uma política de afirmação de direitos e, portanto, indispensável na discussão sobre saúde, procurando interferir o mínimo possível para que as pessoas levem a vida mais próxima do normal; e o outro campo, que trabalha na direção contrária, com a máxima interferência e sem respeito às escolhas das pessoas.
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Embora a maternidade lésbica não seja novidade, nos últimos anos sua visibilidade vem aumentando. A ampliação da procura e acesso aos serviços de medicina reprodutiva por casais de mulheres acrescenta novos ingredientes a este cenário, que desperta crescente interesse social. Tão bem arraigada às construções de gênero, a maternidade figura como elemento de fundamental importância em nossa sociedade. Pretendendo tensionar como casais de mulheres que desejam ser mães a partir do acesso às técnicas de reprodução assistida se relacionam com a maternidade e com o serviço de saúde, realizamos entrevistas com cinco casais de mulheres residentes de cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, bem como com seis profissionais de saúde de um centro de medicina reprodutiva localizado na cidade do Rio de Janeiro. Mesmo o processo tendo sido longo e dispendioso para muitas, parece a maternidade autorizar manipulações e intervenções profissionais. Ainda que os profissionais entrevistados recebam casais lésbicos e prestem atendimento, as desconfianças sobre a legitimidade desta composição familiar não são poucas. A maternidade ressignificou a vida dessas mulheres, acrescentando novas dinâmicas às relações familiares e conjugais. Todavia, sob olhares que desconfiam e tolhidas de direitos, estas famílias enfrentam lutas judiciais e se articulam para responder as desconfianças.
Manifestações de violência no cotidiano de mulheres cadeirantes: um olhar inovador para a Enfermagem
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O objeto deste estudo trata das manifestações de violência no cotidiano das mulheres cadeirantes. Ao reportarmos este fenômeno para Pessoas com Deficiência (PcD) faz-se necessário considerar uma sociedade segregante que valoriza o belo e que atravessa um processo de transformação para a aceitação da diversidade. Compreende-se que estruturas sociais vulnerabilizantes, isolamento, preconceito e violação de direitos aumentam a vulnerabilidade deste grupo e podem deflagrar situações de violência. A violência às mulheres com deficiência é parte da questão maior que envolve a violência às PcD, pois associa fatores socioculturais com as desigualdades de gênero. Partindo do desafio em desvelar a relação das mulheres com sua própria deficiência, com a cadeira de rodas - que traz consigo um importante arsenal simbólico, e suas percepções acerca da violência cotidiana, delimitou-se como participantes deste estudo mulheres com deficiência física cadeirantes. A relevância e as particularidades da violência às mulheres cadeirantes definiu o objetivo geral: discutir as violências vivenciadas por mulheres cadeirantes em seu cotidiano, considerando a perspectiva de gênero e dos estigmas sociais. Objetivos específicos: descrever as perspectivas da mulher cadeirante sobre sua condição; analisar as situações de violência vivenciadas pela mulher cadeirante, em seu cotidiano. Desenvolveu-se uma pesquisa descritivo-exploratória, com abordagem qualitativa, onde optou-se pelo método denominado Narrativa de Vida - referencial metodológico de Daniel Bertaux que contempla de forma ampla a expressão das participantes selecionadas. Para produção dos dados realizou-se treze entrevistas, em dois cenários que atendem PcD. Para complementar a captação das participantes, utilizou-se a técnica "bola de neve". Deste processo emergiram duas categorias analíticas: "A condição de mulher e cadeirante: necessidades e possibilidades" e "As violências cotidianas vivenciadas pela mulher cadeirante". Categorias estas que contemplam nossos objetivos. À guisa da conclusão, verificou-se que o entendimento destas mulheres acerca das manifestações de violência revelou aspectos que fazem parte de seus cotidianos que, primariamente não seriam consideradas situações de violência, e sim situações que envolvem a relação mulher-deficiência, o reconhecimento de um "novo corpo" e sua ligação com a cadeira de rodas. Destacaram-se questões concernentes à gênero que para mulheres com deficiência seriam ainda mais complexas, principalmente no que se referem as questões relativas à sexualidade/maternidade. Quanto às percepções das situações de violência, emergiram manifestações intrafamiliares, interpessoais e sexuais. No entanto, as violências institucionais e as que se relacionam com o cuidado em saúde prevaleceram. Grande parte das manifestações encontradas se relacionariam de alguma forma com a natureza psicológica da violência. Situações estigmatizantes narradas expuseram episódios reveladores, no que se refere ao comportamento de uma sociedade excludente que reage às diferenças. Conhecer o processo de "construção de uma situação de violência" pode significar um instrumento fundamental para a formação de vínculos e uma futura relação dialógica com os profissionais de saúde, particularmente enfermeiros. A enfermagem e suas práticas reúnem subsídios que podem dar início ao preenchimento da lacuna da assistência em saúde à estas mulheres, no tocante à violência.
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Esta pesquisa tem como objeto de estudo a violência nas relações de namoro de adolescentes em situação de acolhimento. Objetivos: identificar as características das relações de namoro das adolescentes em situação de acolhimento; analisar as vivências da violência nas relações de namoro das adolescentes em situação de acolhimento; descrever as repercussões da violência na vivência das adolescentes. Estudo qualitativo, descritivo e exploratório, tendo como cenário de pesquisa uma unidade pública municipal de acolhimento para adolescentes, localizado na Zona Norte do município do Rio de Janeiro. Os dados foram coletados no período de março a maio de 2014, após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa. O estudo foi realizado com sete adolescentes que residem na unidade de acolhimento, com idades de 12 a 18 anos e que responderam a entrevista semiestruturada. Os dados foram analisados através da técnica de análise de conteúdo tendo emergido três categorias: Características das relações de namoro na perspectiva das adolescentes; A violência nas relações afetivas de adolescentes em situação de acolhimento; repercussões da violência nas relações de namoro das adolescentes. Ao analisarmos as características das relações de namoro na perspectiva das adolescentes, as jovens apontaram suas percepções sobre as características referentes ao comportamento masculino e do parceiro. Algumas percepções são associadas ao comportamento do parceiro com carinho, cumplicidade, apoio e amor. E outras aos comportamentos de mentira, excesso de ciúme e agressividade, a não escolha do parceiro certo, entre outras. Em relação à percepção sobre suas relações afetivas, as adolescentes apontaram ser necessário conhecer primeiro o parceiro, ter uma relação sem briga e sem discussão; expressaram atitudes de submissão, omissão, desilusão amorosa, desvalorização do parceiro, desgaste por desvalorização e não gostar de conversar com o parceiro sobre o relacionamento. Os tipos de violência mais comumente vivenciados e indicados pelas adolescentes em suas relações de namoro foram: violência física e sexual; violência patrimonial; e violência psicológica, verbal e moral. As adolescentes apontaram que tais violências nas relações de namoro trazem repercussões à sua saúde, tais como: repercussão à saúde mental, sentimentos como a autopercepção desvalorizada, um ceticismo, impotência, insegurança e medo. Contudo, cabe destacar que algumas adolescentes em situação de acolhimento, em função das adversidades e história de vida, também apontaram certo grau de resiliência diante das violências vivenciadas. Considerando essa primeira aproximação da realidade das relações de namoro das adolescentes em situação de acolhimento verifica-se a necessidade de ações de cuidado no atendimento à essa clientela. As unidades de acolhimento são cenários facilitadores para ações educativas e de cuidado junto à população de adolescentes, o que facilita a construção de medidas de promoção à saúde sexual e reprodutiva de adolescentes. A enfermagem ao reconhecer que o cuidar constitui um processo dialético entre o indivíduo e o cuidador, mas que também é influenciado histórico e socialmente, tem papel fundamental na proposição de ações de enfretamento à violência nas relações de namoro das adolescentes em serviços de acolhimento.
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The emergence of four nations framework in literary and historical scholarship has helped us to arrive at a fuller understanding of the complex and overlapping histories of the islands of Britain and Ireland, while recent research into Wales and Ireland in particular has helped to make the map of our relations more fully comprehensible. But what is the relevance and meaning of the four nations context for womenâ s writing in Ireland and Wales? What part does gender play in the interconnected histories of Wales and Ireland, and how are questions of sexual and artistic identity addressed within texts that imagine British-Irish history in gendered terms? This lecture identifies finds evidence of a feminist reimagining of archipelagic relationships by two writers: Munster novelist and playwright Una Troy, and Welsh writer Menna Gallie, born into a mining community on the western edge of the South Wales coalfields. Both Troy and Gallie wrote novels that deploy plots of female friendship to interrogate the relationship between gender and national affiliation in a four nations context.
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In 2005, Holy and Guo advanced the idea that male mice produce ultrasonic vocalizations (USV) with some features similar to courtship songs of songbirds. Since then, studies showed that male mice emit USV songs in different contexts (sexual and other) and possess a multisyllabic repertoire. Debate still exists for and against plasticity in their vocalizations. But the use of a multisyllabic repertoire can increase potential flexibility and information, in how elements are organized and recombined, namely syntax. In many bird species, modulating song syntax has ethological relevance for sexual behavior and mate preferences. In this study we exposed adult male mice to different social contexts and developed a new approach of analyzing their USVs based on songbird syntax analysis. We found that male mice modify their syntax, including specific sequences, length of sequence, repertoire composition, and spectral features, according to stimulus and social context. Males emit longer and simpler syllables and sequences when singing to females, but more complex syllables and sequences in response to fresh female urine. Playback experiments show that the females prefer the complex songs over the simpler ones. We propose the complex songs are to lure females in, whereas the directed simpler sequences are used for direct courtship. These results suggest that although mice have a much more limited ability of song modification, they could still be used as animal models for understanding some vocal communication features that songbirds are used for.
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Contraceptive prevalence in Haiti remains low despite extensive foreign aid targeted at improving family planning. [1] Earlier studies have found that peer-informed learning have been successful in promoting sexual and reproductive health. [2-5] This pilot project was implemented as a three-month, community-based, educational intervention to assess the impact of peer education in increasing contraceptive knowledge among women in Fondwa, Haiti. Research investigators conducted contraceptive information trainings to pre-identified female leaders of existing women’s groups in Fondwa, who were recruited as peer educators (n=4). Later, these female leaders shared the knowledge from the training with the test participants in the women’s group (n=23) through an information session. Structured surveys measuring knowledge of contraceptives were conducted with all participants before the intervention began, at the end of the intervention, and four weeks after the intervention. The surveys measured general contraceptive knowledge, knowledge about eight selected types of modern contraceptives and contraceptive preferences and attitudes. Only test participants showed significant improvement in their general contraceptive knowledge score (p<0.001), but both test participants and peer educators showed significant improvement in overall knowledge scores for identifying the types and uses of modern contraceptive methods. Assessment for knowledge retention remained significantly higher four weeks after the intervention than prior to the intervention. Therefore, a one-time, three-hour peer-based educational intervention using existing social structures is effective, and might be valuable in a population with minimal access to education and little to no knowledge about contraceptives.
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Knowledge of the levels of genetic diversity maintained in natural populations can play a central role in conservation programmes, particularly in threatened habitats or species. Fluctuations in population size can lead to loss of variation and, consequently, increase the risk of extinction. We have examined whether such a genetic bottleneck has occurred in populations of two species in the seagrass genus Zostera, which are believed to have been affected by an outbreak of wasting disease at the start of the last century. A test for heterozygote excess at five nuclear microsatellite loci did not suggest the occurrence of a genetic bottleneck, but analysis of seven chloroplast microsatellite loci and sequence data from two regions did suggest a bottleneck in the chloroplast genome. Extremely low levels of between-population diversity suggest that all subpopulations can be treated as a single management unit for each species. Comparable levels of nuclear genetic diversity were found in the three populations of the primarily sexual Zostera marina var. angustifolia studied but a wider range of within-population diversity was found in Zostera noltii, which displays both. sexual and vegetative reproductive strategies. This may be due to an increase in sexual recruitment due to localised fresh water inflow into the study site near to the most diverse population. Such populations should be prioritised as source material for any replanting or remediation due to natural or anthropogenic loss of Zostera beds in the area.
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We discuss the limitations and rights which may affect the researcher’s access to and use of digital, court and administrative tribunal based information. We suggest that there is a need for a European-wide investigation of the legal framework which affects the researcher who might wish to utilise this form of information. A European-wide context is required because much of the relevant law is European rather than national, but much of the constraints are cultural. It is our thesis that research improves understanding and then improves practice as that understanding becomes part of public debate. If it is difficult to undertake research, then public debate about the court system – its effectiveness, its biases, its strengths – becomes constrained. Access to court records is currently determined on a discretionary basis or on the basis of interpretation of rules of the court where these are challenged in legal proceedings. Anecdotal evidence would suggest that there are significant variations in the extent to which court documents such as pleadings, transcripts, affidavits etc are made generally accessible under court rules or as a result of litigation in different jurisdictions or, indeed, in different courts in the same jurisdiction. Such a lack of clarity can only encourage a chilling of what might otherwise be valuable research. Courts are not, of course, democratic bodies. However, they are part of a democratic system and should, we suggest – both for the public benefit and for their proper operation – be accessible and criticisable by the independent researcher. The extent to which the independent researcher is enabled access is the subject of this article. The rights of access for researchers and the public have been examined in other common law countries but not, to date, in the UK or Europe.