979 resultados para Cinema e literatura Teses


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O tema Educao Distncia (EAD), com a expanso do uso das tecnologias de informao, faz-se presente na atualidade, atravs de propostas, debates e aes dos dirigentes da educao. Essa inovao pedaggica passou a ser uma modalidade regular do sistema educacional brasileiro, atravs da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (Lei 9394/96). Diante da emergncia de projetos como o do Consrcio de Educao Superior Distncia do Estado do Rio de Janeiro (CEDERJ) e da enorme polmica que a introduo desta modalidade de ensino vem provocando, percebe-se a necessidade de discutir e pesquisar as aes e polticas pblicas para a democratizao da formao profissional e o atendimento s demandas sociais de educao. Elegemos como foco privilegiado o estudo do perfil dos tutores, traando um paralelo entre a prtica destes profissionais e a dos chamados professores presenciais. Nosso objetivo principal identificar quem so os tutores e quais so as especificidades de seu perfil, incluindo a discusso de fatores como formao, atuao e prtica poltico-pedaggica. Vale destacar que nossos estudos so resultado da experincia e da pesquisa acadmica, portanto, para fundamentar o presente estudo nos valemos da reviso da literatura pertinente e da observao nas prprias unidades do CEDERJ.

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Este estudo aborda a atuao da gesto estadual do Servio nico de Sade (SUS) sobre o quadro de desigualdades em sade, analisando o caso do estado de Minas Gerais. A descentralizao dos servios de sade, no mbito do federalismo brasileiro, promoveu o ingresso de recursos em todos os municpios, permitindo a incorporao de cidados de todas as regies do pas ao sistema. Ao mesmo tempo, a pulverizao dos recursos perpetuou as histricas desigualdades ao acesso a servios de mais complexidade. Esse quadro exige a interveno do nvel estadual para ser alterado. Este o tema deste trabalho, que analisou o processo de regionalizao da assistncia sade, no perodo de 2002 a 2009, sob a coordenao da gesto estadual do SUS em Minas Gerais, considerando o cenrio federativo brasileiro, em que os municpios so entes autnomos. Os objetivos especficos foram: descrever o processo de regionalizao proposto pela gesto estadual para alcanar a melhoria dos servios pblicos e a reduo de desigualdades regionais; verificar a extenso da implementao da regionalizao nas microrregies, tomando como referncia o gasto de recursos estaduais dirigidos a municpios e a implantao das Comisses Intergestores Bipartites Microrregionais e Macrorregionais; avaliar o efeito da regionalizao na rede de servios e na reduo das desigualdades regionais, relativas a recursos, acesso a servios e em algumas condies de sade da populao, consideradas sensveis regionalizao. Revisou-se a literatura sobre federalismo, descentralizao e relaes intergovernamentais e documentos oficiais; utilizaram-se dados secundrios sobre recursos e indicadores de sade e de desenvolvimento. Verificou-se que o processo foi viabilizado por intensa aproximao entre governo estadual e municpios; por uma proposta consistente e pelo aporte de recursos. Constatou-se, ainda, que, no perodo, ampliou-se o acesso a leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e a mamografias; houve desconcentrao de recursos e equipamentos na direo de macrorregies e microrregies mais desprovidas; os recursos estaduais disciplinaram o gasto federal; e reduziram-se as desigualdades entre as microrregies em relao a: indicadores socioeconmicos, recursos federais e estaduais, acesso a mamografias e mortalidade por doenas cardiovasculares.

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A proposta primeira da dissertao Contra a Luz: insnia, prosa de fico e Graciliano Ramos a de investigar desdobramentos narrativos do tema da insnia na prosa de fico da primeira metade do sculo XX. O primeiro captulo, de um lado, traa um panorama histrico-literrio da insnia da Idade Mdia ao sculo passado e, de outro lado, prope algumas consideraes de cunho psicanaltico sobre o tema. Pretende-se, assim, estabelecer alguns argumentos-chave que se desenvolvero ao longo dos captulos subseqentes, a saber: o de que a escurido e o vazio noturno so altamente propcios concentrao na reflexo em detrimento da ao e que, portanto, possibilitam uma excepcional explorao da subjetividade dos personagens em questo. O segundo captulo pensar tal situao no contexto da prosa de fico moderna, a partir de breves estudos das obras Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust; Livro do desassossego, de Fernando Pessoa (sob o heternimo Bernardo Soares); Funes, o memorioso, de Jorge Luis Borges; e Buriti, de Joo Guimares Rosa. Assim, sero expostas as maneiras pelas quais, nessas obras, as cenas de insnia mostram-se essenciais tanto proposio de uma reflexo sobre a prpria construo da narrativa, quanto permitem o aprofundamento psicolgico dos personagens e o experimentalismo formal. Estes dois eixos permearo a Parte II da dissertao, que ter por foco a obra de Graciliano Ramos. O terceiro captulo analisar a insnia do personagem Paulo Honrio, no romance S.Bernardo, em relao composio da narrativa feita por ele em suas noites em claro. O quarto captulo, dedicado ao romance Angstia, investigar a instalao de um clima angustiado e de experimentaes narrativas a partir das noites insones de Lus da Silva. Por fim, o quinto captulo, abordando os contos Insnia e O relgio do hospital, traar algumas concluses sobre a funo da insnia no estilo de Graciliano Ramos, e propor tambm algumas consideraes finais acerca de toda a dissertao

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A obra romanesca de Mia Couto o objeto da investigao desta tese, ponto de partida para tentar compreender a contribuio do autor na afirmao do romance africano e na reconstruo da identidade de seu pas, Moambique. Para tanto, o estudo discute a importncia da revelao de uma paisagem oculta ao leitor, de matriz cultural e complexo entendimento. O captulo que traz esta anlise mostra como a obra retrata as condies histricas e polticas de dominao, desigualdade, identificando aqui e l um tom levemente engajado na escrita miacoutiana, tanto quanto suas posies ideolgicas, suas denncias. Entre os temas mais destacados na obra est o animismo africano que d origem a uma srie de circunstncias sobrenaturais nos enredos, como uma lembrana constante: em frica, os espritos esto por toda a parte, mantendo intensa relao com os vivos. Em torno da questo, a tese discute o fato de parte da crtica classificar a obra por gneros como o Realismo Mgico, o Maravilhoso e o Fantstico. Tambm so investigadas as estratgias narrativas deste autor, suas opes regulares na composio de enredos, personagens, nomes de personagens e epgrafes. Com base nessas marcas e em outros traos comuns a todos os seus romances talvez presentes igualmente em seus contos descobre-se a adequao entre a criao de um sistema de pensamento dicotmico, que atravessa a obra, e estruturas frasais que revelam algo significativo: os romances de Mia Couto so propositivos, especialmente quando convidam o leitor ao movimento constante de questionamento de suas prprias certezas

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A Casa da Moeda do Brasil (CMB) uma empresa nacional, com mais de 300 anos de experincia na produo de valores e impressos de segurana. A produo de cdulas, realizada pelo Departamento de Cdulas (DECED), consiste de trs etapas de impresso, off-set, calografia e tipografia, seguida de acabamento e embalagem semi-automatizado. A impresso calcogrfica consome soluo de limpeza, composta de soda custica e leo sulfonado, para limpeza do cilindro de impresso, gerando um efluente lquido saturado de tinta. Este efluente apresenta baixa biodegradabilidade, apresentando uma relao DBO / DQO de aproximadamente 1:4. Em termos de tratabilidade, as estaes de tratamento de efluentes (ETE) apresentam uma configurao convencional, por via biolgica, demonstram pouca eficincia na degradao da matria orgnica deste efluente. Com compostos recalcitrantes, torna-se necessria a incluso de uma etapa terciria que permita sua degradao por via qumica, permitindo o descarte do efluente com caractersticas menos danosas ao ambiente. Neste trabalho, aplicou-se a reao de Fenton no efluente do DECED por sua capacidade de converter a matria orgnica em gs carbnico e gua ou, caso seja utilizado em pr-tratamentos, torna-os biodegradveis. Foram estudadas diferentes condies para medir a influncia de diferentes parmetros na eficincia da reao. A reao de Fenton consiste na gerao de radicais hidroxil (HO), por diferentes rotas, em quantidades suficientes para a degradao de matria orgnica. Esses radicais so gerados a partir de perxido de hidrognio (H2O2) em reaes com diferentes precursores como oznio (O3), luz UV (ultravioleta), ultra-som e sais de ferro. No presente trabalho restringiu-se s reaes com sais de ferro. Dentre os resultados obtidos, verificou-se o tempo mnimo para reao em 10 minutos. A relao entre ons ferro e perxido de hidrognio menor do que a literatura normalmente sugere, 1:2, contra 1:3. Como a soluo de sulfato ferroso muito instvel, passando os ons ferrosos a frricos, utilizou-se a adio direta do sal. Em escala industrial, a soluo de sulfato ferroso deve ser preparada em poucas quantidades para que tenha baixo tempo de estocagem, a fim de no ser degradada. A temperatura, na faixa estudada (de 20C 45C), um parmetro que tem pouca influncia, pois a reduo da eficincia da reao foi pequena (de 99,0% para 94,9%). O ferro utilizado na reao no se demonstrou uma nova fonte de transtornos para o ambiente. Nas condies utilizadas, a concentrao de ferro residual esteve prxima ao limite permitido pela legislao no efluente tratado, necessitando apenas de alguns ajustes para a correo do problema

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Tendo como incipt Junto dum seco, fero e estril monte, a Cano V de Lus de Cames, presente no corpus mnimo proposto pelo Professor Leodegrio de Azevedo Filho tema deste estudo que se prope a fazer uma anlise literria luz do Maneirismo, onde se buscam observar as principais caractersticas temticas presentes na mesma. Dessa forma, temas como o desconcerto do mundo, a fugacidade do tempo e da vida e, consequentemente, o pessimismo e a ausncia da amada sero relacionados poesia. H a preocupao de se atentar para a influncia tardo-gtica no Maneirismo e como isso se d nessa cano, o que faz com que se perceba no haver traos clssicos ou renascentistas na mesma. Faz-se necessrio ainda que se analisem as referncias geogrficas, as construes e os recursos estilsticos utilizados pelo poeta, uma vez que estes so significativos para uma boa compreenso da cano, bem como para um possvel questionamento acerca da obra de Cames ser considerada por alguns autores clssica

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Este estudo prope uma leitura histrico-cultural das interpretaes de Gerd Bornheim (1929-2002), destacando a temtica da linguagem, sobretudo das linguagens artsticas. A partir dessas expresses, as colocaes crticas de Bornheim a respeito da esttica e filosofia da arte apresentam um panorama dos questionamentos. Nesse sentido, so notveis em seus trabalhos as reflexes sobre o teatro e a msica. A linguagem teatral permite o acesso s outras atividades artsticas (poesia, msica, artes plsticas, cinema) de forma livre e aberta. A linguagem musical, em consonncia com a teatral, corrobora a pesquisa de Bornheim, que observou o processo criativo, a comunicao, o papel da interpretao (advento da crtica) e as rupturas nas poticas contemporneas. Tal itinerrio sublinha a pesquisa que Bornheim realizou na Frana nas dcadas de 1950 e 1960-70. O estmulo dessa atmosfera, marcada pelo dilogo entre filosofia, cincias sociais, psicologia, psicanlise, histria, antropologia, lingustica, comunicao, teatro e msica foi decisivo para ele. Esses pontos so importantes para a apreenso do tema da linguagem e sua ambincia histrica, na qual Bornheim revela outras perspectivas de pesquisa. O pano de fundo a crise da metafsica e os novos parmetros para se pensar a dialtica, a teoria e a prtica. O diagnstico de tal crise estende-se tambm esttica. Por conseguinte, o entendimento das ideias de Bornheim conduz aos temas da diferena e alteridade na contemporaneidade. Com isso, persegue-se um percurso temtico que aborda: a linguagem e o problema da comunicao a partir da ligao das interpretaes de Bornheim com as de Sartre e Merleau-Ponty. Alm disso, o surgimento da crtica e os questionamentos da normatividade tica e esttica levam discusso das motivaes coincidentes entre artes e cincias. Por fim, a linguagem musical enfatiza ainda o processo de transformao da subjetividade, que propicia uma percepo mais ampla das expresses artsticas e culturais.

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Faz-se uma reviso do problema da dimensionalidade do espao entendido como um problema de Fsica, enfatizando que algumas leis fsicas dependem fortemente deste parmetro topolgico do espao. Discute-se o que j foi feito tanto no caso da equao de Schrdinger quanto na de Dirac. A situao na literatura bastante controversa e, no caso especfico da equao de Dirac em D dimenses, no se encontra nenhum trabalho na literatura cientfica que leve em conta o potencial de intera coulombiana corretamente generalizado quando o nmero de dimenses espaciais maior do que trs. Discute-se, portanto, o tomo de hidrognio relativstico em D dimenses. Novos resultados numricos para os nveis de energia e para as funes de onda so apresentados e discutidos. Em particular, considera-se a possibilidade de existncia de tomos estveis em espaos com dimensionalidade 6= 3.

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Alguns autores entendem o declnio cognitivo como fator de risco para fragilidade. No entanto, outros estudos apresentam a fragilidade como fator de risco para declnio cognitivo. O presente estudo tambm entende a relao entre fragilidade e desempenho cognitivo neste sentido. Ainda so poucos os estudos que avaliaram esta associao na literatura internacional e no identificamos nenhum estudo conduzido no Brasil, ou mesmo na Amrica Latina, que a tenha investigado. Este estudo tem como objetivo, investigar a associao entre a sndrome da fragilidade e desempenho cognitivo em idosos, e o efeito da escolaridade e da idade nesta associao. Para isto, analisaram-se dados seccionais da Fase 1 do Estudo da fragilidade em Idosos Brasileiros (Rede FIBRA - Fragilidade em Idosos Brasileiros), relativos clientes de uma operadora particular de sade, com 65 anos ou mais, residentes na zona norte da cidade do Rio de Janeiro. A populao final de estudo foi de 737 idosos. O desempenho cognitivo foi avaliado atravs do Mini Exame do Estado Mental (MEEM). Foram considerados frgeis os indivduos que apresentaram trs ou mais das seguintes caractersticas: perda de peso no intencional (mais de 4,5Kg no ltimo ano); sensao de exausto auto-relatada; baixo nvel de fora de preenso palmar (sujeitos no primeiro quintil); baixo nvel de atividade fsica (sujeitos no primeiro quintil do Minnesota) e lentificao da marcha (sujeitos no primeiro quintil). Tambm foram coletadas informaes sobre caractersticas socioeconmicas e demogrficas, apoio social, condies mdicas e capacidade funcional. O desempenho cognitivo (MEEM) e a fragilidade foram analisados como variveis dicotmicas. Avaliou-se o papel da idade e escolaridade como possveis modificadoras de efeito na associao entre fragilidade e baixo desempenho cognitivo. A avaliao da associao entre fragilidade e desempenho cognitivo foi feita atravs de regresso logstica multivariada. A varivel idade se comportou como modificadora de efeito na associao entre fragilidade e desempenho cognitivo, x(5) = 806,97, p<0,0001. O mesmo no ocorreu com a varivel escolaridade. Os idosos frgeis apresentaram uma maior prevalncia de baixo desempenho cognitivo, quando comparados aos idosos no-frgeis ou pr-frgeis, nos trs estratos estudados (65 a 74 anos;75 a 84 anos; >_85 anos), p<0,001. A associao entre fragilidade e baixo desempenho cognitivo foi encontrada somente em idosos com 75 anos ou mais, sendo OR bruto=2,68 (IC 95% 1,29 5,53) para idosos de 75 a 84 anos e OR bruto= 6,39 (IC 95% 1,82 - 22,42) para idosos de 85 anos ou mais. Aps ajuste pelas condies de sade, capacidade funcional e pelas variveis socioeconmicas e demogrficas, a associao entre fragilidade e baixo desempenho cognitivo se manteve nesses estratos, OR aj=2,78 (IC 95% 1,23 - 6,27) para 75 a 84 anos e OR aj=15,62 (IC 95% 2,20 110,99) para 85 anos ou mais. A sndrome da fragilidade est, portanto, associada ao baixo desempenho cognitivo em idosos. A idade revelou-se como modificadora de efeito nesta associao. Os idosos com idade mais avanada revelaram uma associao mais expressiva entre os dois fenmenos.

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A partir da suspeita de que o pensamento e sua expresso no se limitam a uma nica forma, o presente trabalho investiga de que modo podemos pensar, a partir de Fernando Pessoa, uma relao possvel entre filosofia e literatura. Quais os pressupostos que permitem considerar o fenmeno heteronmico pessoano como um expediente trgico que diz respeito ao prprio pensamento, ou ainda, como entrever, no projeto pessoano, o lugar de embate trgico, por excelncia entre aquilo que somos, enquanto sujeitos, e os processos que franqueiam escrita a constituio de uma subjetividade outra? Desdobrada em heternimos, a obra de Pessoa comportaria em si a justaposio de formas diversas de ver e compreender o mundo, mas o processo pelo qual este desdobramento se d poderia ser tomado como anterior s formas constitudas das personalidades particulares, apresentando-se como uma disposio anti-dialtica do pensamento. Privilegiando como ponto de partida os escritos do heternimo louco e filsofo de Fernando Pessoa, Antnio Mora, nosso intuito analisar de que modo sua crtica tradio metafsica ocidental, em ressonncia com a filosofia francesa contempornea de inspirao nietzschiana, pode se constituir como um intercessor capaz de dar a ver uma potncia impessoal atuando entre a filosofia e a literatura, representada pelo verso de Alberto Caeiro: a natureza partes sem um todo"

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Considerado pela maioria da crtica como uma literatura ptrida (cf. ULBACH, 1868) ou torpe (cf. VERSSIMO, 1894), acusado de confundir ingenuamente cincia e literatura, bem como de cientizar a linguagem literria, e em particular no Brasil, alm disso, questionado por plgio ou importao de uma moda estrangeira, o naturalismo foi relegado s margens da historiografia literria. Assumindo como ponto de partida esse panorama crtico, a tese prope uma reavaliao crtica e historiogrfica da esttica naturalista, comeando por descrever e analisar sua origem no decurso da histria, a partir do advento do realismo moderno nas obras de Stendhal e de Balzac (cf. AUERBACH, 2004). Enfoca a lenta afirmao dos termos realismo e naturalismo, bem como a importncia da contribuio de diferentes romancistas franceses no processo de consolidao da esttica realista e de seu prolongamento no naturalismo. Discute-se tambm o projeto esttico proposto por Zola, assim como se desconstroem mitos corroborados pela historiografia literria a respeito da teoria e do movimento naturalistas. Por fim, correlacionando a esttica naturalista com o ideal republicano, aborda-se a aclimatao dos princpios naturalistas no Brasil, na obra daquele que foi seu principal representante, Alusio Azevedo. A partir de uma abordagem comparativa entre o naturalismo na Frana e no Brasil, busca-se, em sntese, contribuir para o processo de reviso crtica e historiogrfica de um perodo literrio muito produtivo nos dois pases, no obstante a tendncia para sua desvalorizao em geral observada nas manifestaes da crtica novecentista

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A tese tem por objetivo primordial observar a construo identitria de mestias fidalgas nos romances Wide Sargasso Sea (1966), de Jean Rhys, True Women (1993), de Janice Windle, e Rosaura: a enjeitada (1883), de Bernardo Guimares, considerando trs fatores distintos: o multiculturalismo e a interracializao no sculo XIX; a tentativa de as protagonistas se passarem como caucasianas perante elites locais; a reprimida identificao das mestias escravocratas com classes menos abastadas. Observam-se os pontos de convergncia e divergncia entre as obras estudadas, uma vez que o autor brasileiro discute a identidade como fator hereditrio e nacional, enquanto as demais autoras a interpretam como construto cultural subjetivo. De modo geral, a pesquisa demonstra como estes autores resistem ao cientificismo que vislumbra o mestio como ser degenerado, metablica e ontologicamente desequilibrado, procurando advogar-lhe a imagem de modo distinto. Visto que Wide Sargasso Sea e True Women so releituras de obras oitocentistas, o trabalho tambm contempla relaes intertextuais em dois vetores: o primeiro, voltado para relao entre hipertexto e hipotexto, e o segundo, voltado para a eventual relao entre Guimares e as obras relidas por Rhys e Windle

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A presente dissertao tem como objetivo refletir sobre a imagem do artista na obra de Silviano Santiago, mais precisamente sobre a figura do narrador-escritor da novela Uma histria de famlia (1992), em abordagem comparativa com outros artistas, cuja produo e aparecimento na mdia problematizaram as primeiras dcadas do HIV/AIDS, tais como Cazuza e o artista visual Leonilson, que posavam midiaticamente como perigosos. Pretende-se apontar, na obra de Silviano Santiago, uma performance do artista (soropositivamente) perigoso, na qual a relao entre enfermidade, dor, prazer e labor literrio verificvel. Outros artistas so estudados, tais como o escritor Jean-Claude Bernardet, a artista visual Teresa Margolles e o performer Ron Athey, assim como os j citados Cazuza e Leonilson. Partindo da tese de Doutorado e da dissertao de Mestrado de Marcelo Secron Bessa, este trabalho procura avanar com algumas questes que, para tanto, recorrem ao conceito de performatividade, em Judith Butler, noo do corpo como um Outro radical, de Henri-Pierre Jeudy, e anlise da relao entre AIDS e a discursividade empreendida por Susan Sontag. Os textos crticos de Silviano Santiago tambm fundamentam o presente estudo, mais precisamente na anlise daqueles da relao entre dor e prazer na criao literria e da noo de uma homossexualidade astuciosa em resposta s discursividades heteronormativas

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A figura da mulher ocupa significativo papel nas novelas de cavalaria do Ciclo Breto. Emergindo como um elemento que traz liga s narrativas do lendrio artrico, constitui-se adjuvante essencial e multifacetada na construo dos episdios, numa interao constante com o masculino representado, principalmente, pelos cavaleiros. O Medievo traz tona uma imagem matizada do feminino: a mulher socialmente vista sob clivagens diversas refletida na literatura de cavalaria, conforme se pode verificar em A Demanda do Santo Graal. A presena feminina importantssima na narrativa, sobretudo na sua tensa relao com a cavalaria, agora ligada ao elemento religioso - monastizada, celibatria e asctica. O objetivo precpuo de nossos estudos investigar de que maneira a frma sociocultural medieva, na qual foi moldada A Demanda do Santo Graal, se relaciona com seu substrato: as narrativas provindas da cosmoviso inerente ao imaginrio cltico. Desta feita, nosso vis analtico verticaliza-se no elemento feminino presente na obra. Mais especificamente, toma-se por escopo a imagem de personagens que refletem a ideologia clerical moralstico-didatizante do sculo XIII, mas, sobretudo, resgata-se a imagem de personagens imbudas de singular dualidade; ambigidade esta que marca no s do medievo paradoxal concernente ao feminino, mas tambm de personas literrias concebidas entre dois mundos, dois plos ideolgicos distintos. Em outros termos, fala-se de personagens que so seres ficcionais bifrontes: personagens localizadas entre as herdades e as identidades. Foram tomados como corpora de pesquisa os episdios em que estas damas polidimensionais aparecem e se tornam adjuvantes na ao literria, seja para cooperar, confundir ou prejudicar os cavaleiros que empreendem a sagrada, inefvel e venturosa busca do Santo Clix que dar fim s aventuras do Reino de Logres

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Muito j se disse sobre Clarice Lispector, muito h, no entanto, a se dizer ainda. Com este nosso trabalho, ousamos trilhar um caminho que nos parece duplamente pouco explorado: por um lado, nos debruamos sobre as pausas, as lacunas, as suspenses do dizer que se materializam em cortes no fio discursivo da literatura clariceana; mais especificamente nas interrupes que comparecem por meio de travesses, parnteses e a estendemos para a interrogao em A Hora da Estrela. Por outro lado, trazemos, para este nosso objetivo, uma abordagem discursiva, isto , temos como suporte terico-metodolgico a Anlise de Discurso cujos autores basilares so Pcheux e Orlandi. Esta autora, ao deslocar o estudo da pontuao do campo da gramtica para o domnio do discurso, considera a pontuao como o lugar em que o sujeito trabalha seus pontos de subjetivao, o modo como interpreta (Orlandi, 2005). A pontuao, vista discursivamente, abre fendas do no-dizer no dizer, trabalhando sua (in)completude. Os travesses, os parnteses e a interrogao, em Clarice, rompem repetida e sucessivamente a linearidade da lngua expondo seus vazios, seus meandros, seus impasses. Analisaremos o funcionamento discursivo desses trs sinais de pontuao no dizer do narrador de A Hora da Estrela, assim como investigaremos as posies-sujeito do narrador que se delineiam em cada funcionamento desses sinais: posio-sujeito de narrador onipotente/onisciente, posio-sujeito de narrador impotente e posio-sujeito de narrador vacilante. Para nosso trabalho, apoiamo-nos tambm nas reflexes tericas acerca da heterogeneidade da lngua, propostas por Authier-Revuz e trazemos o conceito de enunciao vacilante formulado por Paulillo. Podemos dizer que, nas incisas desta novela clariceana, jogam posies-sujeito que se polemizam, que se equivocam. Essas posies refletem uma narrativa que ora descreve a possibilidade de narrar, de descrever o outro, ora confessa a impossibilidade de capturar esse outro pela palavra: narrador vacilante, narrativa vacilante