Habilidades de processamento fonológico e de escrita em crianças com distúrbio específico de linguagem: um estudo comparativo com a normalidade

Introdução: Crianças com distúrbio específico de linguagem (DEL) são propensas a apresentar dificuldade no processo de alfabetização devido às múltiplas alterações de linguagem que possuem. Este estudo comparou e caracterizou o desempenho de crianças com DEL e em desenvolvimento típico de linguagem em atividades de aliteração, rima, memória de curto prazo fonológica, ditado de palavras e de pseudopalavras. A principal hipótese do estudo era de que o grupo DEL apresentaria desempenho inferior do que o grupo em desenvolvimento típico em todas as habilidades estudadas. Método: Participaram do estudo 12 crianças com DEL (GP) e 48 em desenvolvimento típico (GC) com idade entre 7 anos e 9 anos e 11 meses. Todos os sujeitos cursavam o 2º ou 3º ano do ensino fundamental I e apresentavam audição e rendimento intelectual não-verbal preservados. Para a seleção dos grupos foram utilizadas medidas de vocabulário receptivo, fonologia e nível socioeconômico. Já as medidas experimentais avaliadas foram testes padronizados de aliteração, rima, memória de curto prazo fonológica e a aplicação de um ditado de palavras e de pseudopalavras elaborados para esta pesquisa. Resultados: ambos os grupos apresentaram pior desempenho em tarefas de rima do que de aliteração e o GP apresentou desempenho inferior em ambas as tarefas quando comparado ao GC. A análise dos distratores nas atividades de aliteração e rima apontou que em tarefas de aliteração, o GP cometeu mais erros de tipologia semântico enquanto na prova de rima foram mais erros de tipologia fonológico. O GP obteve desempenho inferior ao GC nas avaliações da memória de curto prazo fonológica, ditado de palavras e de pseudopalavras. O GP evidenciou maior dificuldade no ditado de pseudopalavras no que no de palavras e o GC não apresentou diferença significativa no desempenho dos ditados. No ditado de palavras, o GP cometeu mais erros na palavra toda enquanto no ditado de pseudopalavras ocorreram mais erros na palavra toda e na sílaba final. Na comparação do desempenho dos grupos de acordo com a escolaridade, notou-se que os sujeitos do GC do 2º e 3º ano não evidenciaram diferença significativa em seu desempenho nas tarefas, enquanto os sujeitos do GP do 3º ano apresentaram melhor desempenho do que os do 2º ano em todas as medidas experimentais, com exceção da memória de curto prazo fonológica. Conclusões: o GP apresentou dificuldade em tarefas de processamento fonológico e de escrita que foram realizadas com relativa facilidade pelo GC. Os sujeitos com DEL evidenciaram uma análise mais global dos estímulos apresentados nas tarefas de consciência fonológica, o que os fez desprezar aspectos segmentais importantes. A dificuldade em abordar as informações de modo analítico, somado a alterações linguísticas e do processamento fonológico, levou o GP a apresentar maior taxa de erros nas tarefas de ditado. Apesar das alterações apontadas, os sujeitos do GP do 3º ano obtiveram melhor desempenho do que os do 2º ano em todas as habilidades com exceção da memória de curto prazo fonológica, que é sua marca clínica. Estes dados reforçam a necessidade do diagnóstico e intervenção precoces para esta população, onde as habilidades abordadas neste estudo devem ser incluídas no processo terapêutico

Influência do uso de amostras de referência no julgamento perceptivo-auditivo da oclusiva glotal

Objetivos: estabelecer amostras de referência constituídas por gravações julgadas com consenso como representativas da presença ou ausência da oclusiva glotal (OG) e comparar julgamentos perceptivo-auditivos da presença e ausência da OG com e sem o uso de amostras de referência. Metodologia: o estudo foi dividido em duas etapas. Durante a ETAPA 1, 480 frases referentes aos sons oclusivos e fricativos produzidas por falantes com história de fissura labiopalatina foram julgadas por três fonoaudiólogas experientes quanto à identificação da OG. As frases foram julgadas individualmente e aquelas que não apresentaram consenso inicial foram julgadas novamente de maneira simultânea. As amostras julgadas com consenso com relação à presença ou ausência da OG durante produção das seis consoantes-alvo oclusivas e seis fricativas foram selecionadas para estabelecer um Banco de Amostras Representativas da OG. A ETAPA 2 consistiu na seleção de 48 amostras de referência referentes aos 12 sons de interesse e 120 amostras experimentais e, o julgamento dessas amostras experimentais por três grupos de juízes, cada grupo com três juízes com experiências distintas com relação ao julgamento de fala na fissura de palato. Os juízes julgaram as amostras experimentais duas vezes, primeiro sem acesso às referências e, após uma semana, com acesso às referências. Resultados: os julgamentos realizados na ETAPA 1 evidenciaram consenso com relação a OG em 352 amostras, sendo 120 frases com produção adequada para os sons de interesse e 232 representativas do uso da OG. Essas 352 amostras constituíram o Banco de amostras Representativas da OG. Os resultados da ETAPA 2 indicaram que ao comparar a média do valor de Kappa obtida para os 12 sons de interesse em cada um dos grupos nos julgamentos sem e com acesso às amostras de referência a concordância para o grupo 1 (G1) passou de regular (K=0,35) para moderada (K=0,55), para o grupo 2 (G2) passou de moderada (K=0,44) para substancial (K=0,76) e para o grupo 3 (G3) passou de substancial (K=0,72) para quase perfeita (K=0,83). Observou-se que as melhores concordâncias ocorreram para o grupo dos fonoaudiólogos experientes (G3), seguido dos fonoaudiólogos recém-formados (G2), com as piores observadas para o grupo de alunos de graduação (G1). Conclusão: um Banco de Amostras de Referência Representativas da OG foi estabelecido e os julgamentos perceptivo-auditivos de juízes com uso das amostras de referência foram obtidos com concordância inter-juízes e porcentagem de acertos melhor do que os julgamentos sem acesso às referências. Os resultados sugerem a importância do uso de amostras de referência para minimizar a subjetividade da avaliação perceptivo auditiva da fala.

Computational approaches to subjectivity and sentiment analysis: Present and envisaged methods and applications

Recent years have witnessed a surge of interest in computational methods for affect, ranging from opinion mining, to subjectivity detection, to sentiment and emotion analysis. This article presents a brief overview of the latest trends in the field and describes the manner in which the articles contained in the special issue contribute to the advancement of the area. Finally, we comment on the current challenges and envisaged developments of the subjectivity and sentiment analysis fields, as well as their application to other Natural Language Processing tasks and related domains.

Final report of the Special Education Advisory Panels and special education content-area standards /

The content-area standards recommended by the panels include standards for: all special education teachers; teachers of students with mild and moderate disabilities; teachers of students with moderate and severe disabilities; early childhood special education teachers; teachers of students who are deaf/hard of hearing; teachers of students who are deaf-blind/blind or visually impaired; speech-language pathologists; bilingual special education teachers; and special education standards for regular classroom teachers.

Professionalism and functional outcomes

A foundation principle of professionalism is listening carefully to clients' needs. This paper reviews current studies that have sought to listen to the needs of people with aphasia and their families. The preliminary evidence to date suggests that people with aphasia have goals that cover the bio-psycho-social spectrum but place a lot of importance on functional outcomes such as participation in life's activities, relationships, and personal self-esteem. In contrast, descriptions of current aphasia management practices reflect a predominantly medical model approach that emphasizes impairment-level goals. This paper suggests that a proportion of speech-language pathologists are not truly listening and responding to their clients' needs. This leads to a mismatch between the therapists' and clients' goals in therapy. The concept of person-centred goal-setting is described. This may contribute to greater alignments of goals and better outcomes of rehabilitation. Learning outcomes: As a result of reading this work, the participant will be able to: (a) have knowledge of criticisms of aphasia therapy by people with aphasia; (b) understand the concept of person-centred goal-setting; (c) understand the complexity of mismatched goals between therapist and client. (c) 2006 Elsevier Inc. All rights reserved.

MÍDIA E DISCURSO: UM ESTUDO DO DISCURSO DA VEJA SOBRE O FUNK CARIOCA

O trabalho aborda a Revista Veja, publicação da editora Abril, com o objetivo de identificar qual o discurso utilizado nas matérias que abordam o funk carioca como tema. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com perfil descritivo, na qual as teorias da Análise de Discurso da linha francesa foram utilizadas como subsídio para análise. O corpus é composto por um recorte baseado em sete reportagens da publicação. Verificou-se que o funk carioca é relacionado com sexualidade e consumismo e a revista utiliza um discurso autoritário para impor as diferenças de classes sociais dos participantes do gênero e dos leitores da publicação, além da busca por denegrir a imagem do funk carioca, opinando e utilizando a ironia.(AU)

Divulgação Científica na Revista Ciência Hoje das Crianças

Esta pesquisa trata da revista Ciência Hoje das Crianças, editada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), e coloca em questão as especificidades da linguagem utilizada pela revista para a divulgação científica. A amostra utilizada é composta pelas edições publicadas no ano de 2008. O objetivo da pesquisa é identificar os recursos utilizados pela revista para adequação da linguagem científica para a linguagem coloquial, acessível ao público leigo. A metodologia utilizada para desenvolvimento da pesquisa tem viés qualitativo e adota os recursos da pesquisa bibliográfica, documental, entrevistas e análise de discurso da Escola Francesa. Constata-se que a revista busca contemplar com seus artigos todas as áreas do conhecimento, o que garante ao leitor a possibilidade de ampliar a visão sobre o mundo científico. Para construção da mensagem em linguagem acessível, identifica-se que a revista recorre à utilização de desenhos, fotos, cores, tipografia, metáforas, analogias e estrutura textual organizada, principalmente, em forma de narração.(AU)

Identifying reliable, valid markers of authorship: a response to Chaski

In response to Chaski’s article (published in this volume) an examination is made of the methodological understanding necessary to identify dependable markers for forensic (and general) authorship attribution work. This examination concentrates on three methodological areas of concern which researchers intending to identify markers of authorship must address. These areas are sampling linguistic data, establishing the reliability of authorship markers and establishing the validity of authorship markers. It is suggested that the complexity of sampling problems in linguistic data is often underestimated and that theoretical issues in this area are both difficult and unresolved. It is further argued that the concepts of reliability and validity must be well understood and accounted for in any attempts to identify authorship markers and that largely this is not done. Finally, Principal Component Analysis is identified as an alternative approach which avoids some of the methodological problems inherent in identifying reliable, valid markers of authorship.

Quantifying evidence for forensic authorship analysis

The judicial interest in ‘scientific’ evidence has driven recent work to quantify results for forensic linguistic authorship analysis. Through a methodological discussion and a worked example this paper examines the issues which complicate attempts to quantify results in work. The solution suggested to some of the difficulties is a sampling and testing strategy which helps to identify potentially useful, valid and reliable markers of authorship. An important feature of the sampling strategy is that these markers identified as being generally valid and reliable are retested for use in specific authorship analysis cases. The suggested approach for drawing quantified conclusions combines discriminant function analysis and Bayesian likelihood measures. The worked example starts with twenty comparison texts for each of three potential authors and then uses a progressively smaller comparison corpus, reducing to fifteen, ten, five and finally three texts per author. This worked example demonstrates how reducing the amount of data affects the way conclusions can be drawn. With greater numbers of reference texts quantified and safe attributions are shown to be possible, but as the number of reference texts reduces the analysis shows how the conclusion which should be reached is that no attribution can be made. The testing process at no point results in instances of a misattribution.

The question of question types in police interviews:a review of the literature from a psychological and linguistic perspective

The past two decades has seen a plethora of papers and academic research conducted on investigative interviews with victims, witnesses and suspected offenders, with a particular focus on questioning techniques and typologies. However, despite this research, there still remain significant discrepancies amongst academic researchers and practitioners over how best to describe types of questions. This article considers the available literature relating to interviews with children and adults from both a psychological and linguistic perspective. In particular, we examine how different types of questions are described, and explore the discrepancies between competing definitions. © 2010, equinox publishing.

Bridging the gap between stylistic and cognitive approaches to authorship analysis using systemic functional linguistics and multidimensional analysis

In the present state of the art of authorship attribution there seems to be an opposition between two approaches: cognitive and stylistic methodologies. It is proposed in this article that these two approaches are complementary and that the apparent gap between them can be bridged using Systemic Functional Linguistics (SFL) and in particular some of its theoretical constructions, such as codal variation. This article deals with the theoretical explanation of why such a theory would solve the debate between the two approaches and shows how these two views of authorship attribution are indeed complementary. Although the article is fundamentally theoretical, two example experimental trials are reported to show how this theory can be developed into a workable methodology of doing authorship attribution. In Trial 1, a SFL analysis was carried out on a small dataset consisting of three 300-word texts collected from three different authors whose socio-demographic background matched across a number of parameters. This trial led to some conclusions about developing a methodology based on SFL and suggested the development of another trial, which might hint at a more accurate and useful methodology. In Trial 2, Biber's (1988) multidimensional framework is employed, and a final methodology of authorship analysis based on this kind of analysis is proposed for future research. © 2013, EQUINOX PUBLISHING.

A rehabilitation intervention to promote physical recovery following intensive care: a detailed description of construct development, rationale and content together with proposed taxonomy to capture processes in a randomised controlled trial.

Background: increasing numbers of patients are surviving critical illness, but survival may be associated with a constellation of physical and psychological sequelae that can cause on going disability and reduced health-related quality of life. Limited evidence currently exists to guide the optimum structure, timing, and content of rehabilitation programmes. There is a need to both develop and evaluate interventions to support and expedite recovery during the post-ICU discharge period. This paper describes the construct development for a complex rehabilitation intervention intended to promote physical recovery following critical illness. The intervention is currently being evaluated in a randomised trial (ISRCTN09412438; funder Chief Scientists Office, Scotland). Methods: the intervention was developed using the Medical Research Council (MRC) framework for developing complex healthcare interventions. We ensured representation from a wide variety of stakeholders including content experts from multiple specialties, methodologists, and patient representation. The intervention construct was initially based on literature review, local observational and audit work, qualitative studies with ICU survivors, and brainstorming activities. Iterative refinement was aided by the publication of a National Institute for Health and Care Excellence guideline (No. 83), publicly available patient stories (Healthtalkonline), a stakeholder event in collaboration with the James Lind Alliance, and local piloting. Modelling and further work involved a feasibility trial and development of a novel generic rehabilitation assistant (GRA) role. Several rounds of external peer review during successive funding applications also contributed to development. Results: the final construct for the complex intervention involved a dedicated GRA trained to pre-defined competencies across multiple rehabilitation domains (physiotherapy, dietetics, occupational therapy, and speech/language therapy), with specific training in post-critical illness issues. The intervention was from ICU discharge to 3 months post-discharge, including inpatient and post-hospital discharge elements. Clear strategies to provide information to patients/families were included. A detailed taxonomy was developed to define and describe the processes undertaken, and capture them during the trial. The detailed process measure description, together with a range of patient, health service, and economic outcomes were successfully mapped on to the modified CONSORT recommendations for reporting non-pharmacologic trial interventions. Conclusions: the MRC complex intervention framework was an effective guide to developing a novel post-ICU rehabilitation intervention. Combining a clearly defined new healthcare role with a detailed taxonomy of process and activity enabled the intervention to be clearly described for the purpose of trial delivery and reporting. These data will be useful when interpreting the results of the randomised trial, will increase internal and external trial validity, and help others implement the intervention if the intervention proves clinically and cost effective.