981 resultados para Rilke, Rainer Maria, 1875-1926 - Crítica e interpretação
Resumo:
A proposta desta dissertao examinar a recepo crítica em lngua espanhola de Grande serto: veredas (1956), obra de Guimares Rosa (1908-1967). Desde a sua edio no idioma espanhol, a referida narrativa provocou certo impacto na sociedade de lngua cervantina por abordar um tema polmico como a relao ambgua de Riobaldo e Diadorim, oculta at o final da primeira leitura e por escrever numa linguagem potica acerca dos conflitos humanos e existenciais, inseridos na descrio de uma regio que ultrapassa os limites geogrficos, para a construo de um serto universal. A recepo crítica em lngua espanhola, de fato, iniciou-se em 1967 com a publicao de Grn sertn: veredas, pela editora Seix Barral, traduzida por ngel Crespo. Este trabalho prope uma leitura sobre as interpretaes da narrativa que causou grande repercusso entre os intelectuais hispano-falantes que, ao se debruarem sobre o serto, procuraram desvendar os sentidos forjados na obra. nessa perspectiva que sero abordados os textos do arquivo da Revista de Cultura Brasilea da dcada de 1960, elemento primordial para o desenvolvimento deste estudo e da recepo crítica mais contempornea de Soledad Bianchi (2004), Antonio Maura (2007), Maria Rosa lvarez Sellers (2007) e Pilar Gmez Bedate (2007), alm de outros crticos literrios brasileiros. Como base metodolgica desta pesquisa, recorrer-se- entre outras referncias, ao estudo sobre a teoria da recepo de Hans Robert Jauss no que concerne ao leitor como construtor de um novo objeto artstico. O trabalho est dividido, em trs captulos: no primeiro, far-se- uma abordagem dos pressupostos da Esttica da Recepo, de Hans Robert Jauss (1921-1997) e, sucintamente, far-se- uma discusso sobre o texto A tarefa do tradutor de Walter Benjamin e os princpios tericos de Antoine Berman no que tange ao ato tradutrio. Nos captulos posteriores, ser desenvolvido o trabalho especfico sobre a crítica no idioma espanhol, e por meio desta anlise, destacar-se-o as divergncias entre as obras de lngua portuguesa e espanhola, focando nos elementos pertinentes linguagem potica na construo do texto para os hispano-falantes e a insero da obra no contexto scio-histrico da fico rosiana nos pases de lngua hispnica.
Resumo:
Este estudo pretende examinar a recepo crítica voltada para a anlise dos aspectos estilsticos e lingusticos da obra de Joo Guimares Rosa (1908-1967). Na dcada de 1950, durante seu auge, a teoria estilstica, principalmente a de origem espanhola, exerceu grande influncia sobre crítica literria brasileira. Este evento coincidiu com o impacto do lanamento de duas das mais importantes obras do ficcionista mineiro, Grande serto: veredas (1956) e Corpo de baile (1956), em grande parte devido linguagem, que um amlgama de popular e erudito e detentora de grande poder de sugesto. Como fruto deste acaso, no mesmo horizonte da obra, surgiram os estudos que formaram a primeira recepo e, entre estes, os que se dedicaram a analisar os diferentes recursos utilizados por Guimares Rosa para compor o seu serto-linguagem, o que justifica a adoo da Estilstica como mtodo. Inseridos nesta corrente crítica esto os trabalhos que nos serviro de objeto de anlise, a exemplo da crítica pioneira de Cavalcanti Proena (1905-1966), Trilhas no Grande Serto (1958), e de trabalhos de outros estudiosos, como Oswaldino Marques (1916-2003), sobre Sagarana e outras publicaes dispersas, e da professora norte-americana Mary L. Daniel (1936). Estes estudos, embora sejam discutveis do ponto de vista metodolgico, conforme ser observado, tornaram-se peas incontornveis dentro da fortuna crítica rosiana por sua contribuio elucidao da obra. Um indicativo disso a existncia de trabalhos mais recentes que ainda ventilam categorias consideradas pela Estilstica como o lxico, que surge em estudos de Nei Leandro de Castro e Nilce Sant'Anna Martins. Como mtodo utilizado nesta dissertao de Mestrado, lana-se mo da hermenutica literria formulada por Hans Robert Jauss (1921-1997) com o objetivo de analisar a recepo crítica de uma abordagem especfica, a Estilstica, e destacar sua relevncia para a compreenso da obra de Guimares Rosa no perodo imediato publicao, assim como propor uma confrontao desta recepo com estudos posteriores que se balizam no mesmo campo de anlise. Igualmente, objetiva-se evidenciar a importncia do leitor para a (res) significao do material ficcional, aqui representado pelo crtico literrio, um leitor diferenciado capaz de oferecer propostas interpretativas e guiar a leitura dos leitores comuns.
Resumo:
O presente trabalho visou estudar aspectos fundamentais da recepo crítica da obra dramtica de Gonalves Dias. Para isso buscou-se, em primeiro lugar, compreender o lugar da obra dramtica do autor em sua produo literria considerando-se algumas críticas ao poeta publicadas em peridicos, revistas e em obras pertencentes historiografia literria do sculo XIX e XX. Em segundo lugar, buscou-se compreender o lugar da produo dramtica do autor por meio da anlise de sua correspondncia ativa.
Resumo:
Nesta obra, o autor obidense, Herculano Marcos Ingls de Sousa, valoriza a mitologia amaznica ao destacar as lendas da cobra- grande, do pssaro acau, do taj, do boto e o temor presente no imaginrio das pessoas que habitam regies fronteiras floresta amaznica, cenrio de ocorrncias fantsticas. A dissertao visa uma anlise mais detalhada da narrativa Acau, por ser aquela que rene um nmero significativo de caractersticas fantsticas. Para desenvolver este trabalho, utilizou-se, como suporte terico, principalmente, o blgaro Tzvetan Todorov, que compreende o fantstico como um gnero proveniente de fatores que contrariam os fenmenos regidos por leis naturais, o que propicia dvidas acerca desses fatores. Em decorrncia disso, busca-se a compreenso em gneros vizinhos, quais sejam: o estranho e / ou maravilhoso. Ser ainda utilizado o estudo proposto pela francesa Irne Bessire, que entende o relato fantstico amparado em padres socioculturais para fomentar o entendimento da imbricao dos dois campos: o natural e o sobrenatural. O trabalho est dividido em quatro captulos: o primeiro traz algumas informaes sobre a vida de Ingls de Sousa, um curto panorama do Realismo/Naturalismo e a estruturao do cnone; o segundo constitudo de uma viso conceitual tanto do fantstico quanto dos ndices de estranhamento insertos no texto literrio; o terceiro pe em evidncia as obras de Sousa, como exemplo de literatura marcada pelo fantstico e pelo imaginrio, e uma teia narrativa, cujo centro o conto Acau, alm de uma comparao entre a narrativa Acau de Sousa e a de Nery; e o quarto captulo consiste em uma proposta de anlise do conto fantstico Acau sob a reflexo de Felipe Furtado.
Resumo:
Tendo como objeto de estudo o livro Lavoura arcaica, de Raduan Nassar, e a obra cinematogrfica homnima, de Luiz Fernando Carvalho, este trabalho se debrua sobre as anlises possveis no processo de adaptao como recriao da obra, interpretando temas como a famlia, as paixes proibidas e o trgico. Para tal estudo, a viso terica de autores como Freud, Bataille, Marcuse, Bakhtin e Nietzsche, em seus pontos convergentes, auxilia a compreenso secular de interditos, proibies e transgresses, presentes na obra de Nassar.
Resumo:
O presente trabalho busca compreender a recepo crítica da potica de Max Martins no decorrer de 50 anos de atividade artstica. A partir de uma abordagem esttico recepcional, averiguaremos como as sucessivas leituras por parte de jornalistas e crticos determinaram a aceitao de sua produo e sua respectiva insero dentro do cenrio literrio local e nacional. Baseando-se na perspectiva terica da Esttica da Recepo pretenderemos assim compreender diacronicamente o efeito causado pela obra de Max Martins junto aos seus leitores imediatos, e consequentemente perfazer uma histria de sua recepo. A abordagem realizada por meio dos pressupostos apresentados por H. R. Jauss (em A Histria da Literatura como Provocao Teoria Literria) - como o termo "horizonte de expectativa" - nos orientar quanto historicidade da produo potica de Max Martins, esclarecendo o motivo que levou algumas leituras equivocadas de sua obra a se perpetuarem at o presente. Desse modo, por meio da reconstruo do horizonte de expectativa poderemos compreender a que demanda ou pergunta obra de Max Martins atendeu no momento de sua publicao, alm de averiguarmos como o trabalho de editorao da sua obra (G.Genette, 2009) influenciou sua leitura no decorrer do tempo, atualizando assim sua compreenso crítica e revelando algumas incongruncias persistentes em estudos acadmicos contemporneos.
Resumo:
Este trabalho interpreta as categorias cultura e identidade a partir da trilogia Cenas da vida do Amazonas de autoria do escritor paraense de bidos, Herculano Ingls de Sousa. A anlise foi realizada com base na perspectiva terica dos Estudos Culturais que se preocupam em conectar cultura, significado, identidade, poder e territrio, privilegiando a concepo de Identidade.
Resumo:
Este estudo apresenta os resultados de uma pesquisa que teve como corpus letras de msicas produzidas no perodo de 1966 a 1985, de Chico Buarque de Holanda, cuja temtica a vadiagem. Sob o ttulo Um Olhar acerca da Vadiagem em Canes de Chico Buarque de Holanda, busca-se desvelar os conceitos presentes nos estudos de Michel Maffesoli referentes Vadiagem, Vagabundagem e ao Nomadismo em letras de msicas desse importante artista brasileiro, como: Vai trabalhar Vagabundo, de 1976; Homenagem ao Malandro e Hino de Duran, ambas de 1978; A volta do Malandro, de 1985; dentre outras. Alm da anlise de Michel Maffesoli (2001; 2004), outros tericos nortearam o vis reflexivo desse estudo, como Roberto da Matta (1997), Srgio Buarque de Holanda (1973), Antonio Candido (1993), Roberto Schwarz (1979) e Michel Foucault (1992).
Resumo:
Esta dissertao o produto de um estudo analtico do livro de poemas Batuque, de Bruno de Menezes, com foco nas narrativas de memria. Tomam-se como referncia as manifestaes culturais de origem africana representadas no livro, em consonncia com teorias pautadas sob uma tica direcionada conexo entre a subjetividade literria e a objetividade histrica, tendo como referncia os conceitos de Histria Social, propostos por Peter Burke, a ideia de cultura de Terry Eagleton e a identidade cultural, de Stuart Hall. Esses instrumentos possibilitam a observao da presena africana como elemento de composio de uma identidade cultural na Amaznia, sob trs aspectos: o primeiro, relacionado ao lirismo, demonstrado, sobretudo, nos poemas Me Preta e Pai Joo; o segundo, direcionado musicalidade, observada em poemas como Batuque e Alma e ritmo da raa; e o terceiro versa sobre a religiosidade, apresentada em poemas como Toi Verequte e Orao da Cabra Preta. Destes trs aspectos, o que mais despertou nossa ateno foi a religiosidade, em especial quanto relao entre sagrado e profano e viso de bem e mal, muito evidentes na obra. Os resultados obtidos do-nos a ideia de que, pela leitura das narrativas de memria do autor e de sua relao com o ambiente em que viveu, as influncias do meio na criao artstica do poeta e na produo de uma obra voltada para as manifestaes culturais contribuem, significativamente, para a melhor compreenso da presena negra na cultura brasileira.
Resumo:
No presente trabalho interpreta-se a poesia de Max Martins, focando, principalmente, a abertura que ela oferece para o acontecer do silncio da linguagem. Pensa-se, aqui, no silncio como uma questo que fala e se confunde com a questo da essncia da linguagem e, por conseguinte, tambm com a da essncia do potico. Sendo assim, a dissertao desdobra-se em discusses potico-filosficas, articulando essas duas esferas criativas nas vrias dimenses em que a obra martiniana manifesta o silncio: na linguagem, no dilogo com o pensamento e a poesia orientais, no erotismo e na verbivocovisualidade. Busca-se a escuta da voz do silncio, como aparece no ttulo do trabalho. Nessa travessia, importante dizer, as reflexes implementadas pelo filsofo alemo Martin Heidegger acerca da linguagem, assim como suas ideias sobre hermenutica potica, so de grande valia. Certamente, alm de Heidegger, h outros pensadores cujos nomes ecoam pelo trabalho, mas o do alemo merece destaque, pois a compreenso da essncia da linguagem como fala silenciosa encontra abrigo tanto em sua filosofia como na obra potica de Max Martins. Realizando um dilogo entre poesia e filosofia no que elas tm em comum o pensamento de questes , aqui no se aplicou uma teoria prvia ao acontecer da arte. Procurou-se, ao contrrio, empreender ao longo desta jornada interpretativa a escuta da potica que os prprios textos martinianos pe em obra.
Resumo:
Esta dissertao tem como objetivo analisar o romance Cinzas do Norte (2005), de Milton Hatoum, verificando quais so as relaes das categorias estticas de melancolia e resistncia com o contexto histrico da Ditadura Militar, de 1964, no Brasil. Partindo da ideia de que a teoria com a qual estamos lidando marcada pela melancolia segundo Walter Benjamin. Nesse sentido, examinamos como a arte, que parte de composio da narrativa e, tambm as referncias memorialsticas, utilizadas como estratgias ficcionais de resistncia ao regime de represso, em particular, ao autoritarismo, servem de base para problematizar os regimes de imposio instaurados naquele perodo. Com base em algumas abordagens tericas, relacionadas resistncia, melancolia e memria. Mediante essas abordagens verificamos quais consequncias esto ligadas ao perodo ditatorial, e como elas fazem parte da compreenso do sujeito melanclico. Para dar conta da teoria relacionada melancolia utilizamos os textos de autores como: Sigmund Freud (1976), Maria Rita Kehl (2009), Julia Kristeva (1989), Walter Benjamin (1985), Susan Sontag (1976), Suzana Lages (2007). Para os estudos relacionados resistncia e a memria, utilizaremos os textos de Alfredo Bosi (2002), Jacques Le Goff (2003), Paul Ricoeur (2007) e Aleida Assmann (2011), serviro de base para nossas reflexes.
Resumo:
O presente trabalho tem como objetivo geral analisar como ocorre a intertextualidade dos escritores T. S. Eliot, James Joyce, Robert Stock, Emily Dickinson, Walt Whitman e Ezra Pound, na obra de Mrio Faustino. De acordo com autores como Bosi (1994) e Benedito Nunes (1985), a poesia de Faustino resulta da soma de poetas que ele leu, em diferentes momentos, tais como: Mallarm, Yeats, Rilke, cummings, Joyce e Pound, deste ltimo se utilizou do lema repetir para aprender, criar para renovar. O lema de Pound remete direta ou indiretamente presena de outros autores em alguns poemas de Faustino. Mas este fato sempre foi tratado com poucas comprovaes prticas. Assim, estabelecemos alguns parmetros para escolher quais autores seriam analisados: utilizaremos somente autores anglfonos e, dentre eles, apenas autores que Faustino traduziu em suplementos literrios e em uma revista. Partindo desse princpio, os autores foram distribudos em dois momentos que definimos como ciclos: o ciclo-norte, o qual abrangeu o suplemento Arte-Literatura e a revista Norte; e o ciclo-sudeste, o qual abrangeu o suplemento Poesia-Experincia. Em ambos os ciclos, procuramos meios que nos permitissem mostrar que determinados autores esto presentes na obra de Faustino, seja por meio da criao de novos poemas com base em um poema de um autor anglfono ou por meio da incorporao de elementos caractersticos de determinado escritor tambm anglfono. Para esta pesquisa utilizamos alguns autores como: Chaves (1986) Kristeva (1974) e Bakhtin (2003; 2006), Santiago (1978), Nunes (1985; 1986; 1997; 2009) e Campos (1977; 1992). Percebemos, de acordo com Compagnon (2007), como ocorre o trabalho de reconstruo da escrita, neste caso na anlise entre as tradues realizadas por Mrio Faustino e os poemas dele, no qual cada etapa um liame de uma imensa trama que liga este texto a outros lidos e recortados, que manipulado por um indivduo, ao mesmo tempo, autor e leitor (Faustino). Assim, o autor/leitor, possuiu como prtica a tarefa de citar, ou seja, redizer o que j havia sido dito por outros.
Resumo:
A pesquisa Pardia e carnavalizao no cancioneiro Chico Buarque de Hollanda investiga os aspectos pardicos e carnavalescos presentes no repertrio de Chico Buarque, enfatizando a carnavalizao, inicialmente, como uma prtica cultural medieval, baseada nas teorias de Mikhail Bakhtin, a cerca do carnaval medieval e renascentista analisado na obra do francs Franois Rabelais, proposies desenvolvidas no livro A cultura popular: na Idade Mdia e no. Desta anlise, o presente estudo destaca os principais elementos constituintes dos ritos carnavalescos: 1) o dialogismo entre o discurso popular e o discurso potico, uma vez que toda comunicao uma ao recproca; 2) a ambivalncia da linguagem carnavalesca que primava por estabelecer a ligao entre os plos positivos e negativos referentes ao ciclo nascimento-morte; 3) o riso e as suas complexidades de significaes e realizaes que oscilam entre a ingenuidade e a stira; e por fim 4) a pardia que incorpora todos os elementos citados anteriormente para sua realizao. Partindo da apreenso destes conceitos, ser traado tambm um breve panorama histrico para compreender as mltiplas facetas artsticas de Chico Buarque e a sua relao com a vida social, a fim de perceb-lo por meio de sua produo como poeta lrico social. Para comprovar a importncia do carnaval na cultura universal, dando nfase cultura brasileira, as canes Tem mais samba (1964), Sonho de um carnaval (1965), Amanh, ningum sabe (1966), Noite dos mascarados (1966), Roda-viva (1967), Ela desatinou (1968), Apesar de voc (1970), Quando o carnaval chegar (1972) e Vai passar (1984) sero analisadas num estabelecimento comparativo entre o carnaval contemporneo e o carnaval medieval, observando as confluncias e dissonncias, que ainda fazem parte desta festa popular. Desta apreciao, o presente estudo assinala a importncia da obra de Chico Buarque pelo valor potico e cultural presente em todas as suas atividades artsticas. Os critrios de anlise sero pautados num estudo bibliogrfico entre as teorias carnavalescas de Bakhtin e as msicas de Chico Buarque, que aqui sero compreendidas como poemas-canes, destacando dessas a temtica do carnaval.
Resumo:
Esta dissertao analisa a presena da moralidade no conto "Cinco Mulheres", de Machado de Assis, publicado no Jornal das Famlias em agosto e setembro de 1865, para tanto considera a perspiccia do narrador na composio da personagem feminina e na construo do enredo. Objetivou-se ressaltar como Marcelina, Antnia, Carolina, Carlota e Hortncia, mesmo delineadas para figurar em um jornal moralizante, revelam muito sutilmente a ruptura com a submisso que se esperava da mulher da poca. Para isso, foram observados, no peridico, as sees, os expedientes, os editorias, as ilustraes, a fim de perceber cintilaes da representao de subordinao alegrica da mulher do sculo XIX. A escassez de textos crticos sobre os primeiros escritos do autor revela o desinteresse com que essas obras tm sido tratadas e a leitura do conto em tela uma maneira de resistir compreenso de que somente os textos depois da dcada de 80 merecem complexidade, o que tambm objetivo deste estudo. Com isso, o levantamento da fortuna crítica dos textos iniciais de Machado, em especial os direcionados aos seus contos, oportuniza discutir sobre a composio da figura feminina e como ela era apresentada leitora do jornal casamenteiro. Ao invs de apresentar o casamento como sustentculo da sociedade, o "Bruxo do Cosme Velho" apresenta as incongruncias possveis de ocorrer nos matrimnios: enlaces sem amor, infelicidade do casal, traio do marido e da esposa, o que possibilita leitora da poca refletir sobre sua condio subalterna diante da sociedade patriarcal e do cerceamento vivido.
Resumo:
Este artigo vincula-se aos estudos sobre o pensamento educacional no Brasil. Abordamos as interpretaes de Jos Verssimo sobre os problemas nacionais da educao brasileira no final do sculo XIX e incio do sculo XX. Nossa inteno apresentar e analisar estas interpretaes, realizadas na Primeira Repblica. Jos Verssimo nasceu em bidos, no Par, em 1857, e faleceu no Rio de Janeiro, em 1916, passando parte de sua vida intelectual no Par e parte na capital da Repblica, onde fundou e participou ativamente da Academia Brasileira de Letras (ABL) e da Revista Brasileira. O autor foi estudioso importante nas discusses sobre as consequncias do colonialismo portugus e as tentativas frustradas de uma poltica republicana de educao no Brasil. Para Jos Verssimo, a educao pblica deveria estrategicamente superar as degenerescncias raciais, especialmente localizadas nos sertes do Brasil, promovidas pela colonizao. Os "Brasis" que sociologicamente constituam o territrio nacional quela poca so pensados por Verssimo como um entrave a ser superado pela Repblica para a insero do Pas na ordem moderna que, para ele, significava civilizao. Mas esta civilizao almejada se efetivaria, na sua perspectiva, na medida em que todos os brasileiros fossem includos em um projeto de unidade nacional.