965 resultados para Andrade, Oswald de, 1890-1954 Crítica e interpretação
Resumo:
O estudo ora apresentado pretende concentrar-se, principalmente, na anlise do romance Vida e morte de M. J. Gonzaga de S e trazer alguma contribuio no que se refere relao desta obra com aspectos do romance moderno, assim como identificao de procedimentos narrativos que explicitam traos do realismo de Lima Barreto, perpassados pela experincia da modernidade no Brasil. Nesse percurso, busca-se revelar a dinmica que se estabelece entre cidade e subjetividade na vinculao com a memria individual e as consequncias para a realizao da narrativa. Realizou-se, inicialmente, uma abordagem histrica de temas como a origem do romance, a formao do pblico leitor na Inglaterra e no Brasil e as concepes de realismo que perpassam a forma romance, a fim de se compreender e identificar o lugar da obra de Lima Barreto na histria da Literatura. Apresentou-se, ainda, correlao das concepes de memria e histria, que podem ser vislumbradas no romance estudado, a partir de estudos tericos de obras escolhidas de Friedrich Nietzsche e Walter Benjamin
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In me tota ruens Venus Vnus derrubando-se inteira sobre mim, esse verso de Horcio representa claramente a posio dos personagens de Fedra e Hiplito na tragdia Hiplito de Eurpides. Em linhas gerais, Fedra, enfeitiada por Afrodite, sofre de amor pelo seu enteado Hiplito, que a rejeita veementemente. Enfurecida pelo tratamento dispensado por Hiplito no s a ela, mas s mulheres em geral, Fedra acusa Hiplito de estupro, atravs de um bilhete e suicida-se logo em seguida. Teseu, pai de Hiplito, ao encontrar a esposa morta, exila o filho e providencia que ele seja morto. As tenses criadas pelos discursos de Fedra e Hiplito tm sido material de inmeros debates crticos. A anlise da fortuna crítica levanta mais perguntas que fornece respostas. De todas as linhas críticas, duas linhas antagnicas merecem ser ressaltadas. A leitura crítica do discurso misgino que ir defender que Eurpides no pregava a misoginia atravs dos seus textos, mas, muito pelo contrrio, a combatia ao fazer mudanas no mito dando voz a personagens femininas to fortes quanto Fedra. E a leitura do discurso feminista que ir defender que h um discurso misgino presente no texto de Eurpides, fruto de uma imposio ideolgica vigente na Grcia do sculo V a.C.. O presente trabalho ir discutir ambos discursos e demonstrar, que a sua maneira, Eurpides no era misgino
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A proposta deste estudo confrontar a obra potica de Joo Cabral de Melo Neto pela perspectiva de uma anlise lingustico-discursiva. Procuramos de imediato estabelecer de que maneira um estudo do lxico, da sintaxe e dos aspectos discursivos pode contribuir para a compreenso e o desvendamento da obra desse poeta. Para tanto, concentramos nossas investigaes no mbito dos procedimentos lingusticos de Joo Cabral, buscando verificar os alcances de atuao da linguagem e do estilo como elementos de manifestao artstica da lngua, nos limites do lxico e da organizao sinttica. A partir da, tentamos entender como essas manifestaes produzem os efeitos de sentido na constituio potico-discursiva do texto
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Este trabalho se prope a analisar diferentes ocorrncias do fenmeno da metafico presentes nas obras da escritora Adriana Lisboa e estabelecer conexes existentes entre o fenmeno e o drama da conscincia humana, constatando que os impasses derivados da busca de uma identidade expe a arte a uma representao irnica da realidade. Nesse sentido, analisamos as obras Sinfonia em branco, romance publicado em 2001, Um beijo de colombina, de 2003 e Rakushisha de 2007, visando a interpretação e o estudo do processo de construo dos romances, sobretudo, na sua relao entre fico, realidade, identidade, dvida e silncio. A partir destas perspectivas, verificamos que todas as obras guardam em si uma multiplicidade de olhares e vozes a retratar, nas pequenas coisas do cotidiano, um universo de poesia a refletir tanto a escrita quanto a nossa condio humana
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Este trabalho se prope a analisar diferentes ocorrncias do fenmeno da metafico presentes nas obras da escritora Adriana Lisboa e estabelecer conexes existentes entre o fenmeno e o drama da conscincia humana, constatando que os impasses derivados da busca de uma identidade expe a arte a uma representao irnica da realidade. Nesse sentido, analisamos as obras Sinfonia em branco, romance publicado em 2001, Um beijo de colombina, de 2003 e Rakushisha de 2007, visando a interpretação e o estudo do processo de construo dos romances, sobretudo, na sua relao entre fico, realidade, identidade, dvida e silncio. A partir destas perspectivas, verificamos que todas as obras guardam em si uma multiplicidade de olhares e vozes a retratar, nas pequenas coisas do cotidiano, um universo de poesia a refletir tanto a escrita quanto a nossa condio humana
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Diversos crticos enfatizaram a vertente de Noite na taverna, de lvares de Azevedo, obra que se consagrou, portanto, como uma narrativa pertencente ao gnero fantstico, apesar de no corresponder plenamente concepo do gnero desenvolvida por Tzvetan Todorov, em Introduo literatura fantstica subsdio fundamental para os estudos da fico inslita. "Fantstica"!, "sobrenatural", "de horror", "ttrica", "sombria", "macabra", "monstruosa", "dantesca", "simbolista avant la lettre", "gtica", "satanista", "byroniana" so alguns dos termos empregados pela crítica nos principais estudos publicados acerca da obra. Trata-se de uma multiplicidade de classificaes que, no entanto, no a caracterizam adequadamente e s demonstram a dificuldade de definir-lhe o gnero. Refletindo sobre tais aspectos e partindo dos principais estudos crticos produzidos sobre a obra desde sua primeira edio, consideramos a pertinncia de a classificarmos como integrante do gnero fantstico. Procura-se ainda, aps minuciosa leitura destes estudos, identificar os momentos da histria e da crítica literria brasileira em que Noite na taverna foi classificada com termos que a associaram a uma forma de literatura incomum no Brasil nacionalista do sculo XIX.
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Este trabalho faz uma anlise comparativa de algumas das principais obras de histria literria do Brasil, publicadas no sculo XIX e incio do sculo XX, escritas, respectivamente, por Ferdinand Wolf, Slvio Romero e Jos Verssimo. So analisadas as concepes de nacionalismo, de histria e de literatura que veiculam, relacionando-as com as ideias que circulavam poca em que foram escritos Le Brsil Littraire, de Ferdinand Wolf, a Histria da Literatura Brasileira, de Slvio Romero, e a obra homnima de Jos Verssimo. Sendo assim, alm de analisar as obras comparativamente, o presente trabalho recupera o significado histrico que comportam, uma vez que as insere no quadro de referncias vigentes no momento em que apareceram. Partindo do pressuposto de que a caracterstica principal desses textos a ideia de nacionalismo, estudam-se os significados atribudos a este termo desde meados do sculo XIX at incios do sculo XX, momento em que foram escritas aquelas histrias literrias. Ademais, relacionam-se as narrativas s variadas formas de se pensar a histria, enquanto disciplina, nesse perodo, procurando identific-las pelo modo como constroem a explicao histrica. Por fim, as ideias que apresentam a respeito da literatura so articuladas no s s concepes de nacionalismo e de histria que aqueles textos veiculam, como tambm reflexo que ento se fazia
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O tema desta Dissertao de Mestrado a anlise dos conceitos de analogia e assurreio (objetos formais) na obra Soledades (objeto material) de Luis de Gngora, bem como suas implicaes filosficas e formais. Pretendi fazer uma anlise do poema, tendo em vista perseguir a seguinte hiptese: a desmesura e a desproporo que as Soledades apresentam no so fruto de um mero capricho estilstico. Elas nascem de uma interveno do furor potico, entendido como furor divino. Gngora teve acesso a essas concepes mediante o influxo de ideias hermticas e neoplatnicas na Pennsula Ibrica. Tais influxos so responsveis por uma amplificao especialmente aguda da doutrina da analogia. O desdobramento mximo dessa nfase no princpio da analogia propriamente a assurreio, tal como definida por Claude-Gilbert Dubois. A partir desses elementos, esta Dissertao de Mestrado pretendeu proceder a uma anlise de alguns motivos, cenas e trechos do poema narrativo Soledades, de Luis de Gngora y Argote, mostrando como ele elabora a doutrina da analogia de proporcionalidade e em que momento essa analogia aguda produz a assurreio, ou seja, o corte transversal na hierarquia dos corpos institucionais, movimento este em geral entendido em termos teolgicos e polticos como heresia. Por outro lado, h a importante relao entre hermetismo, neoplatonismo e literatura na Renascena, bem como a maneira pela qual a doutrina do furor potico se infiltrou nas artes e na poesia espanholas por via italiana nos sculos XVI e XVII. Concentrei-me no conceito de assurreio e na anlise do deslocamento metafsico-teolgico das analogias de proporcionalidade presentes nas Soledades, cotejando-as com a distribuio dos lugares naturais de cada elemento do cosmos, fixada sobretudo por Santo Toms de Aquino, a maior autoridade da teologia catlica na Pennsula Ibrica do sculo XVII
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A efervescncia cultural e poltica dos anos 20 contribuiu para o surgimento do romance nordestino de 30. Nesse momento, o engajamento do intelectual era uma necessidade e as produes artsticas foram mediadas por influncias polticas de esquerda ou de direita. Com isso, as obras literrias ganharam um tom de denncia, expondo nossos problemas sociais. O intelectual brasileiro se viu entre dvidas e tenses e destacamos, na primeira parte desse trabalho, as posturas dos seguintes escritores: Jos Amrico de Almeida (1887-1980), Rachel de Queiroz (1910-2003), Jorge Amado (1912-2001), Jos Lins do Rego (1901-1957) e Graciliano Ramos (1892-1953). Na segunda parte, tomamos as obras do escritor paraibano, Jos Lins do Rego, para analisar o posicionamento desse intelectual frente as questes de sua poca. Com base nas discusses que o escritor pe em relevo em seus romances, identificamos a abordagem da relao entre intelectual e operrio, os limites da figurao do outro o negro e a mulher pobre , a continuidade e a ampliao da escravido no sculo XX. Cotejando as respostas de Jos Lins com as dos demais romancistas nordestinos de 30, verificamos como se estabeleceu o dilogo entre esses escritores e quais so os limites de seus posicionamentos
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O fogo, do latim focus, conota uma multiplicidade de imagens levadas sempre para a intensidade, para o extremo, porque por si s, o fogo exuberante, fascinante, encantador, deriva-se em chamas, calor, brasa, paixo, erotismo, lume, incndio e, na arte, uma imaginao ardente. A partir dessas consideraes, pretende-se mostrar que a obra do poeta portugus Al Berto, Horto de Incndio, relaciona-se com a imagem potica do fogo, desdobrando-se ora em sexualidade, por meio da erotizao da palavra, ora em morte, por intermdio do uso dessa imagem como profecia do seu prprio fim, antecipado nas pginas que se queimam no jardim de incndio. Para tanto, apia-se a presente pesquisa nos livros do filsofo francs Gaston Bachelard, acerca do fogo, suas simbologias e significaes na arte potica
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Atravs da viso multidimensional que a Literatura proporciona, acredita-se que a voz de Simone de Beauvoir desperta o pensamento crtico dos leitores sobre a condio da mulher, na segunda metade do sculo XX. A anlise se situa entre os odores que exalam do estudo de Walter Benjamin sobre o conceito de reflexo dos primeiros romnticos alemes e os sabores dos desencobrimentos presentes em A Mulher Desiludida, narrativa ficcional de Simone de Beauvoir. O que a literatura?, ingrediente adicionado por Jean-Paul Sartre, traz consistncia ao texto que, em sua finalizao, apimentado pela Teoria Esttica, de Theodor Adorno. O autor do Magnum opus a Dialtica do esclarecimento demonstra ainda a necessidade de se acrescentar o gosto que incomoda para que saibamos apreciar o alimento que nos oferecido. Todo o banquete servido sobre a base fundadora do feminismo: O Segundo Sexo. Agucem todos os sentidos, a iguaria ser servida
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Em Vinte e zinco, o escritor moambicano Mia Couto, recorrendo ao universo telrico de seu pas, tenta recuperar, ficcionalmente, um perodo cronolgico que perpassa dias imediatamente anteriores e posteriores Revoluo dos Cravos em Portugal, quando se deu a queda do regime salazarista, no 25 de Abril de 1974, iniciando a narrativa em 19 de Abril e concluindo-a no dia 30. O escritor vale-se de recursos ldicos inerentes produo ficcional, somados s possibilidades estticas oferecidas ao longo do processo de resgate sociocultural dos valores da terra. Assim, conta uma histria em que elementos do maravilhoso so legveis como comuns realidade quotidiana. A narrativa apresenta a funo da Casa dos Castro os integrantes da famlia e suas relaes com frica e das demais personagens que transitam ao seu redor seja na figura de negros, seja na de alguns brancos, estes, assimilados ao avesso ou no. Essas personagens juntas mesmo que estejam, em determinados momentos, em lados opostos caminham, como representao da dualidade colonial, em direo apotetica cena inslita em que se do a ascenso do Napolo e a tempestade que cai ao final, manchando a terra s vsperas do 25 de Abril. Mia Couto, em um universo cercado de mitos, crenas e tradies, torna visvel o invisvel, espelhando, no plano da diegese, a realidade desse cenrio, e recupera, pela via das trocas culturais ao longo dos sculos, estratgias de construo narrativa ficcional desenvolvidas nas literaturas latino-americanas a fim de representar Moambique em sua obra. Assim, apropria-se dos preceitos do Real Maravilhoso, em sua vertente africana aqui chamada de Real Animismo miacoutiano para apresentar essa mestiagem cultural com imagens plurivalentes do real
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O objetivo desta dissertao o de ler a obra Trs cartas da memria das ndias, do escritor portugus Al Berto, buscando desvelar sua conexo com toda uma tradio genolgica do pico, bem como assinalar a sobrevivncia deste gnero na ps-modernidade. Para Tanto, buscar-se- fazer um percurso de tal gnero na literatura portuguesa, contemplando, tambm, os seguintes autores: Lus de Cames, Os Lusadas, Cesrio Verde, Sentimento dum Ocidental, e Fernando Pessoa (lvaro de Campos), Opirio.
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A crnica um gnero textual hbrido, por oscilar entre a subjetividade da literatura e a objetividade do jornalismo. Ela nasce de fatos corriqueiros, est vinculada fala e interao e tem um estilo que simula naturalidade. Diante de um texto desse tipo, de que maneira podemos dissociar as marcas de oralidade como constituintes da construo composicional do gnero das marcas de oralidade usadas como recurso estilstico do cronista? Para responder a essa questo, recorremos Estilstica e aos estudos sobre oralidade e escrita, guiando-nos, prioritariamente, pelas ideias de Marcel Cressot, Nilce SantAnna Martins, Norma Discini, Jos Lemos Monteiro, Claudio Cezar Henriques, Srio Possenti, Dino Preti, Hudinilson Urbano, Luiz Antnio Marcuschi, Ingedore Villaa Koch e Eni P. Orlandi, entre outros. Trabalhamos, em adio, a linguagem jornalstica sob a perspectiva de Patrick Charaudeau. O corpus utilizado para este trabalho terico foi organizado a partir de crnicas de Joaquim Ferreira dos Santos, cujos textos, em sua maioria, voltam-se para a influncia da modalidade falada da lngua no cotidiano dos leitores, o que demonstra sua preocupao com a linguagem. Adotamos a linguagem sob a perspectiva sociointeracionista, nos termos de Mikhail Bakhtin, e sustentamos a viso de que as marcas de oralidade nas crnicas de Joaquim configuram-se como recurso estratgico para produzir um efeito de sentido pretendido pelo autor em determinado contexto
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Esta dissertao investiga de que maneiras a representao do sujeito canadense pode ser encontrada em dois romances representativos da literatura canadense contempornea: Obasan, de Joy Kogawa, e Alias Grace, de Margaret Atwood. Esta investigao tambm demonstra que a busca pela definio da identidade canadense tem sido tema constante e relevante da cultura deste pas. A indefinio quanto ao que significa ser canadense tambm tem permeado a literatura canadense ao longo dos sculos, notadamente desde o sculo XIX. A fim de observar a representao literria da busca pela definio da identidade canadense, esta investigao aborda os conceitos relativos representao de grupos subalternos tradicionalmente silenciados. A anlise comparativa dos romances citados contempla a relao entre memria e trauma autobiogrficos, assim como as semelhanas narrativas entre fico e histria. Esta investigao tambm verifica de que maneiras a literatura ps-moderna emprega documentao oficial, relatos histricos e dados (auto) biogrficos a servio da reescrita da histria atravs da metafico historiogrfica