2 resultados para Samuel A. Lafone Quevedo

em Universidade de Lisboa - Repositório Aberto


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Tese de doutoramento, Estudos da Literatura e da Cultura (Estudos Comparatistas), Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, 2014

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A presente dissert§Ã£o tem como objetivo analisar tematicamente a polémica de 1715/16 entre Leibniz e Clarke, não apenas, como é usual, no âmbito das conceções do esp§o e do tempo, mas no conjunto dos seus temas metafísicos, teológicos, gnosiológicos e físicos. Na estrutur§Ã£o da dissert§Ã£o, adquiriu um papel central o confronto dos autores em torno da noção de liberdade, cuja importância é evidente na utiliz§Ã£o do princípio da razão suficiente e seus corolários, na distinção entre verdades de razão e verdades de facto, entre os diversos tipos de necessidade, nas conceções alternativas de esp§o e de tempo, na alternativa entre átomos e mónadas, na questão dos limites do universo, na rel§Ã£o entre a alma e o corpo, nas teses relativas à providência divina, na forma como se concebe a rel§Ã£o de Deus com a sua máquina, na noção de milagre e nas próprias noções de força e de movimento, pelo menos no que respeita à sua rel§Ã£o com Deus, isto sem desprezar a abordagem direta da própria noção de liberdade. Com este enquadramento, pretende-se mostrar, através de um eloquente exemplo histórico, que as teorias científicas naturais se podem alicerçar em teorias metafísicas e que esses alicerces não têm que se esgotar, mesmo no seio da metafísica, nas questões estritamente cosmológicas, isto para lá de poderem existir influências nunca menosprezáveis de domínios não filosóficos, como é o caso da teologia dogmática. Apesar disto ser evidente na abordagem dos textos, existe uma sistemática menoriz§Ã£o contemporânea desta determin§Ã£o, como se fosse uma idiossincrasia da época ou uma deferência que a ciência tinha de ter numa época ainda obscurecida pela autoridade das igrejas e pela especul§Ã£o filosófica. Esta abordagem pretende compreender todos os aspetos do pensamento expresso pelos autores na polémica, na sua integralidade, sem reservas de qualquer tipo.