117 resultados para estudante estagiário
Resumo:
A promoção de saúde demanda uma ação coordenada entre população, poder público e setor saúde, visando à melhoria das condições de saúde. A formação médica deve propiciar ao estudante o contato comunitário e o desenvolvimento de ações de promoção da saúde no contexto em que vive a comunidade. Este artigo descreve a experiência de realização do planejamento participativo e interação comunitária conduzida por estudantes do curso médico em uma área atendida por equipe de Saúde da Família em Montes Claros (MG), ocorrida entre agosto de 2009 e março de 2010. A Estimativa Rápida Participativa e o Método Altadir de Planificação Popular foram os métodos norteadores das atividades, possibilitando o enfrentamento de um problema vivenciado pela população e a intervenção direta e positiva da comunidade nos determinantes do seu processo saúde-doença com apoio dos estudantes de Medicina, que consolidaram os conceitos de promoção da saúde e de prática educativa transformadora.
Resumo:
A partir da criação do Sistema Único de Saúde (SUS) e da implantação do Programa Saúde da Família (PSF), exige-se que os novos profissionais da saúde pública desenvolvam, desde os cursos de graduação, visão integral do paciente e olhar crítico para a realidade da comunidade e para sua própria atuação no PSF. Com esse objetivo, a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas (Famed-Ufal), em 2005, introduziu modificações curriculares que permitem aos estudantes uma vivência mais ampla no contexto da Atenção Primária à Saúde (APS). Este relato discorre, por meio da análise qualitativa de diários de campo, sobre as experiências de 22 acadêmicos de Medicina do segundo período durante as aulas práticas em uma comunidade coberta pelo PSF. Oitenta e seis por cento dos alunos observaram algum tipo de dificuldade enfrentada pela Unidade de Saúde; 95% destacaram a correspondência entre aulas práticas e o processo de aprendizagem; e 59% apontaram a importância da relação médico-paciente. Desta forma, o contato inicial do estudante de Medicina com os serviços de APS deve ser vivenciado de forma ativa e crítica, com estímulos para que investigue aspectos desconhecidos para ele até então.
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As transformações nas condições sociais de trabalho surgidas nas últimas décadas restringiram a disponibilidade do contato profissional-paciente, levando a uma fragmentação e desumanização do cuidado à saúde. Dessa necessidade surgiu o programa Recrutas da Alegria (RA), da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), com a ideia de "formar um profissional diferente", com o intuito de horizontalizar as relações com a equipe hospitalar e a abordagem dos pacientes. O RA é promovido pelos cursos da área de saúde da Furg e é uma ação de extensão. As atividades são desenvolvidas na Ala Pediátrica do Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Júnior (HU). Esta experiência demonstrou que a humanização não é um fato isolado, não acontece em apenas um ambiente, mas constitui comportamentos e atitudes que se refletem na atuação dos acadêmicos. O programa permite aos acadêmicos questionar o papel do médico e do estudante do curso de Medicina, bem como valorizar as histórias que vão além da história clínica, compreendendo o paciente como um todo.
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O aprendizado por meio da interação com pacientes é vital para a educação médica. É sabido que a participação do aluno na prática médica é bem aceita pelos pacientes. Entretanto, na especialidade de Ginecologia, a natureza íntima da consulta torna a discussão do tema mais delicada. Este trabalho avaliou como as mulheres atendidas em ambulatórios do SUS percebem o atendimento ginecológico prestado por estudantes de Medicina e objetivou identificar pontos positivos e negativos da consulta relatados por elas. Foi feito um estudo de corte transversal com 360 mulheres através da realização de entrevistas. Os resultados apontaram que, embora a maioria das mulheres considerasse boa a presença do estudante, 52,7% relataram receio quanto à presença deste. A principal justificativa para o sentimento positivo foi o interesse do aluno. Dentre as que julgaram ruim a presença do estudante, a vergonha foi o principal motivo citado. A maioria avaliou que o sexo do aluno não influencia sua opinião sobre a consulta. Concluiu-se que a avaliação de como as mulheres vivenciam esse atendimento é essencial para aprimorar a relação estudante-paciente e aumentar a aceitação desse tipo de atendimento.
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Pesquisa qualitativa com o objetivo de identificar as contribuições, limites e sugestões indicados para o aperfeiçoamento da integração ensino-serviço entre a Faculdade de Medicina de Marília e a Secretaria Municipal de Saúde de Marília, para a formação de enfermeiros e médicos. Realizada com base nas narrativas de docentes, estudantes e profissionais dos serviços, a análise pautou-se no método hermenêutico-dialético. Verificou-se que a integração ensino-serviço possibilita a inserção precoce do estudante no mundo do trabalho, a construção do conhecimento pautado na prática, a troca de informação com os profissionais dos serviços e a ampliação das ações junto à coletividade. Como limite, foi identificada a falta de reconhecimento do papel do estudante, falta de suporte da gestão e indefinição de papéis da academia e do serviço. Sugerem-se ampliação da inserção do professor colaborador nas atividades acadêmicas, melhorias na gestão da Atenção Básica e revisão do contrato de parceria, como parte da necessidade de corresponsabilização nos processos de ensino-serviço.
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Na Faculdade de Medicina da UFMG, a tutoria, no formato mentoring, vincula-se ao Núcleo de Apoio Psicopedagógico ao Estudante e é atividade obrigatória. Como em outras escolas médicas, propõe ser um espaço de acolhimento ao estudante no início do ciclo profissional. O objetivo deste trabalho é avaliar, na visão do estudante, a relevância da tutoria em sua formação e as características comuns aos vários grupos. Foram aplicados questionários com perguntas fechadas e abertas aos estudantes do 6º, 11º e 12º períodos do curso médico, com análise descritiva dos resultados quantitativos e análise de conteúdo das questões abertas. Participaram da pesquisa 81% dos estudantes do sexto período e 51% do sexto ano. Houve controvérsia sobre a relevância da atividade, muitas vezes relacionada com obrigatoriedade e inadequação dos tutores, imediatamente após a mesma e ao final do curso. A necessidade de espaço para discutir temas não relacionados com a formação médica puramente técnica também foi salientada. Numa perspectiva geral, a tutoria é atividade importante no quadro curricular, mas é urgente aprimorar o programa, a seleção e a formação dos tutores.
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Dentre os desafios atuais da educação médica, encontra-se a inserção curricular de conteúdos e experiências educacionais voltados para o desenvolvimento de competências afetivas. A literatura tem indicado um declínio gradual do idealismo e humanismo do estudante ao longo do curso, indício de erosão do currículo médico. O objetivo deste estudo foi avaliar o desenvolvimento de competências afetivas e empáticas dos estudantes do curso de Medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), por meio da análise de 39 narrativas produzidas por estudantes da segunda e terceira séries em 2010. A análise de conteúdo baseou-se na epistemologia qualitativa, com base na qual foram estabelecidas três categorias: ritual de iniciação do estudante: vivências e dificuldades; vivências emocionais no decorrer da formação médica; benefícios pedagógicos da medicina narrativa: os desafios do desenvolvimento da empatia. A segunda série pareceu representar para os estudantes uma fase de adaptação ao contexto hospitalar, vista a necessidade de exteriorização dos próprios conflitos e de suas barreiras emocionais. Na terceira série, observou-se melhor desenvolvimento tanto de habilidades empáticas quanto de uma visão mais integral da condição dos pacientes e seus dramas. Conclui-se que a medicina narrativa foi uma abordagem efetiva para o aprendizado da empatia e da competência afetiva nos estudantes de Medicina, além de instrumento válido em nosso meio para avaliação de competências empáticas e humanísticas. A progressiva adesão dos estudantes legitima e consolida a medicina narrativa no espaço curricular, revalorizando a formação médica em suas práticas intersubjetivas. Entretanto, este estudo aponta a necessidade de novas investigações, utilizando-se métodos mistos para melhor compreensão do impacto dessa abordagem a longo prazo.
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A formação do médico inclui, como etapa integrante da graduação, estágio curricular obrigatório de treinamento em serviço. O estágio em Estratégia Saúde da Família (ESF) foi implantado em 2007, no décimo período da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas, no primeiro ano do internato. Este estudo tem como objetivo analisar o desenvolvimento discente na Atenção Básica durante o estágio em ESF na percepção dos estudantes, estruturado como pesquisa qualitativa, com delineamento de estudo de caso. Os dados foram coletados por meio da técnica de Grupo Focal e analisados com a ferramenta de análise de conteúdo segundo Bardin. Emergiram quatro categorias: autonomia como reconhecimento de valor; relacionamento com usuários e profissionais do serviço; sentimento de frustração do estudante diante da realidade dos serviços de saúde; aquisição de competências e habilidades. Muitos dos fatores analisados foram necessários à composição de um quadro compreensivo quanto ao desenvolvimento de competências e habilidades específicas, previsto nas Diretrizes Curriculares Nacionais. Ao final, entendemos que cabe às escolas médicas dar continuidade às reflexões sobre o processo de formação dos graduandos.
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A reforma curricular implantada em 2005 no curso de graduação em Medicina do Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso) com a utilização das metodologias ativas de ensino-aprendizagem, no caso a aprendizagem baseada em problemas (ABP), e com a passagem pela Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) desde os primeiros períodos pode influenciar a trajetória de formação profissional de seu estudante? Para responder a esta questão - objetivo deste estudo -, procedeu-se a uma pesquisa qualitativa com os discentes matriculados no quinto período do curso, por meio de entrevistas, as quais foram categorizadas e analisadas. Os resultados evidenciaram significativa receptividade ao novo modelo curricular, pelo entendimento de que este é capaz de suscitar novas reflexões dirigidas à futura prática do estudante, e, igualmente, ao conceito de saúde e ao processo de adoecimento. Verificou-se, ainda, que a opção precoce por uma especialidade, expressa pela maior parte dos entrevistados, não foi alterada sob o novo currículo e que a formação do médico como generalista ou médico de família é ainda pouco valorizada.
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INTRODUÇÃO: Os cursos de Medicina do Brasil oferecem, nos dois últimos anos, o estágio obrigatório nas cinco áreas médicas essenciais, chamado internato. Atualmente, serviços de saúde das redes municipais e estaduais passaram a compor os estágios do internato. OBJETIVO: O presente estudo dedicou-se a conhecer a realidade do internato do curso de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco através da perspectiva do preceptor. METODOLOGIA: Trata-se de um levantamento descritivo, de natureza qualitativa, em um corte transversal, aplicado às cinco áreas básicas do internato. Foram realizadas entrevistas com os preceptores coordenadores dos serviços de saúde envolvidos no internato. RESULTADOS: As categorias temáticas mais relevantes para o estudo foram: expectativa do preceptor sobre a formação médica durante o rodízio; modelos de ensino da preceptoria; gestão do ensino e integração ensino-serviço. CONCLUSÕES: O estudo representa um aprofundamento sobre as atividades de ensino nos cenários de prática do internato. As categorias analisadas representam pontos cruciais para o aperfeiçoamento da integração ensino-serviço. Outros estudos deverão abordar as perspectivas do estudante, do professor e do gestor, importantes para complementar as informações obtidas no presente estudo.
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INTRODUÇÃO: Historicamente, a medicina caminhou paralelamente aos valores humanísticos até que as bases científico-tecnológicas desenvolvessem importantes conhecimentos, dando ao atendimento humanizado, por vezes, uma posição secundária. Apenas nas últimas décadas, vem-se pensando em maneiras de conciliá-los. Neste contexto, acadêmicos da Universidade de São Paulo (USP) criaram o MadAlegria, no qual a figura do doutor-palhaço atua no desenvolvimento da empatia e da abertura para a escuta e o diálogo com pacientes adultos por meio do lúdico. MATERIAIS E MÉTODOS: Alunos da área da saúde caracterizados como doutores-palhaços visitaram pacientes hospitalizados. Em 2011, o projeto contou com 38 voluntários que atuaram semanalmente no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp); no ano seguinte, o projeto se expandiu para outras enfermarias do Complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Paralelamente, foram realizados estudos para conhecer o impacto da atuação do doutor-palhaço sobre pacientes adultos, profissionais da saúde e alunos que participam do projeto. RESULTADOS: Os resultados preliminares de estudo com os acadêmicos sugerem que eles adquiriram habilidades de comunicação e ampliaram a visão do paciente. CONCLUSÃO: Futuras pesquisas poderão elucidar mais detalhes a respeito dos benefícios do treinamento na saúde mental dos estudantes envolvidos.
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Assim como em qualquer comunidade, fatores estressantes estão presentes no dia a dia dos acadêmicos de Medicina, impactando sua qualidade de vida. Como um desdobramento da experiência pedagógica na disciplina Saúde e Sociedade, do curso de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), um grupo de alunos decidiu investigar o tema, a fim de conhecer a própria percepção sobre o assunto. A partir de um grupo focal e com base em parâmetros adotados pelo Grupo de Qualidade de Vida da OMS, foram analisados fatores que têm determinado a qualidade de vida dos acadêmicos de Medicina. O principal elemento considerado na qualidade de vida do estudante de Medicina da Ufop é uma extensa carga horária curricular, frequentemente associada a uma carga excessiva de atividades extracurriculares, que limitam práticas de esporte, lazer e qualidade de sono. Outro ponto considerável é a precária relação dos alunos com a infraestrutura da cidade. Considera-se o grande desafio que se apresenta à adequação do programa do curso às diretrizes curriculares nacionais sem prejuízo das condições necessárias à saúde física e mental dos graduandos.
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As modificações da medicina tornaram o conhecimento biomédico soberano, gerando a perda da relação médico-paciente, o que fomentou o movimento pela humanização. Na Universidade Federal do Paraná (UFPR), formou-se o projeto de extensão "ProCura - a arte da vida", a fim de implementar a humanização entre os alunos e em suas relações profissionais. Seus objetivos se baseiam nos pilares: relação estudante-paciente, relação estudante-estudante e formação teórico-reflexiva, e se subdividem nos grupos Cineclube, Clown e Contação de Histórias. De 2010 a 2012, 79 alunos participaram e atenderam 905 pacientes, 505 acompanhantes e 107 funcionários. Apesar de limitações de alcance no que concerne a atingir todos os alunos do Setor de Ciências da Saúde, o projeto pretende fomentar a discussão entre grupos e que seus ideais e atividades se espalhem e permeiem o meio acadêmico.
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INTRODUÇÃO: Há pouca discussão na literatura sobre quais procedimentos médicos o estudante de Medicina deve ser capaz de realizar no final do curso de graduação e em qual momento do currículo escolar eles devem ser inseridos. METODOLOGIA: Uma comissão formada por especialistas de diversas áreas organizou uma lista de possíveis procedimentos médicos diagnósticos e terapêuticos, sugerida por estudos e debates do grupo e que estivessem de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais de 2001. Após consenso do grupo, mediante aprovação de mais de 75% dos integrantes da comissão, os procedimentos que de fato deveriam integrar o currículo foram definidos. RESULTADOS: Mais de 50 procedimentos médicos foram definidos, de acordo com o nível de complexidade esperada para o aluno de graduação. Após esta definição, tais procedimentos foram distribuídos na matriz curricular e divididos didaticamente em momentos de aprendizagem de domínio cognitivo e domínio motor. CONCLUSÃO: O presente estudo apresentou uma proposta de definição das competências e habilidades relativas aos procedimentos médicos a serem alcançadas pelos estudantes de Medicina de graduação em nossa instituição e teve como objetivo sistematizar a sua distribuição na matriz curricular.
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Introdução O processo de avaliação formativa nas escolas médicas envolve o professor na observação direta do desempenho do estudante. Esta avaliação gera desconforto e angústia para alguns professores, na tentativa de serem justos e imparciais. Este trabalho tem por objetivos identificar as dificuldades na avaliação dos estudantes de Medicina, conhecer os sentimentos, conceitos e crenças dos professores frente ao processo e identificar os fatores que dificultam e facilitam esta avaliação. Método Foram conduzidos três Grupos Focais com professores do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais estratificados por tempo de docência e classificados quanto a gênero, titulação e categoria funcional. As reuniões tiveram uma moderadora auxiliada pelo pesquisador, duraram entre 90 e 120 minutos e terminaram quando ocorreu a saturação do tema. Toda a discussão foi transcrita e rendeu 118 páginas, que foram submetidas à análise de conteúdo. Resultados O discurso foi categorizado em cinco grandes temas: dificuldade da avaliação de habilidade clínica e atitudes; relação professor-aluno; sentimentos vivenciados pelos docentes durante a avaliação; fatores facilitadores; necessidade de mudanças. Conclusões Os docentes sentem falta de objetivos bem definidos e instrumentos avaliativos específicos. Reconhecem a necessidade de melhores conhecimentos pedagógicos e considera a avaliação formativa uma situação solitária, com pouco respaldo da instituição.