167 resultados para Panstrogylus megistus
Resumo:
Relata-se o encontro de início de colonização domiciliar por parte de Panstrongylus megistus, no Vale do Ribeira situado no Sistema da Serra do Mar na região meridional do Brasil. O encontro permite considerar a possibilidade de domiciliação como conseqüência de pressão seletiva resultante da modificação antrópica do ambiente.
Resumo:
São apresentados os resultados obtidos mediante as observações sobre o processo de domiciliação triatomínea em região incluída no domínio paisagístico Tropical Atlântico, considerado como centro de dispersão do Panstrongylus megistus. As observações foram levadas a efeito no período de março de 1976 a outubro de 1978, em áreas onde a domiciliação inicial implicou a participação dessa espécie e do Triatoma infestans. Após a realização do expurgo, as pesquisas de vigilância com ritmo trimestral e o levantamento final evidenciaram a ocorrência de novo processo de domiciliação triatomínea, porém restrita ao P. megistus e limitada ao peridomicílio, com coeficientes de positividade de edifícios acentuadamente inferiores aos registrados quando do levantamento inicial. Tal situação perdurou durante todo o período de observação. Após o expurgo, o valor geral do coeficiente de positividade dos edifícios variou do valor mínimo de 0,8% ao máximo de 2,7%, enquanto que foi de 23,4% o observado por ocasião do primeiro levantamento. Essa situação persistiu pelo tempo mínimo de dois anos e quatro meses, o que permite recomendar que a vigilância e a aplicação do expurgo seletivo, se necessário, sejam iniciadas após cerca de três anos decorridos da desinsetização geral. Recomenda-se que, nesse interim, se proceda à motivação dos habitantes locais objetivando obter-lhes a colaboração para a denúncia de novos focos intradomiciliares. No possível mecanismo de transferência da infecção tripanossômica para o ambiente domiciliar, as evidências sugerem a participação de vertebrados domiciliados, em especial modo ratos (Rattus) e gambás (Didelphis), de hábitos ubiquistas. O papel do P. megistus no processo de evolução da nova domiciliação triatomínea foi praticamente exclusivo, tendo o Rhodnius neglectus ocorrido de maneira esporádica. O não reaparecimento do T. infestans pôde ser atribuído à pouca ou mesmo ausente mobilidade da população humana local. Os resultados da participação de P. megistus na reinfestação domiciliar mostrou que esta rapidamente atingiu os níveis de positividade observados para essa espécie na área testemunha, mas sem tendência ao incremento posterior.
Resumo:
Em colônias de Panstrongylus megistus, espontaneamente desenvolvidas em galinheiros experimentais, pôde-se observar as condições de desenvolvimento, variação e permanência de seus componentes. Foram obtidos também dados sobre os ciclos anuais e a sobrevivência, O aspecto cíclico caracterizou-se pela maior produção de formas adultas no último trimestre do ano, ocasião que coincide com o encontro dessa espécie no ambiente domiciliar. Face a tais achados, considera-se que o período de produção de adultos representa a fase "infestante" para o ambiente domiciliar "suscetível", este representado pelas áreas tratadas, ou seja, as previamente submetidas ao expurgo. Nesse período, ocorre o risco da reinfestação e subseqüente domiciliação desse triatomíneo, a partir do ambiente extradomiciliar. Tais informações permitem sua utilização nas atividades de vigilância epidemiológica.
Resumo:
É mostrada a importância atual da atividade de "notificação de barbeiros" pela população, na vigilância epidemiológica da doença de Chagas no Estado de São Paulo. São estudadas as variações ocorridas no número de notificações encaminhadas pela população no período de 1974 a 1983, relativa a uma área da Região Nordeste do referido Estado, com infestação por Panstrongylus megistus. Observou-se que a população responde aos estímulos à sua participação. Verificou-se aumento do número de notificações a partir do mês de outubro, mantendo-se similar nos meses de novembro e dezembro. Não foi encontrada relação entre os índices de infestação e o de notificação.
Resumo:
Os efeitos da privação alimentar sobre a oogênese de P. megistus foram estudados em laboratório. Imediatamente após a ecdise imaginária, foram formados seis grupos (GI a GVI) de 15 casais, que receberam alimentação da seguinte maneira: GI -- no 5º e no 25º dias de jejum; GII -- no 5º e 35º dias; GIII -- no 5º e no 45º dias; GIV -- no 20º dia; GV -- no 30º dia; GVI -- no 40º dia de jejum. Após esses períodos, todos os grupos receberam alimentação a cada 15 dias. O grupo de controle foi formado por 15 casais, alimentados no 5º dia após a ecdise imaginária e, subseqüentemente, a cada 15 dias. GI apresentou o maior número de acasalamentos, produziu mais ovos e maior fertilidade. GII teve maior vida média, maior fecundidade e maior número de eclosões. GIII apresentou o menor período de sobrevivência, baixas fecundidade, fertilidade e eclosões. GVI apresentou os resultados menos favoráveis em todos os parâmetros, exceto em relação ao período de pré-ovipostura. O grupo de controle apresentou os melhores resultados em todos os parâmetros.
Resumo:
O objetivo do estudo foi avaliar as mensurações de cascas de ovos de duas colônias laboratoriais e uma silvestre de P. megistus. De cada uma das colônias, 50 cascas de ovos foram mensuradas por meio de microscópio estereoscópico e sistema de análise de imagem QWin. A análise estatística foi efetuada utilizando o teste t-Student, não pareado no programa INSTAT. A largura, o comprimento e o diâmetro da abertura opercular das cascas de ovos de uma colônia silvestre foram maiores que de duas colônias laboratoriais de P. megistus.
Resumo:
A qualidade das habitações e o desmatamento foram estudados em Caconde e São José do Rio Pardo, municípios paulistas com taxas diferenciadas de infestação domiciliar por Panstrongylus megistus, e com desenvolvimento sócio-econômico dessemelhante. Para o conhecimento da qualidade das habitações recorreu-se a dados registrados na Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN) durante a década de 70; o estudo do desmatamento foi realizado em mapas, construídos por nós a partir de fotografias aéreas, obtidas em vôos realizados pela Secretaria de Agricultura em 1972 e 1983. A análise sócio-econômica baseou-se nas informações do Censo Agro-pecuário e em entrevistas com agrônomos dos municípios. O estudo mostrou uma situação de maior precariedade das casas em Caconde. Essa situação decorre do menor desenvolvimento sócio-econômico deste município, confirmando assim uma tendência já demonstrada em pesquisas anteriores. O desmatamento foi mais intenso em São José, onde o desenvolvimento social é maior e no qual à taxa de infestação é menor, fato que mostra um comportamento oposto entre os dois determinantes nestes municípios. Os vínculos entre o desmatamento e o maior desenvolvimento sócio-econômico pode também ser demonstrado na medida em que se pode relacionar a atividade produtiva com a destruição da cobertura vegetal natural. Cabe sublinhar que esta tendência de efeito oposto do desmatamento não inverteu o resultado final, ou seja, que o confronto dessas forças determinantes resultou ainda numa taxa de infestação superior em Caconde, área de menor desenvolvimento social. A existência dessas tendências opostas entre os determinantes revela, desse modo, uma maior complexidade no processo de infestação por P. megistus, sem produzir, no entanto, reversão do resultado final.
Resumo:
Objetivando verificar a colonização de Panstrongylus megistus em ecótopos artificiais em Florianópolis foram examinados, de 1985 a 1992, 779 anexos peridomiciliares (524 galinheiros, 46 currais e 209 ranchos) em 9 localidades e 443 domicílios no distrito de Lagoa, todos na Ilha de Santa Catarina. Todo o ecótopo, incluindo forro e porão das casas, era examinado após aplicação de líquido insentífugo (Pirisa a 5%). A pesquisa nos anexos peri-domiciliares revelou 3 galinheiros e um rancho positivo no distrito de Lagoa, onde foram também encontrados 2 domicílios colonizados pelo P. megistus, com a captura de ovos, ninfas e adultos em todos os ecótopos. Pesquisas dirigidas foram realizadas em dois outros domicílios e em uma escola, nos quais os moradores haviam detectado anteriormente exemplares de P. megistus e, em todos os 3, foi confirmada a colonização pelo triatomíneo. Nos 9 ecótopos artificiais foram coletados 559 ovos, 305 ninfas e 24 adultos de P. megistus, com um índice de infecção pelo T. cruzi de 53,3% (182/329). Índice de infecção semelhante, de 56,5% (78/ 138), foi também encontrado nos adultos de P. megistus oriundos dos ecótopos silvestres e capturados nos domicílios pelos moradores, no período de 1983 a 1991. Os testes de precipitina revelaram, em 94,0% dos insetos examinados (170/181), sangue de uma única fonte alimentar e presença de sangue humano em 80,6% (25/31) dos adultos e em 5,8% (1/17) das ninfas capturados nos domicílios. Os resultados encontrados sugerem a necessidade de adoção de medidas de vigilância epidemiológica com a participação da comunidade, face o risco potencial de domiciliação do P. megistus.
Resumo:
Foram encontradas cinco cobaias Cavia porcellus naturalmente infectadas pelo Panstrongylus megistus, em domicilio infestado pelo Panstrongylus megistus, em área endêmica para Doença de Chagas no Estado da Bahia, Brasil, entre seis exemplares examinados. Embora os Autores não considerem a Cavia porcellus importante epidemiologicamente como reservatório doméstico da Doença de Chagas nessa área, chamam a atenção para o fato de, por ser esse roedor altamente susceptível a infeciar-se com o T. cruzi e excelente fonte para infectar diversas espécies de triatomineos, poder em casos especiais, assumir no Brasil papel epidemiológico de destaque, como ocorre na Bolívia e no Peru.
Resumo:
O Malathion concentrado (0-0 dimetilfosforo ditioato de dietil mercapto - succinato) foi usado para combater o Panstrongylus megistus, principal vector da doença de Chagas, numa zona endêmica do Estado da Bahia. A eficácia do malathion no controle desse triatomíneo foi constatada após ter sido aplicado três vezes, no período de um ano e meio, em intervalos senjestrais. A ação letal do inseticida tanto se faz sobre as formas ambulantes, como sobre os ovos de P. megistus. Em vista da eficácia para o controle do triatomíneo, de não terem sido observados efeitos tóxicos colaterais para o homem e do custo operacional ser relativamente baixo, os Autores concluem que o malathion é uma arma valiosa para uso nas campanhas contra os transmissores da doença de Chagas.
Resumo:
Durante o ano de 1972 a 1975 o Baygon (OMS-33) 2 - isopropoxifenil - N - metil - carbamato foi utilizado no combate ao P. megistus numa pequena área de 200 casas no Estado da Bahia endêmica para a doença de Chagas. Somente na dosagem de 1,6mg/m², em duas aplicações anuais, os resultados foram considerados satisfatórios, Devido ao elevado custo do produto, é considerado que ele não possa ser utilizado em campanhas profiláticas do governo, podendo entretanto ser utilizado por fazendeiros de recursos em suas próprias fazendas protegendo-se assim contra a proliferação dos vetores da Doença de Chagas.
Resumo:
Four methods for detecting household infestations with Panstrongylus megistus were compared: 1) manual collection; 2) collection after pyrethrum application; 3) search viable eggs; and 4) Gomez-Nuñez boxes. Manual collection was the most sensitive method (23% infested), followed by pyrethrum (21%), Gomez-Nuñez boxes (15%) and viable eggs (12%). About 10% of infested houses were positive exclusively on the Gomez-Nuñez box test. More over, 6 out of the 7 houses positive exclusively on the Gomez-Nuñez method were located in a recently sprayed area, where P. megistus density was low. Inspection of Gomez-Nuñez boxes at 12 weekspost-application was twice as effective as inspection at 6 weekspost-application. Triatomine feces was the most common evidencefor thepresence of P. megistus found within Gomez-Nuñez boxes. Gomez-Nuñez boxes area a useful adjunct to manual collection in detecting domestic infestations with P. megistus, especially in areas where bug densities are low. However, the utility of Gomez-Nuhez boxes must be weighed against the time and labor they require.
Resumo:
De janeiro de 1986 a fevereiro de 1994foram aplicados 563 xenodiagnósticos (XD) em igual número de pacientes chagásicos crônicos de diferentes áreas do Brasil; 292 mulheres e 271 homens com idades entre 6 e 89 anos (média = 41,4 ± 14, 7 anos). Em cada XD foram empregadas 40 ninfas no 4S estádio: 20 de Panstrongylus megistus (Pm) e 20 de Triatoma infestans (Ti) em jejum de pelo menos 14 dias. O exame de cada ninfa foi realizado 45 dias depois de aplicada no paciente, através da observação por microscopia óptica das fezes e/ou do triturado do tubo digestivo. Foram observados os seguintes resultados: a) XD positivos em 205 (36,4%) pacientes, sendo 85 (15,1%) devido exclusivamente às ninfas de Pm, 44 (7,8%) devido às de Ti e 76 (13,5%) devido a ambas Pm e Ti; b) positividade em 4,9% das ninfas de Pm e em 3,0% das ninfas de Ti. A análise destes resultados mostrou que as ninfas de Pm foram mais sensíveis do que as de Ti à infecção pelo Trypanosoma cruzi, aumentando significativamente a xenopositividade, independentemente da área de origem, sexo e faixa etária dos pacientes. Estes resultados indicam que, para aumentar o rendimento do XD na doença de Chagas crônica, este exame deve conter mais de uma espécie de triatomíneo com diferentes sensibilidades à infecção pelo T. cruzi e, no caso de uso de apenas uma espécie, as ninfas IV de Pm devem substituir as ninfas IV de Ti.
Resumo:
No combate à doença de Chagas no Brasil, foi utilizado como primeira medida o controle químico, erradicando o Triatoma infestans, o mais importante vetor, tal combate vem favorecendo o aparecimento de vetores secundários, como Triatoma sordida and Panstrongylus megistus, espécies que podem eventualmente ser encontradas no domicílio, como os triatomíneos provenientes de Bernardino de Campos e Sete Barras por nós examinados que foram encontrados no domicílio e positivos para o T. cruzi, sugerindo que, apesar da doença de Chagas estar controlada no Estado de São Paulo, existe a necessidade de aprimorar os conhecimentos sobre o comportamento destes vetores para que mudanças nas medidas de controle sejam introduzidas.
Resumo:
Em resposta a denúncias de triatomíneos em ilhas do Alto Rio Paraná foram investigados 145 ecótopos artificiais e 4 (2,8%) deles encontravam-se infestados: residência, "clube", ex-escola e monte de madeira. Foram analisados 17 de 35 P. megistus coletados; 12 (70,6%) apresentavam-se infectados por Trypanosoma cruzi. Ave e roedor constituíram as fontes alimentares mais comuns. Todos os exames sorológicos (56 de humanos, 18 de cães e 10 de gatos) foram negativos.