9 resultados para desconstrução

em Línguas


Relevância:

20.00% 20.00%

Publicador:

Resumo:

Este artigo analisa os procedimentos desconstrutores efetuadosna linguagem, evidenciados no poema-livro Galáxias (1984), de Haroldo de Campos, em que a concepção de escritura é estabelecida como “jogo”. Utilizou-se como referencial teórico-metodológico as formulações de Gilles Deleuze, sobretudo o seu conceito de instância paradoxal, e as reflexões de Jacques Derrida, especialmente as formulações que deslocam a concepção de unicidade do sentido. Conclui-se que a textualidade de Galáxias realiza incessantes desterritorializações no campo da sintaxe, do léxico, da lógica e da semântica. No entanto, os procedimentos executados na materialidade da linguagem nesse longo poema variam significativamente entre seus diferentes fragmentos, alcançando inusitados efeitos de desestabilização do código estabelecido. Enfim, constata-se que o livro-viagem (ou a viagem como livro) de Haroldo de Campos trouxe uma contribuição significativa à poesia brasileira do século XX, sobretudo no que diz respeito aos textos de inovação ou às escrituras denominadas “desconstrutoras”.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

Objetivamos investigar a manifestação do ethos, produzido pelo orador no discurso, a partir da abordagem referente à modificação proverbial, denominada por Maingueneau e Grésillon (1984) de détournement proverbial por ‘captação’ e détournement proverbial por ‘subversão’. A primeira classificação evidencia um artifício persuasivo de mudança na apropriação do provérbio; entretanto, mesmo com a “desconstrução” aplicada, o détournement proverbial mantém-se dentro de sua estrutura semântica original. A segunda classificação procura subverter o détournement proverbial, discordando do teor semântico subjacente na composição do provérbio original. No título publicitário em questão, observamos a existência de uma nova estratégia na qual o enunciador, em um harmonioso jogo de palavras, capta e, ao mesmo tempo, subverte o provérbio, resultando em uma eficaz técnica argumentativa. Assim, à categorização dos pesquisadores, adicionamos o détournement proverbial de ‘entremeio’.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

A literatura afrofeminina sempre esteve à margem do cânone literário, identificando-se com a literatura “subalterna” excluída pela Tradição, ou seja, o “pensamento heterossexual” (WITTING, 2006) que silencia os grupos marginalizados e não-canônicos, a saber: mulheres, negros, homossexuais, entre outros que não correspondem ao modelo heterossexual-ocidental, representado pela branquitude. Dessa forma, analisar a obra “Olhos d’água”, de Conceição Evaristo, serve de mecanismo para desconstrução e desnormatização da análise literária clássica. A obra de Evaristo é considerada, além de seu destaque literário, como um instrumento de luta da literatura de autoria feminina e negra, dando voz às denúncias da opressão e da violência. Objetivamos com o nosso trabalho problematizar outras óticas do texto com base na análise discursivo-social das personagens femininas da obra de Conceição Evaristo. Através dessa análise podemos interrogar os lugares e a representação de valoração das práticas culturais não-hegemônicas, a fim de perverter a ordem patriarcal heteronormativa e legitimar a estética literária, “desmantelando” a naturalização da violência contra as mulheres negras e pobres.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

Vendo no resgate consciente de um discurso passado, tomado por canônico, a possibilidade da reconstrução de sentidos e exploração de “novas” estéticas, este trabalho objetiva refletir sobre o mito e o lastro cultural na obra Des-medeia (1995), de Denise Stoklos. No projeto estético desta dramaturga, o mito de Medeia é resgatado intertextualmente para ser desconstruído, fragmentado e reconstruído segundo novas significações. Se conforme a perspectiva grega politeísta o mito engendra-se como denotação do real, no contexto contemporâneo, conforme suas releituras e sua permanência na memória coletiva, fabuloso, é tomado como ficção, como metáfora da realidade. Na obra de Stoklos, todavia, erigido de acordo com novas molduras narrativas, o mito fabuloso é tomado como metáfora do modo como a sociedade ocidental se relacionou com as questões que formam o conteúdo narrativo do mito, em sua maioria, de tonalidade falocêntrica, tais como a traição, a violência, e as manifestações do caráter feminino. Assim, o mímema, a partir da indicação do mito como referente a ser desconstruído, dirige o público/leitor a questões essenciais que se referem não só à narrativa, mas ao modo como essa narrativa foi assimilada. O modo de assimilação ou representação, pois, também passa pelo processo da desconstrução, que é, em última análise, a desconstrução – reflexiva – do próprio sujeito (coletivo) que as operou. Na desconstrução do mito, pois, temos uma des-Medeia que atua no sentido de inverter o movimento trágico ao remodelar aquilo que se apreende como remetente à condição humana, haja vista que a obra de Denise Stoklos, que traz ao lado de um metafórico retrato do humano e do social uma proposta para o humano e para o social, por assim ser, parece agenciar o apaziguamento entre o individual e o coletivo, cerne da antinomia trágica presente no contexto contemporâneo. Se a esperança reside, no mais podemos falar de uma situação trágica, baseada no conflito histórico entre o indivíduo e as manifestações do social, mas que pode esvair-se tão logo haja do(s) indivíduo(s) uma atitude positiva em direção ao amor de que nos fala Stoklos. 

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

This essay tackles the contributions that Critical Discourse Analysis can offer to the teaching of Portuguese, especially in terms of reader formation. The deconstruction of the myth of scientific neutrality, and its implications to reading, is the first contribution presented. Next, the need of making Portuguese students aware of the discourse opacity that characterizes the texts that circulate socially is discussed. Finally, the development of the capacity of critical reading of Portuguese students is discussed and an analysis of a journalistic text is carried out by way of exemplification.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

O artigo apresenta alguns aspectos comuns entre a obra do escritor brasileiro Erico Verissimo e a do escritor angolano Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, conhecido como Pepetela, que, apesar de viverem em épocas e contextos históricos e geográficos diferentes, apresentam uma grande afinidade literária entre algumas de suas obras. Dentre essas obras que possuem elementos convergentes destacamos O tempo e o vento, trilogia formada pelos romances O continente (1949), O retrato (1951) e O arquipélago (1962), de Erico, e Yaka (1984), de Pepetela.  Ambos se assemelham por serem romances planejados por seus autores com um fim específico (em O tempo e o vento, a busca da identidade rio-grandense e a formação do estado do Rio Grande do Sul, e em Yaka, a formação da nação angolana e a construção da identidade nacional); por visarem à construção da identidade angolana e rio-grandense com base no contato de diferentes grupos sociais e raciais e por isso apostam na mestiçagem seja cultural ou biológica; por serem narrativas permeadas por guerras e revoltas sangrentas pela posse territorial; por apresentarem uma desconstrução de estereótipos criados pelo discurso oficial; e por ambos utilizarem recursos simbólicos e alegóricos de forma muito significativa, a começar pelos próprios títulos dos romances, passando por nomes de capítulos e de alguns outros elementos significativos em comum: terra, árvore, punhal e casarões coloniais. O texto aborda, principalmente, o processo de criação das duas obras, enfatizando as motivações que levaram Erico Verissimo e Pepetela a escrevê-las.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

O objetivo deste artigo é refletir sobre algumas teorias da tradução. Em um primeiro momento, a tradução será abordada do ponto de vista da lingüística tradicional, com o intuito de problematizar algumas questões como as eternas dicotomias teoria-prática e sujeito-objeto, que contribuíram para criar o mito da impossibilidade da tradução. Embora sejam questionáveis, essas dicotomias foram importantes para a constituição e para o fortalecimento da ciência lingüística, fundada em base positiva elogocêntrica. Saussure, Bakhtin, Jakobson, Mounin, Ottoni e Arrojo são alguns dos autores que orientam nossa reflexão inicial. Em um segundo momento, a tradução será considerada a partir da perspectiva da Desconstrução, de Jacques Derrida, bem como das leituras de Ottoni, Bass, Lapassade e Arrojo sobre esse filósofo franco-argeliano. A Desconstrução concebe a tradução como um verdadeiro acontecimento, capaz de mobilizarum paradoxo chamado double bind. Ao mesmo tempo em que sinaliza a necessidade e a impossibilidade da tradução, o double bind também deflagra a multiplicidade de línguas envolvidas no processo tradutório e convoca o leitor/tradutor para uma tarefa ( Aufgabe) que deve ser enfrentada como um dom. A Desconstrução, entendida como acontecimento e double bind, exige que a língua, a linguagem e a tradução sejam concebidas fora daquelas dicotomias estáveis e tão familiares da lingüística tradicional. Quando o tradutor mobiliza as línguas envolvidas no processo tradutório, opera uma verdadeira transformação entre as línguas de partida e de chegada, pois interfere em ambas e produz significados. Portanto, a Desconstrução derruba o mito do significado estável e exige um novo olhar, voltado não só à relação entre as línguas, mas também à tradução, no plural.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

O ensino da Gramática é uma prática até certo ponto controversa. Ao mesmo tempo em que parece ser adotada e necessária no ensino de língua estrangeira, também é alvo de críticas. Diante desta situação, questiona-se: qual seria o melhor jeito de se ensinar gramática? Deve-se ou não abordá-la em sala de aula? Tais dúvidas refletem-se neste trabalho, que objetiva, assim, investigar as crenças de dois professores em formação acerca do papel do ensino da Gramática em aulas de língua inglesa. Além disso, nos propomos a observar como a prática reflexiva e a experiência em sala de aula de língua estrangeira representam fatores que influenciam nas crenças de professores. O corpus utilizado consistiu de entrevistas, anotações de aulas observadas e questionário respondido por dois professores em formação que atuavam no Curso de Extensão da Universidade Federal da Paraíba no semestre letivo 2011.1. Buscando um maior embasamento teórico para as reflexões levantadas ao longo da pesquisa, nos utilizaremos das noções de autores como Barcelos (2004, 2006), Silva (2010), Perrenoud (2002), Farrell (2007, Thornbury (2010), dentre outros. Após a análise dos dados, constatamos que tanto a prática reflexiva quanto a experiência em sala de aula parecem influenciar as crenças dos professores. Ao refletir, planejar e vivenciar a aula, os participantes demonstraram estar em constante processo de evolução pedagógica e consequente desconstrução de determinadas crenças.   Palavras chave: crenças, professores em formação, ensino da gramática de língua inglesa

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

O presente estudo suscita uma problematização sobre o papel dos/as professores/as de língua estrangeira no manuseio de materiais didáticos disponíveis em seu contexto de atuação, a partir de uma proposta de análise e de suplementação de um livro didático de língua inglesa, tendo por base teorizações contemporâneas acerca de perspectivas críticas na educação linguística (DUBOC, 2012; PENNYCOOK, 2001, 2006; PESSOA; URZÊDA-FREITAS, 2012; SCHEYERL, 2012; AUTORA 1, 2015; SIQUEIRA, 2010, entre outros/as). A proposta deste estudo surgiu a partir das ações de um projeto desenvolvido no âmbito do programa Pró-Licenciatura de uma universidade pública do centro-oeste brasileiro. Um dos objetivos do projeto era produzir e adaptar materiais didáticos suplementares para uma turma de nível iniciante de inglês do Centro de Idiomas da instituição, que atende gratuitamente a comunidade interna e externa. Assim, com base em uma abordagem qualitativa de pesquisa e de cunho documental, compartilhamos aqui um recorte do projeto mencionado, apresentando a análise de um dos capítulos do livro didático adotado pela referida instituição, a partir das três visões de mundo discutidas por Leffa (2017): o mundo revelado, o encoberto e o possível. A análise aponta que é possível adaptar e elaborar materiais didáticos pautados em perspectivas críticas em turmas de níveis básicos, mesmo em face de contextos desafiantes e com recursos limitados. Concluímos, então, que o estudo e a ampliação de materiais didáticos sob a ótica dos três mundos discutidos por Leffa (2017) requer análise, pesquisa, reflexão, crítica, agência e coautoria/cocriação, em um processo contínuo, interpretativo e, sobretudo, não prescritivo.