5 resultados para Rio Paraná
em Línguas
Resumo:
Este artigo tem como objetivo apresentar as percepções das crianças sobre a escola e o bairro onde vivem, às margens do rio Paraná, em Foz do Iguaçu. Embora esse contexto dê lugar a formas de vida singulares para todos os moradores fronteiriços dos três países, nosso interesse nas crianças de quinto ano do ensino fundamental, do lado brasileiro, concentra-se nas percepções sobre o espaço onde residem, caracterizado por concentrar diversas atividades de transporte de mercadorias vindas do Paraguai. A criança, compreendida por meio das contribuições teóricas da antropologia da criança e da infância, é vista como atuante e também produtora de cultura. Os dados foram obtidos por meio da pesquisa etnográfica e técnicas próprias da psicologia como histórias de vida e desenhos. Uma das percepções evidenciadas é que ser criança no bairro é viver sob olhares de suspeita e experimentar sentimentos ambíguos, quando se referem ao trabalho dos adultos, mas também experimentar sentimentos de cuidado e a proteção desses adultos para com eles.
Resumo:
Even nowadays, with the access to information through the internet or even by means of apps on the cellphone, the market of printed tourist guidebooks, as a way of advertising tourist destinations, continues to work. In a global scope, one of the most recognized publishing companies is Lonely Planet, with publications about a great number of destinations, in until 11 languages, commercialized in various parts of the world. One of its theme is Brazil. The titles Brazil (2013), in Portuguese, Brasil (2014) and in the Italian guidebook, Brasile (2014) were selected. The manuals were analyzed in a post-doctorate research entitled, “Analyzes of tourist guidebooks about Brazil in the light of the Translation Studies Based on Corpus”. However, the analyzed chapters are just the ones that make up the South of Brazil, that is, Paraná, Santa Catarina and Rio Grande do Sul. The aim was to analyze the cultural markers with the highest level of keyness, presented in them and its respective translations in the guidebooks in Portuguese and in Italian. Nevertheless, for this article just the chapters referring to Paraná were selected. The theoretical basis were the Corpus Linguistic (Berber Sardinha, 2004), the Translation Studies Based on Corpus (BAKER, 1993, 1995, 1996, 1999, 2000; CAMARGO, 2005, 2007a, 2007b), as well as the studies about cultural markers (AUBERT, 1981, 1995, 2006). It was noted that even on the source language corpus there were markers in Portuguese language, such as “Curitiba” and “Iguaçu”, whereas the toponyms are quite frequent in this textual genre.
Resumo:
Ao ler a correspondência de João Guimarães Rosa com seu tradutor francês, Jean-Jacques Villard, surpreendi-me ao descobrir que um de seus contos mais conhecidos, A terceira margem do rio, havia sido publicado na revista Planète, editada pelos pais do realismo fantástico Louis Pauwels e Jacques Bergier. A revista, criada na esteira da comoção provocada por O despertar dos mágicos, colocava-se, antes de tudo, contra o positivismo científico dominante na época e levava em conta os fenômenos paranormais, a alquimia, as capacidades inexploradas do cérebro humano. “Rien de ce qui est étrange ne nous est étranger ” era o lema da revista. Neste artigo, pretendemos, por um lado, contar a estória da publicação e da tradução desse conto e, por outro, pensar esse fenômeno como integrado ao modo como as obras de Guimarães Rosa foram recebidas na França dos anos 1960.
Resumo:
O corpus deste trabalho corresponde a duas entrevistas realizadas com alunos do Ensino Médio de uma escola localizada no interior da cidade de Irati, Paraná, sendo parte de uma pesquisa de mestrado em andamento. Por meio das entrevistas, objetivamos uma investigação acerca da manutenção das línguas minoritárias, embasada em Ponso (2017), deste contexto tido como linguisticamente complexo, conforme Ogliari (2009), entre outros. Neste viés, os conceitos de estratégias e táticas postulados por Michel de Certeau (1998), que em sua interdependência levam os falantes a tomar posicionamentos diante de suas línguas, contribuíram para um melhor entendimento acerca da preservação das línguas do contexto frente à hegemonia do português como língua oficial. O exame das entrevistas seguiu os passos da metodologia qualitativa interpretativista, conforme André (1995), no que tange à análise de trechos nos quais os participantes expõem em seus discursos situações de usos da língua ucraniana e polonesa, entre outras. Com base nas declarações dos alunos, consideramos necessário serem pensadas estratégias que possibilitem a expansão, manutenção e legitimação do multilinguismo brasileiro e paranaense e, desta forma, o comprometimento e envolvimento de órgãos oficiais no que tange à viabilização e integração das línguas minoritárias no currículo escolar e na comunidade local, bem como na formação de profissionais para atuar nas instituições de ensino em contextos linguisticamente complexos.
Resumo:
Há estudos sobre os índios Kaingang no Paraná que contribuem para o entendimento da sua história, cultura, organização social e linguística. Entretanto, sobre a escolarização e a apropriação da linguagem escrita, tanto da língua kaingang, como da língua portuguesa, são raras as publicações e pesquisas sobre um tema que é muito relevante, haja vista o ritmo acelerado da perda de línguas minoritárias no mundo e no Brasil, a partir de uma política neoliberal de estado mínimo e pouco investimento em formação de professores para atuarem em áreas socialmente relevantes como as línguas, dentre elas as línguas indígenas que requer investimento na formação de professores e linguistas indígenas. Neste artigo apresentamos aspectos históricos sobre registros desta língua indígena, o projeto de alfabetização bilíngue implementado no Brasil e como esta vem ocorrendo com os povos Kaingang na região do Vale do Ivaí, no Paraná, com crianças do ensino fundamental. Por meio de pesquisa bibliográfica e empírica foi possível perceber que o ensino da língua materna indígena, mesmo entre crianças monolíngues em kaingang, entra no currículo como ensino de língua estrangeira, o que pode comprometer seriamente a aprendizagem, a alfabetização, tanto da língua indígena como da língua portuguesa. Evidencia-se que o investimento na formação continuada de professores indígenas é uma das estratégias para a superação de tal situação.