34 resultados para Português língua materna
em Línguas
Resumo:
Há estudos sobre os índios Kaingang no Paraná que contribuem para o entendimento da sua história, cultura, organização social e linguística. Entretanto, sobre a escolarização e a apropriação da linguagem escrita, tanto da língua kaingang, como da língua portuguesa, são raras as publicações e pesquisas sobre um tema que é muito relevante, haja vista o ritmo acelerado da perda de línguas minoritárias no mundo e no Brasil, a partir de uma política neoliberal de estado mínimo e pouco investimento em formação de professores para atuarem em áreas socialmente relevantes como as línguas, dentre elas as línguas indígenas que requer investimento na formação de professores e linguistas indígenas. Neste artigo apresentamos aspectos históricos sobre registros desta língua indígena, o projeto de alfabetização bilíngue implementado no Brasil e como esta vem ocorrendo com os povos Kaingang na região do Vale do Ivaí, no Paraná, com crianças do ensino fundamental. Por meio de pesquisa bibliográfica e empírica foi possível perceber que o ensino da língua materna indígena, mesmo entre crianças monolíngues em kaingang, entra no currículo como ensino de língua estrangeira, o que pode comprometer seriamente a aprendizagem, a alfabetização, tanto da língua indígena como da língua portuguesa. Evidencia-se que o investimento na formação continuada de professores indígenas é uma das estratégias para a superação de tal situação.
Resumo:
O presente estudo tem como objetivo discorrer sobre a variedade minoritária suíço-alemã no Brasil, mais especificamente em um distrito de Cafelândia, Paraná. Para esta finalidade, consideram-se fatores extralinguísticos (o contexto familiar) e linguísticos (alternância de código e mistura de línguas). A pergunta básica que orienta esta pesquisa é como se caracteriza e como se usa o dialeto suíço-alemão em contato com o português, e como esse idioma minoritário “sobrevive” se é adquirido em uma comunidade monolíngue de fala portuguesa, no Sul do Brasil. Notou-se, através de entrevistas e observação participante em três gerações de descendentes helvéticos (relativo à Helvécia ou Suíça), que, ao decorrer do tempo, o suíço-alemão, que primeiro era “língua” materna, foi substituído quase que completamente pelo português. Mesmo assim, pode-se perceber que persiste a iniciativa de conservar o dialeto suíço-alemão no Brasil, sendo que vários descendentes dos entrevistados bilíngues (re)migraram para a Suíça.
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O texto analisa algumas questões ligadas às opções teóricas, pedagógicas e políticas na formação e atuação do professor de língua portuguesa no Brasil, com base em textos oficiais (Diretrizes Curriculares, LDB, BNCC etc.) e bibliografia crítica (Nóvoa, Geraldi, Britto, Tardif, Freire, entre outros). Parte-se da hipótese de que a autonomia, tal como concebida por Paulo Freire, é um componente fundamental, tanto para a formação quanto para o exercício profissional da docência, e realiza-se um levantamento de alguns dos sentidos que o conceito assumiu no âmbito do pensamento pedagógico. São discutidos, como limites de ação, problemas já antigos do ensino de língua portuguesa nas escolas brasileiras de modo geral. Também se busca refletir de que maneira o contexto contemporâneo, incluindo as novas tecnologias de comunicação, traz impactos e necessidade ainda maior do exercício da autonomia, na formação e na prática do professor de português como língua materna.http://dx.doi.org/10.5935/1981-4755.20170005
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A Ilha de Timor, localizada a leste do arquipélago indonésio, corresponde a um território habitado há mais de 40 mil anos e conhecido desde há muitos séculos como fonte de sândalo de alta qualidade. Isso atraiu a atenção dos navegadores portugueses que passavam nesta região no princípio do século XVI. A partir de então, e por mais de 400 anos, Portugal explorou e ocupou esse território, mantendo um controle relativo dos povos locais, organizados em reinos independentes, e medindo forças com a estrutura colonial holandesa. Depois da Segunda Guerra Mundial, com consequências catastróficas para a ilha, as potências europeias enfrentaram os processos de descolonização. Quando a metade oriental da ilha declarou sua independência, o Timor Português daria lugar a República Democrática de Timor-Leste. No entanto, a invasão indonésia retardou por mais de vinte e quatro anos os anseios de liberdade do povo local. Com a participação decisiva da ONU, a resistência timorense obteve, enfim, sua vitória e, em 2002, essa nação pode começar a traçar seu próprio caminho de forma independente. Uma nova página começou a ser escrita, mas não com menos dificuldades e desafios. Nas entrelinhas desta história, a língua portuguesa percorreu uma estrada que a levou a ser escolhida como língua oficial da nação recém-formada. Os desafios gerados a partir desta opção se fundamentam em gerar política e planejamento linguísticos capazes assegurar a difusão e consolidação do português como traço cultural identitário e diferenciador do povo timorense, ao mesmo tempo em que possa acompanhar e fortalecer a tarefa maior da conquista da estabilidade social e política, consolidação da democracia e desenvolvimento desta jovem nação.
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Este artigo tem por objetivo refletir sobre os fenômenos de usos de línguas em e de contato, os aspectos lingüísticos e culturais, em comunidades multilíngües, um cenário de descendentes de (i)migrantes de vários estados do país e de países, principalmente aqueles que se encontram na fronteira do oeste paranaense. Pretende-se, também, mostrar se há alguma referência sobre os fenômenos de usos lingüísticos nos PCNs, documentos de orientação para o professor e facilitador da prática pedagógica, que, em nenhum momento, faz uma reflexão sobre os traços pluriculturais de contato lingüístico no português brasileiro, um tão complexo tema e tão real como o da diversidade de línguas em e de contato na região. Acredita-se que este conhecimento sociolingüístico é necessário para o trabalho em sala de aula - o professor desta região, que vai ensinar a Língua Portuguesa, tem que saber sobre a língua étnica de seu aluno. Trata-se, desse modo, de uma análise lingüística e didática a que os docentes precisam atender e, assim, possam ser aceitas para poder analisar os traços lingüísticos e culturais diferentes a partir da língua materna vernácula dos descendentes de (i)migrantes para poder observar e trabalhar os traços semelhantes e diferentes na oralidade e na escrita do aluno.
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Este artigo apresenta os resultados de um estudo realizado comvinte leitores proficientes em leitura na língua materna português) e na língua estrangeira (inglês), especificamente com relação a dois objetivos: identificar os tipos de estratégias mais utilizados pelos sujeitos durante a leitura de um texto não-especializado, e, a partir disso, verificar possíveis correlações entre freqüência de uso de estratégias e nível de compreensão leitora. Adotou-se a técnica dos protocolos verbais para a checagem das estratégias de leitura, e o método de Pearson para a verificação das correlações. Além da semelhança entre as estratégias empregadas na leitura na L1 e na L2, a análise estatística apontou para uma correlação entre a capacidade de resgatar informações textuais e o nível de compreensão leitora, tanto para o contexto da língua materna como para o contexto da língua estrangeira.
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The purpose of this paper is to describe facts related to my experience as Portuguese Professor in the West of Paraná. My memory from 1982 to 1987 is marked by a proposal of mother language teaching that is the resulted of the work of ASSOESTE/UNICAMP which tried to interfere in the traditional work of the classroom. We are going to remember actions that resulted into `The text in the classroom´ project that took place in the West, and after that all Paraná. The history recuperation enables the event registers, and the reflection about the past experience makes it possible a present clear analysis from the perspective of the building of more conscious and productive future actions.
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O presente estudo suscita uma problematização sobre o papel dos/as professores/as de língua estrangeira no manuseio de materiais didáticos disponíveis em seu contexto de atuação, a partir de uma proposta de análise e de suplementação de um livro didático de língua inglesa, tendo por base teorizações contemporâneas acerca de perspectivas críticas na educação linguística (DUBOC, 2012; PENNYCOOK, 2001, 2006; PESSOA; URZÊDA-FREITAS, 2012; SCHEYERL, 2012; AUTORA 1, 2015; SIQUEIRA, 2010, entre outros/as). A proposta deste estudo surgiu a partir das ações de um projeto desenvolvido no âmbito do programa Pró-Licenciatura de uma universidade pública do centro-oeste brasileiro. Um dos objetivos do projeto era produzir e adaptar materiais didáticos suplementares para uma turma de nível iniciante de inglês do Centro de Idiomas da instituição, que atende gratuitamente a comunidade interna e externa. Assim, com base em uma abordagem qualitativa de pesquisa e de cunho documental, compartilhamos aqui um recorte do projeto mencionado, apresentando a análise de um dos capítulos do livro didático adotado pela referida instituição, a partir das três visões de mundo discutidas por Leffa (2017): o mundo revelado, o encoberto e o possível. A análise aponta que é possível adaptar e elaborar materiais didáticos pautados em perspectivas críticas em turmas de níveis básicos, mesmo em face de contextos desafiantes e com recursos limitados. Concluímos, então, que o estudo e a ampliação de materiais didáticos sob a ótica dos três mundos discutidos por Leffa (2017) requer análise, pesquisa, reflexão, crítica, agência e coautoria/cocriação, em um processo contínuo, interpretativo e, sobretudo, não prescritivo.
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Este artigo propõe apresentar uma reflexão sobre o Projeto de Iniciação Científica vinculado ao Departamento de Letras da UFOP, realizado no ano de 2016, que objetivou investigar o ensino da Língua Portuguesa (LP) como segunda língua, a partir do uso da Língua de Sinais (LS) como base comunicativa, em uma escola da Rede Municipal de Ensino da cidade de Mariana-MG, que possuía 2 (dois) alunos surdos incluídos nas séries iniciais do ensino fundamental. Assim, foi determinante ao projeto que todo o processo de ensino-aprendizagem da LP para surdos fosse realizado, inicialmente, com o ensino da LS e, a partir daí, construíssem possibilidades quanto ao uso da LP escrita. Intencionou-se um trabalho diferenciado ao propor sua realização em sala de aula e com a participação de crianças surdas. O ensino-aprendizagem se desenvolveu apoiado sobre a Libras e sem a intermediação do intérprete. A metodologia adotada foi de cunho etnográfico, nesse sentido, buscou-se triangular os dados, o método e a teoria. Acompanhando o processo dinâmico que envolveu a abordagem, concluiu-se que o constante apoio de recursos visuais são ferramentas fundamentais que irão conferir embasamento ao processo de desenvolvimento de aquisição da LS e, consequentemente, o despertar da consciência para compreender e assimilar os processos de aquisição da LP, de tal forma a contribuir para um aprendizado significativo.
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Neste ensaio, baseado sobretudo nos estudos de Baker, Bogaerde e Jansma (2016) e de Pfau, Steinbach e Herrmann (2016), apresentamos as fases por que passam os bebês surdos, desde seu nascimento, para adquirirem uma língua de sinais como L1. Transitamos teoricamente, então, entre os períodos pré-linguístico, de uma palavra, das primeiras combinações, das combinações múltiplas até o estágio mais avançado. Tecemos, ainda, alguns comentários sobre a aquisição de segunda língua por crianças surdas. É importante dizer que aqui não consideramos, embora seja preciso, não só o contexto linguístico para o desenvolvimento das LS, como também o contexto extralinguístico. Por exemplo, crianças surdas filhas de pais surdos tendem a ter um processo de aquisição de uma LS de forma mais satisfatória do que crianças surdas filhas de pais ouvintes que dominam apenas uma LO. Além disso, há discussões importantes sobre surdos que usam implantes cocleares: alguns consideram que podem aprender apenas uma LO; outros que devem ser bilíngues bimodais (ou seja, dominar uma língua oral e uma língua de sinais). Esses assuntos precisam, ainda, ser mais bem desenvolvidos.
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This paper aims at reviewing literature regarding bilingualism, presenting some definitions in the field, specially highlighting the idea that this definition is linked to the question “In what degree is the individual bilingual?”. It will evidence the different ways of acquisition and the role family and school play in developing/ maintaining the children’s bilingualism. Therefore, attention will be given to the bilingual individual’s languages and their classification in relation to the concepts of mother language and second language. Finally, the role of education and the need to develop linguistic consciousness in the students will be discussed highlighting the importance of turning learners into individuals without linguistic prejudice and critic in relation to the role of languages in the society.
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Abstract This article aims to show an overview about how the elementary schools are working on reading in school environment in the last decades in Mato Grosso do Sul. To achieve this goal, twenty three students´ reports enrolled in the second year of Languages at a Federal University were analyzed. The reports were prepared by the students after they have read the Irandé Antunes text "The reading and its functions", this text was used as mainstay of corpus establishment on this study because Antunes discusses about the problems related to reading in school environment. This work is justified because, although several searches related to reading theme developed in many universities in the country, we noticed that old practices prevail in most schools regarding Portuguese lessons. Based on the reports in which students describe their reading histories in the period they were enrolled in the elementary and secondary school, it was possible to describe the problems that arise in school environment related to reading work. We use as theoretical assumptions Irandé Antunes, Sírio Possenti, João Wanderlei Geraldi and Ezequiel Theodoro da Silva´s words. We brought to the fore matters involving the reading and its relation to the family, grammar supremacy in favor of reading, the neglect of reading in school environment, the textbook presence, and last, indications of reading strategies that we consider successful in school where Portuguese lessons happened according to the Languages´ students in the period they studied elementary and secondary school. KEY-WORDS: Reading; School; Teacher
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In this text I argue, by means of contrast, about two different and opposite ways of understanding the process of teaching a mother tongue: one that focuses on the product of the objectifying thinking over language, basing the teaching process in the development of the capacity to recognize linguistic structures of different levels, which can range from recognition of the discourse genre to the minimum signifying units in the inner structure (phoneme) or, taking the opposite way, from minimum units to the higher levels; the other one focuses on language practices, taking the role of intuitive thinking over the language expressive resources as one of these practices, and among them we can find the discursive genres, but not having as a goal the product recognition of the objectifying scientific activity
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This paper aims to relate the generative assumptions and possible collaborations they have given to the "teaching" of Portuguese. With a methodology of research and reflection, it investigates the contribution of the concepts of generative theory and related studies to her in three areas related to the classroom: (a) the delivered content, what is meant by grammar; (b) the effectiveness of teaching materials, given the concepts that express; and (c) the teaching practices, difficulties and issues in "teaching" the mother tongue and the teaching methodology. Is adopted as theoretical frameworks, Chomsky's research (1965 and underlying works) to the basic concepts of Principles and Parameters Theory, the theory Kato (2005) on the grammar of the literate, the proposed VanPatten (2003) on the input and output, the precursor work of Silva (2013) which relates gerativismo and teaching, and the papers of Neves (1994), Costa and Barin (2003) and Pilati (2014) on the current reality of the classroom. It concludes that the gerativismo has contributed indeed with concepts that can mitigate the problems faced in "teaching" mother tongue and bring a significant change to education. The need for innovation in teaching practices is imminent and linguistic studies have proven the delay and inefficiency of the methodologies used in the school.
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This study discusses the aspects related to linguistics variation from the perspective of Educational Sociolinguistics. It has as main purpose to comprehend the relation between elements resulting from Sociolinguistic and the education of Native Language, as well as to motivate a reflection about the process of teaching-learning to make a profound study of the discussion of questions related to linguistic variation in the scholar context, looking for an improvement of teaching methodology. This study makes use of a methodological approach of qualitative and bibliographic character, since it aims to develop theoretical knowledge about Educational Sociolinguistics articulating these aspects with practical elements of teaching languages. For so, it was tried to develop an education intervention proposal, in order to motivate the teachers to develop their educational practices, based on language use, communicative situations, for the purpose of improving the students communicative competence. It refers to a proposal that has not been applied yet and that should be adapted according to the extra linguistic context, in which learning community is inserted, becoming then a real intervention. For now the aim is to encourage thoughts about its viability.