8 resultados para Ironia romântica
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Resumo:
This work aims to bring near the contemporary historical novels O feitiço da ilha do Pavão (1997), by João Ubaldo Ribeiro, e O Chalaça (1994), by José Roberto Torero, analyzing the crossing of references where both novels meet. These novels share a zone of mythical-literary appropriation, where they read the Hispanic myths of Don Juan and picaro. Torero’s novel rewrites situations from the Brazilian First Empire and it’s built by changing the perspective to Francisco Gomes da Silva, the “Chalaça”, friend and personal secretary of the emperor D. Peter I. In this way, the novel establishes an intertextual relationship with the traditional picaresque novel, recalling some structural motifs and textual organization that make a parody of the picaro autobiographical account. Ubaldo Ribeiro’s novel retrieves the Brazilian Colonial period, executing a concentration of that society and its time conflicts by parody, following by the tensions between the protagonist group (an its ideal of freedom and equality) and social institutions, such as the Church and Estate, symbols of domination and oppression. Don Juan appears in the novel through the aim of freedom and opposition to the established norms that is observed in the island. From this reading, we’ll try to work on specific dialogue points between both myths that can be noticed in the novels as well relating them to the romantic esthetic: the vengeance and the trip. Our study is based on the notion of the myth as a structuring principle of the narrative, according to Frye (1973, p. 333), and the comprehension of the text as heterogeneous, arranged as a mosaic of citations (KRISTEVA, 1974, p. 64).
Resumo:
A proposta deste trabalho é mostrar o caráter inovador de Machado de Assis através de sua maior inovação que foi Memórias Póstumas de Brás Cubas. É ressaltado aqui e comprovado através da análise desta obra que o autor não se prendeu a modelos pré-estabelecidos; sendo pelo contrário, um inovador em todas as escolas pelas quais transitou. É por isso que detectamos numa mesma obra a negação do Romantismo, a utilização de algumas características do Realismo e o uso de outras que não corresponde a esse período, mas ao estilo literário próprio do autor. Essas características chegam de forma caprichosa e astuta, como se mostra o narrador - defunto. É por isso que essa pesquisa expõe algumas das questões que cercam o narrador e sua posição no romance já citado. Por todoo trabalho, são analisados alguns pontos peculiares à obra machadiana, como as interrupções e volubilidade do narrador que, são características fortemente marcadas na obra para intensificar a negação de alguns dos principais pilares do Realismo, como a neutralidade, a imparcialidade e a objetividade. No decorrer do texto é observado o modo como o narradorpersonagem desconstroi, com sua ironia e seus “vaivens”, os ditames da onisciência e mistura com a subjetividade o tempo cronológico ao psicológico, de acordo com sua memória e imaginação criadora. Destacam-se nesse estudo, não só a posição do autor perante as características já mencionadas do Realismo, como o árduo combate ao sentimentalismo contido nas obras do Romantismo, assim como a compreensão e questionamento do autor acerca dos mecanismos que comandam as ações humanas através da sondagem psicológica; visto que Machado de Assis além de inovar no enredo, criar um narrador fora do padrão, retrata também os ditames sociais.
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No período barroco, apesar dos princípios teóricos e das prescrições que proíbem a ligação da poesia lírica a temas e linguagens prosaicos, recupera-se a vocação realista e concretista, com raízes na poesia cancioneiril medieval, que o classicismo renascentista interrompera. A realidade aparece, mais uma vez, reinventada em diversas graduações de ironia, sátira, caricatura, cómico, burlesco e grotesco; o pormenor, o contingente, o incidental, o baixo e o abjecto são essenciais nesta poesia, que busca a apreensão e exibição do real mais comum. Gregório de Matos é um dos maiores cultores desta sátira, que, com intenções de tipo mais ideológico ou mais pessoal, promove, através do lúdico e do riso, a fuga a mecanismos de repressão religiosa e social. O poeta não o admite, mas, para ele, a agressividade e a obscenidade satíricas podem e devem ser uma arte e uma pragmática ao serviço da verdade individual. A sátira de Gregório de Matos dá assim continuidade à linhagem de Lucílio e Juvenal, a que as poéticas portuguesas e estrangeiras se referem mais para exaltar a verticalidade ética dos autores do que para promover a linguagem directa a que recorrem.
Resumo:
O presente trabalho pretende lançar luzes sobre as mulheres especiais estão na criação romanesca machadiana, pois não faltam as mulheres dissimuladas nem as mulheres ambíguas, nem sensuais e muito menos as astuciosas. Elas não têm a fragilidade da mulher romântica, nem a desenvoltura da mulher contemporânea. Geralmente são mulheres maduras, balzaquianas, e se são jovens amadurecem muito cedo sob a lente machadiana.
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Este artigo analisa as personagens presentes no conto “Noite dealmirante”, de Machado de Assis, apresentando um narrador que detém seu olhar nos sujeitos de um mundo em que a tônica é a pobreza. Nesse conto cujo enredo aborda uma espécie de adultério entre pobres, a ironia machadiana apresenta a história da paixão ambígua entre o marujo Deolindoe Genoveva, que firma entre si uma promessa de fidelidade, quebrada, todavia, pela mentira e pela dissimulação de ambas as partes (também uma maneira de mascarar a instabilidade da condição socioeconômica de ambos), haja vista que o marinheiro oculta aos amigos seu desencontro amoroso com Genoveva, bem como esta assume o não cumprimento da palavra empenhada, pois, diante da dúvida do sucesso do relacionamento com o marinheiro, passara a viver com outro homem, reflexo das injunções econômicas às quais muitas das mulheres pobres e comprometidas da época estavam sujeitas, isto é, diante da incerteza de haver uma relação futura pautada pela estabilidade, muitas optavam por unir-se a outro homem, o qual pudesse pelo menos oferecer certa segurança econômica e mesmo amorosa.
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O presente estudo tem como objetivo o exame da peça O Judeu, de autoria de Bernardo Santareno ( pseudônimo de Antônio Martinho do Rosário), dramaturgo português falecido em 1980. A obra, toda ela construída dentro dos preceitos do teatro épico ,focaliza a vida ( e a obra) de Antônio José da Silva, o Judeu, e os percalços que teve de enfrentar não nó no sentido de deixar claro às autoridades inquisitoriais que não era praticante das leis do judaísmo, como de evitar a censura e a conseqüente encenação das suas comédias. Trata-se de várias peças dentro de uma só, uma vez que Santareno inseriu no seu trabalho representações de excertos das textos de Antônio José. Apoiando-se na dramaturgia de linha brechtiana, o dramaturgo português contemporâneo introduz em O Judeu, o Gestus, elemento indicador das relações entre os indivíduos entre si – no caso, Antônio José e seus antagonistas —, e com a Inquisição. Trata-se da vênia, realizada pelos súditos diante do rei, em sinal de respeito mas que, muitas vezes, transmuta-se no seu contrário; da completa imobilidade, seja no palco seja fora dele, do Judeu ao menor sinal de descontentamento das autoridades representativas da Inquisição, e, finalmente, do “ caminhar contra o vento”, maneira sutil e cautelosa de enfrentar uma realidade tão adversa a si e à sua obra.O expediente assim utilizado atinge o máximo de eficácia na medida em que não apenas revela os desmandos da Inquisição mas também os do Salazarismo, por intermédio da ironia do narrador, Cavaleiro de Oliveira, também comentador dos acontecimentos e porta-voz do Autor, cujas obras foram reiteradas vezes censuradas e proibidas de representação pela ditadura salazarista.
Resumo:
RESUMO: Análise do conto “A velha”, de Teolinda Gersão, com o objetivo de indicar sua tessitura irônica, entrelaçando confrontos entre as imposições do sistema e uma sociedade vista sob diferentes prismas, preocupando-se com os processos da escrita. A ambigüidade, as incongruências e os deslizamentos de sentidos, ao tomarem a ironia como categoria principal, vão refletir sobre a relatividade dos sentimentos humanos, sobretudo através do fingimento e de jogos encenados por suas personagens, e, desta forma, desmascarar a falsidade e a representação presente nos conceitos e nas leis que regem a sociedade moderna.
Resumo:
In this paper I analyse the discursive mechanics on a scene of the Brazilian film Ó paí, ó! , directed by Monique Gardenberg and based on Marcio Meirelles's play. As a start I reckon that the film textualises the social aspects parting from the relation between humour and denunciation. This relation mirrors at another one: the one between art and resistence, which is broadcast on the common sense as well as on the theoretical-political and artistical field. I reckon humour as the expression of both exaggeration and irony that is formulated by the interweavement of images, gestures, sounds and text. The denunciation, however, is viewed as the textualisation of the conflict, once there is an element of denouncement in the play (as well as in the film), since it intends to portrait the situation of the inhabitants of Pelourinho (a historical neighbourhood in Salvador) during the 90's. This was the period when the neighbourhood was under refurbishment, motivated by touristic interests. The analysis is done under the analytical and theoretical premises of the Discourse Analysis, on a materialist perspective. I also use the notions of interdiscourse, resistence and denunciation against the analytical notions of intradiscourse and discursive memory. I believe to be able to show how the visual formulations textualise social aspects, considering the intersection between humour and denunciation as an axis of sustainability of these formulations.