23 resultados para Transnational Social Movement, Transnational Dinamics
em Universidade Federal do Pará
Resumo:
O artigo discute a influncia do movimento social rural sobre as mudanas na poltica de apoio ao pequeno produtor rural e para a criao de parcerias entre o Governo e as Organizaes Locais para o desenvolvimento local na Amaznia, em particular no estado do Par. O objetivo do artigo examinar a parceria como um resultado de um processo interativo entre as mudanas nas polticas pblicas e as demandas dos movimentos sociais. O artigo mostra que embora os movimentos sociais faam parte de uma relao conflituosa entre o Estado e a sociedade civil, tais movimentos no estado do Par foram uma pr-condio para mudanas na poltica pblica, estrutura de financiamento e prioridades das agencias regionais que resultaram em proposies para cooperao entre o Governo e as Organizaes Locais em nvel municipal.
Resumo:
Nesta dissertao se analisa o processo histrico da formao social, poltica e econmicada da Colnia de Pescadores de Imperatriz Zona 29 (CPI Z-29), estado do Maranho. Inicialmente, apresenta-se a fundamentao terica concernente aos movimentos sociais de uma forma geral e em seguida especifica-se as origens e a capacidade organizacional dos pescadores sindicalizados haja vista que as colnias possuam status de sindicato. Em seguida, estuda-se como se deu a evoluo do movimento dos pescadores no sul do Maranho e, consequentemente, na regio de Imperatriz, ou seja, na rea que corresponde jurisdio dessa Colnia Z-29,detendo-se nos avanos conquistados pela classe principalmente no que diz respeito s polticas pblicas voltadas para esse movimento social. Na reconstituio dos acontecimentos histricos e econmicos, procedeu-se no s o estudo da CPI Z-29 que se solidificou no final da dcada dos anos de 1970, mais precisamente no ano de 1978, quando fundada a entidade mencionada, mas tambm dos diversos ciclos de produo que a regio de Imperatriz atravessou ao longo dos anos, procedeu-se tambm a um levantamento do modus vivendi dos pescadores seus costumes, crenas e prticas adotadas pela classe antes e depois de se associarem de forma legal a uma entidade que nascia visando a organizao e fomentando um crescimento para uma classe importante porm esquecida. No estudo do processo pertinente ao periodo de sugimento do movimento e capacidade organizacional dos pescadores, analisou-se as mudanas verificadas na vida econmica, poltica, cultural, ambiental e social motivadas pelas transformaes da estrutura organizacioanal da classe dos pescadores intensificadas, principalmente, a partir da implantao dos projetos sociais incentivados pelo Governo Federal. E, ao final, trata-se de visibilidade poltica dos pescadores, sua participao no processo decisrio em nvel municipal e os avanos conquistados pela CPI Z-29 desde a sua fundao.
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O eixo principal da anlise volta-se aos condicionantes presentes no processo de construo das relaes de gnero no chamado Movimento ASSEMA. Busca-se apreender, analisando diferentes momentos da histria de constituio desse Movimento, em que condio se d a participao de mulheres e homens, tanto na esfera privada quanto pblica. Estuda-se o contexto e as situaes que levam as mulheres denominadas como quebradeiras de coco babau a questionar a equidade de gnero, tanto no domnio da casa como no espao pblico.
Resumo:
Partindo do instrumental terico neo-schumpeteriano e institucionalista, a presente pesquisa faz uma anlise sobre a expanso do arranjo produtivo da indstria de confeco e da moda na Regio Metropolitana de Belm (RMB) Par, e do tecido institucional, de 1991 a 2008. Os objetivos da pesquisa so analisar o processo de formao e desenvolvimento do arranjo produtivo local, identificar a configurao e as caractersticas da estrutura produtiva e das atividades institucionais de apoio e as relaes de sinergia entre agentes, analisar como esto constitudas as formas de governana e externalidades existentes e como essas podem dinamizar o processo de desenvolvimento desse arranjo produtivo. A proposta deste trabalho pretende responder a trs questes: Por que o segmento da indstria do vesturio no se desenvolveu na RMB? Como a dinmica do setor e das caractersticas dos fenmenos da inovao tecnolgica no ramo vivenciada pelos empresrios das pequenas e mdias empresas do setor de confeco na RMB? Como ocorre a coexistncia de dois processos, a modernizao e a precarizao no setor de confeco na RMB? A pesquisa emprica realizada representa 55% do emprego formal na RMB. Nesse processo, observou-se a inexistncia da ao institucional anterior ao perodo pesquisado e isso limitou a evoluo cientfica e tecnolgica do setor, assim como o desenvolvimento da cadeia produtiva. Essa condio levou os produtores atomizados a baixos nveis de sinergia e representatividade. Em funo disso, as taxas de crescimento na indstria foram muito baixas, a dificuldade de se encontrar mo-de-obra qualificada apontada como maior entrave ao desenvolvimento da indstria. A maioria das empresas instaladas produtora de uniformes, mas constatou-se nos trs ltimos anos a abertura de empresas dedicadas fabricao de produtos de moda. Apesar da dificuldade encontrada pelas indstrias em funcionamento, observou-se um movimento social na construo e ampliao do conhecimento tcnico e da promoo de um arranjo produtivo impulsionado pela vontade de fazer moda, a atuao de designers e instituies promovem o desejo de transformar a moda em coisa nossa. O desenvolvimento da moda no Par, como movimento espontneo e meio de expresso da cultura local, representa, de certa forma, a vontade de inserir a cultura local no contexto do consumo contemporneo. A moda uma forma de estabelecimento de relao com o lugar que considera a ao na construo de uma mitologia local. A questo da especificidade do local de grande importncia para os mercados, portanto, deve-se levar em conta a importncia e a potencialidade de um mercado povoado por um grande nmero de consumidores vidos por insero e diferenciao, emocionalmente atrelados ao local. Os atores pesquisados apontam que, para estimular o desenvolvimento da cadeia produtiva txtil-vesturio, seriam necessrios mais investimentos na formao de mo-de-obra que favorea o desenvolvimento das atividades j em funcionamento, e que permitam ampliar a viabilidade de investimentos em um setor de fundamental importncia na histria da industrializao e na vida cotidiana dos seres humanos, no mundo capitalista contemporneo que tem o consumo como mito fundamental. Esta pesquisa contribui para um melhor entendimento do setor.
Resumo:
Tem como objetivo central a anlise das Escolas-Famlia Agrcolas (EFA) em sua trajetria histrica e poltica enquanto iniciativa do movimento social rural local, e sua organizao por meio de uma rede para a verificao de suas possveis contribuies para o processo de desenvolvimento do meio rural do estado do Amap, com vistas sustentabilidade regional, atravs do estudo de caso realizado em quatro EFA: Escola Famlia Agrcola do Pacui, Escola Famlia Agrcola da Perimetral Norte, Escola Famlia Agroextrativista do Carvo e Escola Famlia Agroextrativista do Marac, localizadas no estado do Amap, nos municpios de Macap, Pedra Branca do Amapari e Mazago, respectivamente. O eixo terico da dissertao so as categorias movimentos sociais e pedagogia da alternncia, desenvolvimento sustentvel e educao para a sustentabilidade, e suas revises a fim de incorporarem o discurso da educao para a sustentabilidade, e sua articulao para o alcance do desenvolvimento rural sustentvel proposto pelas EFA. Analisamos o carter do papel do Estado e sua perspectiva de desenvolvimento pensado para a Regio Amaznica, o agroextrativismo familiar rural na poltica de desenvolvimento do Amap e sua evoluo histrica e suas dificuldades para atingir o nvel de desenvolvimento pensado. As RESEX como tentativa de concretizao desta poltica so analisadas a partir de conceituaes tericas frente s necessidades de incorporao dos problemas socioeconmicos e ambientais. Estudamos a apropriao dessas categorias tericas pelos atores sociais integrantes da proposta, destacando as viabilidades ou no do alcance dos objetivos propostos pelas EFA entre os pressupostos tericos sobre desenvolvimento sustentvel e as prticas que vm sendo implementadas pelas EFA. Tratamos ainda da formulao de um quadro terico, encaixando as consideraes tericas produzidas sobre a temtica e o conhecimento emprico resgatado das falas e observaes realizadas, com o objetivo de indicar as possibilidades de implementao prtica da educao para a sustentabilidade a partir da anlise das concepes apresentadas pelos atores sociais envolvidos, elaborando assim uma caracterizao da educao desenvolvida por estas escolas e os entraves de sua relao institucional com o poder pblico, enquanto mecanismo de articulao poltica a partir de insero deste movimento social rural. A pesquisa que d suporte a essa dissertao foi desenvolvida entre agosto de 2003 e junho de 2004, compreendendo levantamento e sistematizao de informaes bibliogrficas e documentais e ainda a realizao de entrevistas a monitores, alunos, coordenadores, pais de alunos, lideranas e assessoria pedaggica das EFA.
Resumo:
As pesquisas sobre infncia no Brasil tm apontado na direo de uma nova forma de olhar a infncia, trazendo a criana como um ator legtimo da pesquisa e no apenas um objeto de investigao. Ao viverem em um contexto de um movimento social como o MST, as crianas tm na sua vida as marcas da luta pela terra e reforma agrria, que influenciam seus modos de ser. Olhar para a criana do MST v-la como um ser que participa da organicidade do MST. Portanto, as crianas criam seus espaos de organizao e mobilizao. Neste sentido, questiono: Quais os sentidos e significados de infncia nas falas das crianas do assentamento mrtires de abril do MST? A pesquisa foi realizada no assentamento Mrtires de Abril do MST, localizado em Mosqueiro, um distrito da cidade de Belm. Para recolher os dados da pesquisa, utilizei oficinas e entrevistas em grupo com as crianas do assentamento. Das oficinas participaram ao todo 23 crianas, estas oficinas tinham como objetivo me aproximar das crianas e criar um clima de confiana para as entrevistas. Nas entrevistas participaram 13 crianas com idade entre 06 e 11 anos, denominadas pelo coletivo do movimento como Sem Terrinhas. A entrevista foi dividida em quatro sesses. As falas das entrevistas foram transcritas e organizadas em sete categorias temticas. Como referencial de anlise me apoio na noo de sentido e significado que se expressam por meio da linguagem e esto relacionados formao do eu numa perspectiva scio-histrica, fundamentado em Bakhtin. Os resultados da pesquisa apontam para os diversos olhares que as Crianas do Assentamento Mrtires de Abril tm sobre a infncia: elas vem a infncia como o tempo do brincar e que ser criana no MST vivenciar uma experincia ldica de participao em um movimento que luta pelos direitos dos excludos. Ao falarem de seus espaos estruturais as crianas do assentamento nos dizem em relao ao espao domstico que a relao com os adultos de sua famlia se constri com muito cuidado, mas tambm com a contradio do autoritarismo; em relao ao espao da produo que o trabalho assume outra dimenso no espao do assentamento, sendo um momento de aprendizagem e participao na vida da comunidade; e que em relao ao espao da cidadania a escola est distante de ser um lugar onde o direito a brincar respeitado. As culturas infantis so produzidas pelas crianas do assentamento nas suas relaes de pares atravs das brincadeiras, onde se ressalta que o espao importante para o enriquecimento dessa cultura ldica, seja nas praias, nos igaraps e nas rvores. As crianas do assentamento nos dizem ainda que a Televiso influencia suas vidas, seus horrios e seu modo de ser a agir. Finalizo o texto apontando caracterstica que fazem da brincadeira o meio atravs do qual as crianas podem agir sobre o mundo e exercer efetivamente o seu direito a participao.
Resumo:
Lutar pela observncia da Constituio Federal de 1988 se constitui em esforo de grande envergadura, especialmente para as associaes indgenas, instrumentos de luta na defesa e promoo dos direitos tnicos. As associaes, formadas semelhana das organizaes no-indgenas, procuram desenvolver projetos que compreendam a afirmao de identidades tnicas das comunidades representam os indgenas em negociaes internas e externas, contribuindo para a construo da autonomia e autodeterminao dos povos indgenas. Exemplo disso a Associao Indgena Temb de Santa Maria do Par (AITESAMPA), que representa os Temb, conhecidos como de Santa Maria por terem sua Terra nos limites do municpio do estado do Par. A Associao luta pelo reconhecimento identitrio e pela demarcao de terras para seu sustento, visto que desde o sculo XIX, foram escorraados de suas terras e obrigados a deslocamentos no desejados, at se estabelecerem no, hoje, municpio de Santa Maria. O estudo se debrua sobre a atuao da referida Associao, a partir da relevncia dos projetos sociais e tnicos que permitem o fortalecimento da identidade dos Temb. Analisam-se as estratgias elaboradas atravs de iniciativas denominadas projetos, desenvolvidos pela Associao para a defesa dos direitos indgenas e promoo de dilogo com o Estado brasileiro e a sociedade no-indgena que teimam em no aceit-los, especialmente porque so desconhecidos na literatura etnolgica que trabalha mais a partir dos Temb localizados no Alto Rio Guam. O trabalho desenvolvido a partir das narrativas indgenas e do acompanhamento da movimentao social. Nessa conduo, os autores envolvidos possuem uma viso implicada, pois dois so membros de povos indgenas e a no-indgena foi chamada a assessor-los.
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Ao longo das ltimas dcadas diversos pases, inclusive o Brasil tm implementado polticas de ateno em sade mental, baseadas no elemento central comum de alterao do eixo da ateno do hospital para a comunidade, objetivando a continuidade do cuidado e a ateno integral, um processo de se costuma denominar de Reforma Psiquitrica. Buscando compreender qual o modelo de assistncia aplicado no Par entre 2007 e 2010, o tradicional, manicomial ou o da reforma psiquitrica e quais os resultados da poltica em termos de impacto? esta pesquisa foi realizada, a partir de uma reviso bibliogrfica sobre os processos de reforma psiquitrica em vrios pases da Europa, da Amrica Latina sem perder de vista as especificidades do Brasil e do Par e uma anlise sobre o papel do Estado, das polticas pblicas sociais, dentre elas a poltica pblica de Sade e o Sistema nico de Sade, alm de anlise de documentos e entrevistas com os executores das polticas. Como resultados foram observados avanos na poltica de sade mental entre 2007 e 2010, tais como aumento (96%) no nmero de servios, ainda que com a efetividade questionada tanto pela gesto quanto pelo movimento social, alm de um estabelecimento de canal de dilogo entre gesto e movimento social atravs de conselhos gestores, ouvidorias internas e eventos de capacitao diversos. Por outro lado, os problemas estruturais persistem e de acordo com a anlise efetuada tm relao com o contexto poltico-econmico vivenciado pelo Brasil de aprofundamento das desigualdades sociais e da negao dos direitos sociais, econmicos, culturais e ambientais institudos na Constituio de 1988. Fica evidenciada, assim, a consolidao do processo de globalizao neoliberal, com aes voltadas para a estabilidade econmica e focalizao de polticas pblicas sociais. Como alternativa a essa situao a autora apresenta o ponto de vista de que o SUS um sistema em construo e que o desafio posto na atual conjuntura que tenha por objetivo superar as profundas desigualdades sociais atravs de um movimento de massas que retome as propostas de superao da crise e avance em propostas concretas.
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A pesquisa trata da atuao dos movimentos sociais ocorridos no entorno do complexo industrial de Barcarena, aps a implantao das empresas Albrs, Alunorte e Par Pigmentos, que deram origem s associaes de moradores e produtores rurais. O objetivo a identificao dos principais movimentos surgidos e existentes, analisando-os luz da Teoria dos Novos Movimentos Sociais. A partir de uma pesquisa exploratria, alicerada no referencial bibliogrfico, busca-se ainda verificar as vertentes pelas quais enveredaram os movimentos sociais que deram origem s entidades representativas no municpio. A pesquisa de campo realizou-se entre os anos de 2003 e 2004 junto a 15 associaes existentes em Barcarena e que envolvem 18 comunidades rurais e urbanas, onde se aplicou questionrios para verificar como estas encaminhando suas reivindicaes e se relacionando com os poderes locais. Foram realizadas ainda entrevistas com tcnicos das empresas e da Prefeitura e com antigos moradores. Dentre os resultados da anlise de dados, pode-se afirmar h uma diferena entre as aspiraes dos movimentos sociais urbanos e rurais, mas as principais reivindicaes referem-se a melhoria da infraestrutura, sade, educao e desenvolvimento agrcola. A identificao dos principais movimentos sociais em Barcarena foi um dos resultados esperados no decorrer da pesquisa, pois no se pode afirmar que exista um tpico movimento social em Barcarena que faa contraponto s empresas no sentido de protesto, mas o movimento existe e bastante ativo nos moldes dos novos movimentos sociais. Conclui-se que no enfrentamento cotidiano entre empresas e comunidades, o que prevalece a categoria de movimento popular, onde as reivindicaes coletivas voltam-se para a melhoria das condies de vida e de aspectos que envolvem seu cotidiano, alm, claro, da defesa de seu modo de produo e reproduo de vida.
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O Residencial Carlos Marighella foi uma ocupao informal, classificado em 2002, pelo Ministrio das Cidades, como subnormal. Hoje um residencial que abriga mais de 2000 famlias, e est localizado no tecido urbano do municpio de Ananindeua, na Regio Metropolitana de Belm (Par). Sua rea entrecortada por dois igaraps que passam por um processo acelerado de degradao, devido aos dejetos que so lanados em seu leito, sem qualquer tratamento. O Igarap das Toras o mais afetado devido ocupao por cerca de 40 de famlias ao longo de suas margens. A construo desse territrio resultado de um movimento social de acesso moradia, o qual logrou alcanar o reconhecimento pblico dos direitos ao territrio. Contudo, a populao mantm relaes contraditrias com o meio ambiente e, em especial, com os cursos de gua a exemplo do Igarap das Toras, o qual est ameaado em sua perenidade. Em 2006, o Municpio de Ananindeua, por meio de sua Secretaria de Habitao, elaborou e apresentou proposta junto ao Ministrio das Cidades, para a urbanizao de assentamentos precrios, com o apoio dos moradores da rea. E, em 2007, o projeto foi aprovado, contemplando a rea do Carlos Marighella, com recursos financeiros destinados interveno urbana. A pesquisa teve como objetivo examinar como o projeto de interveno urbana integrada interagiu com a populao local, com o agente municipal, e o rgo financiador pelo agente federal, a CAIXA. A reviso terica foi realizada por meio dos conceitos de interveno urbana integrada e gesto social de seus atores, como a participao social, no contexto de desenvolvimento socioambiental. O mtodo de abordagem foi um estudo de caso de natureza histrico-descritiva, e com enfoque qualitativo, devido ao fato da anlise centrar-se em uma poltica pblica de interveno urbana integrada diferenciada daquelas que foram, poca, implementadas por meio do Programa de Acelerao do Crescimento (PAC). O estudo mostra que no foram incorporadas as questes relativas ao reconhecimento mais amplo do direito cidade, e que houve limitao no entendimento de interveno urbana integrada e cidadania, por parte dos elaboradores.
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Esta dissertao desenvolve uma anlise sobre um movimento social denominado Movimento Xingu Vivo Para Sempre, observado com base em suas aes e nas dos atores sociais que o integram. Como metodologia utilizamos o estudo de caso e como tcnicas metodolgicas para atingir nosso objetivo, optamos pelas entrevistas semi-estruturadas e observao-participante. A principal categoria analtica so os movimentos sociais, que analisamos sob a tica dos Novos Movimentos Sociais, tendo por base autoras como Glria Gohn e Ilse Scherer-Warren. Alm disso, utilizamos alguns conceitos, como: redes de movimentos sociais e estrutura de oportunidades, sendo o ltimo desenvolvido por Tarrow. O objetivo principal foi produzir uma anlise sobre o Movimento Xingu Vivo Para Sempre, a partir de suas aes, estratgias e reivindicaes, atentando para a estrutura de oportunidades na qual esse processo ocorre. Como objetivos especficos tivemos: reflexo sobre a dinmica do movimento social estudado a partir de sua histria; anlise da composio do movimento e sua forma de organizao; e anlise da relao entre o movimento e os vrios segmentos sociais atingidos pela UHE Belo Monte; anlise da relao entre o movimento e os distintos setores e instituies estatais. Ficou evidenciado em nossa pesquisa que o Movimento Xingu Vivo Para Sempre uma rede de movimentos sociais que sofreu diversas transformaes, com destaque para o rompimento e a sada da maior parte das entidades integrantes da rede em 2009. A histrica fragilidade institucional da regio, que se reflete na carncia de servios pblicos, contribui para a legitimao do movimento na condio de um canal de denncias e contraposio. Todavia, mais do que apresentar um projeto de desenvolvimento alternativo, o movimento atua em uma conduta defensiva contra a construo de barragens na bacia do rio Xingu e Amaznia como um todo, atravs de outra rede denominada Aliana dos Rios Pan-amaznicos. Constatamos tambm que a relao com os distintos grupos sociais atingidos prejudicada pela criminalizao empreendida contra o movimento, bem como pelo pequeno nmero de militantes que o integram, desde as transformaes ocorridas a partir de 2009. Por fim, analisamos que, no obstante a oposio frontal ao executivo, o movimento tem articulaes em outras esferas estatais, especialmente no judicirio, com destaque para a Defensoria Pblica do Par e o Ministrio Pblico Federal.
Resumo:
As dificuldades enfrentadas pelos povos indgenas no Brasil para fazer valer os direitos conquistados via Constituio Federal de 1988 se constituem em esforo de grande envergadura, especialmente para as associaes indgenas, que so importante instrumento de luta na defesa e promoo dos direitos tnicos, formadas a semelhana das organizaes no indgenas procuram desenvolver projetos que compreendam a afirmao de identidades tnicas das comunidades e representam os indgenas em negociaes internas e externas, contribuindo para a construo da autonomia e autodeterminao dos povos indgenas. A Associao Indgena Temb de Santa Maria do Par (AITESAMPA), congrega os Temb, conhecidos como de Santa Maria (Nordeste do estado do Par) povo que luta pelo reconhecimento identitrio e pela demarcao de terras, visto que desde o sculo XIX, foram escorraados de suas terras e obrigados a fazer deslocamentos no desejados, at se estabelecerem no, hoje, municpio de Santa Maria. Estuda-se a atuao da referida Associao, a partir da relevncia dos projetos sociais e tnicos que permitem o fortalecimento da identidade dos Temb. Analisam-se as estratgias elaboradas, via projetos, desenvolvidos pela Associao para a defesa dos direitos indgenas e promoo de dilogo com o Estado brasileiro e a sociedade no indgena que teimam em no aceit-los, especialmente, porque so desconhecidos na literatura etnolgica que trabalha a partir dos Temb localizados no Alto Rio Guam. O trabalho desenvolve-se a partir das narrativas indgenas e do acompanhamento da movimentao social.
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A dissertao investigou a experincia da Casa da Casa Familiar Rural de Camet com o objetivo mais amplo de identificar as contribuies da experincia para a vida,formao/escolarizao e trabalho dos sujeitos do campo cametaense. Em sentido especfico objetivou analisar como se d a participao dos sujeitos na dinmica da Casa Familiar Rural de Camet; identificar os mecanismos utilizados pela Casa Familiar Rural de Camet para motivar a participao dos sujeitos e as contribuies da Casa Familiar Rural de Camet na viso dos sujeitos que participam direta ou indiretamente da experincia. O estudo se desenvolveu numa abordagem qualitativa de pesquisa, utilizando-se da entrevista semi-estruturada com jovens, pais, monitores, docentes, coordenao pedaggica, egresso, representantes dos movimentos sociais e membros da comunidade; e estudo documental analisando o referencial que d suporte legal experincia da Casa Familiar Rural de Camet, e os cadernos dos alunos e documentos internos da experincia. O estudo permitiu por um lado, constatar que a experincia da Casa Familiar Rural de Camet significativa para os sujeitos do campo, uma vez que os conhecimentos so organizados a partir da realidade dos mesmos. Nesse sentido, foi possvel identificar que a proposta assentada na Pedagogia da Alternncia pode ser uma alternativa educacional vivel para o campo cametaense. A partir das entrevistas identificamos o esforo para que ocorra a integrao escola/famlia/comunidade na dinmica educacional da CFR de Camet, ainda que existam condicionantes que limitam e dificultam a participao dos sujeitos, entre os quais a condio socioeconmica das famlias e da comunidade, a perda de autonomia financeira da CFR de Camet e a localizao da escola distanciada do local de moradia das famlias. Apesar das dificuldades h uma significativa contribuio da CFR para os jovens do campo cametaense uma vez que a mesma vista plos sujeitos como uma possibilidade de fortalecimento da educao do campo, do desenvolvimento das unidades produtivas com a introduo de tcnicas ligadas agricultura familiar e o fortalecimento da comunidade na luta pela legitimao dos direitos sociais. A pesquisa intencionou contribuir tambm com o Movimento Paraense Por uma Educao do Campo no sentido de reconhecer e problematizar as inmeras experincias de educao gestadas no Estado do Par pelos movimentos sociais, apontando elementos tericos para esse debate.
Resumo:
Este estudo sobre o processo de construo de polticas de incluso social no projeto Escola Cabana e os consensos e tensionamentos entre os segmentos sociais e o poder pblico municipal procurou investigar e refletir se esse projeto possibilitou (ou no) a incluso e participao dos segmentos sociais (Movimento das Mulheres, Homossexuais, Negros e dos PNEEs), bem como da contemplao de suas reivindicaes e interesses no processo de formulao e elaborao de polticas pblicas, a partir das anlises de documentos oficiais e das falas de integrantes dos movimentos sociais e de dirigentes da educao municipal, no perodo de 1997 a 2000 e 2001 a 2004. Ele abrange uma discusso sobre as perspectivas de compreenso sobre excluso e incluso social, espaos pblicos democratizados, participao popular e processos identitrios, tendo como pano de fundo a abordagem do perodo de redemocratizao do Brasil. Este trabalho contemplou ainda a relao entre os documentos produzidos pelo governo municipal sobre o projeto da Escola Cabana e os depoimentos dos entrevistados, estabelecendo uma srie de variveis que discriminam as motivaes dos sujeitos da sociedade para o envolvimento com os segmentos sociais, bem como dos gestores do poder pblico com as entidades da sociedade civil, durante a construo do referido projeto. Verifica-se, a partir da pesquisa, que as polticas pblicas materializadas em conseqncia das interaes entre a administrao municipal e os movimentos, mostraram articulaes dos mais diferentes vieses, com evidncias de bases consensuais, mas com intensos conflitos, tensionamentos e impasses. A discusso, aqui apresentada, enfatiza a relevncia dessa experincia tanto para Belm quanto para outros municpios como oportunidade de viabilizao, participao e utilizao de espaos pblicos por setores populares. Revela, ainda, que, apesar da possibilidade de ter criado alternativas, de carter inovador, s propostas existentes que visam eliminao de contextos de excluso social e configurao de processos de identidade, o projeto ficou comprometido pela inexperincia gestionria de alguns dirigentes, pela sua apropriao parcial por determinados setores sociais e pela sua informalidade legal.
Resumo:
Nesse estudo - abordamos as metamorfoses do mundo do trabalho, determinadas pelo esgotamento do modelo taylorista-fordista de produo, erigido no sentido de superar a crise da dcada de 1930, que assolou as sociedades capitalistas. Tambm estudada a consolidao de um tipo de Estado que deu suporte ao perodo de maior desenvolvimento do capitalismo, o Welfare State, assentando, nos pases desenvolvidos, suas bases nos pressupostos keynesianos propunha imprimir ao Estado um papel estratgico no desenvolvimento do capitalismo global, e que tem sua derrocada com a crise econmica da dcada de 1970, com o aprofundamento do processo de mundializao dos mercados e a consolidao, a, do poder poltico-econmico das empresas multi e transnacionais. Problematiza-se a centralidade do trabalho enquanto categoria social fundamental e os nexos entre trabalho, sade e educao. O papel que Estado desempenha no quadro mais amplo da sociedade capitalista, marcado pela introduo de uma nova regulao social, concretizada por meio da implementao de reformas de cunho neoliberal, as quais podem ser observadas no mbito das polticas pblicas na sociedade brasileira, viabilizando a implementao de uma lgica mercantilista no campo educacional, principalmente na Educao Superior, que se traduz na reorganizao e realizao do trabalho docente nesse nvel de ensino, com precarizao, intensificao desse trabalho e sua repercusso sobre a sade do docente. Analisamos os nexos entre trabalho e sade, marcados pela submisso do corpo e da alma do trabalhador, aos interesses da acumulao capitalista e enfatizamos o momento em que novas questes se colocaram para as diferentes reas do saber e das prticas, principalmente, no campo da sade e da educao, de modo a exigirem uma reorientao dos velhos padres de compreender o mundo, reorientao que implica a necessidade de um encontro entre a Sade do Trabalhador e a Educao